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20 de fevereiro de 2015

O "espetáculo da mediocridade" no primeiro governo Dilma

Tem idiota pela praça que acha uma inflação de 7% a.a. algo tolerável, mas eles se esquecem que nesse ritmo, o nível de preços na economia dobra a cada dez anos

No Brasil Post, Por Alexandre Andrada 
Professor da UnB e Doutor em Economia pela USP.


Desde 2001 o Banco Central do Brasil realiza uma pesquisa com algumas dezenas de empresas do setor financeiro com o objetivo de acompanhar as expectativas dos agentes econômicos sobre algumas das principais variáveis da economia. Usualmente toda as segunda-feiras o BC disponibiliza uma versão enxuta dessa pesquisa, sob o título de Focus - Relatório de Mercado.

O último relatório Focus, divulgado na quarta-feira de cinzas, é um triste retrato do futuro próximo da economia brasileira, que lembra muito nosso passado.

Espera-se agora uma inflação medida pelo IPCA de 7,27% para este ano. Valor acima da antiga meta de 4,5% jogada no lixo pela desastrosa gestão de Alexandre Tombini à frente do BACEN, e acima da meta implícita de 6,5% adotada a partir do início do primeiro governo Dilma. Tem idiota pela praça que acha uma inflação de 7% a.a. algo tolerável, mas eles se esquecem que nesse ritmo, o nível de preços na economia dobra a cada dez anos. Notem que o Real foi introduzido em 1994 e já não circulam mais moedas de um centavo, nem notas de um real. Esse é apenas um exemplo pitoresco de como a inflação ainda é elevada no Brasil.

O mercado projeta novas elevações na taxa Selic, que deve fechar o ano em 12,75% a.a. E pensar que a taxa chegou a um mínimo de 7,25% em março de 2013. A valer a propaganda da campanha, Dilma tirou comida do prato de muita criancinha por aí.

Já a variação do PIB esperada para esse ano é de -0,42%. O que significa uma queda no produto e na renda per capita do Brasil. E isso é o pior de tudo.

O crescimento econômico tem sido um problema do Brasil desde os anos 1980. Se entre 1930 e 1980 nós fomos um dos países que mais cresceram em todo o mundo, de lá pra cá estamos não só estacionados, como empobrecendo em termos relativos.


A tabela abaixo mostra a variação média do PIB real em alguns períodos selecionados da história brasileira. Entre 1945 e 1964 o PIB brasileiro cresceu a uma taxa média de 6,9% a.a. Entre 1965 e 1980 essa taxa foi de 8,11% a.a. Já entre 1981 e 1994 essa taxa caiu drasticamente, para 1,91% a.a. Na era PT, entre 2003 e 2013, essa taxa se eleva para 3,52%.



O gráfico abaixo mostra a evolução do PIB per capita brasileiro em termos de dólares americanos. Durante os anos 1970, época do milagre econômico e do II PND, a variável crescia a uma taxa vigorosa. Isso pára em 1980, com o segundo choque do petróleo, o choque de juros americanos, e a crise mexicana, a economia brasileira entra em colapso. Os anos 1980 foram terríveis, mostra disso é que Sarney foi presidente. E em 1989 elegemos Collor. Tragédia pouca é bobagem.

A chamada "década perdida" na verdade vai de 1980 até 1994, pois é apenas neste último ano que nossa renda per capita ultrapassa o patamar registrado em 1980. Ou seja, o Brasil ficou quase 14 anos estacionado, vendo a banda passar. Para se ter uma idéia do tamanho da catástrofe, até meados dos anos 1980 a renda per capita do Brasil era maior que a da Coréia do Sul. Sim, você leu bem, da Coréia do SUL! A Coréia era tão pobre, que mandava gente pro Brasil em busca de uma vida melhor. Basta uma caminhada pelo bairro do Bom Retiro em São Paulo para ver vestígios desses tempos. Hoje, o coreano que vem para o Brasil ou é castigo ou é doido. Eles ficaram ricos sob qualquer definição do termo. E nós continuamos no "subdesenvolvimento", no "terceiro-mundismo".

O gráfico abaixo mostra a renda per capita de Japão, Coreia do Sul, Brasil e China como porcentagem da renda per capita dos Estados Unidos. Note como o processo de convergência da economia brasileira retrocede a partir dos anos 1980.


