Mostrando postagens com marcador indignação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador indignação. Mostrar todas as postagens

27 de maio de 2014

Em Portugal, Ney Matogrosso escancara os problemas do Brasil que muitos teimam em não enxergar

Em entrevista à televisão portuguesa, o cantor criticou a política brasileira e a realização da Copa, às vésperas do evento. Ney criticou a construção de estádios, a qualidade dos hospitais públicos e da educação, o transporte e os impostos no Brasil. O cantor também criticou programas sociais do governo, como bolsa família. "Quanto mais filho, mais dinheiro ganha. Então elas fazem mais filhos", definiu Ney Matogrosso.



Para assistir a entrevista completa, CLIQUE AQUI

31 de março de 2014

Sou brasileira, mas estou desistindo

Volto a publicar desabafo de Silvana Duboc, uma brasileira que se dizia desistindo (na época, o slogan ufânico que mais se ouvia era 'sou brasileiro, não desisto nunca). O íncrível é que o texto é de 2006 e continua mais atual do nunca.


A gente vem empurrando com a barriga, tentando disfarçar, tomando um chopinho, saindo pra dançar, indo ao cinema, visitando os amigos, indo à praia, brincando no orkut... Tudo isso porque somos brasileiros e alguém disse que não desistimos nunca. Acontece que antes de sermos brasileiros somos seres humanos, cheios de necessidades, dificuldades e tristezas. 

Temos sido obrigados a assistir, diariamente, fatos inacreditáveis e revoltantes.

Ah, mas no Brasil não tem terremoto, tornado, furacão, vulcão, tsunami...

Mas que diferença isso faz? Pelo menos as pessoas que morrem ou sofrem nos países que têm tudo isso é por fatalidade causada por fenômenos da natureza.

E aqui? Aqui as tragédias têm sido constantes por causa do próprio ser humano.

Os governantes atingiram o máximo que se pode atingir em termos de desonestidade. Só falta mesmo eles invadirem nossas casas com um AR 15 e gritarem - mãos ao alto!!!

Deles, realmente, não se pode esperar mais nada. E o pior de tudo é que vêm aí as eleições. Seria cômico se não fosse tão trágico.

Os traficantes, por absoluto desleixo das autoridades, viraram os donos do país. E há quem diga que os usuários de drogas são meros inocentes. Claro que quem diz isso são os próprios usuários.

MENTIRA!!!! Se não fossem vocês, que se julgam uma agulha no palheiro, os traficantes não teriam como sobreviver. Você tem uma parcela de culpa, sim! Mas, enfim, enquanto esses assassinos que comandam os morros e já estão comandando as cidades não matarem ninguém da sua família, você, usuário de drogas, não vai entender isso.

Nas cadeias apodrecem pessoas que roubaram uma margarina, enquanto o sujeito que matou a queima roupa uma mulher, por puro ciúme e é réu confesso, leva uma vida normal durante anos e quando, finalmente, é julgado, pega uma pena de quase vinte anos, mas, saí de cabeça erguida pela porta da frente do fórum como se nada tivesse acontecido.

Como assim? Por acaso eu tenho cara de palhaço? A família da mulher que esse assassino matou é formada por um bando de palhaços? Será que alguém viu o estado que está o pai dela? Não é mais tristeza que ele sente, vai muito além disso. O pobre homem é um morto vivo, desenvolveu sérias doenças por causa da revolta e falta que sente da filha e agora que ele imaginou que poderia, perceba bem, PODERIA, dormir um pouco mais em paz, vem essa porrada pela frente. O assassino sai feliz e contente do seu julgamento para continuar vivendo em liberdade.

Um tal de garotinho que está, no momento, sem nenhum brinquedinho legal resolve fazer greve de fome. Pois que morra seco, estorricado. Nós, brasileiros, lá estamos com tempo pra ficar com peninha desse ser? Vá comprar uma chupeta!

As contas nos paraísos fiscais cada vez mais gordas e o povo passando fome e lutando pra arrumar um emprego e se descabelando pra sustentar suas famílias...

Como assim? Que país é esse?

E o "nosso" presidente? Não sabe de nada, não viu nada, não contaram nada pra ele, o país vai bem obrigado, o povo está muito satisfeito, ele quer se reeleger e ponto final.

