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18 de junho de 2015

O machão covarde

"Um Policial Militar matou a tiros um cachorro que fez xixi no gramado da casa dele, em um condomínio da cidade de Teixeira de Freitas, no sul da Bahia."


Por Anne Silva, no JusBrasil 
Poucas reportagem conseguiram me deixar tão mal quanto a do cachorro que é morto a tiros por seu vizinho por urinar na grama. A matéria foi publicada no G1, e as câmeras do condomínio mostram a cena e desespero do cachorrinho e de sua dona ao tentarem se proteger.

"Um Policial Militar matou a tiros um cachorro que fez xixi no gramado da casa dele, em um condomínio da cidade de Teixeira de Freitas, no sul da Bahia."

ATENÇÃO: o vídeo contém IMAGENS FORTES.



Além do sentimento de comoção, também sinto o sentimento de impunidade. Segundo a delegada que acompanha o caso, o homem que disparou os tiros ainda está sendo aguardando na delegacia para esclarecimentos. Não sou operante do Direito, e por isso me pergunto: O que ele precisa esclarecer? As imagens não são o bastante? Será que esse ser humano não representa perigo para a sociedade?

A justiça que aguarda sentada esse tipo de indivíduo realmente funciona? Com o olhar mais amplo podemos imaginar o quão frio é essa pessoa e o que ele poderia fazer com pessoas também.

No Brasil, maltratar animais de qualquer espécie é considerado CRIME AMBIENTAL, segundo prevê o art. 32 da Lei nº 9.605, de1998, com pena de detenção de três meses a um ano e multa.

Ele é policial militar e talvez o empoderamento de uma arma de fogo tenha lhe fornecido coragem suficiente para fazer o que fez. Entretanto, possuir uma arma não te dá o direito de ser violento, não justifica agressividade. Mais uma vez percebemos como mal treinadas são as pessoas que estão a frente da segurança de nossa sociedade. Um indivíduo agressivo, incontrolável e pouco civilizado.

Esse é o retrato do machão armado: mimado, não leva desaforo pra casa, tenta resolver tudo aos berros e utiliza de artifícios violentos para impor seus caprichos e compensar sua total e absoluta incompetência em argumentar racionalmente e ser minimamente coerente. Não quer que o cachorro da vizinha faça xixi na grama e por isso melhor matá-lo.

Não economiza impropérios, não compreende o que é respeito a vida e acredita que não será, jamais, punido. Talvez, realmente, nunca seja. E por isso o sentimento de impunidade.

Educação é a arma para mudar o nosso cenário atual. Acredito que o que trazemos da infância, de quando criança, dos ensinamento de respeito é o que nos transformam em pessoas de bem. E no caso desse policial covarde "papai e mamãe'' foram muito permissivos, a sociedade também, mas todo status quo, só é status quo até que uma nova ordem social se estabeleça.

Assim como esse, existem muitos outros!

14 de abril de 2015

Como cada hora em frente à TV pode aumentar o risco de diabetes

Pesquisadores americanos calcularam que passar uma hora por dia sentado em frente à televisão aumenta em 3,4% o risco de ter a doença


O estudo revela que aqueles que fazem atividades físicas veem menos televisão e têm 58% menos risco de desenvolver diabetes(Thinkstock/VEJA)
Passar horas em frente à televisão pode aumentar o risco de desenvolver diabetes. Pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, calcularam que a cada hora que passamos sentados, o risco de ter a doença aumenta em 3,4%. A descoberta foi publicada na última quarta-feira no periódico Diabetologia.

Para chegar a essa conclusão, a equipe de cientistas se baseou nos resultados do Programa de Prevenção de Diabetes (DPP, na sigla em inglês), um estudo americano realizado com 3.234 adultos acima do peso, que apresentam mais riscos de desenvolver diabetes tipo 2. Durante o programa, os participantes foram divididos em três grupos com diferentes abordagens de prevenção: o primeiro recebeu um placebo, o segundo foi tratado com metformina (um medicamento para diabetes) e o terceiro passou por uma mudança no estilo de vida, que consistia em realizar uma hora e meia de atividade física moderada durante a semana.

Diabetes e televisão - No início do programa, os participantes foram questionados sobre o tempo médio que gastavam diariamente assistindo à televisão. A média, em todos os grupos, foi de duas horas e meia. Quando, depois de três anos, a pergunta foi repetida, aqueles que passaram pela mudança no estilo de vida foram os que mais reduziram o tempo gasto em frente à televisão - uma redução de 37 minutos, contra apenas 6 minutos no grupo da metformina e 9 minutos no do placebo.O risco de desenvolver diabetes neste grupo também caiu 58%, o menor de todos.

Com estes dados em mãos, os pesquisadores investigaram o impacto do sedentarismo (tempo que passamos sentados) no risco de diabetes. Eles descobriram que o risco de desenvolver a doença aumenta 3,4% a cada hora em frente à televisão, independentemente da idade, sexo ou tempo gasto com atividade física.

"Esses resultados são importantes, pois eles mostram que houve uma redução no tempo que as pessoas gastam vendo televisão, mesmo que essa não fosse uma meta do programa. Talvez, se adicionarmos isso como uma meta das mudanças no estilo de vida, os resultados e benefícios para a saúde podem ser ainda melhores", explica Andrea Kriska, professora do departamento de epidemiologia da Universidade de Pittsburg e uma das autoras do estudo.