Durante o governo FHC o desempenho da economia brasileira foi medíocre. Saindo de um PIB per capita de US$ 8,42 mil, para US$ 8,81 mil. Sim, a inflação despencou, mas a carga tributária, as taxas de juros, o endividamento externo, entre outras coisas, só fez crescer. Para baixar a bola dos tucanos, lembre-se que se Dilma fantasia um superávit primário, durante o primeiro governo FHC o governo trabalhava com déficits sem medo de ser feliz. E viveu na irresponsabilidade até janeiro de 1999.



Durante o governo petista o PIB per capita retomou uma trajetória de forte alta, algo não visto desde os anos 1970. Por isso estávamos todos esperançosos, como não lembrar da capa da The Economist com o Cristo Redentor decolando portentoso? E não só isso, caíram os juros, a inflação, a pobreza, a miséria, a desigualdade, o endividamento externo, etc. Embalado pelo crescimento da China e surfando no aumento do preços da commodities, a economia brasileira melhorou significativamente.

Foi por essa época que Lula evocou o "espetáculo do crescimento". Mas enquanto no período Lula o PIB do Brasil cresceu em média 4,06% ao ano, no primeiro mandato de Dilma, a se confirmar a retração de -0,15% do PIB, a média despenca para 1,53%, menor que a registada durante a década perdida. É certo que estamos longe de viver novamente o inferno dos anos 1980, mas esse dado mostra parte do desastre ocorrido durante o primeiro mandato de Dilma. Desastre que irá nos perseguir por mais alguns anos


Por isso não creio que o segundo mandato será muito melhor em termos de crescimento. Então, melhor se conformar com nossa condição de país de terceiro mundo, subdesenvolvido, ou qualquer que seja o nome da vez.

8 de dezembro de 2014

Conheça dez lições de vida que podemos aprender com os cachorros

Os cães sempre foram conhecidos como os melhores amigos do homem, mas nos últimos anos ganharam mais espaço na vida e na casa dos humanos. Tomaram conta de sofás, camas e ganharam locais próprios para cuidar de sua beleza e bem-estar. Na maioria das vezes são fiéis, amáveis e incapazes de qualquer atitude negativa, como rancor, maldade ou traição (isso é coisa de gente!). Ter um cachorro em casa é garantia de amor e diversão. E, embora muitas pessoas nem percebam, eles têm muito mais a oferecer. 

Depois de criar e conviver por longos anos com cinco cães da raça husky siberiano, a escritora e palestrante norte-americana Debbie Gisonni, listou em um artigo publicado pelo Brasil Post as dez lições de vida que podemos aprender com os cães. Segundo ela, a companhia, a lealdade e o amor incondicional deles não tem equivalentes entre os humanos, e por isso, eles podem nos ensinar muitos dos valores que realmente importam na vida. Confira: 


1. Viva o momento 
Apesar de os cachorros lembrarem de coisas como onde guardamos a comida deles, que rua está no caminho de casa e quem já conhecem, eles só acessam essas informações quando precisam - no momento. Eles podem estar comendo uma tigela de ração ou correndo atrás de uma bola: cães vivem para o momento presente. O passado já foi; você não pode fazer nada a respeito. O futuro é desconhecido. A única coisa que você pode realmente apreciar e influenciar é o presente. 

2. Supere o medo com amor 
Há muitas histórias sobre cães medrosos e agressivos que se transformaram em bichos bondosos e gentis depois que se mudaram para um ambiente cheio de amor. Cachorros superam o medo e a insegurança com amor, e os humanos podem fazer o mesmo. O amor conquista tudo, de verdade, e o primeiro passo é amar-se a sim mesmo. Se você conseguir trocar a autocrítica pelo amor próprio a vida fica mais fácil, não importa a situação em que se encontre. 

3. Não guarde rancores
Ressentimentos nascem nas nossas mentes. Os humanos provavelmente são a única espécie capaz de guardar rancor. Um cachorro jamais vai ficar bravo com você porque não ganhou uma comidinha extra depois do jantar de ontem. Guardar rancor é um peso emocional que te impede de seguir adiante na vida. Esqueça deles e você vai entender o que é liberdade. 

