The 5th Dimension é um grupo estadunidense de música pop. Vencedora de seis prêmios Grammy, a banda é mais conhecida por seu trabalho no final da década de 1960 e início da década de 1970, através de canções como "Up, Up and Away", "Stoned Soul Picnic", "Aquarius/Let the Sunshine In", "Wedding Bell Blues", "One Less Bell to Answer", "(Last Night) I Didn't Get to Sleep at All" e "If I Could Reach You".
O grupo foi responsável por popularizar o musical Hair com a gravação de "Aquarius/Let the Sunshine In", o maior sucesso da banda, que ficou seis semanas no topo da Billboard Hot 100. O grupo está em atividade até os dias originais, mas com apenas um de seus cinco membros originais.
Após uma rebatida em direção à arquibancada durante uma partida na Filadélfia, no estado da Pensilvânia (EUA), um pai conseguiu apanhar a bola com apenas uma das mãos, apesar de estar com um bebê preso ao corpo com um canguru. A cena inusitada ocorreu durante um jogo entre os times entre New York Mets e Philadelphia Phillies.
Dentre os animais marinhos com certeza as focas estão entre os mais carismáticos, com um jeito bonachão e uma aparência relaxada esses adorávies animais parecem sempre estar de bem com a vida.
E nada mais representa essa sensação do que essa seleção de fotos onde adoráveis focas foram capturadas em momentos em que estão com largos sorrisos no rosto literalmente rindo a toa.
Não há como não se contagiar com essas adoráveis imagens e soltar um belo sorriso pra levar o dia todo com a gente.
Teoricamente o inverno chega ao brasil no próximo mês, mas é fato que em algumas regiões o frio sequer dá as caras. E, justamente por isso, não temos por aqui os sistemas de aquecimento tão comuns em casas onde o clima frio é mais rigoroso. Aí surge o impasse: ainda que sejam poucos os dias com baixas temperaturas, o que fazer para aquecer a casa com eficiência? Como seria usado por um curto período a cada ano, o ideal seria encontrar um equipamento de baixo custo para enfrentar os dias mais frios.
Pois esta é justamente a proposta do Igloo, um pequeno aquecedor criado pelo estudante Marco Zagaria, da Academia de Belas Artes de Roma. Segundo o jovem, com equipamento é possível aquecer um cômodo com apenas 10 centavos de euro por dia (em torno a 35 centavos de Real).
O Igloo é um sistema de aquecimento inteligente que usa o calor de velas para aquecer o ambiente, e o melhor: sem gastar energia elétrica. O aquecedor funciona concentrando o calor das chamas dentro de uma cúpula de argila, que é irradiado para dentro do ambiente, mesmo após as velas serem apagadas. Igloo explora as características do material, que retém o calor e o libera gradualmente.
O aquecedor é composto de quatro elementos: a base, a grelha e as duas cúpulas. A base proporciona um espaço para o posicionamento de velas que, uma vez acesas, vão aquecer as cúpulas superiores. Existe uma grelha metálica na base, que serve como suporte para a cúpula, criando um espaço para a entrada do ar em seu interior, necessária para a combustão das velas. Para o bom funcionamento do Egloo bastam apenas quatro velas e cinco horas para aquecer um cômodo de 20 metros quadrados.
Como funciona o Egloo
Uma vez acesas as velas, 5 minutos seriam necessários para atingir a temperatura adequada, mantendo uma elevada quantidade de calor, entre 140° e 180°. Esse calor é, então, transmitido para o revestimento externo (entre 30° e 50° graus). "Depois de apenas 30 minutos, a temperatura do cômodo é maior entre 2 e 3 graus", explica Zagaria. A cúpula fina, posicionada centralmente sobre a base, retém um elevado índice de calor, o qual é então transportado para o reservatório externo. A entrada de ar na abóbada facilita a saída do ar quente, permitindo a troca de calor com o ambiente.
Por enquanto, o produto ainda é um conceito e não pode ser comprado. Marco Zagaria tenta um financiamento no site Indiegogo para pode colocar seu pequeno aquecedor no mercado. [ Bonde ]
em pé (da esq. para a direita): José Luiz "Coelho" da Silva (in memorian), Waldrido Tokarski (in memorian), Ivanor "Sodinha" Sartor, David Miguel Cardoso, José Luiz Moreira, Mauro Rubens e Itamarzinho Tagliari
agachados: Luiz Carlos Tagliari, Itamar Tagliari, Carlos Álvaro Tagliari, Luizinho Ferreira Lima com Flavinho Tagliari Bisol, Carlinhos Tagliari e Carlos Eduardo Bernini Neto (in memorian)
Meu amigo David Miguel Cardoso sempre foi muito organizado e zeloso com suas coisas. Os carros dele sempre foram os mais bonitos e limpos que conheci. Dia desses ele me presenteou com o o recorte abaixo, de um publicação na Tribuna do Interior, que conta detalhes de uma conquista que tivemos juntos defendendo as cores da Casa Tapi.
Tenho a impressão que depois de ganharmos todos os campeonatos de futsal realizados na cidade por uns dois ou três anos, o Carlão Tagliari preferiu não mais participar para não prejudicar seus negócios com a loja de materiais esportivos. Metidez minha? Pura verdade! Ganhamos muitos campeonatos no início dos anos 1980. Esse Camfé (realizado nas férias de julho e de início de ano) devemos ter ganho uns seis seguidos.
E olha que era um time de fominhas, que tinha como base o David, Eu, Carlão, Itamar e o Sodinha. Convidávamos um ou outro para completar o time, mas dar o lugar durante as partidas não agradava nenhum dos cinco titulares.
O legal é que a reportagem cita minha primeira convocação para uma seleção paranaense adulta.
Andrea Bocelli (Lajatico, 22/09/1958) é um tenor, compositor e produtor musical italiano. Vencedor de cinco BRIT Awards e três Grammys, Bocelli gravou quatro óperas completas (La bohème, Il trovatore, Werther e Tosca), além de vários álbuns clássicos e populares.