Os pesquisadores afirmam no artigo que diminuir o tempo que passamos sentados não substitui os benefícios da atividade física. Por isso, o mais importante é mudar os hábitos sedentários. [ VEJA ]

Benefícios da castração vão além da saúde e melhoram o comportamento dos cães

Apesar da fofura, os cachorrinhos apresentam comportamentos que podem causar transtornos para os seus donos. Para amenizar estes comportamentos, já está mais do que na hora de castrar o seu pet. 

A médica veterinária do Hospital Veterinário HV Pró Vita, Rhéa Cassuli Lima dos Santos, explica que mais do que melhorar o comportamento, a saúde do cachorrinho ganha - e muito - com este procedimento. 

Benefícios para a saúde se castrar um cachorrinho logo cedo os benefícios são vários. Para os machinhos, reduz muitas coisas como, as chances de neoplasias de testículo, o comportamento territorial (a vontade incontrolável de demarcar/urinar), a agressividade, comportamento de cruza e as chances de fuga. 

Já para as fêmeas, a castração é ainda mais benéfica pois reduz as chances da cachorrinha desenvolver câncer de mama, útero e ovários, possibilidades de infecções uterinas, mastites, gravidezes indesejadas, assim como os problemas com a gravidez psicológica (pseudociese) e no 
comportamento de formar ninhos e a agressividade. 

Quanto mais cedo é feita a castração das fêmeas, menores são as chances da cachorrinha sofrer com câncer de mama na vida adulta. 

O comportamento do cachorro realmente se altera para melhor. Rhéa Cassuli explica que a mudança de comportamento pode ser facilmente observado. "Muitos fatores que impulsionam ou motivam comportamentos são hormonais. Alguns comportamentos que seriam normais e muito úteis na natureza, como demarcar territórios, não são bons ou aceitáveis dentro de casa" afirma a média veterinária observando que é fácil perceber que até mesmo o cheiro da urina de cães ou gatos não castrados é mais forte. 

Procedimento para machos e fêmeas: quais as diferenças? 

Os procedimentos para castração de machos e fêmeas são bastante diferentes. "No caso dos machos é a orquiectomia, ou seja, a remoção cirúrgica dos testículos. No caso das fêmeas é realizada a ovário salpingo histerectomia (OSH), ou seja, a remoção cirúrgica do útero, ovários e anexos. Embora a cirurgia dos machinhos seja muito menos invasiva, ambas são procedimentos rotineiros e já muito bem estabelecidos" esclarece Rhéa Cassuli. 

No entanto, doutora Rhéa lembra que não é bom desprezar os riscos e diminuir a importância de um bom preparo e suporte. "É preciso realizar os exames pré cirúrgicos e pré anestésicos. A importância da anestesia inalatória acompanhada reduz os riscos ao mínimo possível". 

Normalmente, os animaizinhos estão liberados para ir para casa no mesmo dia, após algumas horas de observação e de se recuperarem 100% do procedimento anestésico. "Cada animalzinho deve ser observado e monitorado para se ter certeza de que está realmente apto para receber alta e ir embora. Cada indivíduo é único e responde de forma diferente aos mesmos fatores. Por isso devem receber atenção especial" afirma Rhéa Cassuli. 

4 de março de 2015

Você não está tão ocupado quanto diz que está

Sempre que vejo alguém dizendo que anda superocupado, trabalhando pra caramba, penso que está se supervalorizando e, principalmente, desperdiçando tempo precioso que poderia ser usado para curtir a família, amigos, a natureza, esportes, um livro, um filme... 

Estava visitando o Papo de Homem e dei de cara com o artigo abaixo da escritora israelense Hanna Rosin, que pensa da mesma maneira e ainda dá o caminho para sair dessa e deixar de ser 'tão ocupado'. Vale a leitura!


Por Hanna Rosin . Via Papo de Homem

Você está muito ocupado? Pois deveria estar, e deveria informar aos demais que está. Informe em um tom orgulhoso, mas desgastado.

Como, por exemplo, um velho colega a quem pedi um conselho dia desses: “Eu gostaria de ajudar, mas não posso. Estou tentando terminar uma apresentação e uma palestra que preciso dar em Milão. Assim que eu tiver uma assistente ficarei feliz em ajudar”.

Ou como um site de um pesquisador que conheço, que diz “trabalho aproximadamente 100 horas por semana e estou ficando mais e mais para trás conforme os anos passam. Sou simplesmente incapaz de acompanhar as demandas do meu tempo e muito menos lidar com novas solicitações. Sinto-me extremamente culpado sobre isso, mas é importante que eu afaste as pessoas de perto para que possa continuar a produzir minhas pesquisas e fazer meu trabalho.”

A arte da ocupação é saber transmitir um comunicado genuíno do ritmo de sua vida, mas com ar de resignação, como se nada pudesse fazer para mudar isso, como se outros ajustassem o tempo. Deixe claro que, apesar de tudo, você esta dando conta do jogo, indo muito bem. Mas não de uma forma como se estivesse se gabando. Mais como se estivesse irritado com o fato de ser capaz disso.

Essa, cada vez mais, está se tornando a linguagem do nosso tempo.

Em seu novo livro, “Overwhelmed: Work, Love, and Play When No One Has the Time”, a repórter do Washington Post Brigid Schulte chama essa epidemia cultural de “sufoco”. É de fácil e imediato reconhecimento para a maioria dos adultos que têm uma rotina de trabalho.