4. Brinque todos os dias 
Cães amam brincar, o que envolve movimento: correr, buscar uma bola, pular. É um bom lembrete para que nós também brinquemos e movimentemos nossos corpos todos os dias. Brincar abre a mente e o espírito para todo tipo de novas ideias. É um intervalo necessário para uma vida de trabalho 24 horas por dia, 7 dias por semana. E, se você fizer exercício enquanto brinca, melhor ainda. Os cachorros são um motivo para você sair de casa e caminhar, correr, fazer trilhas, andar de bicicleta ou de até mesmo de patins (mas eu não recomendaria andar de patins com uma raça que puxa como a minha. É muito divertido para eles, mas vai te deixar apavorado!) 

5. Pule de alegria 
Você já viu um cachorro correndo em círculos ou pulando de alegria só de pensar em ganhar uma comida de presente ou correr atrás de uma bola? Não seria legal se a gente também pudesse sair pulando quando estamos empolgados? Vivemos numa correria tão grande que esquecemos de nos empolgar e comemorar as coisas boas. Estamos sempre pensando no que vem depois. Vivemos num mundo milagroso, em que o sol se levanta todos os dias, as flores florescem e as estações mudam. Há muitos motivos para pular de alegria. 

6. Aceite quem você é 

Você consegue imaginar um terrier querendo ter nascido um boxer? Um poodle com inveja dos pelos de um collie? Um pug querendo ter o focinho de um greyhound? Nós humanos passamos um bom tempo tentando nos adequar à visão de perfeição dos outros, em vez de amar nossas características únicas, nossa vida única e, sim, nossos problemas únicos. Seria chato se todos os cachorros (ou todos os humanos) fossem iguais e se comportassem do mesmo jeito. Ame tudo a seu respeito - o bom, o mau e o feio. 

7. Curta a viagem 
Quando cachorros andam de carro, botam a cabeça pra fora e sentem o vento na cara. Eles não querem saber pra onde estão indo. Estão só curtindo a viagem. É ótimo ter metas, mas sempre esquecemos que o que importa mesmo é a viagem. Quando nos prendemos demais nos resultados com certeza vamos ficar frustrados, deprimidos ou irritados se não atingirmos o objetivo. Da próxima vez que estabelecer metas, esteja aberto a outras possibilidades e curta cada momento de empolgação, criatividade e diversão da jornada - e também as lições. 

8. Beba muita água 
Cachorros sabem instintivamente quando o corpo precisa de água. Eles costumam parar de comer quando estão cheios e não comem nada que pareça venenoso, com exceção, é claro, de um dos meus huskies, que comeu um prato inteiro de bombons. Enfim... voltando à água. É um bom lembrete para que estejamos sempre hidratados. Na verdade, beber água quando você sente fome é uma boa maneira de controlar o peso, porque muitas vezes o que seu corpo pede é só água. Outra boa dica é beber um copo d'água assim que acordar. 

9. Seja leal e confiável 
Cães são bichos de matilha. Eles ficam com suas matilhas. Eles brincam com suas matilhas. Esse é um bom lembrete para termos a consciência de que fazemos parte da nossa "matilha". A regra de ouro "Trate os outros como você gostaria de ser tratado" se aplica aqui. Ser leal e confiável como amigo, amante, irmão, parceiro ou pai vai enriquecer sua vida de inúmeras maneiras. 

10. Ame incondicionalmente 
Cachorros amam incondicionalmente. Eles abanam o rabo quando te veem, não importa se você está mal-humorado. Eles também querem te dar aquele beijo lambuzado mesmo que você tenha acabado de gritar com eles. Amar incondicionalmente não é fácil, mas com certeza faria o mundo melhor se a gente pelo menos tentasse. (via: Bonde)

*Debbie Gisonni é presidente e CEO do Stillheart Institute, escritora e palestrante. 

20 de agosto de 2014

11 sinais de que você pode ter problemas com o álcool

Do Brasil Post - Por Beth Leipholtz* 


Depois de vasculhar os arquivos do meu blog pessoal durante o auge do meu consumo de álcool (segundo ano da faculdade), percebi uma coisa: eu pedia muitas desculpas.

