Mostrando postagens com marcador Jornal Entre Rios. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jornal Entre Rios. Mostrar todas as postagens

24 de setembro de 2014

Duplo WO no futsal. Uma derrota difícil de digerir...

Luizinho, Getulinho e Tuim, em foto de 2011,
personagens deste WO
Quando percebi estávamos, eu e mais quatro companheiros, encurralados no vestiário, com os jogadores e dirigentes beltronenses pedindo que devolvêssemos o uniforme que eles haviam acabado de nos emprestar.

Depois de alguns minutos de discussão, devolvemos todo o fardamento - como diria o Paulão, do Clube dos Trinta-. Era deles e, assim como tinham cedido, tinham o direito de pedi-lo de volta, ainda mais que se não entrássemos em quadra, para decidir a fase regional do futsal dos Jogos Abertos do Paraná de 1992, quem representaria a região na fase final dos Jap´s seria a própria equipe de Engenheiro Beltrão, que ganhara a decisão do terceiro lugar por WO (Campina da Lagoa não compareceu).

Ginásio de Esportes de Mamborê
Incrível é que nem a equipe da casa estava no ginásio para a decisão. No minuto seguinte à aplicação do DUPLO WO (não comparecimento de ambas as equipes) chegam os nossos atletas restantes com o uniforme e, também, toda a equipe mamboreense e um grande número de torcedores, que se multiplicaram instantaneamente e não aceitavam de maneira alguma a medida dos dirigentes da Paraná Esporte.

Depois de muita confusão, decidiram voltar atrás e realizar a decisão, acalmando o ânimo de todos. Ganhamos com facilidade!

Antes que pudéssemos comemorar, ainda na entrega das medalhas, o prefeito de Mamborê nos alerta que o jogo fora realizado apenas para evitar uma confusão maior e que o duplo WO era o resultado definitivo. E, assim o foi!

Recorremos na Justiça Desportiva, mas perdemos. Lá, ainda fomos acusados de não termos os documentos pessoais para podermos jogar, o que não era verdade. (Um dia ainda vou contar como perdemos nossas testemunhas na Rua XV, em Curitiba. hehe)

Desde então, INTELIGENTEMENTE, a Paraná Esporte marca os jogos com intervalos de 60 minutos entre um jogo e outro, independente dele ocorrer ou não (Naquela época o intervalo era de 15 minutos, o que proporcionava muitos WO).

Tempos depois descobri que o coordenador da modalidade naquele regional, Bianchi, infelizmente já falecido, que era de Campo Mourão, tinha problemas pessoais com alguns dirigentes mourãoenses e, que tinha sido ele quem alertara aos beltroneneses que com o duplo WO, eles é que disputariam a fase final.

Publicado originalmente no semanário Entre Rios, em outubro de 2005.

31 de maio de 2013

Miquinha e Índia Amazonense

Noutra edição, narrei, neste mesmo espaço, a cabeçada que dei com o Miquinha, Valdeci Carvalho de França, jogando futebol de areia, e que me deixou fora do ar, apesar de acordado, por quase 12 horas.
 
Desde então, nos tornamos bons amigos e nos encontrávamos com frequência, quase sempre em eventos esportivos.
 
Mas, o que nos tornou bons amigos foi um evento no qual fomos parceiros. Eu administrava a Rádio Colméia e uma trupe de profissionais de luta-livre (aquela luta que é pura marmelada) chegou a Campo Mourão e contratou a emissora para divulgar, durante uma semana, a apresentação dos lutadores.
 
Tudo acertado e eles pedem que encontremos alguém para desafiar a única lutadora do plantel, a Índia Amazonense. Depois de muito pensar, me lembrei dele e, junto com o Edir, até hoje funcionário da emissora, fomos até a casa do negão para ver se ele topava a empreitada.
 
Valdeci Carvalho de França, o Miquinha (in memorian)
Relutou bastante, mas, apesar da merreca que receberia e do mico pelo qual passaria (a luta era combinada e ele teria que apanhar da profissional), topou participar.
 
Durante uma semana inteira, os lutadores frequentaram todos os programas da Colméia e, em todos eles, a Índia provocava o Miquinha, afirmando que ele nunca mais se meteria com ninguém e que dificilmente agüentaria mais de um round.
 
Naquela época a Colméia era líder de audiência com muita folga e por onde você andasse só se ouvia sobre o desafio do Miquinha. Imaginem o que ele aturou de brincadeira de seus amigos do Jardim Alvorada, onde ele morava então.
 
No dia da luta, chegou ao ginásio de esportes e já se irritou na portaria quando não o reconheceram e o barraram por instantes, até que o liberássemos. Depois de liberado, barraram um amigo dele que afirmava ser o empresário do desafiante e que insistia em perguntar se o Miquinha tinha mesmo de apanhar.
 
Chegado o grande momento, a platéia estava dividida, metade torcendo pela lutadora e metade para o desafiante. Mal começa a luta e o Miquinha leva uma porrada da Índia, que sorri ironicamente para a platéia. O negão se enfezou e partiu para cima dela e se não é os demais lutadores apartarem, não sei não, se ele não estaria preso até hoje.
 
Não me lembro bem, mas parece que ele perdeu o cachê. Nunca mais ouvimos falar da “invencível” Índia Amazonense. O que me incomoda, até hoje, é o sorriso vitorioso do empresário do desafiante na saída do ginásio.
 
