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9 de abril de 2015

O poliglota. Por Osvaldo Broza

No livro que lancei em 2004 – Caminhos de Casa – contei a história da Panela (transformada em associação a partir de 1994, porque se tornou pessoa jurídica), iniciada no final da década de sessenta, quando também foi construído o primeiro campo de futebol suíço da região, na sede campestre do DER, às margens da Usina Mourão. De acordo com Biju (Wilson Iurk) e Artur Kunioshi, participavam das peladas, além deles, Roberto Braga, Roberto Galeano, Almerindo Gering, Basílio Ockrim, Aramis Meyer Costa, Alcyr Costa Schen, Álvaro Gomes, Marcos Fanckin, Luiz Carlos Klank, Osvaldo Wronski, Getulio Ferrari, Paulo Fortes, João Teodoro de Oliveira Sobrinho, Tadeu Nunes, Nascimento, Aldo Kaul, Afum, Alceu Pacheco, Serafim Portes Rocha, José Luiz Tabith, Ilton Santin, Osvaldo Silva, Sergio Rebeis, Pedro Antum, Haroldo Gonçalves Neto, Nonô Ribas, Ivo Fortes, entre outros.

Dado ao sucesso da iniciativa, o Country Clube também resolveu construir seu campo de futebol suíço, onde a turma da usina passou a jogar suas peladas e a ser chamada de Panela. Além desses nomes – e alguns outros que não foram lembrados – um cidadão recém-chegado de Curitiba também gostava de se enturmar com os paneleiros: Lourival Vieira, conhecido como Catarina (não aquele ponta esquerda famoso). Ele comprava madeiras e as enviava para Brasília. Morou em Campo Mourão por uns quatro anos. Metido a boleiro e muito falador, “ele incomodava um pouco”, diz o Artur, e de vez em quando, tinha discussão. 

Certo dia, no começo dos anos setenta, ele se estranhou com o João Teodoro, no Country Clube. Numa disputa de bola, o João não gostou e reclamou de uma jogada desleal (?) do Catarina. O jogo continuou normalmente, mas os dois continuaram discutindo, porque o João também não era de falar pouco. De repente, o Catarina caiu na besteira de xingar o João, com um nome pouco convencional:

- Sabe o quê, João, você é um poliglota - disse.

Pra quê. O João virou uma fera e partiu pra cima do Catarina, que saiu correndo, enquanto o pessoal tentava segurar o João, que tentava se livrar dos companheiros e ao mesmo tempo gritava: - Poliglota é você...é a tua mãe...venha aqui se for homem...

Terminado o jogo, o quê que uma costela assada e uma cerveja bem gelada não fazem: os dois fizeram as pazes. E, dizem, nunca mais brigaram. Tempos depois, o Catarina voltou para Curitiba, onde trabalhou por uns tempos para o senador Álvaro Dias e hoje está aposentado. O João Teodoro continuou em Campo Mourão, no ramo de agropecuária. Foi vereador por duas vezes (77 a 82 e 93 a 96) e provedor da Santa Casa por mais de seis anos. E continua na Panela. É bom zagueiro, bom cozinheiro e bom companheiro. Mas,..poliglota, nuuncaa!

OSVALDO BROZA
Nasceu em Inácio Martins (PR), filho de José Broza e Maria da Conceição Broza. Mora em Campo Mourão desde 1963. Casado com Maria Luzia Gomes Broza (Malu), pai do Ciro, Thiago, Renan e Alessandro e avô do Leonardo e do Lucas.

Foi funcionário público municipal, contador, representante comercial, publicitário e empresário de diversos ramos.

Foi presidente da UMES (União Mourãoense dos Estudantes Secundários), do Conselho Estadual da UPES (União Paranaense de Estudantes) e do Rotary Campo Mourão Gralha Azul.

É autor dos livros: Caminhos de Casa, editado em 2004 e Campo Mourão em Crônica, editado em 2007 e faz parte das obras: Amigo da Poesia - Vivência - editado em 2000 e 2º Compêndio da Academia Mourãoense de Letras (na qual ocupa a Cadeira n.º 21) - editado em 2006.

endereço eletrônico: osvaldobroza@hotmail.com

15 de dezembro de 2014

O Burro do Arnô, por Osvaldo Broza

Arnaud e a filha Larissa
Semana passada foi aniversário do amigo querido Arnaud e me lembrei dessa crônica que outro amigão escreveu e que tem um adjetivo muito usado pelo filho da dona Neile como tema principal. 

Aliás, aos nos encontrarmos pela cidade, ele grita 'oooo Irineu' ou 'oooo Burro'. O primeiro eu atendo e respondo, mas quando usa o segundo dou um coice de pronto!  