Nada era minha culpa. Mas, mais importante, nada era culpa do meu bom amigo Álcool.

Hoje eu vejo isso claramente quando leio antigas postagens em que escrevi sobre estar deprimida, ter amizades tensas, estar frustrada com os estudos. Nunca me ocorreu que o álcool poderia ser a origem de todos os problemas que brotavam na minha vida -- isto é, até ficar sóbria.

Em retrospectiva, houve sinais em que eu deveria ter prestado atenção.

1. A maioria dos seus eventos sociais se concentra em torno da bebida. E se não há bebida você se sente decepcionada ou não quer mais participar. A única maneira que você sente que está se divertindo é com álcool em seu sistema.

2. Nada é culpa do álcool, jamais (quando na realidade a maioria das coisas é). Esta citação do Grande Livro da AA resume bem: "Alguma coisa ruim não acontecia todas as vezes que eu bebia, mas sempre que acontecia alguma coisa ruim eu tinha bebido". Pense nisso. A probabilidade é que seja verdade.

3. Você não se importa com as consequências e se convence de que tal acontecimento foi uma ocorrência isolada. Você apenas não previu aquilo, e na próxima vez estará preparada.

4. Mais de uma vez, você tomou uma decisão sem pensar muito bem sobre o sexo oposto (ou o mesmo sexo, se você segue essa linha). A probabilidade é de que se você bebe a ponto de seu julgamento ficar nebuloso com frequência, você deve largar a garrafa.

5. Suas ressacas se tornam mais graves. Em minhas primeiras semanas de tratamento, aprendi que as ressacas eram na verdade crises de abstinência. Isso me atingiu com força, apesar de eu me recusar a demonstrar. O fato de que acordava em algumas manhãs me sentindo como se tivesse morrido e voltado à vida não era o preço que eu pagava por uma noite de diversão, como eu queria dizer a mim mesma. Era o modo de meu corpo me dizer que eu não podia continuar fazendo aquilo. Sentir-se como se fosse vomitar a cada cinco minutos, sentir que você está se arrastando para fora da pele, ou suando não é normal.

6. A ilegalidade de beber e/ou estar em um bar antes da idade permitida não a assusta mais. Eu cheguei a esse ponto muito rapidamente, porque parecia que todo mundo com quem eu bebia também era menor. Eu tendia a esquecer que aquilo tinha consequências, assim como colocava em risco o bar por servir uma menor de idade.

7. Você racionaliza constantemente seu hábito. Como alguém me disse há algum tempo, as racionalizações são realmente apenas mentiras para fazer você se sentir melhor sobre seus atos. Muitas vezes eu me convenci de que algo não era minha culpa porque, por exemplo, eu tinha tomado uma bebida energética junto com bebida forte, e nunca mais cometeria esse erro. Muitas vezes eu repetia meus erros, mas racionalizava.

8. Uma já é demais; mais uma nunca é suficiente. Provavelmente o sinal mais revelador de um alcoólico é a incapacidade de parar de beber depois que começamos. "Mais um, mais um, mais um" está sempre passando por nossa mente.

9. Você percebe que precisa de cada vez mais álcool para sentir os efeitos na magnitude que deseja. Na primeira vez que me embriaguei, eu tomei duas cervejas. Duas cervejas = baixa tolerância. Perto do final da minha fase alcoólica, eu podia tomar sete a oito bebidas em duas a três horas e continuar no mesmo nível. Essa é uma tolerância extremamente alta.

10. Sua aparência física está mudando, e não para melhor. Algumas pessoas podem beber e não observar os efeitos fisicamente, mas se você bebe pesado é provável que seu corpo esteja reagindo negativamente. No meu caso, ganhei de 6 a 8 quilos e tinha uma cor de pele realmente doentia (sem falar nos danos internos).

11. Depois de uma noitada, você se vê fazendo controle de danos com muita frequência. Seja encontrar seus objetos pessoais ou pedir desculpas para alguém que você pode ter ofendido, realmente é uma merda. Sempre. E você realmente não percebe a imensidade desse peso até que ele é removido e você pode acordar de manhã perfeitamente capaz de se lembrar de tudo o que fez.

* Beth Leipholtz  
Jornalista, blogueira, jogadora de rúgbi e estudante universitária que se mantém sóbria