Mostrando postagens com marcador BBC Brasil. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador BBC Brasil. Mostrar todas as postagens

27 de novembro de 2015

No Japão, alunos limpam até banheiro da escola para aprender a valorizar patrimônio

Ajudar na limpeza ensina estudantes a terem responsabilidades e consciência social
Enquanto no Brasil escolas que "obrigam" alunos a ajudar na limpeza das salas são denunciadas por pais e levantam debate sobre abuso, no Japão, atividades como varrer e passar pano no chão, lavar o banheiro e servir a merenda fazem parte da rotina escolar dos estudantes do ensino fundamental ao médio.

"Na escola, o aluno não estuda apenas as matérias, mas aprende também a cuidar do que é público e a ser um cidadão mais consciente", explica o professor Toshinori Saito. "Ninguém reclama porque sempre foi assim."

Nas escolas japonesas também não existem refeitórios. Os estudantes comem na própria sala de aula e são eles mesmos que organizam tudo e servem os colegas.

Depois da merenda, é hora de limpar a escola. Os alunos são divididos em grupos, e cada um é responsável por lavar o que foi usado na refeição e pela limpeza da sala de aula, dos corredores, das escadas e dos banheiros num sistema de rodízio coordenado pelos professores.

Reunidos em grupos, alunos se revezam nas tarefas
"Também ajudei a cuidar da escola, assim como meus pais e avós, e nos sentimos felizes ao receber a tarefa, porque estamos ganhando uma responsabilidade", diz Saito.

Michie Afuso, presidente da ABC Japan, organização sem fins lucrativos que ajuda na integração de estrangeiros e japoneses, diz ainda que a obrigação faz com que as crianças entendam a importância de se limpar o que sujou.

Um reflexo disso pôde ser visto durante a Copa do Mundo no Brasil, quando a torcida japonesa chamou atenção por limpar as arquibancadas durante os jogos e também nas ruas das cidades japonesas, que são conhecidas mundialmente por sua limpeza quase sempre impecável.

"Isso mostra o nível de organização do povo japonês, que aprende desde pequeno a cuidar de um patrimônio público que será útil para as próximas gerações", opina.

Michie Afuso, da ONG ABC Japan, sugere intercâmbio educacional entre Brasil e Japão
Para que os estrangeiros e seus filhos entendam como funcionam as tradições na escola japonesa, muitas prefeituras contratam auxiliares bilíngues. A brasileira Emilia Mie Tamada, de 57 anos, trabalha na província de Nara há 15 e atua como voluntária há mais de 20.

"Neste período, não me lembro de nenhum pai que tenha questionado a participação do filho na limpeza da escola", conta ela.

Michie Afuso diz que, aos olhos de quem não é do país, o sistema educacional japonês pode parecer rígido, "mas educação é um assunto levado muito à sério pelos japoneses", defende.

Prática é aplicada nas escolas japonesas há várias gerações
Recentemente no Brasil, um vídeo no qual uma estudante agride a diretora da escola por ela ter lhe confiscado o telefone celular se tornou viral na internet e abriu uma série de discussões sobre violência na escola.

Outros casos de agressão contra professores foram destaques de jornais pelo Brasil nos últimos meses, como da diretora que foi alvo de socos e golpes de caneta em Sergipe e da professora do Rio Grande do Sul que foi espancada por uma aluna e seus familiares durante uma festa junina.

No Japão, este tipo de abuso dentro da escola é raro. "Desde os tempos antigos, escola e professores são respeitados. Os alunos aprendem a cultivar o sentimento de amor e agradecimento à escola", diz Emilia.

Educadores explicam que, desta forma, estudantes aprendem a 'limpar o que sujaram'
No ano passado, durante as eleições, a BBC Brasil publicou uma série de reportagens sobre a violência de alunos contra professores no Brasil. As matérias revelaram casos de professores que chegaram a tentar suicídio após agressões consecutivas e apontaram algumas das soluções encontradas por colégios públicos para conter a violência – da militarização à disseminação de uma cultura de paz entre escolas e comunidade.

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que ouviu mais de 100 mil professores e diretores de escola em 34 países, o Brasil ocupa o topo de um ranking de violência em escolas – 12,5% dos professores ouvidos disseram ser vítimas de agressões verbais ou intimidação pelo menos uma vez por semana.

"Assim como o Brasil tem um programa de intercâmbio com a polícia japonesa, poderíamos ter um na área educacional", propõe Michie, da ABC Japan, ao se referir ao sistema de policiamento comunitário do Japão que foi implantado em algumas cidades do Brasil.

A brasileira lembra que a celebração dos 120 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Japão seria uma ótima oportunidade para incrementar o intercâmbio na área social e não apenas na comercial.

"Dessa forma, os professores poderiam levar algumas ideias do sistema de ensino japonês para melhorar as escolas no Brasil", sugere Michie.

Os próprios alunos servem a merenda escolar aos colegas 

10 de julho de 2015

A borracha deveria ser banida da sala de aula?

No começo do ano acompanhei a Sarah, minha filha mais velha, matriculando minha netinha Fernanda no Kumon. Gostei muito do que o atendente falou sobre como funciona o método da escola: "Não queremos que ajudem ela. Nossa escola busca saber aquilo que os alunos não sabem ainda para poder ajudá-los". Interessante! Como nunca pensei nisso antes? 