Dia desse, eu e a 'minha Elvira' passamos por ele de carro e notamos que para enxergar direito, ao dirigir, abaixa o rosto para as lentes do óculos sair da frente. "Mais é buro (com um erre só, como gosta de falar o Italino 'Rodinha' Bertoglio)

Arnaud (atrás) com Elvira Schen e Luizinho Ferreira Lima
Campo Mourão/PR - 1977


"O Burro do Arnô"
Por Osvaldo Broza


Burro, um animal que quase todo mundo conhece, é definido no Dicionário Globo como um quadrúpede solípede, do mesmo gênero que o cavalo, porém menos corpulento, com orelhas compridas e crina curta.

Entre os humanos, essa palavra também é usada para qualificar, digamos, pessoas consideradas pouco inteligentes, ignorantes. Ou, quando praticam atos de burrice, que quer dizer: estupidez, asneira, equívoco...bobagens de um modo geral.

Mas, cuidado!, não leve isso tão a sério. E não subestime as pessoas consideradas burras, porque Ruy Barbosa já dizia: “Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência”.

Quem tinha – ou ainda tem – a mania de chamar os outros de burro é o ex-governador Roberto Requião. Certa vez, ao cumprimentar soldados do Corpo de Bombeiros em Maringá, ele chamou de burro o bombeiro que havia lhe enviado um e-mail solicitando aumento salarial de 226%. Se fosse ao Rubens Bueno, ele já teria sabido, naquela época, o que que é bom pra tosse. Quer dizer: Pro “zóio”.

Frequento há algum tempo o Bar do Miltinho, onde, além de sinuca e caxeta, também jogo conversa fora com amigos. E participo, pelo menos, de quatro ocorrências gastronômicas por semana, incluindo o buchinho aos domingos pela manhã, uma tradição de mais de 40 anos.

Guido Pusch, Paulinho Reigota e Arnaud, presenças assíduas no Bar do Miltinho
Entre os frequentadores, está o engenheiro civil Arnaud Silveira, ou simplesmente Arnô, como é mais conhecido. Também é chamado de Arnaud Rodrigues (ator e comediante, já falecido), pelo seu lado brincalhão e sarrista.

Em certo dia, ele assistia a uma partida de sinuca e, ao ver uma jogada mal feita, dessas que não têm explicação, chamadas de “sem-vergonha” pelos sinuqueiros, uniu as virtudes descritas acima para criticar o autor da jogada: “Mais é burro!”. Arrancou risos da platéia.

De lá pra cá essa palavra vem sendo usada pelos frequentadores do bar. Toda vez que alguém comete um ato considerado errado, pouco inteligente, ou de “burrice”, mesmo, lá vem o: “Mais é burro!” Ninguém escapa. Mas, ninguém liga.

Duvido que alguém nunca tenha cometido um ato de burrice, por mais inteligente que seja. E que, de agora em diante, quando isto acontecer, não se lembre do Arnô.

Dias desses, cometi uma burrice sem tamanho - entre tantas outras - que não contei pra ninguém. Muito menos para o Arnô. Mas não tive como não me lembrar dele.

Numa tarde ensolarada e quente, deixei de ir a um compromisso na usina, a convite de um amigo, para assistir a uma sessão plenária da Assembléia Legislativa do Paraná através da TV Sinal. Das duas e meia até perto das seis horas. O pior é que não foi a primeira vez. Só para ver e ouvir as “nossas” excelências trabalharem (?). E eles trabalham “pra burro”, pude comprovar. E gostam – ou são obrigados, não sei – de chamar e ser chamados de “excelência”, porque esse é o tratamento dado às pessoas de alta categoria social, como definem os nossos dicionários.

Alta categoria social! Que chique!

Alguns deles, inclusive, além da social, têm alta categoria em outras coisas: fantasmas, gafanhotos, atos secretos, conchavos, perpetuação no poder, vantagens a qualquer custo – como usar funcionários da casa para fins particulares, são alguns exemplos de seus atributos.

Com raras e honrosas exceções, em todas as esferas, eles fazem isso aí - e muito mais - e ainda recebem os mais altos salários em relação aos políticos de todo o mundo. Por isso, é comum vermos os políticos enriquecerem ao longo da carreira. E vermos as nossas orelhas crescerem cada vez mais. Ainda bem que movimentos em todo o Estado pedem o fim da corrupção na nossa Assembléia (não é de Deus, com certeza). Em Campo Mourão, o movimento aconteceu na Praça São José, no dia 09/junho/2010, e uma das faixas dizia: “Vamos TROCAR os ladrões do poder”. Êpa! Isso não, pelo amor de Deus. Trocar não! Não aguentamos mais isso. Tenho certeza de que, com o povo já bem consciente, vamos é TOCAR os ladrões do poder e eleger só “excelências” honestas daqui pra frente.
“Mais é burro”!