Céline Marie Claudette Dion (Charlemagne, 30/03/1968) é uma cantora, compositora e empresária canadense.
The Prayer é uma canção escrita por David Foster, Carole Bayer Sager, Alberto Testa e Tony Renis e lançada como single promocional em 1999. Foi originalmente gravada pela cantora canadense Celine Dion em dueto com o tenor italiano Andrea Bocelli, tendo sido incluída na discografia de ambos (no álbum These Are Special Times, de Dion, e Sogno, de Bocelli). Por fazer parte da trilha sonora do longa Quest for Camelot, a canção ganhou o Golden Globe de "Melhor Canção Original", tendo sido indicada também ao Grammy Award de "Best Pop Collaboration with Vocals" e ao Oscar de melhor canção original.
Recebi essa apresentação, mas não lembro quem me enviou.
O autor, também não identificado, incluiu ótima trilha sonora, mas poderia também ter nominado cada um dos pássaros. Mesmo assim, vale a pena ver. Clique no player.
Até agora, todas as vezes que os cientistas encontraram a planta, encontraram também kimberlito, que pode abrigar diamantes
Ela é cheia de espinhos, parece uma palmeira e pode chegar a 10 metros de altura.
Mas a Pandanus candelabrum - uma planta identificada recentemente na Libéria - tem uma característica singular: aparentemente, só cresce em zonas onde há chaminés de kimberlito, formações rochosas de origem vulcânica que podem abrigar grandes quantidades de diamantes.
"Na Libéria - pelo menos - temos descoberto uma relação um para um: cada vez que encontramos a planta, encontramos kimberlito", disse à BBC Mundo Stephen Haggerty, geólogo da Universidade Internacional da Flórida, em Miami, nos Estados Unidos, e autor do estudo publicado na Economic Geology.
Haggerty acredita que a planta se adaptou a esses terrenos porque contém níveis elevados de magnésio, potássio e fósforo que constituem um "fertilizante muito bom".
Mas encontrar essa planta significa descobrir um tesouro?
Segundo Haggerty, as amostras não são estatisticamente significativas para fazer uma afirmação tão contundente.
Além disso, acrescenta, há outros requisitos fundamentais que precisam estar presentes.
"Os diamantes estão restritos geologicamente. Só se encontram nas regiões mais antigas da crosta terrestre [em partes da África, Canadá, Sibéria, Brasil]", destaca o pesquisador.
E a família desta planta aparece em regiões tropicais e subtropicais.
"Então, só se esses dois elementos se combinam existe a possibilidade de se achar kimberlito e, se você encontra kimberlito, há chances de encontrar diamantes" acrescenta.
As chaminés de kimberlito são raras. Das mais de 6.000 que se conhece, cerca de 600 contém diamantes. E, dessas, apenas 60 contém diamantes em quantidade necessária para justificar o custa da extração, esclarece o cientista.
Benefícios
A descoberta tem o potencial de mudar radicalmente a forma como se faz prospecção para buscar diamantes.
Detectar um indicador de sua presença em superfície demanda menos trabalho e custo menor.
"Poderia ser [um método] particularmente útil em lugares como a Amazônia, onde a floresta é muito frondosa e onde é preciso escavar muitos metros antes de ver se há kimberlito", disse Haggerty.
E, para os países da África que passaram por guerras e foram assolados pela epidemia do ebola, destaca Steven Shirey, geólogo especializado em diamantes do Instituto Carnegie para a Ciência, nos EUA, a exploração mineral das chaminés de kimberlito pode oferecer benefícios econômicos sem gerar grandes danos ambientais, já que este tipo de minas - estreitas e verticais - têm um impacto muito menor que, por exemplo, as minas de cobre a céu aberto.
Mas Haggerty teme que muitos comecem a procurar diamantes desenfreadamente se encontrarem um exemplar de Pandanus candelabrum.
"Sou ambientalista e esta é uma planta exótica, por isso me preocupa que [a descoberta] possa ter um impacto negativo no sentido de que se comece a escavar sem ter em mente todos os elementos que devem estar presentes."
"Se você encontrar a planta, não vai encontrar necessariamente diamantes. Tem que estar em um país onde eles existam." [ BBC Brasil ]
Interessante como não conhecemos de verdade algumas das pessoas com as quais convivemos. Quando nossa cidade era realmente pequena, nos anos 1960/70, eu pensava que conhecia todos os moradores locais. Se fosse um médico então, ele praticamente era um membro da família. Bastava uma única consulta para tanto.
Lendo o site Boca Santa, do jornalista Sid Sauer, fiquei sabendo da morte do doutor Garcia, um dos fundadores do hospital Policlínica de Campo Mourão. Lembrava bem dele e sabia dessa ligação com o hospital mourãoense, mas não sabia de muitos detalhes de sua vida que foram registrados num obituário da Gazeta do Povo. Não sabia que era nascido no Paraguai e nem lembrava que tinha sido vereador por aqui, por exemplo.
Leiam abaixo a matéria da Gazeta do Povo e vejam que bela história construiu o pioneiro mourãoense:
Jorge Elizardo Garcia Árias: meio século dedicado à medicina
A força de vontade e o espírito pioneiro do médico Jorge Elizardo Garcia Árias possibilitaram a abertura da Policlínica de Campo Mourão, no Centro-Oeste do Paraná, em 1960. Ele atuou como médico e administrador, até a década de 1980, no espaço que foi considerado o primeiro grande hospital da região. Desde menino sonhava em ser médico. Em 57 anos de dedicação à medicina, o doutor Garcia, como era conhecido, era famoso por honrar seu juramento a Hipócrates.
Nunca negou atendimento para os que não podiam pagar por uma consulta ou tratamento, lembram-se os filhos. As 24 horas eram repletas de atendimentos, partos e cirurgias. Era um médico generalista. Doutor Garcia também se deslocava para as cidades vizinhas quando surgia uma emergência. Não importava a hora e o dia da semana. Muitas foram as vezes que o telefone tocou ou o chamaram no portão de casa durante a madrugada ou nos fins de semana.