Agora, encontrei essa matéria da BBC que discute exatamente essa 'filosofia' defendida por um professor do Reino Unido. Vejamos.


Borracha cria 'cultura de vergonha do erro' para cientista cognitivo que sugere proibí-la na escolas
A velha e boa borracha seria um "instrumento do diabo"? É o que afirma o cientista cognitivo Guy Claxton, professor visitante do Kings College London, no Reino Unido.

Em entrevista ao jornal Daily Telegraph, Claxton disse que a borracha cria uma "cultura de vergonha do erro" e sugeriu bani-la das escolas britânicas.

"É uma forma de mentir para o mundo, dizendo: 'Não errei. Acertei de primeira'."

Para ele, é melhor que alunos assumam seus erros na escola, porque é assim que ocorre no mundo real.

Ele está certo? Borrachas deveriam ser proibidas nas escolas?

"Acredito que isso seria severo demais", afirma John Coe, porta-voz da Associação Nacional para Educação Primária do Reino Unido.

"No entanto, em certas ocasiões, a borracha não deveria ser usada. Se estou ensinando matemática, quero que os alunos mostrem seus cálculos. Não gostaria de ver meus pupilos tão preocupados com a resposta correta que não deixem indícios de como chegaram à resposta."

Aprendizado
Enxergar os próprios erros é uma parte importante do aprendizado, diz especialista
De fato, ver os erros cometidos por estudantes é uma parte importante do aprendizado.

"Observar os enganos cometidos por eles é uma parte essencial do trabalho de um bom professor", acrescenta Coe. "É preciso ver as tentativas feitas para chegar à resposta para orientar melhor o aluno."

Em sua proposta, Claxton defende que, ao negar ter cometido erros, os estudantes não estão sendo preparados para o mundo, onde enganos são cometidos - e é preciso conviver com as consequências disso.

"Para crianças pequenas, ser capaz de ver seu próprio erro é um passo importante", afirma Anthony William, especialista em psicologia infantil da Universidade de Sheffield. "Mesmo quando somos adultos temos dificuldades em enxergar nossos erros."

Mas, se as borrachas forem banidas, como Claxton sugere, ao que isso levaria?

"Cada vez mais aulas acontecem com equipamentos tecnológicos", afirma Williams.

"Você tiraria a tecla delete do computador? Você conseguiria fazer seu trabalho sem ela? No mundo, estamos sempre cometendo pequenos erros, os revisando e os alterando."

22 de junho de 2015

Astronauta posta foto de ‘lugar mais azul do mundo’; saiba onde fica


Foto do lago Cuo Womo, tirada a 400 quilômetros de altura.

"Esse lago no nordeste do Himalaia parece o lugar mais azul do mundo visto da Estação Espacial Internacional", escreveu o astronauta americano Scott Kelly em sua conta no Twitter.

E a foto que acompanha o comentário mostra uma massa de água em forma de coração de um azul tão brilhante que parece modificado pelo Photoshop ou outro programa de edição de imagens. É uma foto do lago Cuo Womo, também chamado de Co Ogma ou simplesmente lago Womo, e o astronauta não mexeu nem um pouco nela – o lugar é simplesmente assim.


Astronauta americano se propôs a encontrar 'lugar mais azul do planeta'

O lago, com o comprimento máximo de sete quilômetros e uma área de 22 quilômetros quadrados se encontra a 4.970 metros de altitude em Rikaze, uma região praticamente despovoada no Tibete.
A água dele vem do escoamento da água da chuva que escorre das montanhas ao redor.
Não chove muito naquela área (300 litros por metro quadrado), mas a temperatura fria, com uma média anual de 2 °C, ajuda na conservação da água.
E a forma como ele absorve radiações do sol é o que dá a esse lago sua cor particular.


Costa de Fortaleza vista do espaço

O astronauta da Nasa Scott Kelly, também engenheiro e capitão aposentado da Marinha dos Estados Unidos, é um veterano de missões espaciais.
Esse é seu terceiro 'passeio' para além da estratosfera. Em março deste ano, chegou à Estação Espacial Internacional (EEI), mas não era a primeira vez que entrava no centro de pesquisa a 400 km da Terra, que percorre a órbita terrestre a 28 mil km/h.
Já entre 26 de novembro de 2010 e 16 de março de 2011, ele havia comandado uma missão na estação, com participação da Nasa, da Agência Espacial Europeia (ESA na sigla inglesa) e das agências espaciais da Rússia, Canadá e Japão.
Dessa vez, ele se propôs a encontrar o lugar mais azul do planeta e compartilhá-lo nas redes sociais.
Revisando as imagens que colocou em sua conta do Twitter (@StationCDRKelly), não foi só em Cuo Womo que encontrou um azul tão intenso.


Ilhas que Scott Kelly fotografou, mas não descreveu a localização

Pela hashtag #YearInSpace, Scott Kelly compartilhou imagens de vários pontos da Terra vistos do espaço que também têm a cor azul bastante intensa, como o lago no Tibete.
Como por exemplo uma ilha que ele não identificou, sobre a qual disse: "É o azul do nosso mármore azul."
A costa de Fortaleza também aparece com azul marcante vista do espaço. Assim como o Mar da China Meridional, onde estão construindo ilhas artificiais, ou as águas que rodeiam Honolulu, no Havaí.


