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26 de julho de 2013

A mancada do Aroldo. Por Osvaldo Broza

Com a crônica abaixo, Osvaldo Broza prestou homenagem ao amigo Darcy Deitos que recebeu ontem, merecidamente, o título de Cidadão Honorário de Campo Mourão.

A mancada do Aroldo

No começo dos anos sessenta, três jovens estudantes de Campo Mourão – Aroldo, Darcy e Zequinha (não é o Boiko), foram a Curitiba participar de um congresso estudantil, representando a UCES - União Campomourãoense dos Estudantes Secundários. Darcy era secretário e o Aroldo, o presidente da entidade. Zequinha também fazia parte da diretoria. Foram por conta própria. E com pouco dinheiro. O suficiente para um pequeno almoço em Maringá, um pastel em Apucarana ou Londrina, uns chopinhos em Curitiba e a passagem do ônibus. Naquele tempo, esse era o trajeto mais viável para Curitiba, apesar de uma grande parte ser de terra.
 
Chegaram a Maringá e foram a um restaurante, o mais chic e mais caro da Cidade. Pediram um prato para os três. O mais barato.
 
Nisso, surge o deputado federal Hermes Macedo, conhecido do Aroldo, que os convida a se sentarem com ele. Foi daí que o Aroldo, meio que cochichando, disse, ao Darcy e ao Zequinha, que agora poderiam pedir um prato para cada um, aliás, o melhor, o mais caro, que o seu amigo deputado pagaria tudo. Inclusive, bebidas e sobremesa. E assim o fizeram. Quase se empanturraram de tanto comer.
 
Assim que terminaram de almoçar, o deputado pediu a conta. A dele. Pagou e foi embora.
 
E os três ficaram ali, por uns instantes, o Darcy e o Zequinha olhando para a cara do Aroldo – como que pedindo uma explicação - e o Aroldo com a cara no chão, sem saber o que dizer aos amigos. Mas, pagaram a conta. A diferença do que pagariam com um prato para os três e o que efetivamente pagaram, segundo o Darcy, era de três para trinta. Para cada um.
 
- Era dinheiro pra burro, diz ele, que já se “quebrou” ali mesmo, afirma. Só ficara com o dinheiro do ônibus. De ida. Queria por que queria voltar, mas os outros dois não deixaram. E seguiram viagem.
 
Em Curitiba, o Aroldo ficou hospedado na casa da mãe dele e o Darcy e o Zequinha na Casa do Estudante Universitário, comendo no bandejão por três dias. Para uma sobrevivência mais digna na Capital do Estado e dinheiro para a viagem de volta, o Darcy conseguiu com o seu irmão Nelson, na época terceiro sargento do exército, lotado no 27º.Blog em Curitiba.
 
Darcy Deitos ao lado do filho Max
O Aroldo Tissot virou jornalista e meio político, tendo assumido uma cadeira no legislativo mourãoense, como suplente, entre o período de 1959/63. Hoje é o diretor-proprietário da   Gazeta do Centro Oeste, da qual foi o fundador, em 1982. Antes, fundara O Jornal do Campo, em 1963, e Perfil, em 1975.
 
O Zequinha (Antonio Maria de França) virou professor do Estado, hoje aposentado e residindo em Curitiba.  

E o Darcy Deitos virou empresário e político, tendo sido eleito deputado estadual em 1978 e federal constituinte em 1986, bem depois de Hermes Macedo. Não houve, portanto, nenhum reencontro e um possível acerto de contas com o ex-mui amigo do Aroldo.