“Sempre atrás e atrasado, com mais uma coisa e mais uma coisa e mais uma coisa para fazer antes de sair de casa às pressas.”

Deixar o telefone mudo durante uma conferência pra ninguém escutar o barulho da escolinha de futebol ao fundo, passar por cima de montes de roupa suja, acordar às 2AM em pânico pra terminar uma lista de tarefas e então resumir sua vida para os amigos – nos dois segundos que dedica a ver seus amigos – como "maluca o tempo todo", enquanto eles balançam a cabeça em acordo.

Para mergulhar no estado de “sufoco” você precisa não apenas estar fazendo coisas demais em um período de 24h, mas estar fazendo coisas de variadas naturezas, de forma que todas se misturem e o dia não tenha fases distintas.

Pesquisadores chamam isso de “tempo contaminado” e aparentemente mulheres são mais suscetíveis a ele, pois têm mais dificuldade de se desligar daquilo que precisa ser feito no dia. O único alívio da pressão é obtido ao isolar longos períodos de genuíno tempo livre ou lazer, criando uma sensação que Schulte chama de “serenidade temporal” ou “fluxo”.

Ao longo dos anos, diários do uso do tempo mostram que as mulheres tornaram-se terríveis nisso, eliminando todo o tempo livre e, como Schulte coloca, recorrendo a "pedaços de tempo livre do tamanho de um confeti".

Então, se espremer o tempo é tão ruim, por que as pessoas se gabam disso? Aí está o fato curioso sobre essa doença e, provavelmente, a primeira pista para a recuperação.

Para seu livro, Schulte entrevistou Ann Burnett, que estuda como a linguagem que usamos cria a nossa realidade.

Desde os anos 60, Burnett tem recolhido centenas de cartões que as pessoas enviam nas datas festivas, que servem como excelentes registros antropológicos de como as famílias escolhem se apresentar.

Burnett narra o crescimento de certas palavras e frases como "agitado", "turbilhão", "consumidos", "loucos", "difícil dar conta de tudo", "em fuga", "muito rápido". Ultimamente os cartões entraram na fase da meta-ocupação, na qual “estar ocupado” afeta o estilo da própria mensagem. Como esta que Burnett recebeu recentemente:

Eu não tenho certeza se a escrever uma carta de Natal, enquanto trabalho na velocidade da luz é uma boa ideia, mas devido a quantidade de tempo que tenho para me dedicar a qualquer projeto individual, é a única opção que eu tenho.

Começamos cada dia às 4h45min da manhã – em alta velocidade (a experiência é muito parecida com enfiar a cabeça em um liquidificador), conseguimos parar apenas às 20h, olhando para algo parecido com bruxas de Halloween empaladas de braços abertos na porta da frente, e nos perguntamos como fizemos isso durante o dia.

Foi depois dessa carta que Burnett percebeu que a ocupação de um certo tipo – não aquela em que se trabalha em três empregos de merda e coloca os filhos em creches precárias por falta de opção – se tornou uma marca de status. Em meio ao peso das listas intermináveis e dos papéis amassados, era possível notar uma pitada de glamour.

"Meu Deus, as pessoas estão competindo por estarem ocupadas", Burnett percebeu. "É uma demonstração de status. Se você estiver ocupado, você é importante. Você está levando uma vida plena e digna. Como se você não pudesse escolher, a ocupação apenas está lá. Eu chamo isso de escolha pela não-escolha. Porque as pessoas realmente têm uma escolha."

As pessoas realmente têm uma escolha?

Em algum ponto de sua jornada, Schulte se aproxima de John Robinson, um sociólogo conhecido como “Pai Tempo”, porque ele foi um dos primeiros a colecionar diários de uso do tempo, que se tornaram a base para pesquisas sobre como os americanos usam seu tempo (American Time Use Surveys), que dizem muito sobre o modo como vivemos.

Embora não diga abertamente, Schulte parece desconfiar de Robinson, e, provavelmente, por uma boa razão. Ele é divorciado e vive sozinho, portanto, está livre para gastar o seu tempo como quiser (muitas vezes fica no metrô com um guia de entretenimento na mão e nenhum objetivo particular.) Mas Robinson me pareceu ter elaborado o antídoto mais convincente para o "sufoco".

Robinson não nos pede para meditar, tirar mais férias, respirar, caminhar na natureza ou fazer qualquer coisa que pareça mais um item na lista de afazeres. A resposta para esse sentimento opressivo de ocupação, ele diz, é parar de dizer a si mesmo que está excessivamente ocupado.

Porque a verdade é que todos nós estamos muito menos ocupados do que pensamos.

E a nossa consistente insistência de que estamos ocupados criou uma série de males pessoais e sociais que Schulte relata com riqueza de detalhes em seu livro: estresse desnecessário, exaustão, escolhas ruins, e, em um nível maior, a convicção de que trabalhador ideal é aquele que está disponível o tempo todo, porque ele ou ela é grato por estar "ocupado", e que todos nós devemos aspirar aos horários insanos de um empresário do Vale do Silício.

“É muito comum a sensação de que há muitas coisas acontecendo e que as pessoas simplesmente não podem ter controle de suas vidas,” afirma Robinson. “Mas quando nós analisamos os diários das pessoas, parece não haver evidência suficiente para apoiar essas crenças – é um paradoxo. Quando você conta para as pessoas que elas têm de trinta a quarenta horas livres por semana, elas não querem acreditar nisso."