Outro registro de ilha vista do espaço

Mas ainda que tenha se proposto a encontrar o lugar mais azul do planeta, Scott Kelly não se limitou a essa cor.
Ele compartilha frequentemente imagens com um verde intenso, como o dos campos do sudeste asiático, um tom que, segundo ele, aparece timidamente, mas cada vez com mais frequência nos desertos.
Outra cor retratada por ele é o vermelho forte da terra, como o que predomina na África, continente "bonito e diverso", como descreveu o astronauta.


Campos do sudeste asiático
O astronauta se surpreendeu com a presença da cor verde nos desertos africanos
O 'mar de terra' que pode ser fotografado da África

3 de junho de 2015

Brasileiras denunciam exploração ao trabalhar em casas de famílias na Irlanda

Camila Munds recebia menos do que o salário mínimo, comia refeições piores do que a família para quem trabalhava e sofria assédio do patrão
O barulho do patrão tentando abrir a porta de seu quarto é a pior lembrança que Camila Munds, de 32 anos, tem das cinco semanas que trabalhou como au pair em Dublin, capital da Irlanda, em 2011.

Au pair é geralmente uma jovem que vem de outro país morar com uma família; ela aproveita a estada para aprender a língua local e ajuda com os filhos e tarefas domésticas.

Camila era encarregada, junto com outra brasileira, de cuidar de quadrigêmeos de dois anos e de um menino de cinco em troca de um salário de 140 euros (R$ 490) por semana, um quarto para dormir e alimentação.

Trabalhando mais de 40 horas semanais, incluindo sábados e domingos, Camila recebia menos de 3,5 euros por hora, muito abaixo do salário mínimo irlandês de 8,65 euros por hora e do valor médio de 10 euros por hora pago a babás que não moram com a família nem ganham ajuda para alimentação.

Enquanto isso, ainda precisava lidar com o assédio do pai das crianças.

"Ele tentava entrar no meu quarto todas as noites. Às vezes, estava bêbado. Por sorte, (eu) tinha o hábito de dormir com a porta trancada. Por que ele fazia isso? Não quero nem pensar. Levei muito tempo para conseguir falar sobre o assunto", conta ela à BBC Brasil por telefone.

'Exploração grave'

Este tipo de esquema de trabalho é popular entre brasileiras que vão estudar inglês na Irlanda, mas não é regulamentado no país.

É uma relação de trabalho informal que dá espaço para abusos. A exploração dessas au pairs veio à tona em um relatório divulgado na terça-feira pela Agência de Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA, do nome em inglês) em Bruxelas, sobre a gravidade da exploração trabalhista em países do bloco.

"Trabalhar todos os dias da semana por salários pagos a intervalos irregulares ou nunca, viver em espaços exíguos e em condições precárias, isolado do resto da comunidade, trabalhar sem contrato e sujeito a uma ameaça constante de deportação", são os exemplos da situação enfrentada por diversos trabalhadores em vários países da UE, apresentados no primeiro estudo do tipo realizado no bloco.

O setor de trabalhos domésticos é apenas um dos atingidos pela exploração; outros setores econômicos são agricultura, construção, hotelaria e serviços de bufês.

O caso das au pairs brasileiras é emblemático na Irlanda. Segundo o agente de políticas do Centro de Direitos de Imigrantes da Irlanda, Pablo Rojas, dos mais de 35 casos de exploração registrados em 2015, cerca de 75% envolviam cidadãs do Brasil.

"São meninas que vêm estudar inglês e enxergam neste esquema uma oportunidade de aprender mais a língua e economizar com o aluguel, que é muito caro no país", afirma Rojas.

Sites de agências que intermediam contratação de 'au pairs': casos de exploração de brasileiras são emblemáticos na Irlanda
Ameaças e impunidade

Foi isso que levou Taís Regina da Silva, psicóloga de 32 anos, a procurar trabalho como au pair ao chegar à Irlanda em agosto de 2014.

Ela assinou um contrato de 20 horas de trabalho semanais para cuidar de três crianças por 90 euros por semana, mas, ao se mudar para a casa da família, recebeu uma lista explicando que deveria também fazer faxina, lavar e passar roupa.

"No primeiro mês, passava o dia inteiro fazendo faxina. Trabalhava muito mais que 20 horas para dar conta de tudo. Aí as crianças tiveram duas semanas de férias, e eu tinha que cuidar delas o dia inteiro. Parei de fazer a faxina, e a relação com os pais se deteriorou", lembra.

Taís ainda diz que recebia refeições piores que as da família, algo relatado também por Camila, que abre esta reportagem. Além disso, a casa onde Taís vivia se situava em uma região isolada, em um subúrbio de Dublin, e ela dependia de carona dos patrões para chegar até o ponto de ônibus mais próximo em seus dias de folga.

"É muito difícil discutir sobre tudo isso quando você está morando na casa da pessoa. Ainda porque eu estava aprendendo a falar inglês. Só não saí antes de lá porque precisava ter um lugar para morar", afirma ela.

Ao deixar o trabalho, após três meses, Taís recebeu apenas 70 dos 180 euros que a família devia. É outro ponto em comum com o caso de Camila, que não recebeu seu último salário. Ao pressionar os patrões, as duas foram ameaçadas com denúncias às autoridades de imigração.

"Muitas vítimas não denunciam por medo de serem deportadas ou porque não teriam outro lugar morar. Outras voltam para seus países e não dão prosseguimento às denúncias. Isso contribui para a situação atual de impunidade generalizada", afirma Rojas.