E as leis do nosso país que já estão mais que ultrapassadas e não aparece ninguém pra tentar mudá-las. Claro, eles não têm tempo pra isso, estão ocupados roubando.

Agora São Paulo virou Iraque. O que é isso? Até onde vai isso?

São as leis, o criminoso, bandido, safado e sem vergonha têm direitos, coitadinho, DIREITOS. É, aquele mesmo que matou um amigo seu, estuprou a sua filha, participou de chacinas, metralhou um monte de gente, viciou seu filho, esse pobrezinho têm DIREITOS. Saiu pra visitar a mamãe no dia das mães e claro, não voltou, afinal ele de besta não tem nada.

As bestas somos nós!!!

O governo de São Paulo bate pé que não precisa da ajuda das forças armadas e ainda diz em alto e bom tom e cheio de razão, que está tudo sob controle. Como assim, tudo sobre controle?

Será que é um filminho de Powers Rangers que está passando na minha televisão e eu, idiota que sou, estou achando que é tudo verdade? 

Eu tô pau, eu tô nervosa, eu tô amargurada, eu tô revoltada, EU TÔ COM VERGONHA DE SER BRASILEIRA!!!

Silvana Duboc 15/05/2006 (Via E-mail)

14 de março de 2014

Após assalto, colunista e economista publica carta aberta para Letícia Spiller

Nas redes sociais está circulando uma aberta do escritor Rodrigo Constantino para atriz Letícia Spiller, que recentemente teve a casa invadida por ladrões, que a ameaçaram apontando armas para sua cabeça, entre outros tipos de terrorismo que estamos acabando ficando acostumados a ver, infelizmente. Como avalizo tudo que o economista e colunista escreveu para a linda atriz, publico a íntegra da carta. 

   
Carta para Letícia Spiller
Prezada Letícia,

Antes de mais nada, gostaria de dizer que admiro seu talento como atriz e também te considero muito bonita. Infelizmente, você tem endossado certas ideias um tanto estapafúrdias, aplaudido regimes nefastos como o cubano, e alegado que se arrepende de ter usado uma camisa com a bandeira americana no passado, chegando a afirmar que se fosse hoje usaria uma com o Che Guevara.

Ontem, sua casa no Itanhangá foi assaltada por bandidos armados, que lhe fizeram de refém enquanto sua filha dormia logo ao lado. Lamento o que você passou, pois deve ser, sem dúvida, uma experiência traumática. Nossa casa é nosso castelo, e se sentir inseguro nela é terrível, especialmente quando temos filhos menores morando com a gente. A sensação de impotência é avassaladora, e muitos chegam a decidir se mudar do país após experiências deste tipo.

O que eu gostaria, entretanto, é que você fosse capaz de fazer uma limonada desse limão, ou seja, que pudesse extrair lições importantes desse trauma que ajudassem a transformá-la em uma pessoa melhor, mais consciente dos reais problemas que nosso país enfrenta. Se isso acontecesse, então aquelas horas de profunda angústia não seriam em vão.

Como você talvez saiba, sou o autor do livro Esquerda Caviar, que fala exatamente de pessoas com seu perfil (aproveito para lhe oferecer um exemplar autografado, se assim desejar). Artistas e “intelectuais” ricos, que vivem no conforto que só o capitalismo pode oferecer, protegidos pela polícia “fascista”, mas que adoram pregar o socialismo, a tirania cubana ou tratar bandidos como vítimas da sociedade: eis o alvo da obra.

Essa campanha ideológica feita por esses artistas famosos acaba tendo influência em nossa cultura, pois, para o bem ou para o mal (quase sempre para o mal), atores e atrizes são formadores de opinião por aqui. Quando um Sean Penn, por exemplo, abraça o tiranete Maduro na Venezuela, ele empresta sua fama a um regime nefasto, ignorando todo o sofrimento do povo venezuelano. Isso é algo abjeto.

No Brasil, vários artistas de esquerda têm elogiado ditaduras socialistas, atacado a polícia, o capitalismo, as empresas que buscam lucrar mais de forma totalmente legítima, etc. Muitos chegaram a enaltecer os vagabundos mascarados dos black blocs, cuja ação já resultou na morte de um cinegrafista.