Osvaldo Broza é escritor mourãoense, integrante da Academia Mourãoense de Letras. 

3 de dezembro de 2013

Tio Miguel - Um Piá de Primeira. Por Osvaldo Broza

Tio Miguel e a esposa, dona Íria
Neste domingo, dia 1º, aos 93 anos, faleceu Miguel Antunes de Oliveira, o Tio Miguel, pioneiro mourãoense que aqui chegou em 1958. Publico abaixo, crônica que o Osvaldo Broza escreveu para homenageá-lo no seu 90º aniversário. 

TIO MIGUEL – UM PIÁ DE PRIMEIRA 

Com o filho Adoniran
Miguel Antunes de Oliveira, o Tio Miguel, como é mais conhecido, completou noventa anos esta semana (29/09) e recebeu merecida homenagem em concorrido jantar. O amplo salão da Churrascaria do Laurinho ficou pequeno com a presença de aproximadamente 150 pessoas, entre amigos, fãs e admiradores desse ilustre pioneiro mourãoense. 

Tio Miguel, filho de Alcídia Gonçalves e Praxedes Antunes de Oliveira, nasceu na Cidade de Tangará, SC, em 1920, e veio pra Campo Mourão em 1959, para ser sócio da Ferragem Casali, junto com o seu concunhado Aldo Casali e Sérgio Luiz Pancieri, onde ficou até se aposentar, em 1982. Casou-se em 1944, com Dona Iria, que faleceu em 1981. Tem um único filho, Adoniram; uma neta, Andréa; e três bisnetos, Maria Elisa, Murilo e Breno. 

Com o cantor Nelson Gonçalves, no tradicional
Baile da Boêmia no Clube Mourãoense
Tio Miguel é uma pessoa que todo mundo gosta, admira e respeita, em qualquer faixa de idade. Brincalhão, sempre bem humorado, saúda a todos com uma particularidade ímpar, procurando elevar o astral das pessoas e do ambiente. – Eu já estava bem, mas agora, na presença dessa piazada de primeira, me sinto melhor ainda -, costuma dizer quando chega numa roda de amigos. Em seu aniversário de noventa anos, não foi diferente. Quando fui cumprimentá-lo, e ao perguntar-lhe como estava, respondeu-me com o alto astral que lhe é peculiar: - Melhor agora, com a tua presença. 

Bastante participativo, ele já foi diretor dos clubes 10 de Outubro e Mourãoense, membro do Lions Club desde 1972, fez teatro, compôs o Coral Canto e Cultura desde a sua fundação (abril de 1991) e foi presidente da Associação dos Pioneiros de Campo Mourão. Foi, também, por muito tempo, Juiz de Paz. 

Tive a honra em entrevistá-lo, em 2004, para o extinto Jornal Entre Rios, com o título e os dados acima. Transcrevo parte dessa entrevista, como mais uma homenagem deste seu fã incondicional, e para que todos saibam por que ele é tão respeitado e admirado. 

Tio Miguel e Professor Ephigênio
- Qual o segredo da sua longevidade com tanto vigor e lucidez?

- Acho que é hereditário. Meu pai morreu ainda novo, de acidente, mas minha mãe viveu mais de 90 anos. Hoje somos em 6 irmãos – eu e 5 irmãs -, a mais nova tem 79 e a mais velha já passou dos 90. Tudo piazada.

-O Senhor fuma e bebe?

- Não fumo, mas bebo as minhas pinguinhas. E vinho em todas as refeições. 

-Porque todo mundo gosta do Sr?

- Talvez pelo meu jeito de ser. E porque tive uma meninice muita boa, uma educação de primeira. Aprendi desde cedo a respeitar e a tratar bem as pessoas. 

-O Senhor mora em Campo Mourão desde 1959. Nunca pensou em sair daqui?

- Não. Já tive propostas, mas nem pensei no assunto. Não saio daqui de jeito nenhum. 

-Por quê?

No Lions, com o Professor Ephigênio,
Mario Ramos e Massaia Kono
- Pela qualidade de vida. A maneira de se viver em Campo Mourão não existe em lugar nenhum do mundo.

-A sua esposa faleceu em 1981 e o Senhor não se casou mais. E namorar...o Sr. namora?

- Claro que eu namoro. E até “ficar”, como dizem os mais jovens, eu fico de vez em quando (risos).

-O Sr. nunca pensou em ser político?

- Já me convidaram diversas vezes, mas nunca quis. Não tenho nada contra os políticos, mas nunca pretendi ser um deles. 

-O Sr. é um homem de muita cultura. Como se explica isso se tem apenas o terceiro ano primário?

- Eu nunca deixei de ler e estudar. Gosto de conversar, de aprender, de ouvir histórias, de contar histórias.

- O Sr. tem alguma pra contar?