Estar ocupado é uma virtude, então as pessoas estão com medo de ouvir que elas têm tempo vazio, como Tim Kreider escreveu em “The ‘Busy’ Trap.” É o equivalente a dizer que você é redundante ou obsoleto.

Robinson fez Schulte manter um diário sobre como usa o tempo e a mostrou muito tempo livre que ela não havia considerado como tal – estar deitado na cama à toa, fazer exercícios, jogar gamão em seu computador, conversar com um amigo no telefone.

No entanto, ela ainda não acredita que, como uma mãe que trabalha, ela poderia ter qualquer tempo de lazer. Na verdade, ela parece cética em relação à premissa de Robinson, que estamos ocupados por dizermos estar.

Na verdade, no dia em que eu deveria escrever esse artigo tinha todos os sintomas de “tempo contaminado”. Tinha que gravar um podcast, contratar uma babá porque a nossa de 13 anos nos deixou, tinha que descobrir o que fazer com uma criança que tinha metade do dia fora da escola, chamar alguém para consertar a máquina de lavar roupa, confortar um amigo que estava pirando sobre sua mãe doente, fazer pré-entrevistas para uma aparição na TV, voar para Nova York para as entrevistas, ver os meus pais, tomar uns drinks com um editor amigo, ir para um hotel. (Tive que desmarcar uma consulta médica marcada há séculos). E não estou nem contando as coisas normais: email, trabalho, café da manhã, levar as crianças à escola, ver como elas estão no período da tarde.

Durante todo o dia, tentei me convencer de que não estava tão ocupada. A maneira pela qual fiz isso foi repetindo silenciosamente: "Você não está tão ocupada."

Fazer isso de fato parou a fita na minha cabeça sobre o que tinha de ser feito naquele dia. Eu só calmamente fiz uma coisa após a outra. Acredito que isso significa que eu estava sendo consciente, ou talvez vivendo no momento ou estando presente, mas não tenho certeza. E eu não vou verificar, porque se eu der um nome a isso, então será apenas mais uma coisa que vou me sentir obrigada a fazer.

Em vez disso, basta retirar apenas uma coisa da sua lista de afazeres, que é: dizer a todos o quanto você está ocupado.


Hanna Rosin
Escreve para a Atlantic e para a Slate. Também é autora do livro "The End of Men". A siga no twitter.

20 de fevereiro de 2015

O "espetáculo da mediocridade" no primeiro governo Dilma

Tem idiota pela praça que acha uma inflação de 7% a.a. algo tolerável, mas eles se esquecem que nesse ritmo, o nível de preços na economia dobra a cada dez anos

No Brasil Post, Por Alexandre Andrada 
Professor da UnB e Doutor em Economia pela USP.


Desde 2001 o Banco Central do Brasil realiza uma pesquisa com algumas dezenas de empresas do setor financeiro com o objetivo de acompanhar as expectativas dos agentes econômicos sobre algumas das principais variáveis da economia. Usualmente toda as segunda-feiras o BC disponibiliza uma versão enxuta dessa pesquisa, sob o título de Focus - Relatório de Mercado.

O último relatório Focus, divulgado na quarta-feira de cinzas, é um triste retrato do futuro próximo da economia brasileira, que lembra muito nosso passado.

Espera-se agora uma inflação medida pelo IPCA de 7,27% para este ano. Valor acima da antiga meta de 4,5% jogada no lixo pela desastrosa gestão de Alexandre Tombini à frente do BACEN, e acima da meta implícita de 6,5% adotada a partir do início do primeiro governo Dilma. Tem idiota pela praça que acha uma inflação de 7% a.a. algo tolerável, mas eles se esquecem que nesse ritmo, o nível de preços na economia dobra a cada dez anos. Notem que o Real foi introduzido em 1994 e já não circulam mais moedas de um centavo, nem notas de um real. Esse é apenas um exemplo pitoresco de como a inflação ainda é elevada no Brasil.

O mercado projeta novas elevações na taxa Selic, que deve fechar o ano em 12,75% a.a. E pensar que a taxa chegou a um mínimo de 7,25% em março de 2013. A valer a propaganda da campanha, Dilma tirou comida do prato de muita criancinha por aí.

Já a variação do PIB esperada para esse ano é de -0,42%. O que significa uma queda no produto e na renda per capita do Brasil. E isso é o pior de tudo.

O crescimento econômico tem sido um problema do Brasil desde os anos 1980. Se entre 1930 e 1980 nós fomos um dos países que mais cresceram em todo o mundo, de lá pra cá estamos não só estacionados, como empobrecendo em termos relativos.


A tabela abaixo mostra a variação média do PIB real em alguns períodos selecionados da história brasileira. Entre 1945 e 1964 o PIB brasileiro cresceu a uma taxa média de 6,9% a.a. Entre 1965 e 1980 essa taxa foi de 8,11% a.a. Já entre 1981 e 1994 essa taxa caiu drasticamente, para 1,91% a.a. Na era PT, entre 2003 e 2013, essa taxa se eleva para 3,52%.



O gráfico abaixo mostra a evolução do PIB per capita brasileiro em termos de dólares americanos. Durante os anos 1970, época do milagre econômico e do II PND, a variável crescia a uma taxa vigorosa. Isso pára em 1980, com o segundo choque do petróleo, o choque de juros americanos, e a crise mexicana, a economia brasileira entra em colapso. Os anos 1980 foram terríveis, mostra disso é que Sarney foi presidente. E em 1989 elegemos Collor. Tragédia pouca é bobagem.

