Nos anos 1970, agosto era o mês dos Jogos Regionais de Goioerê, que aconteciam durante as comemorações do aniversário daquela cidade.
Vivenciei, ali, momentos divertidos de conquistas e, também, de derrotas, algumas inesperadas outras anunciadas.
1- Neyzinho Kloster, 2- Betinho Nogarolli, 3- Jorginho Fernandes de Moraes, 4- João Silvio Persegona, 5- Marcos Alcântara de Lima e 6- Ricardo "Bruca" Alípio Costa Goioerê - 1977 |
Os jogos contavam com a participação de quase todos os municípios da região e de alguns mais distantes, como Cascavel e Toledo.
Jogando handebol foi que participei pela primeira vez do evento. Meu sogro, Alcyr Schen, era o Secretário de Esportes de Campo Mourão e chefe da nossa delegação. Recordo-me muito bem do discurso dele, ao chegarmos a Goioerê, exigindo que nos comportássemos como atletas e respeitássemos os horários estipulados para as refeições e principalmente os de dormir.
Na delegação de atletismo, que dormia no mesmo alojamento que nós, havia uma grande esperança de medalha nas provas de 100 e 200 metros rasos: o Ligeirinho, um “japonês” que fazia jus ao apelido, era muito rápido e não parava nunca. Nem mesmo dormindo ele ficava quieto, levantando várias vezes para ir ao banheiro. Numa dessas saídas, alguém trancou a porta por dentro e ele, preocupado em não fazer barulho, lembrando do apelo do Seu Schen, sussurrava para que alguém abrisse a porta. Ele dormiu encostado no batente da porta. Pela manhã “ninguém” entendia o seu fraco desempenho nas provas, ficando longe das primeiras colocações. Nos anos seguintes ele se recuperou e ganhou muitas medalhas para nossa cidade. Nunca mais dormiu com outra modalidade que não fosse o atletismo.
Aldevino "Vininho" da Silva |
Aldevino da Silva, o Vininho, recém-casado, começou a contar com a torcida de sua esposa Sumiê em todos os jogos que realizávamos. Não importava a distância e nem mesmo o horário lá estava ela torcendo por ele e, consequentemente, por nós. Até que, num desses Regionais de Goioerê, aconteceu algo que a afastou dos jogos fora de Campo Mourão: nosso jogo, contra Cascavel, estava programado como o último da noite numa quadra descoberta, choveu muito e os organizadores, preocupados em encerrar os Jogos ainda naquele final de semana, transferiram os jogos da quadra para logo após os programados para o único Ginásio de Esportes. Nosso jogo, portanto, seria o oitavo da noite de uma rodada que começou às 19h30. Jogar as quatro da madrugada não foi tão terrível quanto ficar esperando nas arquibancadas, onde o que mais se via era jogador dormindo esperando a sua vez de jogar. Chegamos em casa no horário em que todos precisavam trabalhar, inclusive a Sumiê, que nunca mais nos acompanhou.
Billie Basso, Tarjânio Tezelli, Adriane Cilião de Araujo, Claudião Kravchychyn, Alexandre "Linguinha" e José Carlos Trindade (sentado) - Goioerê/PR |
Estrada sem asfalto com a coincidência de quase sempre chover na época dos Jogos faziam com que nossas viagens para Goioerê muitas vezes se transformassem em aventuras. Quantas e quantas vezes tínhamos de descer dos ônibus para ajudar a desatolá-los.
Numa dessas vezes, voltávamos para casa e, ao passar por uma outra cidade, o Marquinho Pelizer abaixou a calça e colou a bunda na janela do ônibus. Morríamos de rir ao ver a cara das pessoas que, quase sempre, precisavam dar uma segunda olhada para entender o que acontecia e acho que muitos até hoje ainda contam daquela “cara” feia que viram no ônibus mourãoense. CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIA-LAS.
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