Além disso, apesar da FRA destacar que a UE possui leis proibindo certas formas graves de exploração de trabalhadores, ela diz que, em alguns países, a sanção por empregar um trabalhador imigrante em condições abusivas está sujeita a penas inferiores a dois anos.

"Isso não reflete a gravidade das violações dos direitos fundamentais aqui implicadas", diz a agência. "E os responsáveis correm pouco risco de serem processados ou obrigados a indenizar as vítimas". [ BBC Brasil ]

20 de maio de 2015

Conheça a planta que cresce onde há diamantes

Até agora, todas as vezes que os cientistas encontraram a planta, encontraram também kimberlito, que pode abrigar diamantes
Ela é cheia de espinhos, parece uma palmeira e pode chegar a 10 metros de altura.

Mas a Pandanus candelabrum - uma planta identificada recentemente na Libéria - tem uma característica singular: aparentemente, só cresce em zonas onde há chaminés de kimberlito, formações rochosas de origem vulcânica que podem abrigar grandes quantidades de diamantes.

"Na Libéria - pelo menos - temos descoberto uma relação um para um: cada vez que encontramos a planta, encontramos kimberlito", disse à BBC Mundo Stephen Haggerty, geólogo da Universidade Internacional da Flórida, em Miami, nos Estados Unidos, e autor do estudo publicado na Economic Geology.

Haggerty acredita que a planta se adaptou a esses terrenos porque contém níveis elevados de magnésio, potássio e fósforo que constituem um "fertilizante muito bom".

Mas encontrar essa planta significa descobrir um tesouro?

Segundo Haggerty, as amostras não são estatisticamente significativas para fazer uma afirmação tão contundente.

Além disso, acrescenta, há outros requisitos fundamentais que precisam estar presentes.

"Os diamantes estão restritos geologicamente. Só se encontram nas regiões mais antigas da crosta terrestre [em partes da África, Canadá, Sibéria, Brasil]", destaca o pesquisador.

E a família desta planta aparece em regiões tropicais e subtropicais.


"Então, só se esses dois elementos se combinam existe a possibilidade de se achar kimberlito e, se você encontra kimberlito, há chances de encontrar diamantes" acrescenta.

As chaminés de kimberlito são raras. Das mais de 6.000 que se conhece, cerca de 600 contém diamantes. E, dessas, apenas 60 contém diamantes em quantidade necessária para justificar o custa da extração, esclarece o cientista.

Benefícios
A descoberta tem o potencial de mudar radicalmente a forma como se faz prospecção para buscar diamantes.

Detectar um indicador de sua presença em superfície demanda menos trabalho e custo menor.

"Poderia ser [um método] particularmente útil em lugares como a Amazônia, onde a floresta é muito frondosa e onde é preciso escavar muitos metros antes de ver se há kimberlito", disse Haggerty.

E, para os países da África que passaram por guerras e foram assolados pela epidemia do ebola, destaca Steven Shirey, geólogo especializado em diamantes do Instituto Carnegie para a Ciência, nos EUA, a exploração mineral das chaminés de kimberlito pode oferecer benefícios econômicos sem gerar grandes danos ambientais, já que este tipo de minas - estreitas e verticais - têm um impacto muito menor que, por exemplo, as minas de cobre a céu aberto.

Mas Haggerty teme que muitos comecem a procurar diamantes desenfreadamente se encontrarem um exemplar de Pandanus candelabrum.

"Sou ambientalista e esta é uma planta exótica, por isso me preocupa que [a descoberta] possa ter um impacto negativo no sentido de que se comece a escavar sem ter em mente todos os elementos que devem estar presentes."

"Se você encontrar a planta, não vai encontrar necessariamente diamantes. Tem que estar em um país onde eles existam." [ BBC Brasil ]

18 de maio de 2015

Blogueiro britânico diz que brasileiros exageram na rejeição ao Brasil


Pouco depois de chegar a São Paulo, fui a uma loja na Vila Madalena comprar um violão. O atendente, notando meu sotaque, perguntou de onde eu era. Quando respondi "de Londres", veio um grande sorriso de aprovação. Devolvi a pergunta e ele respondeu: ‘sou deste país sofrido aqui’.

Fiquei surpreso. Eu - como vários gringos que conheço que ficaram um tempo no Brasil - adoro o país pela cultura e pelo povo, apesar dos problemas. E que país não tem problemas? O Brasil tem uma reputação invejável no exterior, mas os brasileiros, às vezes, parecem ser cegos para tudo exceto o lado negativo. Frustração e ódio da própria cultura foram coisas que senti bastante e me surpreenderam durante meus 6 meses no Brasil. Sei que há problemas, mas será que não há também exagero (no sentido apartidário da discussão)?

Tem uma expressão brasileira, frequentemente mencionada, que parece resumir essa questão: complexo de vira-lata. A frase tem origem na derrota desastrosa do Brasil nas mãos da seleção uruguaia no Maracanã, na final da Copa de 1950. Foi usada por Nelson Rodrigues para descrever “a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo”.

E, por todo lado, percebi o que gradualmente comecei a enxergar como o aspecto mais 'sofrido' deste país: a combinação do abandono de tudo brasileiro, e veneração, principalmente, de tudo americano. É um processo que parece estrangular a identidade brasileira.