A chamada "década perdida" na verdade vai de 1980 até 1994, pois é apenas neste último ano que nossa renda per capita ultrapassa o patamar registrado em 1980. Ou seja, o Brasil ficou quase 14 anos estacionado, vendo a banda passar. Para se ter uma idéia do tamanho da catástrofe, até meados dos anos 1980 a renda per capita do Brasil era maior que a da Coréia do Sul. Sim, você leu bem, da Coréia do SUL! A Coréia era tão pobre, que mandava gente pro Brasil em busca de uma vida melhor. Basta uma caminhada pelo bairro do Bom Retiro em São Paulo para ver vestígios desses tempos. Hoje, o coreano que vem para o Brasil ou é castigo ou é doido. Eles ficaram ricos sob qualquer definição do termo. E nós continuamos no "subdesenvolvimento", no "terceiro-mundismo".

O gráfico abaixo mostra a renda per capita de Japão, Coreia do Sul, Brasil e China como porcentagem da renda per capita dos Estados Unidos. Note como o processo de convergência da economia brasileira retrocede a partir dos anos 1980.


Durante o governo FHC o desempenho da economia brasileira foi medíocre. Saindo de um PIB per capita de US$ 8,42 mil, para US$ 8,81 mil. Sim, a inflação despencou, mas a carga tributária, as taxas de juros, o endividamento externo, entre outras coisas, só fez crescer. Para baixar a bola dos tucanos, lembre-se que se Dilma fantasia um superávit primário, durante o primeiro governo FHC o governo trabalhava com déficits sem medo de ser feliz. E viveu na irresponsabilidade até janeiro de 1999.



Durante o governo petista o PIB per capita retomou uma trajetória de forte alta, algo não visto desde os anos 1970. Por isso estávamos todos esperançosos, como não lembrar da capa da The Economist com o Cristo Redentor decolando portentoso? E não só isso, caíram os juros, a inflação, a pobreza, a miséria, a desigualdade, o endividamento externo, etc. Embalado pelo crescimento da China e surfando no aumento do preços da commodities, a economia brasileira melhorou significativamente.

Foi por essa época que Lula evocou o "espetáculo do crescimento". Mas enquanto no período Lula o PIB do Brasil cresceu em média 4,06% ao ano, no primeiro mandato de Dilma, a se confirmar a retração de -0,15% do PIB, a média despenca para 1,53%, menor que a registada durante a década perdida. É certo que estamos longe de viver novamente o inferno dos anos 1980, mas esse dado mostra parte do desastre ocorrido durante o primeiro mandato de Dilma. Desastre que irá nos perseguir por mais alguns anos


Por isso não creio que o segundo mandato será muito melhor em termos de crescimento. Então, melhor se conformar com nossa condição de país de terceiro mundo, subdesenvolvido, ou qualquer que seja o nome da vez.

28 de janeiro de 2015

Por que temos lábios?



Observando a natureza, é fácil surgir a pergunta: para que servem os lábios? Os pássaros vivem muito bem sem eles, os lábios das tartarugas são rígidos como bicos e, mesmo com os lábios existindo na maioria dos mamíferos, o homem é o único a tê-los permanentemente voltados para fora.

Os cientistas dizem que os lábios são tão importantes que até compensam o fato de, às vezes, serem mordidos enquanto mastigamos.

Usar os lábios para sugar é uma das primeiras habilidades que temos ao nascer. Essa aptidão fundamental para nossa sobrevivência é conhecida como "reflexo primitivo". Todos nós nascemos sabendo sugar e não precisamos aprender. E isso vale para quase todos os mamíferos.

E é esse reflexo que, combinado com outra resposta primitiva, o reflexo de busca, permite aos recém-nascidos mamar.

Comer, falar, amar

Bebês têm naturalmente o reflexo de sugar algo que toque seus lábios


O reflexo de busca funciona ao se girar a cabeça do bebê para estar de frente para qualquer coisa que toque sua boca ou sua bochecha. Assim que ele agarra algo com seus lábios, seu reflexo de sucção é ativado. Apesar de a língua fazer boa parte do trabalho na mamada, os lábios são essenciais para manter um lacre que permite ao bebê engolir o leite.

Isso significa que mamar, seja no peito ou na mamadeira, não é um comportamento passivo do bebê. É quase como uma conversa, com cada lado fazendo sua parte em uma dança cuidadosamente coreografada pela evolução. E os lábios estão no centro dessa dança.

Os lábios também são importantes no ato de comer e na fala. Em linguística, os lábios representam um dos muitos pontos de articulação – partes da boca e da garganta que ajudam a bloquear o ar que vem dos pulmões e formar os fonemas.

O beijo aparece em 90% das culturas mundiais


A fala é um aspecto crucial da vida humana, mas talvez não tão divertida quanto o beijo. O beijo não é universal, mas aparece em 90% das culturas.

Suas raízes estão na biologia, talvez uma combinação de impulsos natos com um comportamento adquirido. Sabemos que outras espécies também se beijam. Os chimpanzés fazem isso para se reconciliar após uma briga e os bonobos usam a língua.

Em uma edição da publicação Scientific American Mind de 2008, o escritor Chip Walter argumentou, citando o zoólogo britânico Desmond Morris, que o beijo pode ter se originado do costume primata de mastigar alimentos e passá-los para a boca dos filhotes. O encontro dos lábios pode então ter se tornado uma maneira de aliviar a ansiedade.