(Publicado no semanário Entre Rios, em 11/02/2006. Miquinha morreu assassinado em 2009)

23 de abril de 2013

Getulinho, Ticão e o caixa eletrônico

Getulinho Ferrari
Os Jogos Abertos de Paranaguá, em 1986, foi aquele em que nosso time de futsal, numa fase muito ruim, conseguiu quebrar o banco de reservas apenas com o peso de nossos atletas. Outros fatos ocorridos na viagem de volta, hoje são motivos de diversão para todos nós.
 
Nelson Bueno do Prado (Ticão)
Voltando para casa, em dois carros próprios, combinamos de nos encontrarmos no Shopping Muller, em Curitiba. Lá, precisando de dinheiro para o lanche, o Getulinho Ferrari junto com o Ticão, da Tapeçaria União, foi até um caixa eletrônico para efetuar um saque. Numa cabine enorme (que você entrava dentro, muito diferente dos pequenos caixas de hoje), ele não se lembrava da senha para concluir a transação e após três tentativas erradas o caixa avisou que reteria o seu cartão, para desespero do Ticão que agarrou numa ponta do cartão, mas não impediu que a máquina ficasse com ele. Getulinho jura que o Ticão afirmou que se tivesse umas ferramentas recuperaria o cartão.
 
Como estávamos numa fase muito melhor de garfo e copo do que de bola, combinamos que a próxima parada seria num restaurante à beira da rodovia em Palmeira, distante 70 km da capital.
 
Luizinho Ferreira Lima e Marcelo Silveira
Há poucos quilômetros do restaurante, quebra a embreagem do carro em que estávamos. Poucos minutos de espera e o segundo carro, dirigido pelo Marcelo Silveira, passa por nós sem parar, mesmo nós acenando de todas as maneiras possíveis. Depois de uma longa espera, eles retornam e saem em busca de socorro, já que o problema era sério.  Retornam com um mecânico que dirigia um carro muito velho e cheio de ferrugem e que dizia que o melhor era nos rebocar até a sua oficina em Palmeira.
 
Foi a única vez na vida que dirigi um carro sendo rebocado por uma lata velha que insistia em andar a mais de cem por hora, à noite e no meio de caminhões que congestionavam a estrada. Os amigos até hoje dizem que eu pisei no freio durante todo o trajeto.
 
Antonio Miguel (in memorian) e Itamar Tagliari
Dormimos em Palmeira e pedimos carona para o Antonio “Formigão” Miguel e o Acir Gonçalves da Rádio Colméia, que no dia seguinte voltavam para Campo Mourão.
 
Na velha VW/Brasília azul da Colméia, com malas por todos os lados e com o Formigão dirigindo muito devagar, traumatizado por um recente acidente que quase lhe tirou a vida, fizemos a viagem de pouco mais de 300 km em longuíssimas seis horas.

(Publicada no semanário Entre Rios, em outubro de 2005)

31 de janeiro de 2013

Os cabeções: Getulinho, Marcelo Silveira e Erivelton "Fusca"




Erivelton "Fusca" - Mecânica Marcos Futsal/1988
Getulinho Ferrari, Marcelo Silveira e Erivelton “Fusca” têm em comum a enorme dimensão de suas cabeças e as constantes felicidades que a vida lhes proporciona.

O Fusca foi abençoado há pouco tempo com filhos trigêmeos perfeitos e lindos.

Marcelo Silveira - Fertimourão Futsal/1985
O doutor Marcelo (que tem o “privilégio” de contar com a maior cabeça dos três - para vocês terem uma idéia, os bonés do Getulinho ficam apertadíssimos nele) é dono da maior presença de espírito que já vi e também tem uma família maravilhosa (Benção, Dona Neile) e foi o melhor atleta que nossa cidade possuiu. Fosse qual fosse o esporte, lá estava o Marcelo se destacando. No futsal, foi o parceiro mais inteligente com quem joguei!

Toda essa introdução foi para poder falar do Getulinho, outro polivalente que se destacou em vários esportes. Entre nós seu apelido sempre foi Nenê, para muitos é o Cabeção. Ele faz jus ao apelido, a cabeça realmente é enorme e, para nossa sorte, cheia de sabedoria e inteligência.

Ele descobriu, não sei com qual serventia, que misturando as letras de argentinos forma-se a palavra ignorantes.

Depois de perdemos um jogo numa fase da Taça Paraná de Futsal, achávamos que não tínhamos chance de classificação restando apenas uma partida para jogar, numa etapa que classificava apenas duas equipes. Pois o Getulinho fuçou o regulamento e encontrou uma falha que, no entender dele, se ganhássemos por um a zero, e apenas por um a zero, embolaríamos a chave de uma forma que obrigaria a Federação a classificar as três equipes empatadas.

Getulinho - Fertimourão Futsal/1985
Abrir o placar não foi tão difícil quanto manter o resultado! Para irritação e surpresa dos adversários, que não entendiam nossa comemoração no final, mantivemos o resultado e acabamos classificados para a fase seguinte. 

Esta foi uma de muitas vezes que a inteligência do Getulinho nos ajudou.

A única coisa que ninguém entende é como foi que ele caiu nessa de que é um bom negócio plantar soja no arenito. (Publicada no Semanário Entre Rios, em 05/11/2005)