Sei que é complicado generalizar e que minha estada no Brasil não me torna um especialista, mas isso pode ser visto nos shoppings, clones dos 'malls' dos Estados Unidos, com aquele microclima de consumismo frígido e lojas com nomes em inglês e onde mesmo liquidação vira 'sale'. Pode ser sentido na comida. Neste "país tropical" tão fértil e com tantos produtos maravilhosos, é mais fácil achar hot dog e hambúrguer do que tapioca nas ruas. Pode ser ouvido na música americana que toca nos carros, lojas e bares no berço do Samba e da Bossa Nova.


Cadê a tapioca?
Pode ser visto também no estilo das pessoas na rua. Para mim, uma das coisas mais lindas do Brasil é a mistura das raças. Mas, em Sampa, vi brasileiras com cabelo loiro descolorido por toda a parte. Para mim (aliás, tenho orgulho de ser mulato e afro-britânico), dá pena ver o esforço das brasileiras em criar uma aparência caucasiana.

Acabei concluindo que, na metrópole financeira que é São Paulo, onde o status depende do tamanho da carteira e da versão de iPhone que se exibe, a importância do dinheiro é simplesmente mais uma, embora a mais perniciosa, importação americana. As duas irmãs chamadas Exclusividade e Desigualdade caminham de mãos dadas pelas ruas paulistanas. E o Brasil tem tantas outras formas de riqueza que parece não exaltar...

Um dos meus alunos de inglês, que trabalha em uma grande empresa brasileira, não parava de falar sobre a América do Norte. Idealizou os Estados Unidos e Canadá de tal forma que os olhos dele brilhavam cada vez que mencionava algo desses países. Sempre que eu falava de algo que curti no Brasil, ele retrucava depreciando o país e dando algum exemplo (subjetivo) de como a América do Norte era muito melhor.

O Brasil está passando por um período difícil e, para muitos brasileiros com quem falei sobre os problemas, a solução ideal seria ir embora, abandonar este país para viver um idealizado sonho americano. Acho esta solução deprimente. Não tenho remédio para os problemas do Brasil, obviamente, mas não consigo me desfazer da impressão de que, talvez, se os brasileiros tivessem um pouco mais orgulho da própria identidade, este país ficaria ainda mais incrível. Se há insatisfação, não faz mais sentido tentar melhorar o sistema?

Destaco aqui o que vejo como um uma segunda colonização do Brasil, a colonização cultural pelos Estados Unidos, ao lado do complexo de vira-latas porque, na minha opinião, além de andarem juntos, ao mesmo tempo em que existe um exagero na idealização dos americanos, existe um exagero na rejeição ao Brasil pelos próprios brasileiros. É preciso lutar contra o complexo de vira-latas. Uma divertida, porém inspiradora, lição veio de um vendedor em Ipanema. Quando pedi para ele botar um pouco mais de 'pinga' na caipirinha, ele respondeu: "Claro, (mermão) meu irmão. A miséria tá aqui não!" Viva a alma brasileira! [ BBC Brasil ]

27 de abril de 2015

8 truques surpreendentes para emagrecer sem pensar

Especialista da Universidade de Cornell Brian Wansink dá dicas para perder peso sem muito esforço


Emagrecer de maneira fácil e sem precisar mergulhar em dietas super restritivas seria o sonho de qualquer um. E, segundo Brian Wansink, diretor do Laboratório de Alimentos da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, perder peso 'sem pensar' é algo possível.

Para isso, seriam necessárias apenas algumas mudanças nos hábitos diários que nos ajudariam a comer menos. As recomendações são baseadas nos estudos de Wansink e sua equipe, publicadas no livro "Slim by Design".

O especialista acredita que nossas vidas são muito ocupadas e que temos pouca força de vontade para conseguir perder peso por um esforço consciente e contínuo.

A melhor solução, portanto, é incorporar uma série de mudanças que nos façam comer menos sem esforço. A BBC apresenta aqui alguns truques para conseguir isso.

1- Sirva seu prato direto no fogão, longe da mesa.
Este pequeno truque te ajudará a comer cerca de 19% a menos de comida por dia – a mudança é maior nos homens.

O motivo, segundo o pesquisador, é que se a comida fica na mesa, é provável que alguma das pessoas que está comendo repita o prato – em geral, a que terminar primeiro.

2- Guarde os cereais no armário e coloque os mais saudáveis à frente
Uma pessoa que mantém os cereais à vista pesa, em média, cerca de 9,5kg a mais do que as que não fazem isso.

"O engraçado é que, no caso de bolachas ou doces, a diferença não chega a ser tão grande", explica Wansink.

Isso ocorre porque muitas vezes as pessoas sabem que estes produtos não são muito saudáveis e tendem a limitar o seu consumo. No entanto, cereais geralmente são percebidos como um produto saudável e, portanto, não haveria motivos para escondê-los.

3- Coloque as frutas e verduras na parte mais visível da geladeira
Esse hábito te ajudará a comer três vezes mais esse tipo de alimento. A ideia é deixar as coisas mais calóricas nas partes mais baixas da geladeira, que são menos visíveis, para ter menos vontade.

4- Se for beber vinho, melhor tinto e em taça pequena
As pessoas costumam se concentrar mais na altura do que na largura na hora de medir a quantidade dos líquidos. Em média, serve-se 12% a menos de vinho em uma taça de vinho branco, que é a menor, do que em uma de vinho tinto.

Além disso, tendemos a beber menos vinho tinto do que branco. O motivo é que a cor da bebida faz com que ela seja mais visível e, por isso, na hora de servir, somos mais conscientes para medir a quantidade.