- Tenho: eu trabalhava na firma Fuganti e Cia, em Tangará, na década de 40. Num determinado dia recebi um bilhete de um cliente, que não lembro mais o nome, mais ou menos assim: “Seu Miguel, me mande 1o2 saco de cal”. Imediatamente mandei-lhe o que entendi que me pedia: 102 sacos de cal. Umas duas horas depois o próprio cliente voltou com a mercadoria dizendo que tinha pedido 1 ou 2 sacos de sal.

- Tem alguma daqui?

- Na Ferragem Casali eu fazia todas as contas no lápis, usando apenas a cabeça, e à noite eu levava pra casa o movimento do dia pra conferir e fechar o caixa. Vendo todo aquele trabalho, o Sérgio Pancieri comprou uma máquina calculadora – aquela de manivela. Eu passei a usar a máquina, por insistência do Sérgio, mas conferia tudo no sistema antigo. Como passei a ter dois trabalhos, abandonei a máquina e voltei a usar somente o lápis e a cabeça. 

- Quem o vê por aí, sempre simpático e sorridente, principalmente no trato com as pessoas, logo pensa que o Sr. não teve e/ou não tem problemas. É isso mesmo?

- Sempre tive problemas, mas procuro não me deixar abater. Nunca fico preso a nenhum deles e procuro resolvê-los sem traumas.

- Qual a sua filosofia de vida?

- Me relacionar bem com as pessoas. Quanto mais, melhor.

- Por quê?

- O relacionamento com as pessoas é o que evolui o ser humano.

-O Sr. é amigo de todo mundo, mas quantos amigos o Sr. tem?

- Amigos..., amigos de verdade mesmo, entre os que já se foram, são uns 8 ou 10. Mas devo ter mais. Talvez ainda não tive oportunidade de conhecê-los.

- Diga alguma coisa pra encerrar esta entrevista.

- A vida é um doce, é só saber levar.

(as fotos são do Ilivaldo Duarte)

24 de outubro de 2013

Separados no Nascimento: Broza e Fred Ward

Osvaldo Broza, escritor mourãoense, e Fred Ward, ator de cinema

Por sugestão do radialista e jornalista Ely Rodrigues (Rádio T FM e Coluna do Ely) posto um 'Separados no Nascimento' do escritor mourãoense Osvaldo Broza e o ator de cinema Fred Ward (Remo, Desarmado e Perigoso). Também acho eles parecidos, só não encontrei uma foto que marcasse mais a semelhança. 

Publico também para contar um 'tirada' genial do Sérgio Kffuri: tomávamos um cafezinho no centro da cidade quando chegou o Broza e o 'turco' sugeriu: - Tenho uma sugestão de título para seu próximo livro, "Entre Versos e Brozas". Não é genial o irmão da Tita e da Rose?

Broza é membro da Academia Mourãoense de Letras. Abaixo, uma crônica dele que foi publicada na Revista Metrópole e que serve para relembrarmos de tanta coisa que teve e ainda existe na Rua Brasil, em Campo Mourão.


Rua Brasil

por Osvaldo Broza, em Crônica e Humor

Cheguei a Campo Mourão no início dos anos sessenta e, desde então, a Rua Brasil tem sido o meu trajeto preferido – e até inevitável por alguns anos. Hoje, é a minha maior fonte de recordações.

Sem precisar os anos e a ordem cronológica dos fatos e sem contar as missas, casamentos, batizados e “santas saídas” na Igreja Matriz e os passeios pelas praças São José e Getúlio Vargas, fiz os cursos Primário e Técnico em Contabilidade no Marechal Rondon e, na frente do colégio, ajudei o meu irmão Aylton a lixar carros na oficina de lataria e pintura do Sr. Aristides Rozanski, tio do advogado e contabilista Miguel Theodorovicz.  O pai dele, Sr José Rozanski era armeiro, no mesmo endereço. Na Prefeitura Municipal, trabalhei em períodos alternados, de 65 a 79. Quem me arrumou emprego na Prefeitura foi o Renato Barbosa, casado com a Dora Perdoncini, que, coincidentemente, moravam na Rua Brasil.

Logo acima da Prefeitura, ficava o Cine Plaza, da família Ferrari, cujo porteiro era o Sr. Mário Arana e onde, além de filmes, assisti a muitas formaturas – inclusive a minha -, eventos políticos, peças teatrais e outras apresentações artísticas.

No mesmo prédio ficava o Restaurante Plaza, do Seu Avelino Piacentini – que o começou – e do Mestre Izidoro, onde comi pizza pela primeira vez. Durante uns quatro anos, no final da década de 80, tive um escritório – Sucursal da Folha de Londrina – no mesmo local onde era o restaurante. Na Barbearia Plaza, no mesmo prédio, fui um dos primeiros clientes do Nelsinho Cabeleireiro, cuja fidelidade dura até hoje, quarenta anos depois, apesar de ele ainda ter que adivinhar para qual lado penteia o meu cabelo. Geralmente erra.