Pois bem: a impunidade é o maior convite ao crime que existe. Quando vocês tratam bandidos como vítimas da sociedade, como se fossem autômatos incapazes de escolher entre o certo e o errado, como se pobreza por si só levasse alguém a praticar uma invasão dessas que você sofreu, vocês incentivam o crime!

Pense nisso, Letícia. Gostaria de perguntar uma coisa: quando você se viu ali, impotente, com sua propriedade privada invadida, com armas apontadas para a sua cabeça, você realmente acreditou que estava diante de pobres vítimas da “sociedade”, coitadinhos sem oportunidade diferente na vida? Ou você torceu para que fossem presos e punidos por escolherem agir de forma tão covarde contra uma mãe e uma filha em sua própria casa?

Che Guevara, que você parece idolatrar por falta de conhecimento, achava que era absolutamente justo invadir propriedades como a sua. Afinal, o socialismo é isso: tirar dos que têm mais para dar aos que têm menos, como se riqueza fosse jogo de soma zero e fruto da exploração dos mais pobres. Você se enxerga como uma exploradora? Ou acha que sua bela casa é uma conquista legítima por ter trabalhado em várias novelas e levado diversão voluntária aos consumidores?

Nunca é tarde para aprender, para tomar a decisão correta. Por isso, Letícia, faço votos para que esse desespero que você deve ter sentido ontem se transforme em um chamado para uma mudança. Abandone a esquerda caviar, pois ela não presta, é hipócrita, e chega a ser cúmplice desse tipo de crime que você foi vítima. Saia das sombras do socialismo e passe a defender a propriedade privada, o império das leis, o fim da impunidade e o combate ao crime, nobre missão da polícia tão demonizada por seus colegas.

Te espero do lado de cá, o lado daqueles que não desejam apenas posar como “altruístas” com base em discurso hipócrita e sensacionalista, daqueles que focam mais nos resultados concretos das ideias do que no regozijo pessoal com as aparências de revolucionário engajado. Será bem-vinda, como tantos outros que já acordaram e tiveram a coragem de reconhecer o enorme equívoco das lutas passadas em prol do socialismo.

Um abraço,

Rodrigo Constantino

Letícia Spiller Pena (Rio de Janeiro, 19/06/1974) é uma atriz brasileira. Em 1989 entrou para o programa Xou da Xuxa, da Rede Globo como a paquita Pituxa Pastel. Mais tarde, atuou em muitas novelas da emissora, como Duas Caras, Viver a Vida, Salve Jorge e Joia Rara. 

Rodrigo Constantino dos Santos, (Rio de Janeiro, 04/07/1976) é um economista e colunista brasileiro. Foi articulista da revista "Voto" e escreve regularmente para os jornais "Valor Econômico" e "O Globo". A partir de agosto de 2013, passou a escrever também para a revista semanal "Veja". Presidente do Instituto Liberal e um dos fundadores do Instituto Millenium, foi considerado em 2012 pela revista Época, como um dos "novos trombones da direita" brasileira.

14 de fevereiro de 2012

A zombaria calhorda e desumana contra o Jorel

Em sua coluna semanal no jornal Tribuna do Interior, o advogado, sociólogo e professor José Eugênio Maciel escreveu o texto abaixo, indignado com recente brincadeira que fizeram com um morador de rua, que tem problemas mentais, figura conhecidíssima dos mourãoenses. 
Assim como outros poucos mourãoenses e o ex-vereador, num primeiro momento até me diverti vendo o Jorel com cartaz anunciando sua candidatura a vereador em 2012. Mas, logo em seguida, percebi que na verdade se aproveitavam da 'inocência' do deficiente para uma brincadeira absurda. 
Muito provavelmente, os autores da brincadeira e aqueles que compartilharam fotos do Jorel-candidato pelas redes sociais não vão compreender (entender - alcançar com a inteligência) a redação do Maciel. Replico o texto exatamente para aqueles que ainda sabem diferenciar deficiente de diferente.