O filho Marcelo conta que certa vez o pai tratou de um paciente que precisava de transfusão de sangue imediata. Como o tipo sanguíneo não estava disponível e era o mesmo de Garcia, o médico não pensou duas vezes diante da gravidade do caso e fez a coleta do seu próprio sangue para realizar a cirurgia de emergência. O importante era salvar o paciente.
Nascido no distrito de Villarrica, no Paraguai, em 1932, ficou órfão de pai durante a Guerra do Chaco, conflito armado entre Paraguai e Bolívia. O pai era professor e entregou a vida em favor do seu país. O conflito se estendeu até 1935. Ao saber a guerra deixou muitas crianças sem os pais, Manoel Ribas, que era governador do Paraná, selecionou os alunos com as melhores notas em cada província do Paraguai e deu bolsa de estudo no antigo Colégio Partenon, em Curitiba.
Garcia foi selecionado e chegou a capital paranaense aos 9 anos. Deixou a mãe e uma irmã no país vizinho. Tornou-se aluno interno do ginásio e realizou o Científico –que se assemelha ao Ensino Médio – no Colégio Estadual do Paraná. Mesmo com a distância da terra natal e as saudades da família, o menino, que sonhava cursar Medicina para ajudar os mais necessitados, não esmoreceu.
Com dedicação, foi aprovado no primeiro vestibular que prestou para a Universidade Federal do Paraná (UFPR), na década de 1950. Entre aulas e plantões, atuou como professor em um cursinho pré-vestibular. Ele incentivava os estudantes de origem humilde, assim com ele, a se concentrarem nos estudos e prosperar. Deu certo.
Era um período fértil de novas ideias e pensamentos, fez amizade com imigrantes de diversas origens, assim como jornalistas, advogados, políticos e empresários. Tornou-se colaborador do jornal O Estado do Paraná, e defendia causas sociais e econômicas do Paraná. Sua atuação foi reconhecida pelo Clube Curitibano, que acolheu o paraguaio naturalizado brasileiro como um dos seus membros.
Durante a graduação, Garcia namorou uma das filhas de um imigrante alemão. A moça estudava Odontologia na UFPR. Após a formatura, em 1958, eles se casaram e foram morar em Campo Mourão, onde ele abriu um consultório médico. Eles se separaram em 1976. Para se aperfeiçoar, Garcia fez residência na Santa Casa de Misericórdia de Santos (SP). Também atuou na Santa Casa de Umuarama.
Além da construção da Policlínica em Campo Mourão, doutor Garcia teve um papel importante na sociedade mourãoense. Adquiriu propriedades na região e foi reconhecido pela produção de soja e pecuária em duas fazendas-modelo mantidas em Peabiru e Palmital, respectivamente. Sua liderança nata entre os produtores de leite fez com que se tornasse membro-fundador da Cooperativa Agropecuária Mourãoense (Coamo), criada em 1970. Também foi vereador e investidor no agronegócio, mas optou em passar seus dias se dedicando à saúde.
Em 2002, conta a família, demonstrou o profissionalismo ao perceber que iria sofrer um enfarte enquanto operava um paciente. Primeiro salvou o paciente, depois foi cuidar de si. Manteve o trabalho no consultório até 2009. Era o momento de se aposentar. Veio morar em Curitiba para ficar perto dos filhos. Teve outro enfarte, em 12 de maio, e não resistiu. Deixa três filhos, Marcelo, Heloísa e João Carlos, o genro Donizetti Dimer, a nora Andreza, e a neta Ana Luisa.
No álbum do Marquinhos Pelisser, no Facebook, encontrei algumas fotos que merecem serem mostradas aqui no Baú. Por isso, republico uma resenha publicada em 2005 no semanário Entre Rios (já postada aqui também, em 2012). Por onde andará o Cidão?
Nilmar Piacentini e Marquinhos Pelisser
Agosto era o mês dos Jogos Regionais de Goioerê, que aconteciam durante as comemorações do aniversário daquela cidade.
Lá, vivenciei ótimos momentos (aliás, o esporte só me deu alegrias).
Com quinze ou dezesseis anos começamos a participar dos principais eventos esportivos paranaense, primeiramente jogando handebol e, a partir dos dezenove anos, defendendo nosso futsal (naquela época, futebol de salão).
Alcides "Cidão", Marquinhos e Naido Marchetto
Com a energia característica daquela idade aprontávamos bastante. Mas, para minha felicidade, sempre com muita responsabilidade, principalmente por contar com ótimos amigos, que fazem parte de meu laço de amizade até os dias de hoje.
Sempre que puder, utilizarei este espaço para contar alguns fatos, divertidos ou, até mesmo, tristes, que juntos vivenciamos no esporte.
Nesta edição recordo momento hilariante que presenciei durante uma viagem de Goioerê para Campo Mourão proporcionado pelo Marquinhos Pelisser.
Estrada sem asfalto com a coincidência de quase sempre chover na época dos Jogos faziam com que nossas viagens para Goioerê muitas vezes se transformassem em aventura. Quantas e quantas vezes tínhamos de descer do ônibus para ajudar a desatolá-lo.
Numa dessas vezes, voltávamos para casa e, ao passar por Janiópolis, o Marquinho Pelisser abaixou a calça e colou a bunda na janela do ônibus. Morríamos de rir ao ver a cara das pessoas que, quase sempre, precisavam dar uma segunda olhada para entender o que acontecia e acho que muitos até hoje ainda contam daquela “cara” feia que viram no ônibus mourãoense.
Originalmente publicada no semanário Entre Rios, em outubro de 2005.
E não é que o "bicho vingou", mesmo tendo amizade com o Nilmar, Naido e Cidão!
Vejam só, na foto abaixo, que família linda ele e a Guga formaram:
Marquinhos e Guga com os filhos e noras (falta o netinho, filho do Kito)
Tim Maia, nome artístico de Sebastião Rodrigues Maia (Rio de Janeiro, 28/09/1942 — Niterói, 15/03/1998), foi um cantor, compositor, maestro, produtor musical, multi-instrumentista e empresário brasileiro, responsável pela introdução do estilo soul na música popular brasileira e reconhecido mundialmente como um dos maiores ícones da música no Brasil.