No último andar do prédio da esquina – Edifício Mourão, o primeiro da cidade com três andares, construído pelo Sr. Bruno Ghering, no final da década de 50 – ficava a Rádio Colméia, onde eu subia as escadas pra ver de perto o meu ídolo Zé Mané comandar as tardes sertanejas. E mais tarde, já funcionário municipal, levava um informativo – Atos do Poder Executivo – através do qual eram divulgados o movimento diário da tesouraria – receita e despesa – e a localização das máquinas na região.

Foi, também, onde pedi e não consegui o meu primeiro emprego. A Dona Elza Brisola Maciel não foi com a minha cara.

Tempos depois, nessa mesma rádio, e na mesma Rua Brasil, cheguei a participar de programas de esportes junto com o Wille Bathke Jr. e Anísio Moraes. Inclusive apresentei alguns.

Nas Lojas Renner, no térreo, de Albano Zanini e Bruno Ghering, e do balconista Paulinho Dall Pizzol, comprei a minha primeira camisa “volta ao mundo” e o meu primeiro terno. Na esquina do outro lado – Edifício Alvorada – eu participava das reuniões da Liga Regional de Futebol.

Descendo a quadra, eu frequentava o Banco Nacional, onde o Chilvandre Moreno (Dinho) era um dos caixas; a Santa Casa de Misericórdia; a residência e posteriormente consultório do meu primeiro médico, Dr. José Carlos Ferreira; a Livraria Roma (continua lá, firme e forte), onde eu gostava de bater um papo com o Sr Roberto Teixeira Pinto; a primeira agência da Caixa Econômica Federal - depois Foto Estrela (do Tony Nishimura), depois Foto Gouveia (do Dayton Gouveia) e atual Autoescola Paris, do Ernani Zavadniak; e na esquina o Hotel Mundos, do Seu Vicente, pai do Ernani, onde morou por uns tempos o meu colega de Prefeitura, Irajá Pereira Messias.

O fato é que já passei muito pela Rua Brasil. E continuo passando, muitas vezes sem saber ao certo por que faço isso. Talvez pensando em ver os cartazes do Cine Plaza – dos artistas Zezão Gonçalves e Paulo Colledan – anunciando filmes com Marlon Brando, Charlton Heston, Kirk Douglas, John Wayne, Cantinflas…ou encontrar um guri para trocarmos gibis do Fantasma; ou, ainda, encontrar uma guria para oferecer-lhe uma bala comprada no “bombonière” do cinema. Tudo isso ao som da música: Amores Clandestinos.

13 de setembro de 2013

Saudade. Por Osvaldo Broza

“Nos caminhos da minha casa eu vejo um passado cada vez mais presente, um presente que não passa nunca e o tempo passando rápido demais. Mas vejo alguém dizendo que não é o tempo que passa, nós é que passamos, como um vento veloz, semeando ilusões e esperança para um futuro que não existe e que não chegará jamais”
                          (extraído da crônica “Os caminhos da minha casa” que fiz em 2004)

Quando fui presidente da UMES – União Mourãoense dos Estudantes Secundários, no começo da década de setenta, o meu vice era o Anatoli Oliynik, na época Gerente Regional da TELEPAR em Campo Mourão. 

Ele me procurou dias desses (através dos confrades Jair Elias dos Santos Júnior e Ilivaldo Duarte) e me achou. E me passou e-mail, relembrando com saudade “tempos inusitados” em Campo Mourão. “Minha alegria em restabelecer contato perdido há tantos anos”, disse ele.  Na verdade, há 25 anos.

Quem também me achou (através do Baú do Luizinho), e me mandou e-mail foi o Geraldo Hernandes, o Geraldinho da Caixa Econômica, dizendo que tem muita saudade dos amigos, das peladas e churrascos, do Rotary Gralha Azul, da Panela... “Com certeza foram momentos felizes de minha vida”, disse. Ele foi embora para Curitiba há uns quinze anos e nunca mais voltou. Acho que nem a passeio. Aposentado da Caixa Econômica, ele trabalha há treze anos no Diretório Estadual do PPS. E, pelo jeito, nunca tirou férias. Para aliviar a saudade ele diz que acessa diariamente os jornais e blogs de Campo Mourão.

O Anatoli foi embora um pouco antes, em 1988, também para Curitiba, para assumir, na mesma TELEPAR, a Gerência Geral da Divisão de Transportes.  Aposentou-se em 1997 e iniciou carreira solo na consultoria de empresas. Aposentou-se definitivamente em 2008 quando passou a apenas ler livros, atualizar seus blogs culturais e políticos e fazer palestras pelo Brasil afora. Menos em Campo Mourão, pelo jeito!