“A humildade não está na pobreza, não está na indulgência,
 na penúria, na necessidade, na nudez e nem na fome.
A humildade está na pessoa que tendo o direito de reclamar,
 julgar, reprovar e tomar qualquer atitude
 compreensível no brio, apenas abençoar
Chico Xavier.

Além da facilidade e comodidade, zombar de alguém sabidamente limitado, (se não totalmente em grande parte em termos mentais), de um ser humano que não possa se defender é mais que prevalecimento, é desumano, covardia.

Jorel, como é chamado ou como se intitula, é alvo da torpeza impiedosa, do escárnio sem limites com “disfarçado” humor e “amizade”, constantemente e das mais variadas formas. Como é possível dar gargalhadas de um ser humano a mendigar e que visivelmente não dispõe plenamente das suas faculdades mentais?

É cediço o elevado número de pessoas que promovem ou apoiam atitudes voltadas para a diversão do estupor alheio, embora os que agem assim são os verdadeiros estupores que, no anonimato ou assumidamente, estão certos que não existirá qualquer reação substancial impeditiva dessa degradação a fazer de um ser humano instrumento e meio de chacota.

Eu não tenho qualquer autorização para fazer a defesa do Jorel, aliás qualquer outra pessoa faria melhor. Todavia, em se tratando de uma figura pública denegrida e aviltada por pessoas que fazem parte da mesma sociedade da qual também faço parte, expresso aqui a minha virulenta repulsa.

Pelos meios de comunicação dos mais diversos, incluindo o que circula pela internet, o tratamento é o de uma aparente brincadeira e mesmo crítica social, quando se revela cada vez mais a sordidez estúpida em zombar de uma criatura humana, volto a dizer, que não saber compreender plenamente o que lhe fazem.

Já há um razoável tempo, quando o assunto é política e com a intenção de criticar os políticos e a política de um modo geral, surge a galhofa desabrida de lançarem o Jorel para vereador. Não se trata de defender a política em sentido amplo, teórico ou concretamente com os personagens reais, aliás, convém advertir, escolhidos pelo voto do povo. É revoltante usar uma pessoa para servir de crítica, para avacalhar o chamado estado de coisas do poder, em qualquer nível, mais agora especificamente no âmbito de uma municipalidade, em vista das eleições para prefeito e vereador. Aliás, a covardia é latente na medida que ninguém concretamente é nominado no conteúdo da crítica ao poder e aos políticos, sendo o Jorel instrumento volátil e anacrônico que na verdade contém a subserviência ao estado de coisas que tanto criticam, supondo que, fazendo campanha a favor do Jorel, do voto branco ou nulo, fariam alguma mudança palpável positiva, porém contribuem mais para desmerecer a democracia, no caso omitindo-se irresponsavelmente. 

São canalhas e covardes porque insultam, agridem utilizando alguém indefeso, o Jorel que  cuida de cães e que no seu mundo demonstra, apesar do perambular pelas ruas, ser uma pessoa contente com ela mesma, a falar como quem dialoga consigo mesma, quando quer e como quer.  Que ri e sorri pelas vias de Campo Mourão, escamoteado das regras sociais e privado de um conforto material. E muitos casos é mais fácil se conseguir doação de ração para cães do que assistir o Jorel em alguma necessidade material ou espiritual.

A covardia que também cabe referenciar é a crítica generalizada a classe política, anonimamente ou sem nominar ninguém, do tipo “ninguém presta então vamos votar no Jorel”. E é até fácil como crítica e afirmação que ele seria melhor prefeito ou vereador dos que estão no poder ou pretende dele fazer parte. E posso considerar que seria mesmo, bem mais dos que se vangloriam ao utilizá-lo para tal propósito.

À margem da sociedade mourãoense sem ser marginal no sentido da criminalidade, a gozação imposta ao Jorel faz lembrar o chamado “bobo” da corte. Porém, riem dele o rei, os súditos serviçais e os asseclas, mais indignos pelo atrelamento de um poder que não podem ousar criticar abertamente, utilizando-se do Jorel, ele que é um andarilho sem caminho certo, enquanto os que riem dele caminham escondidos com o escudo de quem bajula imaginando criticar pela discordância, de quem discorda sem assumir para não arcar com o que provavelmente condena sem assumir um papel relevante e verdadeiro.