"Bebemos cerca de 10% a menos em média no caso do vinho tinto", destaca o especialista.

5- Nos restaurantes, procure se sentar perto da porta
As pessoas que se sentam mais longe da porta comem menos salada e têm uma probabilidade 73% maior de pedirem sobremesa.

Caso escolham uma mesa ainda mais para trás, as pessoas podem estar mais próximas da cozinha, onde verão os pratos do restaurante passando com frequência e poderão se sentir 'tentadas' a pedi-los.

Wansink acredita também que quem senta perto da porta vê outras pessoas fora do restaurante e isso faz com que se sintam mais conscientes de sua aparência para pedir algo mais saudável.

6- Caminhe por todo o corredor do supermercado
Quando vamos a supermercados, temos uma probabilidade 11% maior de comprar a primeira verdura que vemos em comparação com a terceira.

Por isso, Wansink recomenda que percorramos todo o corredor do supermercado para, assim, ampliarmos a variedade da nossa dieta.

7- Divida o carrinho de compras em duas partes, com as frutas e as verduras na frente e o resto atrás
Isso faz com que você pense mais no que está colocando no carrinho e te levará a comprar 23% mais verduras.

Cerca de 61% de tudo o que compramos está mais ou menos a altura dos olhos.

8- No escritório, guarde os doces em um pote opaco e tampado
Desta maneira, você fará com que elas estejam menos acessíveis. As pessoas que deixam os doces em cima da mesa do escritório tendem a pesar cerca de 6,8kg a mais do que o resto.

8 de abril de 2015

Maior caverna do mundo tem selva e rio próprios


Da BBC Brasil

A caverna Hang Son Doong é considerada a maior do mundo.

De acordo com diversos registros, a caverna localizada na região central do Vietnã, no sudeste asiático, tem uma extensão de 4,5 quilômetros e uma altura de 150 metros.

O fotógrafo Ryan Deboodt e sua equipe passaram oito dias no local e, com a ajuda de um drone, filmaram em três áreas da caverna.

"Queríamos que as pessoas pudessem experimentar como é estar em um lugar tão único, que ainda permanece intocado pelo homem", disse Deboodt.

"Espero que possam apreciar a beleza e a fragilidade da natureza inexplorada para que ela seja conservada para as futuras gerações."

6 de abril de 2015

Peixe faz mesmo tão bem assim para a saúde?

Presença de ômega-3 fez peixes serem considerados alimentos saudáveis
Na Sexta-Feira Santa muitas pessoas trocam carne vermelha e frango por peixes - alimento que tem uma excelente reputação como fonte de nutrientes altamente benéficos para a saúde.

Mas os peixes realmente fazem tão bem assim? Se sim, qual é o melhor peixe do ponto de vista nutricional?

A resposta não é tão simples.

Ômega 3

Nos últimos anos, a boa reputação do peixe esteve associada à presença de ômega 3, ácidos graxos essenciais que o corpo não produz a partir de outras substâncias - são "poli-insaturadas" -, encontrados em abundância em certos peixes.

Mercado de óleo de peixe cresceu nos últimos anos
Durante muito tempo a ciência apoiou e incentivou o consumo de peixe. Estudos sugeriam que o consumo era bom para o coração, o desenvolvimento do cérebro e o crescimento.

O ômega 3 começou a ser adicionado a certos alimentos, como leite, sucos e cereais, e uma indústria de suplementos de óleo de peixe floresceu.

Mas, mais recentemente, pesquisas ligaram o ômega 3 a um risco maior de desenvolver certos tipos de câncer (como o de próstata) e descartaram que o consumo de suplementos de óleo de peixe reduz o risco de doenças cardíacas.

Também descobriu-se que o excesso de ômega 3 pode aumentar o risco de acidente vascular cerebral.

Especialistas recomendam ingestão de peixes gordurosos uma vez por semana
"Foram atribuídos ao ômega 3 diversos benefícios sobre os quais não se têm certeza", disse à BBC Eduardo Baladía, editor da revista Nutrição Humana e Dietética e promotor do Centro de Análise de Evidência Científica da Fundação Espanhola de Dietética e Nutrição (FEDN).

"Na verdade, temos dúvidas sobre o ômega 3. É muito problemático dizer que consumi-lo faz bem para a saúde."

O quadro completo

Um ponto sobre o qual os especialistas concordam é que o valor nutritivo do peixe não começa e não termina no ômega 3.

"Se você pudesse dizer, com certeza, que os benefícios de comer peixe se originam inteiramente na gordura poli-insaturada, então ingerir pílulas de óleo de peixe seria uma alternativa a comer o próprio peixe. Mas é mais provável que uma pessoa precise da totalidade das gorduras dos pescados, suas vitaminas e minerais ", escreveu Howard Levine, chefe editorial da publicação de Saúde da Universidade de Harvard, em um artigo em 2013.

Poluição no mar leva substâncias tóxicas a alguns tipos de peixe
"Às vezes nos fixamos demais em supernutrientes e superalimentos", diz Eduardo Baladía.

"A ingestão de peixe substitui o consumo de carne, que têm gorduras menos saudáveis. Isso podemos considerar verdade absoluta. E, só por isso, já é interessante comer peixe", completa.

Então, qual peixe?

Em revistas e jornais, inúmeros artigos recomendam a opção por peixes com mais gordura, porque eles são ricos em ômega 3.

