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17 de setembro de 2014

Ivo e minha primeira demissão

ilustração
Sem nunca ter entrado numa rádio, em meados dos anos oitenta, fui gerenciar a Rádio Colméia AM. Época em que ela foi modernizada e ganhou sede própria no Edifício Antares, graças ao investimento de seus proprietários e do amor que o seu Delordes Daleffe, um dos sócios e o responsável pela administração durante aqueles anos, tinha pela emissora. 

Lá trabalhavam o Anísio Morais, Acir Gonçalves, Antônio “Formigão” Miguel, Sandro Santos, Ivo Reinaldo, Rodrigues Correia, Capitão Teixeira, Coronel Bastião... Uma verdadeira seleção de ótimos locutores, que faziam tudo que uma Rádio deve fazer: informar, divertir, transmitir e, até mesmo, educar.

Compensando os baixos salários que eles recebiam fizemos alguns convênios com a comunidade, trocando publicidades com serviços. Um desses foi com a Associação dos Dentistas, que em troca de mensagens preventivas e educativas trataram de nossos locutores.

Ivo Reinaldo tinha um potencial proporcional às encrencas que criava. Ótimo redator e com um vozeirão que há muito não vejo nas rádios. Infelizmente bebia demais, chegava de manhã já “tchuco” e mesmo assim os informativos e o Jornal do Meio-Dia iam ao ar com qualidade. Dois fatos contribuíram para que ele fosse demitido: certa noite ele me chama num hospital e diz que precisa de ajuda para providenciar a documentação do falecimento de sua sogra e eu o deixo com o carro da emissora, a folclórica brasília azul, para resolver o assunto. Junto com a esposa, que também bebia bastante, não só providenciou os documentos como transportou o caixão da falecida, dentro da brasília, até a vizinha cidade de Catuporanga, onde ocorreu o enterro. Pior, quebrou o câmbio do carro e causou um prejuízo enorme numa época em que as finanças estavam todas comprometidas com a nova sede.

Episódio superado, alguns dias depois, entrevistando o presidente de uma grande empresa mourãoense, quebrou o dente dele ao aproximar demais o gravador na boca do entrevistado. Sabe como é, mão trêmula...

Sem perder a pose, desculpou-se e disse: 

- Não se incomode não, doutor, passe lá na Colméia que o Luizinho fez um convênio com os dentistas...

Não teve jeito, pela primeira vez na vida tive que demitir alguém, e alguém que eu admirava bastante. 

Publicada no Semanário Entre Rios, em janeiro de 2006

31 de maio de 2013

Miquinha e Índia Amazonense

Noutra edição, narrei, neste mesmo espaço, a cabeçada que dei com o Miquinha, Valdeci Carvalho de França, jogando futebol de areia, e que me deixou fora do ar, apesar de acordado, por quase 12 horas.
 
Desde então, nos tornamos bons amigos e nos encontrávamos com frequência, quase sempre em eventos esportivos.
 
Mas, o que nos tornou bons amigos foi um evento no qual fomos parceiros. Eu administrava a Rádio Colméia e uma trupe de profissionais de luta-livre (aquela luta que é pura marmelada) chegou a Campo Mourão e contratou a emissora para divulgar, durante uma semana, a apresentação dos lutadores.
 
Tudo acertado e eles pedem que encontremos alguém para desafiar a única lutadora do plantel, a Índia Amazonense. Depois de muito pensar, me lembrei dele e, junto com o Edir, até hoje funcionário da emissora, fomos até a casa do negão para ver se ele topava a empreitada.
 
Valdeci Carvalho de França, o Miquinha (in memorian)
Relutou bastante, mas, apesar da merreca que receberia e do mico pelo qual passaria (a luta era combinada e ele teria que apanhar da profissional), topou participar.
 
Durante uma semana inteira, os lutadores frequentaram todos os programas da Colméia e, em todos eles, a Índia provocava o Miquinha, afirmando que ele nunca mais se meteria com ninguém e que dificilmente agüentaria mais de um round.
 
Naquela época a Colméia era líder de audiência com muita folga e por onde você andasse só se ouvia sobre o desafio do Miquinha. Imaginem o que ele aturou de brincadeira de seus amigos do Jardim Alvorada, onde ele morava então.
 
No dia da luta, chegou ao ginásio de esportes e já se irritou na portaria quando não o reconheceram e o barraram por instantes, até que o liberássemos. Depois de liberado, barraram um amigo dele que afirmava ser o empresário do desafiante e que insistia em perguntar se o Miquinha tinha mesmo de apanhar.
 
Chegado o grande momento, a platéia estava dividida, metade torcendo pela lutadora e metade para o desafiante. Mal começa a luta e o Miquinha leva uma porrada da Índia, que sorri ironicamente para a platéia. O negão se enfezou e partiu para cima dela e se não é os demais lutadores apartarem, não sei não, se ele não estaria preso até hoje.
 
Não me lembro bem, mas parece que ele perdeu o cachê. Nunca mais ouvimos falar da “invencível” Índia Amazonense. O que me incomoda, até hoje, é o sorriso vitorioso do empresário do desafiante na saída do ginásio.
 
(Publicado no semanário Entre Rios, em 11/02/2006. Miquinha morreu assassinado em 2009)

20 de novembro de 2012

Um golaço do Ilivaldo

Mil programas. Duas mil horas. O mesmo que ficar mais de 83 dias seguidos no ar. Essa a marca que o jornalista Ilivaldo Duarte atingiu do sábado passado ao comandar o seu milésimo programa esportivo, o "Tocando de Primeira".

Na comemoração, Ilivaldo reuniu convidados, amigos e familiares para um programa festivo, transmitido ao vivo pela Rádio Colméia AM direto da praça de alimentação do Paraná Supermercados Família. 

No ar desde o final dos anos 1980, o programa é apresentado sempre com muita organização, dedicação e compromisso com o esporte, seja ele local, nacional ou mundial. Um verdadeiro golaço do Ilivaldo! Viva!

A familia Duarte: Ricardinho, Rosângela, Iliana e Ilivaldo