Alguns estudos de condicionamento sugerem que, após estimular os lábios com comidas, o simples ato de tocá-los já provoca sentimentos de prazer. Acrescente aí a grande presença de terminações nervosas dos lábios, e você terá a receita do êxtase.

A ciência do beijo
Chimpanzés se beijam para se reconciliar após uma briga

Os lábios são tecidos especialmente sensíveis. A parte do cérebro responsável por detectar o toque é chamada de córtex somatossensorial e fica no topo do cérebro, em uma área chamada de giro pós-central.

Todas as sensações de tato são enviadas para serem processadas aqui, e cada parte do corpo tem sua própria subdivisão dentro do giro pós-central. Seu tamanho reflete a densidade de receptores.

A parte que recebe sensações do peito e da barriga é relativamente pequena, enquanto as que processam as sensações das mãos e dos lábios são enormes.

Segundo o pesquisador Gordon Gallup, nas culturas em que não existe o beijo, "parceiros sexuais podem assoprar os rostos um do outro, ou ainda lamber, sugar ou esfregar o rosto do outro antes do ato sexual".

Já o chamado "beijo de esquimó" não se limita a esfregar os narizes, mas sim trocar odores. É possível que o ato de beijar tenha surgido como uma maneira prazerosa de sentir e filtrar possíveis parceiros.

Gallup estudou o comportamento de um grupo que deveria saber bastante sobre o beijo: estudantes universitários americanos. Ele e seus colegas descobriram que uma das principais maneiras de as mulheres determinarem se um parceiro era ou não um bom beijador usava pistas químicas, como o gosto e o cheiro. Elas também disseram que provavelmente não fariam sexo com um homem sem antes beijá-lo.

Outra pesquisa de Gallup perguntou a voluntários se já tinham perdido o interesse em alguém que consideravam atraente após o primeiro beijo. Entre os homens, 59% disseram que sim e 66% das mulheres concordaram.

Mesmo tendo se concentrado em estudantes americanos, os estudos de Gallup, quando comparados com dados multiculturais e com evidências de pesquisas com animais, mostram que o contato íntimo propiciado pelo beijo pode nos ajudar a julgar a possível adequação de um parceiro.

É por isso que vale a pena ter lábios - mesmo que de vez em quando eles rachem com o vento ou acabem mordidos sem querer. [ BBC FUTURE ]

20 de outubro de 2014

5 razões para ser otimista


Recentemente, publicamos em nossa revista um artigo científico do escritor Matt Ridley que falava por que esta é uma época boa para se viver. No entanto muita gente pensa o contrário. Lemos e ouvimos por aí todo tipo de pessimismo, nostalgia e descrença no futuro. Mas por que não podemos olhar para a época em que vivemos e valorizar as coisas boas do mundo de hoje? Escolhi cinco razões para tornar você mais otimista com relação ao presente e ao futuro.

Deixe a nostalgia de lado
Há quem acredite que no passado havia mais simplicidade, tranquilidade, so­ciabilidade e espiritualidade. Essa nostalgia cor­‑de­‑rosa costuma se restringir aos ricos. A vida dos pobres era bem mais complicada.

Não pense que o crescimento populacional é uma ameaça
Embora a população mundial esteja crescendo, a taxa do aumento vem caindo há 50 anos. No mundo inteiro, a taxa de natalidade dos países é menor do que em 1960, e caiu mais ou menos pela metade nos países menos desenvolvidos. Isso está acontecendo apesar de as pessoas viverem mais e de haver redução na taxa de mortalidade infantil. De acordo com uma estimativa das Nações Unidas, a população começará a diminuir depois que chegar ao ponto máximo de 9,2 bilhões de habitantes, em 2075 – há, portanto, uma enorme probabilidade de alimentar o mundo para sempre. Afinal, já há 7 bilhões de pessoas na Terra, que estão comendo melhor a cada década.

O petróleo não está acabando
Em 1970, a reserva de petróleo no mundo era de 550 bilhões de bar­ris. Nos 20 anos que se seguiram, o mundo usou 600 bilhões. Assim, em 1990 as reservas já de­veriam ter sido superadas em 50 bi­lhões de barris. Mas chegavam a 900 bilhões, sem contar xisto e areias be­tuminosos que, juntos, contêm cerca de 20 vezes mais do que as reservas comprovadas da Arábia Saudita. Pe­tróleo, carvão e gás são finitos, mas durarão décadas, talvez séculos, e acharemos alternativas muito antes que eles se acabem.

Somos a geração mais sortuda
Esta geração vivenciou mais paz, li­berdade, lazer, educação, medicina e viagens do que todas na história. Mas adora se lamentar. Os consumi­dores não valorizam seu maravilhoso campo de opções, mas, quando vou ao supermercado, não vejo ninguém sofrendo por im­possibilidade de escolher. Ao contrário, vejo pessoas satisfeitas com suas escolhas.

Os otimistas estão certos
Durante 200 anos, os pessimistas ocuparam todas as manchetes, em­bora quase sempre os otimistas estivessem certos. Há muito interesse investido na promoção do pessimismo. Nenhuma instituição de caridade consegue dinheiro se disser que a situação está melhorando. Ne­nhum jornalista consegue um furo de reportagem sobre a redução da pro­babilidade de desastres. Os grupos de pressão e seus clientes nos meios de comunicação buscam sinais de ruína até nas estatísticas mais promisso­ras. Não se deixe intimidar: ouse ser otimista!