Vídeo do Rancho dos Gnomos, uma ONG paulista, mostra o contato de um leão que viveu toda a sua vida preso numa jaula num circo. O vídeo fez muito sucesso com mais de um milhão de visualizações. Assista e curta a alegria do Rei da Selva!
Com a repercussão do vídeo também vieram alguns questionamentos sobre o porquê não soltá-lo no ambiente natural de sua espécie. Primeiramente é preciso esclarecer que Will nasceu em cativeiro (no circo), já era um leão de meia-idade e tinha várias sequelas de maus-tratos, internas, externas e psicológicas (os animais chegam com as garras arrancadas e os dentes serrados). Ainda que tivéssemos condições de soltá-lo em uma reserva africana (já que é um animal exótico pertencente à fauna africana), Will não teria condições de viver na natureza selvagem e dependeria de cuidados veterinárias e de auxílio para se alimentar. Will nasceu no Brasil e fizemos todo o possível para que ele tivesse uma vida tranquila, ainda que em cativeiro, mas com dignidade.
O Rancho dos Gnomos faz um trabalho educacional de despertar de consciência para que as pessoas não frequentem circos com animais, pois o resultado final é esse: um animal descartado, totalmente marginalizado, negligenciado, além de obviamente ficar anos em um circo sendo violentado. Não frequentar circos com animais e se posicionar contra essa prática é o primeiro passo para que outros animais não passem pela mesma experiência de Will, que viveu 13 anos de escravidão.
A Associação Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos (ASERG) é uma associação civil sem fins lucrativos, atuando desde 1991 em Cotia-SP e formalmente constituída como uma Organização Não-Governamental no ano de 2000. Prima pelo bem-estar da fauna silvestre, exótica, nativa, doméstica e domesticada por meio de sua preservação, conservação, recuperação e propagação da educação ambiental para a consecução e alcance de um ambiente sadio e equilibrado, nos termos do Artigo 225 de nossa Constituição Federal.
Estudo revela aquela que é a primeira evidência clara de que podemos reduzir o câncer de pele com uma simples vitamina
Uma investigação realizada na Universidade de Sydney mostra que a vitamina B3 é capaz de reduzir o risco de câncer de pele do tipo não-melanoma em cerca de 23%.
Esta conclusão surgiu após terem sido analisados 386 pacientes entre os 30 e os 91 anos, que, nos últimos cinco anos, tiveram diagnosticados pelo menos dois tipos de cancro de pele.
Segundo a revista Veja, dos pacientes analisados, metade recebeu 500 miligramas de vitamina B3 duas vezes por dia, enquanto a outra metade recebeu placebo. Ambos os grupos tiveram reações positivas ao tratamento, mas aqueles que deixaram de tomar o suplemente de vitamina B3 – chamado nicotinamida – apresentaram um maior risco de contrair câncer de pele seis meses depois.
Para Diona Damian, professora de dermatologia e principal mentora do projeto, estes dados indicam que a vitamina B3 tem um efeito ativo na prevenção do câncer de pele se tomada de forma continua e regular, embora não saiba, ainda, se os resultados serão iguais a pacientes que nunca tiveram câncer de pele.
De qualquer modo, salienta a autora, “esta é a primeira evidência clara de que podemos reduzir o câncer de pele usando uma simples vitamina, ao lado de proteção do sol sensata”. [ Notícias ao Minuto ]
A maioria de nós vive da nostalgia, das lembranças. À medida que crescemos e vamos ficando mais velhos, nos afastamos de bons amigos da infância e da adolescência. Mas quatro casais resolveram provar que é possível, sim, manter a amizade. Para isso, eles, que estão juntos há duas décadas, resolveram construir uma vila sustentável no meio da natureza para poderem ficar juntos até a velhice.
O lugar sustentável recebeu o nome de Llano Exit Strategy e conta com quatro cabanas, que ficam em frente ao rio Llano, no Texas (EUA). Para realizar o sonho de morar juntos em um lugar tranquilo, porém, foi preciso muito esforço – cada casa, todas projetadas pelo arquiteto Matt Garcia, custou cerca de 40 mil dólares.
“É um lugar mágico, mas é árido. Estamos fazendo o que podemos para reservar água para árvores nativas e gramíneas”, afirma Fred Zipp, um dos amigos. “É como se a Disney tivesse mudado para cá. Nós temos veados, coelhos e vários tipos de aves. Quanto mais tempo passamos aqui, mais animais encontramos”, diz outro morador.
As casas são todas feitas de madeira e possuem banheiro, cama, cadeiras, sofá, prateleiras e estantes. Os telhados coletam águas em barris e conseguem encher quase 19 mil litros de água. Já as paredes reflexivas impedem a entrada de calor nos dias quentes de verão, para evitar o uso de aparelhos refrigeradores. Tudo para manter as boas amizades e ainda ajudar a natureza, naquele que pode ser considerado a verdadeira “friend zone”. [ Bem Paraná ]
Sexta-feira passada, dia 15, passei uma noite agradável na casa do amigo Jair Grasso. Na companhia dos advogados Gilberto Ferreira e José Antunes Teixeira, me diverti muito jogando umas partidas de Tranca. Só não me diverti mais por causa da largueza sorte do Teixeira!
Para alimentar nós quatro, mais a anfitriã Lígia Grasso e o Gabriel, filho mais novo dos donos da casa, o marido da doutora Luzia fez essa pequena panelinha de canja aí da foto abaixo.
Quando vi, pensei: deve vir toda família Grasso aqui hoje, mas era apenas para nós mesmos. Nem se tivesse junto os Ferreira Lima daríamos conta da deliciosa canja... Não, exagerei... se minha família lá estivesse seria preciso mais de uma panela daquelas!