No email que me mandou ele retorna ao passado e cita a própria UMES, o Colégio Estadual do Prof. Egydio Martelo, o futebol aos sábados no Clube 10 de Outubro, o Country, o Mourãoense, o Estádio Roberto Brzezinski, a Usina Mourão, o Carneiro do Toni Nishimura, a Farmácia América do Oswaldo Wronski, a Livraria do Seo Roberto (Teixeira Pinto) e de sua simpatissíssima esposa (Irene), a Churrascaria Piacentini, cuja simpatia do Sr. Piacentini (Avelino) contagiava tanta gente de alegria e amizade, o Ivo Trombini, o Manoel da Fiat, a Casa Diana, a Alfaiataria Domanski, o Bar do Seo Nagib, o Foto Estrela do Pedro, o Foto Popular do Edson Kobayashi, o Seo Giane da receita, a Casa Rosa, as Lojas Renner, o Bar Caiçara, a Sorveteria Kikos, a gurizada do Tagliari, o Dr. Moacir, o Prof. Jader, o Wilson Ubiali, o Nascimento da Imobiliária, Francisco e Roberto Brzezinski, o Seo Amaral do Posto Modelo, o Armarinhos Continental, o Ronauro Gouveia, o Norival Basassa (Zizo da Refricampo), o Itamar Tagliari, o Nilson do Banestado, o Lapezak do Bamerindus, Dilmar e Dalério Daleffe, Orlando Bedin da Móveis Rio Grande, o João Pessa da Brahma, o Júlio da Coremol, o Osvaldo da Farmácia América, o Dr. Rui Antonio Cruz, o Valdeci Chalegre (primeiro comandante do 11º. BPM), o Sr.  Alfonso Hruschka (Depósito do Construtor), o Sr. Antonio Klepa e “centenas de outros nomes que a memória caprichosa insiste em não liberar”.

É, Anatoli, eu também tenho saudade daqueles tempos “inusitados”, embora algumas pessoas que você mencionou ainda continuem por aqui e eu tenha a felicidade de encontrá-las com frequência.  Outras, infelizmente, já se foram, assim como algumas empresas desapareceram, deixando apenas essa saudade que a “memória caprichosa” insiste em machucar a gente. 

Osvaldo Broza
Broza ao lado da esposa Malu e do neto Felipe
Nasceu em Inácio Martins (PR), filho de José Broza e Maria da Conceição Broza. Mora em Campo Mourão desde 1963. Casado com Maria Luzia Gomes Broza (Malu), pai do Ciro, Thiago, Renan e Alessandro e avô do Leonardo e do Lucas.

Foi funcionário público municipal, contador, representante comercial, publicitário e empresário de diversos ramos.

Foi presidente da UMES (União Mourãoense dos Estudantes Secundários), do Conselho Estadual da UPES (União Paranaense de Estudantes) e do Rotary Campo Mourão Gralha Azul.

É autor dos livros: Caminhos de Casa, editado em 2004 e Campo Mourão em Crônica, editado em 2007 e faz parte das obras: Amigo da Poesia - Vivência - editado em 2000 e 2º Compêndio da Academia Mourãoense de Letras (na qual ocupa a Cadeira n.º 21) - editado em 2006.

26 de julho de 2013

A mancada do Aroldo. Por Osvaldo Broza

Com a crônica abaixo, Osvaldo Broza prestou homenagem ao amigo Darcy Deitos que recebeu ontem, merecidamente, o título de Cidadão Honorário de Campo Mourão.

A mancada do Aroldo

No começo dos anos sessenta, três jovens estudantes de Campo Mourão – Aroldo, Darcy e Zequinha (não é o Boiko), foram a Curitiba participar de um congresso estudantil, representando a UCES - União Campomourãoense dos Estudantes Secundários. Darcy era secretário e o Aroldo, o presidente da entidade. Zequinha também fazia parte da diretoria. Foram por conta própria. E com pouco dinheiro. O suficiente para um pequeno almoço em Maringá, um pastel em Apucarana ou Londrina, uns chopinhos em Curitiba e a passagem do ônibus. Naquele tempo, esse era o trajeto mais viável para Curitiba, apesar de uma grande parte ser de terra.
 
Chegaram a Maringá e foram a um restaurante, o mais chic e mais caro da Cidade. Pediram um prato para os três. O mais barato.
 
Nisso, surge o deputado federal Hermes Macedo, conhecido do Aroldo, que os convida a se sentarem com ele. Foi daí que o Aroldo, meio que cochichando, disse, ao Darcy e ao Zequinha, que agora poderiam pedir um prato para cada um, aliás, o melhor, o mais caro, que o seu amigo deputado pagaria tudo. Inclusive, bebidas e sobremesa. E assim o fizeram. Quase se empanturraram de tanto comer.
 