15 de outubro de 2014

Patranhas Petistas


(Artigo publicado no O Globo a Mais de 09/10/2014. Os destaques são deste blogueiro)


Patranha, balela, calúnia, lorota, embromação, embuste, cascata, falsidade mexerico e por aí vai. Procurem no dicionário os sinônimos da palavra “mentira” e vejam, aturdidos, de quantas maneiras é possível denominar o ato infame. Meu favorito é “patranha”, que puxa “petranha”, palavra que não existe, mas cuja entranha leva ao PT. PT, o partido que diz que “o Brasil quebrou três vezes”, que a “inflação está sob controle”, que “o crescimento está voltando”.

“O Brasil quebrou três vezes”. É mesmo? O Brasil quebrou na década de oitenta, uma década antes do que diz o PT. O PT diz que foi nos anos 90, quando o país recorreu ao FMI. Ora, quando um país recorre ao FMI, o faz porque precisa de algum tipo de ajuda, seja para combater a inflação, evitar uma crise externa, fortalecer as reservas internacionais. O Fundo Monetário Internacional não é bobo, nem instituição de caridade. O FMI não empresta para país quebrado. Os argentinos que o digam.

Por que o Brasil foi ao Fundo nos anos 90? Em 1998-1999, porque o país passava por importante mudança no regime cambial – saíamos do câmbio fixo para o mundo novo do câmbio flutuante. Em 2001, porque a Argentina, país vizinho, quebrou, quebrou de verdade. “Devo, não nego, pago quando puder”. Sem pagar ficou durante parte dos anos 2000. Será que o PT acha que o Brasil fica na Argentina? Bem, deixa pra lá. Por fim, em 2002, o Brasil recorreu ao FMI para financiar a chegada do ex-Presidente Lula, o mesmo ex-Presidente Lula que desfrutou de 80% dos recursos negociados pela equipe econômica de FHC. Mal-agradecidos, os petistas? O leitor que os julguem.

“A inflação está sob controle”. Será? Diz o IBGE que, em setembro, o nosso índice de inflação bateu 6,75% nos últimos doze meses. Ora, 6,75% é maior do que 6,5%, e 6,5% é o topo do regime de metas de inflação. Quer dizer que “estar sob controle” é superar o teto da meta? Farsa, hipocrisia, moca. Não cola, o povo sabe fazer contas, sabe que está cada vez mais difícil esticar o salário até o fim do mês. Está aí um fantasma do passado que nos ronda lentamente, como abutre sobrevoando carcaça. As assombrações de Dilma Rousseff são invencionices, pantomimas, tapeação.

“O crescimento está voltando”. O FMI acaba de dizer que não. O FMI disse que o Brasil não haverá de crescer mais do que 0,3% em 2014. Segundo os analistas brasileiros, o FMI está sendo otimista, bonzinho com o Brasil. Há quem acredite que teremos sorte se a atividade econômica no Brasil não registrar queda este ano, recessão, outro fantasma do passado. Mas, mesmo que o FMI esteja certo, os anos Dilma hão de registrar uma média de crescimento abaixo de 2%. Esse terá sido o pior desempenho de um governo desde os anos Collor, que tal esse fantasma do passado para tirar o sono de qualquer um?

“A mentira é uma verdade que esqueceu de acontecer”, disse Mario Quintana. Foram tantas as verdades desmemoriadas do governo de Dilma Rousseff que podemos até pensar em novo sinônimo para mentira: caduquice. Esse governo caducou, caiu do pé e se esborracha…

MONICA BAUMGARTEN DE BOLLE, 42, economista, é sócia-diretora da Galanto Consultoria, diretora do Instituto de Estudos de Política Econômica – Casa das Garças e bolsista do Wilson Center. Foi economista do Fundo Monetário Internacional (2000 a 2005)

10 de setembro de 2014

Voto nulo ou em branco anula eleição?


De dois em dois anos, quando o processo eleitoral - se aproxima sempre surge a notícia de que se mais de 50% da população apta a votar "se unir" e "protestar" nas urnas votando nulo ou em branco, aquela eleição será anulada.

Mentira, boato, fofoca. Explico.

Registre-se, primeiramente, que a urna eletrônica fornece 3 botões além dos números dos candidatos: "BRANCO, CORRIGE E CONFIRMA". Ou seja, ou o eleitor que decide abdicar de seu voto, escolherá a opção BRANCO ou escolherá um número aleatório - não vinculado a nenhum candidato - que será considerado como nulo.

Nesta linha, desde 1997 o Tribunal Superior Eleitoral pacificou o entendimento que não há mais diferença entre os votos em BRANCO/NULO. Ambos não influenciarão no resultado das eleições, nem no seu quociente eleitoral (nos casos das eleições proporcionais).

Descomplicando: Você, eleitor, que vota NULO ou EM BRANCO, não obterá nenhum efeito diferente da DESCONSIDERAÇÃO de seu voto. Ou seja, os votos nulos e brancos não entram no cômputo dos votos, servindo, apenas, para fins de estatística. Neste caso, apenas os que votarem validamente decidirão as eleições.

Assim, caso queira DESCONSIDERAR sua participação no processo eleitoral, você está no caminho certo. Em caso negativo, escolha o candidato que melhor lhe represente.

Vamos juntos?


26 de agosto de 2014

Para Pensar: 10 razões para legalizar as drogas


Por Juan Carlos Hidalgo 

1. A legalização colocaria fim a parte exageradamente lucrativa do negócio do narcotráfico, ao trazer para a superfície o mercado negro existente.