Gilberto Justino Ferreira - Campo Mourão/PR - maio/2015
Relembre a carreira do rei do reggae e entenda como ele se tornou o porta-voz oficial da mensagem de paz e amor da filosofia rastafári
Não se pensa em reggae sem pensar em Bob Marley. No dia 6 de fevereiro desse ano ele completaria 70 anos, mas nesse tempo todo não surgiu outro artista que tomasse seu posto de sinônimo do gênero e grande divulgador da cultura rastafári.
Nascido em 1945, na Jamaica, Marley começou na carreira aos 14 anos, quando saiu da escola e passou a fazer música ao lado de um cantor local, Joe Higgs. Foi nesse período que conheceu Peter Tosh, que mais tarde seria seu parceiro no grupo Bob Marley & The Wailers.
Em 1966, casou-se com Rita, sua companheira ao longo de toda a vida e com quem teve cinco filhos, três biológicos e dois que eram dela, mas foram adotados por ele. Até hoje há controvérsias a respeito do tamanho exato da prole de Bob, que conta também com frutos de relacionamentos dele com outras mulheres. Foram reconhecidos como seus, oficialmente, 11 filhos, ao todo.
Dentre seus rebentos, os que talvez sejam mais conhecidos do público são Ziggy e Damian, que seguiram os passos do pai e investiram na carreira de musical, fazendo reggae.
Bob morreu aos 36 anos, em 11 de maio de 1981, vítima de câncer, em um hospital de Miami, nos Estados Unidos. Deixou em seu legado histórico 13 discos de estúdio (um lançado após sua morte) ao lado do Wailers e muitos sucessos cantados de cor e com facilidade por pessoas ao redor do mundo, como "No Woman, No Cry", "Redemption Song", "Jamming", "I Shot the Sheriff" e "Is This Love".
Em 1976, Bob Marley, o porta-voz oficial da mensagem de paz e amor da filosofia rastafári, estava prestes a deixar os domínios da Jamaica para tomar o mundo com a batida contagiante do reggae. Havia ainda, porém, muitas outras barreiras que precisavam ser vencidas
A primeira vez que me deparei com um número significativo de rastafáris e senti todo o impacto de suas selvagens e assustadoras cabeleiras - os dreadlocks - foi nos estúdios de Tommy Cowan, em um prédio com parede de reboco e cercado por barracos na área norte de Kingston, Jamaica. Seis ou sete rastas e três convidados brancos se amontoavam em uma sala cheia de fumaça de maconha, ouvindo o novo single "Babylon Queendom", do ex-guitarrista do Wailers, Peter Tosh.
Tosh apareceu no estúdio vestindo uma camiseta escrito "Legalize It" (um item promocional de sua música de mesmo nome - banida das rádios, mas disponível nos guetos em qualquer camelô), com seus dreads revoltos e cannabis o suficiente em seu cachimbo estilo Sherlock Holmes para garantir uma sentença capaz de mantê-lo na prisão até o dia em que a Babilônia resolvesse finalmente cair. Em suma: um rasta até os ossos.
No meio dos anos 1960, Tosh, Bob Marley e Bunny Livingstone formaram o grupo mais popular da ilha no gueto de Trench Town, quando ainda se chamavam Wailing Rudeboys. No estúdio, Tosh conversava com Gregg Russell, um jovem calado com um dread espetado saltando bem do meio da testa, como o chifre de um rinoceronte. Como muitos rastas que fumam a erva como se fosse sagrada, Russell parecia estar em um estado de coma.
O único que parecia "menos rasta" ali era Tommy Cowan, um produtor grandalhão cujos dreadlocks relativamente arrumados não pareciam exatamente corretos, por assim dizer. Até Cowan jogar o punho para o ar junto com os outros e dizer "Jah Rastafar-I" com o mesmo fervor legítimo com que Tosh cantou "Babylon Queendom, take back your dollahs!" ("Reino da Babilônia, pegue seus dólares de volta!").
Considerando que esses mesmos rastas estavam comprometendo seus princípios separatistas pelos desprezados dólares da Babilônia ao consentirem, mesmo que relutantemente, com esse experimento de choque cultural e publicidade (que passei a chamar de "Esverdeamento dos Rastafáris"), a frase parece irônica. Mas, quando mencionei isso a Tosh, ele pacientemente me explicou que o dinheiro da Babilônia não passava de mero papel, que se tornaria inútil quando o reino caísse.
"A César o que é de César, cara, e pra mim o que é meu", diz ele, satisfeito por ter se saído com a frase exata. "Que eles fiquem com o maldito dinheiro de papel, cara. Papel tão barato que não serve nem pra enrolar um baseado!" A maconha nunca foi legalizada na Jamaica, mas ninguém no país se importava muito com os rastas e seu fumo até rumores de "um culto à violência" desencadearem uma campanha de ameaças da polícia que permanece até hoje.
"Então disseram que o nosso povo era violento", continua Tosh. "Mas eles ignoram quando um deles bate seu carro em um ônibus de escola e mata as crianças dentro dele. Eles acham que é a gente que mata, mas são eles quem matam na loucura da bebedeira! É, cara! O nosso povo não mata... ele só afia a lâmina, afia e pule enquanto pensa na vingança... então ele fuma outro baseado e se sente bem e dorme e esquece de cometer o crime!"
Então um novo rosto apareceu na porta, inspirando o ar com falsa suspeita: "Nossa, cara, que cheiro é esse?"
Os outros do lado de fora deviam estar esperando a piada interna de hippies sobre o ar permeado de maconha na sala, até que o outro responde:
"Cara, tem cheiro de Am-ur-i-ca aqui!"
Somente depois que me dei conta de que os rastas e sua música existem sob uma pesada sensação de anestesia e que a violência do reggae (como tudo o mais na Jamaica, do serviço de quarto às entrevistas com Bob Marley) parece estar na base do estar por vir é que pude entender como tanta revolta social podia coexistir com o ritmo sincopado do reggae. A disparidade pareceu ainda mais perturbadora quando cheguei à Babilônia e vi pela primeira vez do que se tratava toda essa revolta amortecida e amordaçada.