Assim que terminaram de almoçar, o deputado pediu a conta. A dele. Pagou e foi embora.
 
E os três ficaram ali, por uns instantes, o Darcy e o Zequinha olhando para a cara do Aroldo – como que pedindo uma explicação - e o Aroldo com a cara no chão, sem saber o que dizer aos amigos. Mas, pagaram a conta. A diferença do que pagariam com um prato para os três e o que efetivamente pagaram, segundo o Darcy, era de três para trinta. Para cada um.
 
- Era dinheiro pra burro, diz ele, que já se “quebrou” ali mesmo, afirma. Só ficara com o dinheiro do ônibus. De ida. Queria por que queria voltar, mas os outros dois não deixaram. E seguiram viagem.
 
Em Curitiba, o Aroldo ficou hospedado na casa da mãe dele e o Darcy e o Zequinha na Casa do Estudante Universitário, comendo no bandejão por três dias. Para uma sobrevivência mais digna na Capital do Estado e dinheiro para a viagem de volta, o Darcy conseguiu com o seu irmão Nelson, na época terceiro sargento do exército, lotado no 27º.Blog em Curitiba.
 
Darcy Deitos ao lado do filho Max
O Aroldo Tissot virou jornalista e meio político, tendo assumido uma cadeira no legislativo mourãoense, como suplente, entre o período de 1959/63. Hoje é o diretor-proprietário da   Gazeta do Centro Oeste, da qual foi o fundador, em 1982. Antes, fundara O Jornal do Campo, em 1963, e Perfil, em 1975.
 
O Zequinha (Antonio Maria de França) virou professor do Estado, hoje aposentado e residindo em Curitiba.  

E o Darcy Deitos virou empresário e político, tendo sido eleito deputado estadual em 1978 e federal constituinte em 1986, bem depois de Hermes Macedo. Não houve, portanto, nenhum reencontro e um possível acerto de contas com o ex-mui amigo do Aroldo.

4 de julho de 2013

O poliglota (Por Osvaldo Broza - 13/05/2006)

Eu sei, eu sei, já postei essa crônica do Broza aqui no blog mais de uma vez. Mas ontem, durante um partida de futebol suíço, ouvi meu colega de time brigando (na verdade, 'trocando alguns elogios') com o adversário e entre outras ofensas ele chamou alguém de hipócrita. Só o Tião Mauro para, no meio de uma discussão, lembrar de uma palavra como hipócrita. Eu só lembro de FDP, VTNC e outros bem mais ofensivos, mas bem desopilantes... Leia e divirta-se.

O POLIGLOTA
No livro que lancei em 2004 – Caminhos de Casa – contei a história da Panela (transformada em associação a partir de 1994, porque se tornou pessoa jurídica), iniciada no final da década de sessenta, quando também foi construído o primeiro campo de futebol suíço da região, na sede campestre do DER, às margens da Usina Mourão. De acordo com Biju (Wilson Iurk) e Artur Kunioshi, participavam das peladas, além deles, Roberto Braga, Roberto Galeano, Almerindo Gering, Basílio Ockrim, Aramis Meyer Costa, Alcyr Costa Schen, Álvaro Gomes, Marcos Fanckin, Luiz Carlos Klank, Osvaldo Wronski, Getulio Ferrari, Paulo Fortes, João Teodoro de Oliveira Sobrinho, Tadeu Nunes, Nascimento, Aldo Kaul, Afum, Alceu Pacheco, Serafim Portes Rocha, José Luiz Tabith, Ilton Santin, Osvaldo Silva, Sergio Rebeis, Pedro Antum, Haroldo Gonçalves Neto, Nonô Ribas, Ivo Fortes, entre outros.

Dado ao sucesso da iniciativa, o Country Clube também resolveu construir seu campo de futebol suíço, onde a turma da usina passou a jogar suas peladas e a ser chamada de Panela. Além desses nomes – e alguns outros que não foram lembrados – um cidadão recém-chegado de Curitiba também gostava de se enturmar com os paneleiros: Lourival Vieira, conhecido como Catarina (não aquele ponta esquerda famoso). Ele comprava madeiras e as enviava para Brasília. Morou em Campo Mourão por uns quatro anos. Metido a boleiro e muito falador, “ele incomodava um pouco”, diz o Artur, e de vez em quando, tinha discussão.

Certo dia, no começo dos anos setenta, ele se estranhou com o João Teodoro, no Country Clube. Numa disputa de bola, o João não gostou e reclamou de uma jogada desleal (?) do Catarina. O jogo continuou normalmente, mas os dois continuaram discutindo, porque o João também não era de falar pouco. De repente, o Catarina caiu na besteira de xingar o João, com um nome pouco convencional:

- Sabe o quê, João, você é um poliglota - disse.