A Clínica Mayo, em Rochester, nos Estados Unidos, por exemplo, diz que "peixes gordurosos, como salmão, truta, arenque e atum, contêm mais ômega 3, e, assim, proporcionam benefício maior."
Baladía, por sua vez, acha que há espaço para peixe com baixo teor de gordura - e, portanto, calorias.
"Especialmente em uma sociedade em que o consumo de energia é alto, em que as gorduras saturadas e o colesterol são elevados, uma refeição sem isso, feita apenas de proteínas, é atraente", diz ele.

Semana Santa o ano todo?

Mas o conselho é não transformar a dieta da Sexta-Feira Santa em rotina o ano todo.

O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido recomenda comer apenas uma porção de peixe gorduroso por semana - por causa de sustâncias tóxicas, como o mercúrio, presentes nestas espécies devido à contaminação das águas - e quantas vezes quiser de peixes pouco gordurosos.

Mas todos concordam que frutas e verduras ainda são a chave de uma alimentação saudável. [ BBC Brasil ]

26 de março de 2015

Os mais fantásticos encontros entre bichos

Tudo pode acontecer quando dois animais se encontram – principalmente se as duas espécies forem completamente diferentes: basta ver o sucesso da foto que captou o voo de um furão "de carona" nas asas de um pica-pau.


Em homenagem ao viral, a BBC Earth convidou seus internautas em todo o mundo a enviar fotos feitas por eles de encontros inusitados entre bichos.

Aqui estão as mais impressionantes.

Cobra e sapo, por Kelly Morris
O momento em que um pobre sapo é abocanhado por uma cobra.

Colisão de antílopes, por George Dian Balan
Dois antílopes travam uma luta feroz.

Corvo-marinho e o quê?, por Joseph Velia Gaffiero
Uma tentativa épica de um corvo-marinho (ou cormorão) de capturar um... quê?

Formigas x formiga, por Dilip S. Pandit
A força está nos números, como provam essas formigas prestes a derrubar uma rival bem maior

Cão e macaco, por Karan Shah
Nada como confidências ao pé do ouvido...

Cara a cara, por Simon Marshall
Quando um esquilo e um lagarto dividem a mesma árvore

Gavião e carqueja, por Howard Booty
Um gavião e sua presa, uma jovem carqueja

Aranha e libélula, por Keith Aisthorpe
Uma aranha captura uma libélula para o almoço

Crocodilo e colhereiros, por Gregory Skupien
Colhereiros conseguem se desvencilhar do perigoso crocodilo

Gato e serpente
Um gatinho dá de cara com uma corredora-azul. O bem contra o mal?

24 de março de 2015

Os segredos para aprender um novo idioma (rapidamente)

A ideia de tentar um emprego no exterior sempre o atraiu, mas aprender novos idiomas não é o seu forte? Ou aquela vaga dos sonhos exige um domínio de outra língua que você precisa adquirir rapidamente?



Uma boa notícia: alguns especialistas garantem que é possível aprender os recursos mais básicos de comunicação em um outro idioma no espaço de poucas semanas.

Enquanto talvez seja impossível desenvolver a fluência necessária para ler clássicos da literatura de outro país em alguns meses, esse é um tempo suficiente para que uma pessoa dominar frases e vocabulário específico para suas necessidades profissionais.

Uma vez que esse estágio é atingido, chegar a um bom nível de conversação é apenas um passo a mais.

Preparando a decolagem
Às vezes, as viagens internacionais de negócios obrigam um indivíduo a encontrar maneiras de manter um diálogo com nativos em vários idiomas. O engenheiro americano Benny Lewis, por exemplo, aprendeu o suficiente em sete línguas, incluindo o espanhol, o francês e o alemão, para trabalhar com mais facilidade e conseguir uma fluência básica em outros idiomas, como o mandarim.

Seu segredo: quando precisa aprender uma nova língua, Lewis compila um roteiro de frases para poder responder a perguntas mais comuns vindas de estranhos. Conforme foi dominando novos idiomas, passou até a trabalhar como tradutor de textos técnicos de engenharia.

Livros com frases prontas e tutoriais na internet podem ser bastante úteis no estágio inicial, segundo os especialistas, já que oferecem o vocabulário e a autoconfiança necessários para se iniciar uma conversa básica com nativos, o primeiro passo crucial no aprendizado de um novo idioma.

“O maior obstáculo no início é a falta de autoconfiança”, afirma Lewis. “Quanto mais fui me soltando, melhorei vários aspectos da minha conversação.”

Para os especialistas, ter coragem de falar outra língua é necessário se você quer progredir.

“Muita gente não avança porque não abre a boca”, afirma Michael Geisler, vice-diretor das escolas de idiomas do Middlebury College, no Estado americano de Vermont. “Se você não está disposto a se expor um pouco, o progresso será mais lento”.

Isso significa não ter medo de se arriscar ou de cometer erros. “Quando comecei a estudar espanhol, minha primeira língua estrangeira, eu parecia o Tarzã, dizendo coisas como ‘eu ir supermercado’”, brinca Lewis. “Fui melhorando, claro, mas as pessoas também tendem a ser pacientes com os principiantes”.

Faça uma imersão
Geisler acredita que uma imersão total é fundamental para dominar um novo idioma rapidamente. Isso inclui ler, ouvir rádio ou conversar com um nativo.