"É aqui que chamam de Trench Town?", perguntei ao motorista de táxi, botando a cabeça na janela para ver a infinita profusão de barracos. "Nããão, cara", respondeu ele, desviando de um bode. "Trench Town é lugar ruim. É no gueto."
Infelizmente, não consegui notar a diferença. Porque nem mesmo os protestos mais estridentes de Marley, Tosh e outros cantores de reggae, ou mesmo o filme cult do gênero, Balada Sangrenta (The Harder They Come, de 1972, estrelado por Jimmy Cliff), me prepararam para a miséria absoluta que vi ao longo daqueles caminhos estreitos, onde negros caribenhos mal encarados permaneciam parados nas esquinas de Catfish Row, do lado de fora de espeluncas com anúncios de cerveja descascados pendurados nas fachadas. Nada que eu havia visto antes fazia justiça ao lugar. Percebi isso observando a grande quantidade de crianças vestidas com menos que trapos, os bracinhos aracnídeos e as barrigas inchadas, se amontoando nos abrigos, vendo todas as minhas preconcepções de turista serem destruídas por aquela rua de amarguras.
Então, meu ânimo voltou momentaneamente quando vi o primeiro rastafári de verdade passar veloz em uma moto, os dreads esvoaçantes. Meu motorista achou o espetáculo bem menos excitante. "Bloodcot!", cuspiu (uma ofensa segregária relacionada à menstruação - provavelmente a pior coisa que pode ser dita a alguém na Jamaica). "Como o inseto que ataca a plantação, esses bloodcots com seus dreadlocks são uma praga pra esta ilha... não, cara, eles não são devotos de verdade, que deixam os dreads crescer por motivos puramente religiosos, como eles dizem que são. São bandidos que usam dreads para causar medo nas pessoas. Meu conselho para você é que fique longe desses malditos bloodcots, que se dizem rastas, cara. Esses assassinos racistas que atacam os turistas e as pessoas."
Lembrei-me da advertência dele algumas noites depois, quando um cara chamado "Killy", que toca conga no grupo The Sons of Negus, veio pegar a mim e alguns outros "filhos da Babilônia" para uma celebração religiosa rasta conhecida como Grounation.
A Grounation acontece em Olympic Gardens, um subúrbio composto de favelas e prédios decrépitos não muito longe de Trench Town, com fogueiras, gritarias e cachorros latindo. O cheiro de suor e ganja podia ser sentido em todo lugar, enquanto o povo circulava pelas sujas vielas entre os barracos e desembocava em um salão pentecostal não muito maior que os outros em volta.
A sala estava abarrotada de gente, e a cena toda parecia algo saído de uma alucinação vudu. Eles dançavam, fantasmas fluidos sob a luz de uma única vela queimando sobre um altar improvisado e ao lado de uma Bíblia castigada pelo tempo. Killy tomou seu lugar ao lado de outros músicos, que já batucavam. Eles acompanhavam o veterano cantor de reggae Ras Michael, um homem barbudo e com cara de bode, que suava em profusão vestido em um suéter grosso enquanto cantava uma música chamada "In Zion". Era o tipo mais básico e não comercial de reggae - sem adornos, em estado bruto. O fervor religioso alcançou o auge quando Michael começou "Old Marcus Garvey" - canção que fez sucesso através de um outro artista local, Burning Spear.
De repente, vários soldados apareceram na entrada do lugar. Mesmo assim, os baseados e a música continuaram rolando, enquanto Ras Michael apontava sua canção para os intrusos como se fosse uma lança. Com a cara azeda típica dos estraga-prazeres, os oficiais pareciam se desfazer em meio às sombras do lado de fora, como espíritos banidos pelo desprezo coletivo ou pelo talismã de um feiticeiro tribal.
A batida dos tambores se elevou triunfante e as pessoas se ergueram dos bancos toscos, os pés descalços batendo ritmados no chão descalço. Mulheres de rosto redondo, com baseados iluminando seu sorriso de dentes dourados, balançavam os quadris em perfeita ondulação, enquanto velhos rastamen, barbudos e rabínicos (os dreadlocks brancos ainda cheios de energia) executavam coreografias cheias de malícia e crianças com idade suficiente sequer para andar saltitavam ao redor dos pés do músico em ritmo perfeito de reggae. Enquanto isso, um bando de garotos dava risinhos enquanto olhava pela janela um fotógrafo branco dançando em espasmos, como alguém vítima dos efeitos do ácido.
"A música nativa tem uma magia poderosa, cara, que expulsa os exércitos da Babilônia e os deixa com vergonha de ter invadido nossos limites", Michael explicou, enquanto tomávamos a sopa do ritual, feita de bode e ervas aromáticas dentro de um caldeirão negro. "Por que os soldados vêm aqui? Pra que vir onde a gente é pacífica e toca para louvar a Jah? Eles se sentem idiotas e envergonhados por vir até o território rasta perturbar a pacífica Grounation..."
Quando nos encontramos pela primeira vez, Bob Marley estava sentado em uma das janelas do andar de cima de sua casa em Hope Road fumando um inevitável baseado e observando interessado a copa das árvores tropicais, imerso na meditação da erva. De fato, Marley estava tão chapado que seria possível observá-lo por um bom tempo até que ele percebesse que tinha companhia.
Na chegada, a primeira coisa que se percebe é o BMW cinza-prateado estacionado. A segunda é que a casa está só parcialmente pintada - como se os pintores, ao fazerem um intervalo para fumar um, tivessem ficado tão fascinados em como o tom quase psicodélico do rosa-choque refletia a luz do próprio Jah que se esqueceram de terminar o serviço.
Hope Road é uma rua relativamente próspera de casas classe média que ficam a um passo de distância de algumas das piores favelas do mundo ocidental. Hope House, cercada por um enorme e descuidado quintal de gramas altas e dotada de várias casas menores nos fundos (uma delas atualmente sendo convertida em estúdio), ainda tem ares de palácio para os padrões locais. O lugar tem a combinação de rebeldia justificada e esplendor real de popstar, mas as paredes das salas quase sem mobília apresentam a rispidez do cáqui, tons viscerais de rubro e o mostarda do nacionalismo negro.