2. A legalização reduziria dramaticamente o preço das drogas, ao acabar com os altíssimos custos de produção e intermediação que a proibição implica. Isto significa que muita gente que é viciada nestas substâncias não teria que roubar ou prostituir-se com o fim de custear o atual preço inflacionado destas substâncias.

3. Legalizar as drogas faria com que a fabricação dessas substâncias se encontre dentro do alcance das regulações próprias do mercado legal. Abaixo da proibição, não existem controles de qualidade ou vendas de doses padronizadas.

4. O narcotráfico tem estendido seus tentáculos ao cenário político dos países. A legalização acabaria com esta nefasta aliança do narcotráfico e o poder político.

5. Legalizar as drogas acabaria com um fonte importante de corrupção, a qual aumenta em todos os níveis do governo devido ao fato de uma substancial parte de toda a classe de autoridades tem sido compradas, subornadas e extorquidas por narcotraficantes, criando um grande ambiente de desconfiança por parte da população quanto ao setor público de forma geral.

6. Os governos deixariam de desperdiçar bilhões de dólares no combate as drogas, recursos que seriam destinados a combater os verdadeiros criminosos: os que violam os direitos dos demais (homicidas, fraudadores, estupradores, ladrões etc).

7. Com a legalização se acaba com o pretexto do Estado de violar nossas liberdades civis com o fim de levar a cabo esta guerra contra as drogas. Grampos telefônicos, buscas, registros legais, censura e controle de armas são atos que atentam contra nossa liberdade e autonomia como indivíduos.

8. Legalizar as drogas desativará a bomba-relógio em que se converteu a América Latina, especialmente os países andinos, América Central e México. Isto tem levado a uma intervenção crescente por parte dos EUA, país que desde quase mais de uma década vem fortalecendo sua presença militar na região de uma maneira nunca vista desde o fim da Guerra Fria.

9. Em uma sociedade onde as drogas são legais, o número de vítimas inocentes produzidas pelo consumo e venda de entorpecentes seria reduzido substancialmente. Grande quantidade de pessoas que nunca consumiram essas substâncias ou que não estão relacionadas com essa atividade se veem prejudicadas ou perdem a vida devido as “externalidades” da guerra contra as drogas: violência urbana, abusos policiais, confiscos de propriedades, revistas e buscas equivocadas, entre muitos outros casos.

10. A legalização conduzirá a sociedade a aprender a conviver com as drogas, tal e como tem feito com outras substâncias como o álcool e o cigarro. O processo de aprendizagem social é extremamente valioso para poder diminuir e internalizar os efeitos negativos que derivam do consumo e abuso de certas substâncias.

Juan Carlos Hidalgo é o analista político para a América Latina do Center for Global Liberty and Prosperity. Escreve frequentemente para os jornais americanos International New York Times, Miami Herald, Forbes, Huffington Post, New York Post, El País (Espanha), La Nación (Argentina), El Tiempo (Colômbia), El Universal (México), El Comercio (Perú), e El Mercurio (Chile). Atua como comentarista recorrente nos canais BBC News, CNN en Español, Univisión, Telemundo, Voice of America, Al Jazeera e Bloomberg TV.

6 de fevereiro de 2013

A importância da música para as nossas vidas

Existe milhares de pesquisas que comprovam o quanto a música é essencial na vida das pessoas. Elas podem nos acalmar quando estamos ansiosos, nos animar quando estamos precisando de uma forcinha extra e, é claro, nos fazer dançar com os amigos! Ninguém precisa ser um expert em música para perceber os efeitos que ela exerce sobre nós. Por exemplo, sabe aquela música que sempre te faz lembrar de uma situação? É por ai…

Na malhação, se você escolher a música correta, seu desempenho pode aumentar em até 20%. Quem diz isso é Costas Karageorghis, psicólogo do esporte e vice-diretor de pesquisas da Universidade de Brunel, em Londres. Há 20 anos, o cara pesquisa o poder da música na vida dos atletas e garante que malhar ouvindo a música correta pode, além de elevar o desempenho em até 20%, melhorar o humor, ganhar motivação, reduzir medos, o cansaço, e usar com mais eficácia a sua energia.

Mas, para isso acontecer, é necessário que você seja bem seletivo ao montar a playlist. É preciso que haja um casamento perfeito entre a cadência da música, isso é, o número de batidas por minuto, o seu ritmo cardíaco. Por isso, quando for praticar algum esporte, lembre-se que há um tipo de música para cada tipo de treino! Segundo Karageorghis, para turbinar a malhação, você deve escolher músicas que estejam entre 100 e 150 batidas por minuto.

Para o pesquisador, é preciso saber se você produz mais com heavy metal, música eletrônica ou qualquer outro tipo de música. Não há uma regra pré-estabelecida, cada um é cada um. No geral, os homens se dão melhor com o rock, enquanto as mulheres preferem o pop. Mas é importante revezar! Treinar sempre com o mesmo estímulo pode acabar acostumando o corpo e o estímulo errado pode atrapalhar o seu treino.

Comece a reparar mais na reação que seu corpo produz a cada tipo de música. Com isso, você pode melhorar até mesmo sua relação sexual! Nesse caso, tente casar qual a música que funciona melhor com vocês dois!  Mas lembre-se que há sempre um tipo de música para cada ocasião! Não vá misturar as coisas… (via: Chivalry)