13 de setembro de 2013

Saudade. Por Osvaldo Broza

“Nos caminhos da minha casa eu vejo um passado cada vez mais presente, um presente que não passa nunca e o tempo passando rápido demais. Mas vejo alguém dizendo que não é o tempo que passa, nós é que passamos, como um vento veloz, semeando ilusões e esperança para um futuro que não existe e que não chegará jamais”
                          (extraído da crônica “Os caminhos da minha casa” que fiz em 2004)

Quando fui presidente da UMES – União Mourãoense dos Estudantes Secundários, no começo da década de setenta, o meu vice era o Anatoli Oliynik, na época Gerente Regional da TELEPAR em Campo Mourão. 

Ele me procurou dias desses (através dos confrades Jair Elias dos Santos Júnior e Ilivaldo Duarte) e me achou. E me passou e-mail, relembrando com saudade “tempos inusitados” em Campo Mourão. “Minha alegria em restabelecer contato perdido há tantos anos”, disse ele.  Na verdade, há 25 anos.

Quem também me achou (através do Baú do Luizinho), e me mandou e-mail foi o Geraldo Hernandes, o Geraldinho da Caixa Econômica, dizendo que tem muita saudade dos amigos, das peladas e churrascos, do Rotary Gralha Azul, da Panela... “Com certeza foram momentos felizes de minha vida”, disse. Ele foi embora para Curitiba há uns quinze anos e nunca mais voltou. Acho que nem a passeio. Aposentado da Caixa Econômica, ele trabalha há treze anos no Diretório Estadual do PPS. E, pelo jeito, nunca tirou férias. Para aliviar a saudade ele diz que acessa diariamente os jornais e blogs de Campo Mourão.

O Anatoli foi embora um pouco antes, em 1988, também para Curitiba, para assumir, na mesma TELEPAR, a Gerência Geral da Divisão de Transportes.  Aposentou-se em 1997 e iniciou carreira solo na consultoria de empresas. Aposentou-se definitivamente em 2008 quando passou a apenas ler livros, atualizar seus blogs culturais e políticos e fazer palestras pelo Brasil afora. Menos em Campo Mourão, pelo jeito!

No email que me mandou ele retorna ao passado e cita a própria UMES, o Colégio Estadual do Prof. Egydio Martelo, o futebol aos sábados no Clube 10 de Outubro, o Country, o Mourãoense, o Estádio Roberto Brzezinski, a Usina Mourão, o Carneiro do Toni Nishimura, a Farmácia América do Oswaldo Wronski, a Livraria do Seo Roberto (Teixeira Pinto) e de sua simpatissíssima esposa (Irene), a Churrascaria Piacentini, cuja simpatia do Sr. Piacentini (Avelino) contagiava tanta gente de alegria e amizade, o Ivo Trombini, o Manoel da Fiat, a Casa Diana, a Alfaiataria Domanski, o Bar do Seo Nagib, o Foto Estrela do Pedro, o Foto Popular do Edson Kobayashi, o Seo Giane da receita, a Casa Rosa, as Lojas Renner, o Bar Caiçara, a Sorveteria Kikos, a gurizada do Tagliari, o Dr. Moacir, o Prof. Jader, o Wilson Ubiali, o Nascimento da Imobiliária, Francisco e Roberto Brzezinski, o Seo Amaral do Posto Modelo, o Armarinhos Continental, o Ronauro Gouveia, o Norival Basassa (Zizo da Refricampo), o Itamar Tagliari, o Nilson do Banestado, o Lapezak do Bamerindus, Dilmar e Dalério Daleffe, Orlando Bedin da Móveis Rio Grande, o João Pessa da Brahma, o Júlio da Coremol, o Osvaldo da Farmácia América, o Dr. Rui Antonio Cruz, o Valdeci Chalegre (primeiro comandante do 11º. BPM), o Sr.  Alfonso Hruschka (Depósito do Construtor), o Sr. Antonio Klepa e “centenas de outros nomes que a memória caprichosa insiste em não liberar”.

É, Anatoli, eu também tenho saudade daqueles tempos “inusitados”, embora algumas pessoas que você mencionou ainda continuem por aqui e eu tenha a felicidade de encontrá-las com frequência.  Outras, infelizmente, já se foram, assim como algumas empresas desapareceram, deixando apenas essa saudade que a “memória caprichosa” insiste em machucar a gente. 

Osvaldo Broza
Broza ao lado da esposa Malu e do neto Felipe
Nasceu em Inácio Martins (PR), filho de José Broza e Maria da Conceição Broza. Mora em Campo Mourão desde 1963. Casado com Maria Luzia Gomes Broza (Malu), pai do Ciro, Thiago, Renan e Alessandro e avô do Leonardo e do Lucas.

Foi funcionário público municipal, contador, representante comercial, publicitário e empresário de diversos ramos.

Foi presidente da UMES (União Mourãoense dos Estudantes Secundários), do Conselho Estadual da UPES (União Paranaense de Estudantes) e do Rotary Campo Mourão Gralha Azul.

É autor dos livros: Caminhos de Casa, editado em 2004 e Campo Mourão em Crônica, editado em 2007 e faz parte das obras: Amigo da Poesia - Vivência - editado em 2000 e 2º Compêndio da Academia Mourãoense de Letras (na qual ocupa a Cadeira n.º 21) - editado em 2006.

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