Parece claro que Marley nos viu chegando. Enquanto está lá sentado, parecendo com Che Guevara (seus celebrados dreads abrigados dentro de uma boina tamanho família), quem olha de fora só pode tentar imaginar que tipos de assuntos importantes o preocupam no momento. Agora que até a revista Time o reconhece como "uma força política capaz de rivalizar o governo", talvez esteja considerando a não tão remota possibilidade de atacar a central do governo geral, situado a menos de 1 milha de Hope Road. Isso pelo menos justificaria o silêncio intenso que paira sobre a casa, fazendo com que pareça um acampamento guerrilheiro. Dado o caráter único de sua posição, entretanto, pode ser que esteja calculando o efeito que as próximas eleições parlamentares em Kingston podem ter sobre as vendas de seu último single, uma declaração política chamada "Rat Race".
Independentemente de qual hipótese é a mais correta, Marley franze o cenho como um general cujas meditações vitais foram interrompidas quando percebe três mercenários brancos da Babilônia parados à sua porta. Ele desce e nos guia até o quintal, onde havia concordado em posar - provocante como qualquer estrela de primeira grandeza - se esticando sobre o capô de seu BMW. Talvez esse ar orgulhoso e imperialista tenha sido herdado de seu pai, que dizem ter sido um oficial branco das forças britânicas.
Qualquer um que se atreva a questionar por que o herói de uma cultura justificadamente rebelde e não materialista tem um carro como aquele recebe em troca uma pérola da lógica rasta: BMW é a abreviação de "Bob Marley and the Wailers". E por que se submeter a tantas sessões de fotos? "Vou te falar", diz Marley, "se os discos venderem na mesma quantidade das fotos - ótimo! Já tiraram mais de dois milhões!"
Não que isso signifique que Marley deu para trás em suas convicções ou algo assim. Stu Weintraub, agente norte-americano de Marley e responsável por sua agenda de shows, me contou que houve muita negociação até que ele e sua banda resolvessem tocar nos Estados Unidos.
"A cada duas semanas, um emissário vinha da Jamaica para me dizer que o negócio estava confirmado ou cancelado de novo. As conversas demoraram tanto que quando finalmente encontrei Bob, quando ele apareceu em meu escritório em Nova York, eu disse: 'Então você é de verdade mesmo! Já estava começando a ter minhas dúvidas!'"
Logo de cara, Weintraub se recusou a colocar Bob Marley and The Wailers como banda de abertura - mesmo que fosse para os Rolling Stones, que ofereceram a oportunidade de ouro para expandir o culto ao jamaicano quando pediram que o Bob abrisse os shows do grupo em sua última turnê. "É claro que eu fiquei com aquilo na cabeça. Como alguém recusa uma chance dessas e não fica pensando a respeito? Mas eu sentia que, embora pouca gente conhecesse Bob Marley no momento, ele já estava no caminho para o estrelato... e estrelas não abrem shows, são a atração principal."
Weintraub disse que se convenceu de que estava certo o tempo todo quando o público da turnê americana mais recente ultrapassou suas próprias expectativas.
"Poderíamos facilmente ter lotado estádios enormes, do porte do Madison Square Garden", ele conta. "Mas, em vez disso, preferi colocá-lo em lugares de porte médio, em shows mais intimistas, onde ele pudesse ser visto exatamente como é - um homem profundamente religioso espalhando uma mensagem profundamente religiosa."
O próprio Marley lhe dirá que aceita as invasões de privacidade dos repórteres estrangeiros muito mais para espalhar a palavra rastafári do que por ganho pessoal.
"A maior parte do tempo só vejo meus irmãos, minha família", diz ele fazendo um gesto amplo com o braço, como se tentando abraçar a família à sua volta, seu filho de 5 anos Robbie, brincando com um carrinho no quintal, e uma linda morena fumando um baseado como se fosse um cigarro slim, olhando pensativa pela janela onde vimos Marley pela primeira vez.
"A maior parte do tempo não vejo ninguém além deles, e só fico aqui com minha música e meditação, cara. Mas às vezes gosto de falar com os escribas porque eles são meio lerdos pra entender a mensagem, cara. Às vezes é bom falar, porque dá uma clareada no ar... entende?"
Embora a comunicação seja difícil por causa de seu forte sotaque e piore ainda mais graças ao uso de expressões exóticas do rastafári como "I and I" (literalmente "eu e eu", que pode ser confundida com "me and mine" ou "me myself and I", até que alguém informa o desavisado que a frase quer dizer "you and I" ou toda "eumanidade"), Marley parece muito interessado em expor sua mensagem por trás de sua música.
"A única coisa de que não gosto é quando entendem errado a mensagem, cara", Bob declara, deitando sobre o capô da BMW enquanto bate a cinza de um baseado do tamanho de um charuto.
"Tenho que rir quando dizem ou escrevem que sou como Mick Jagger ou algum outro superstar do tipo... Eles têm que ouvir melhor a música porque a mensagem não é a mesma... Não, cara, o reggae não é o twist!"
A ideia de que alguém poderia possivelmente confundir Jagger e Marley parece ao mesmo tempo irritá-lo e diverti-lo, o que faz sentido; porque a mensagem do reggae roots é um grito raivoso que passa muito longe da futilidade do som de Chubby Checker e outros. Mas também é verdade que as origens dessa híbrida música do gueto têm muito a ver com certas incongruências deliciosas do pop, como James Brown uivando das caixas de som colocadas no alto das palmeiras. É um processo semelhante ao que os ritmos africanos e uma miríade de seitas fanáticas fundamentalistas sofreram ao receberem influências de fontes tão díspares quanto o cristianismo e o vudu. Bob já absorvia elementos do mainstream quando criou, em seu terceiro LP lançado nos Estados Unidos, um herói popular chamado "Natty Dread". Além disso, sua mãe jamaicana se naturalizou norte-americana e tem uma loja de discos em Wilmington (Delaware). É dito que o próprio Bob passou dois anos lá com ela, trabalhando na linha de montagem da Chrysler, antes de voltar para sua ilha no fim dos anos 60, para fugir da convocação para a Guerra do Vietnã.