Os alunos do Middlebury College, por exemplo, realizam todas as atividades extracurriculares (como esportes ou teatro) na língua que estão aprendendo – do francês ao hebraico.

Uma imersão parecida também é adotada no Foreign Service Institute, em Washington, que prepara diplomatas e representantes de assuntos internacionais para suas funções. Seus cursos duram até 44 semanas e têm por objetivo levar os alunos a um nível intermediário, em que sejam capaz de ler notícias e análises e manter conversas mais aprofundadas.

Se a meta é atingir um domínio básico de conversação, poucas semanas são suficientes, principalmente se o aluno tem a chance de falar o idioma regularmente, de acordo com especialistas.

James North, diretor de ensino do Foreign Service Institute, diz que os estudantes são incentivados a estabelecerem relações com cidadãos que têm aquelas línguas como idioma materno. “Você precisa investir o cérebro mas também o coração”, define.

Geralmente, grandes cidades oferecem a chance de conhecer estrangeiros ou ainda de se unir a grupos que reúnem outros praticantes de idiomas para imersões.

Lewis ainda recomenda o site italki.com, uma rede social de idiomas que liga alunos com nativos e professores de determinadas línguas. Um serviço semelhante também está disponível no site lang-8.com.

Ao conversar regularmente com professores ou estrangeiros você também tem a chance de corrigir erros e verificar seus avanços. “A prática faz a perfeição, mas a prática sem um feedback não aperfeiçoa nada. É fundamental ter alguém para dizer se você está no caminho certo”, afirma North.

Priorize o vocabulário
Outra dica importante dos especialistas é não se preocupar demais com a gramática no estágio inicial.
“Aprenda o vocabulário primeiro e se concentre na gramática depois”, diz Lewis. “Quando chegar nesse estágio, uma boa ideia é baixar podcasts de sites especializados, como o radiolingua.com ou o languagepod101.com.”

Os professores também recomendam que o aluno procure livros, músicas e filmes no idioma que está aprendendo, começando por livros infantis ou filmes que você já conhece.

A motivação é fundamental – e nada mais incentivador do que a possibilidade de um novo emprego ou de expandir os horizontes em uma viagem internacional a trabalho. Mas atenção com grandes promessas, como atingir uma fluência avançada em poucos meses. O mais provável é que você consiga se comunicar bem e entender os outros, o que já é um grande progresso para quem partiu do zero. [ BBC Brasil ]

3 de março de 2015

Pesquisa liga café diário a artérias mais limpas

Beber algumas xícaras de café pode beneficiar o coração, disse estudo
O consumo diário de algumas xícaras de café pode ajudar a evitar o entupimento das artérias, um conhecido fator de risco para doenças cardíacas, disseram pesquisadores sul-coreanos, o que deve reabrir o debate sobre os benefícios da bebida para o coração.

O estudo analisou mais de 25 mil funcionários homens e mulheres que se submeteram a exames de saúde de rotina no local de trabalho. Os resultados foram divulgados na publicação científica Heart.

Aqueles que bebiam uma quantidade moderada de café - de três a cinco xícaras por dia - tinham uma possibilidade menor de apresentar os primeiros sinais de doença cardíaca nos exames médicos.

Efeitos no coração
Os efeitos que o café têm sobre a saúde do coração ainda causam dúvidas.

Alguns estudos relacionam o consumo da bebida a fatores de risco cardíaco, como maior colesterol ou pressão arterial. Já outras pesquisas sugerem, na verdade, alguma proteção cardíaca.

Apesar deste estudo, efeitos que o café têm sobre a saúde do coração ainda causam dúvidas
Neste estudo, pesquisadores usaram exames médicos para avaliar a saúde do coração. Eles buscavam, especificamente, qualquer doença nas artérias que irrigam o coração - as artérias coronárias.

Nas doenças coronárias, estas artérias ficam entupidas pelo acúmulo gradual de material gorduroso em suas paredes.

Pesquisadores usaram métodos para visualizar pequenos depósitos de cálcio nas paredes das artérias coronárias para ter uma pista inicial sobre a ocorrência deste processo da doença.

Nenhuma das pessoas incluídas no estudo tinha sinais visíveis de doença cardíaca, mas mais do que uma em cada 10 tiveram depósitos de cálcio visíveis em seus exames.

Os pesquisadores, então, compararam os resultados dos exames com o consumo de café diário anotado por cada um dos funcionários, levando em conta outros potenciais fatores de risco cardíaco, como tabagismo, exercícios físicos e histórico familiar de problemas cardíacos.

Pessoas que beberam algumas xícaras de café por dia apresentaram menos probabilidade de ter depósitos de cálcio em suas artérias coronárias do que as que bebiam mais do que isso ou simplesmente não bebiam nada.

Bem ou mal?
Os autores do estudo dizem, no entanto, que mais pesquisas são necessárias para confirmar e explicar a ligação.

O café contém cafeína estimulante e diversos outros compostos, mas não está claro se eles podem causar bem ou mal para o corpo.

Victoria Taylor, da Fundação Britânica do Coração, disse: "Embora este estudo destaque uma eventual ligação entre o consumo de café e um menor risco de obstruir as artérias, mais pesquisas são necessárias para confirmar esses resultados e compreender qual é a razão para essa associação".

"Precisamos tomar cuidado ao generalizar estes resultados porque são baseados na população da Coreia do Sul, que tem diferentes dietas e hábitos". Via BBC Brasil