Pra quê. O João virou uma fera e partiu pra cima do Catarina, que saiu correndo, enquanto o pessoal tentava segurar o João, que tentava se livrar dos companheiros e ao mesmo tempo gritava: - Poliglota é você...é a tua mãe...venha aqui se for homem...

Terminado o jogo, o quê que uma costela assada e uma cerveja bem gelada não fazem: os dois fizeram as pazes. E, dizem, nunca mais brigaram. Tempos depois, o Catarina voltou para Curitiba, onde trabalhou por uns tempos para o senador Álvaro Dias e hoje está aposentado. O João Teodoro continuou em Campo Mourão, no ramo de agropecuária. Foi vereador por duas vezes (77 a 82 e 93 a 96) e provedor da Santa Casa por mais de seis anos. E continua na Panela. É bom zagueiro, bom cozinheiro e bom companheiro. Mas,..poliglota, nuuncaa!

OSVALDO BROZA
Nasceu em Inácio Martins (PR), filho de José Broza e Maria da Conceição Broza. Mora em Campo Mourão desde 1963. Casado com Maria Luzia Gomes Broza (Malu), pai do Ciro, Thiago, Renan e Alessandro e avô do Leonardo e do Lucas.

Foi funcionário público municipal, contador, representante comercial, publicitário e empresário de diversos ramos.

Foi presidente da UMES (União Mourãoense dos Estudantes Secundários), do Conselho Estadual da UPES (União Paranaense de Estudantes) e do Rotary Campo Mourão Gralha Azul.

É autor dos livros: Caminhos de Casa, editado em 2004 e Campo Mourão em Crônica, editado em 2007 e faz parte das obras: Amigo da Poesia - Vivência - editado em 2000 e 2º Compêndio da Academia Mourãoense de Letras (na qual ocupa a Cadeira n.º 21) - editado em 2006.

endereço eletrônico: osvaldobroza@hotmail.com
 

20 de janeiro de 2012

O Craque, a esposa e o jantar

Histórinha que me foi contada pelo craque Adalberto, do Londrina, do Palmeiras e do Sport Clube Campo Mourão. Já publiquei ela aqui, mas asssistindo o jogo entre Palmeiras e Atlético Paranaense, pela Copa São Paulo, me bateu uma saudade do amigão/artilheiro.

Tarde da noite, meio zonzo pelas cervejas bebidas com amigos após o futebol, o artilheiro chega em casa com o firme propósito de ser durão e não tolerar bronca da esposa (ela, que sempre o apoiou em sua carreira profissional como jogador de futebol e tolerou longas separações por causa da profissão, agora não aguentava as peladas com os amigos e, claro, as inúmeras cervejas regadas com bom papo com os amigos).
 
Antes que ela diga qualquer coisa, ao abrir a porta, ele pede, firme sem ser autoritário:
 
- Meu bem, serve minha janta, estou com muita fome, vou só tomar um banho...
 
Sem dizer nada, ela se levanta, vai até a cozinha, enquanto ele espia de canto de olho e estranha a presteza e o silêncio dela.
 
Sai do banheiro e pergunta se ela preparou a refeição:
 
- Sim, está na panela, no fogão...
 
Agora, pelo tom de voz, ele já achou que ela estava brava.
 
No fogão, uma panela com tampa era aquecida na chama mais quente e ele vai faminto ver o que foi preparado e, decepção, quase explodindo, havia apenas uma latinha de cerveja em banho-maria.

11 de outubro de 2011

A diferença entre "Chatear" e "Encher"

Dia desses tentei contar essa diferença entre "chatear" e "encher" e 'me enrolei' todo. Hoje encontrei-a no livro Para Gostar de Ler - Vol. 2 e a reproduzo.
 
"Um amigo meu me ensina a diferença entre 'chatear' e 'encher'.
Chatear é assim:
Você telefona para um escritório qualquer na cidade.

- Alô! Quer me chamar por favor o Valdemar?
- Aqui não tem nenhum Valdemar.

Daí a alguns minutos você liga de novo:
- O Valdemar, por obséquio.
- Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
- Mas não é do número tal?
- É, mas aqui não trabalha nenhum Valdemar.

Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:
- Por favor, o Valdemar já chegou?
- Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou aqui?
- Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
- Não chateia.

Daí a dez minutos, liga de novo.
- Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado?
O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.

Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:

- Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim?"

Paulo Mendes Campos. “Chatear e encher”.
Para gostar de ler. vol. 2. São Paulo, Ática, 1983. p. 35.




Paulo Mendes Campos (Belo Horizonte, 28/02/1922 — Rio de Janeiro, 1/07/1991) foi um escritor e jornalista brasileiro.  Saiba Mais