Quando menciono esse período, Marley resmunga sobre como "tudo é rápido demais e as pessoas têm trabalho demais e muita preocupação" nos Estados Unidos. E, quando peço para confirmar dados mais específicos, seu sotaque se torna tão forte e enrolado que chega a soar como outro idioma. Como último recurso, ele evoca o privilégio inalienável de todo rasta de respeito e retorna ao seu estado de semicoma, olhando vagamente para o vazio e transcendendo completamente além da minha presença. A relutância de Marley em discutir o tempo que passou em Wilmington parece tão lógica quanto a de Bob Dylan em discutir seu período escolar em Minnesota.
O mito precisa ser protegido, principalmente agora que alguns puristas do reggae têm reclamado que seu último LP lançado na América, Rastaman Vibration, parece notadamente menos roots e talvez com uma pitada um tanto forte demais de rock. Mas, de acordo com o pessoal da Island Records, as vendas vão bem e já superaram a dos três discos anteriores juntas. E Bob continua subindo nas paradas, impulsionado por sua turnê mais recente. Muitos desses detratores ainda não parecem preparados para relegar Bob Marley ao limbo comercial em que Jimmy Cliff, o primeiro cantor de reggae a se tornar conhecido nos Estados Unidos, foi arremessado. Mas os críticos agora apontam para Burning Spear, um cantor calcado nos cantos africanos, como a opção para quem quer ouvir reggae roots de verdade em sua forma mais rude e crua.
Como os puristas do folk, que chamaram Bob Dylan de vendido quando o cantor passou a tocar guitarra, esses críticos ignoram o fato de que Marley, assim como Dylan, transcendeu o gênero de sua música - de que ele talvez tenha até transcendido o conceito de roots. Basta vê-lo no palco, dançando sem parar, os dreadlocks rodando, para perceber que se trata de uma estrela do rock.
Ainda assim, Marley parece genuinamente comprometido com sua fé, e, quando fala sobre a peregrinação que pretende fazer até a Etiópia, fica claro que seu coração pertence mesmo a essa Meca mítica. "Meu sonho, cara, e de todo rastaman, é voar para a Etiópia e deixar a Babilônia, onde os políticos não deixam os meus irmãos serem livres e viverem do modo que é seu por direito. Por isso vou comprar terras por lá para viver com minha família, cara. Porque a Babilônia precisa cair. Tanta maldade precisa acabar, mas quando? Eu e meus irmãos não queremos esperar mais, porque Jah nos diz pra voltar pra casa, pra nossa Etiópia e deixar que a Babilônia pereça sob seu próprio mal, cara. Não sei por que... mas é assim que tem que ser." Considerando que fica difícil para alguém de fora discutir a lógica "preto-no-branco" da doutrina rasta, ficamos ponderando em silêncio solene sobre o que foi dito, olhando o sol se pôr no quintal, onde vários irmãos de Marley permaneciam parados em um estado enervante de animação suspensa. E enquanto Marley parece ter feito as pazes com a contradição que representa ser o reverenciado porta-voz de uma seita religiosa nativa jamaicana e um produto vendido nas fervilhantes arenas do mundo, os membros da extensão de sua família, silenciosos e cheios de desprezo, com seus impenetráveis olhos amendoados, começam a parecer menos hospitaleiros. Talvez eles não queiram espantar ninguém - afinal, Bob é o passaporte de todos para a terra prometida e sua vontade é claramente a lei maior por aqui.
Então, Bob se anima por um instante: "Vai levar anos, cara, e talvez algum derramamento de sangue, mas a bondade e a justiça vão prevalecer. Eu sei, cara, porque quando toco fora da Jamaica, por todo o mundo, vejo irmãos de dreadlocks em todo lugar... Crescendo fortes como a erva no campo... É, cara, me alegra o coração ver os dreadlocks em todo lugar. É o futuro, cara".
Ele não acredita que o fato de algum garoto resolver usar dreads para imitar o ídolo Bob Marley e não para seguir os preceitos da religião rastafári possa comprometer sua mensagem e transformar sua fé em um tipo de moda passageira ("como o twist").
"É bom, cara", insiste. "Porque é um começo. Primeiro eles deixam dreads crescerem e logo estarão entendendo a mensagem."
Quando o lembro de como os hippies acharam que bastava deixar o cabelo crescer e fumar maconha para mudar o mundo, e que hoje em dia é normal ver policiais de cabelo comprido, Bob insiste que a analogia não se aplica.
"Você nunca vai ver um policial de dread, cara", diz ele, incomodado com a simples menção da ideia.
"É o que eu digo na minha música nova, 'Rat Race': 'Rastaman não trabalha pra CIA'... Nunca vai acontecer, cara, porque os rastamen não são como os hippies. Eles resistem faz tempo, e os hippies não resistiram. Eles deviam ter aguentado mais cinco anos, até nós aparecermos. E aí os hippies seriam rastamen também! Cara, olha você: tem barba e seu cabelo parece dread!"
É, o homem não deixa de ter senso de humor.
Mas a simpatia de Bob Marley vai embora quando um fotógrafo pede que ele pose em outra parte do quintal, onde ainda há um pouco de luz natural. Ele se recusa, seco, dizendo que se querem que ele vá para outro lugar, que voltem outro dia. Ao mesmo tempo que seu ultimato parece menos um capricho de prima-dona e mais um sintoma honesto de preguiça, acaba servindo para aumentar ainda mais a tensão do momento, enquanto a sombra dos dreadlocks de seus companheiros se alonga pela grama, fazendo com que a distância entre nós pareça tão vasta quanto a Etiópia. [ Rolling Stones ]