6 de novembro de 2013

Meu ídolo Carlão Tagliari e a injustiça da torcida

Há alguns dias participei do programa Tocando de Primeira, do Ilivaldo Duarte, para comemorar os 25 anos da conquista do nosso futsal nos Jogos Abertos do Paraná (Jap's) realizado em 1988, em Guarapuava. Lá, na única homenagem que recebemos pela conquista, lembrei dessa passagem dolorida em que vi meu amigo ser massacrado por alguns torcedores durante os Jap's realizado em nossa cidade, em 1987. Abaixo, posto uma resenha que publiquei no extinto semanário Entre Rios, que dimensiona o tamanho da injustiça de pequena parte da torcida mourãoense.

Carlão Tagliari (8) e Itamar Tagliari em ação na Cancha Tagliari - Campo Mourão/PR anos 1970
Em outras oportunidades, já afirmei que a pior derrota que sofri no esporte foi perder a final do futsal dos Jogos Abertos do Paraná (Jap's), em 1987.

Carlão Tagliari (ou seria o Flavinho Tagliari Bisol?)
Pior por que jogamos muito melhor que o adversário, Palotina, e perdemos de um zero, com um gol mais estranho que já vi.

Pior por que os jogos foram realizados aqui, em Campo Mourão.

Pior por que vi meu amigo e ídolo Carlão Tagliari ser hostilizado em algumas partidas por uma parte da torcida, que em todos os jogos lotava o Ginasião Belim Carolo. 

Era uma pequena parte da torcida, mas incomodava muito.

Naquele ano, treinamos como nunca havíamos treinado. E era o Carlão, o mais experiente do grupo, quem puxava a fila dos treinos e motivava todos nós.

Nos Jogos, apesar de muito bem preparados fisicamente, não jogávamos um bom futsal e passamos pelas duas primeiras fases aos trancos e barrancos. Exatamente nestas fases foi que torcedores mais exigentes exageraram e hostilizaram verbalmente ao Carlão.

Era inexplicável como todos nós rendíamos muito pouco, mesmo jogando contra equipes mais fracas. E a torcida não queria nem saber e pegava muito no pé do Carlão, que rendia tanto quanto nós, mas tinha contra ele o fato de ser o mais veterano e, ainda por cima, irmão do nosso técnico, o Itamar. 

Alguns torcedores mais conscientes chegaram a fazer faixas apoiando a equipe e ao Carlão. Aquilo serviu como doping para nós. Fizemos um bom jogo na semifinal contra Ponta Grossa e na final contra os palotinenses fizemos a nossa melhor apresentação, mas acabamos derrotados (nossa única derrota nos jogos). 

Seria ótimo se tivéssemos conquistado o título. Teria sido emocionante ver o Carlão receber a medalha de ouro no último campeonato em que ele representou nosso município. 

No ano seguinte, 1988, fomos campeões dos Jap´s, em Guarapuava, com direito a uma goleada de seis a zero sobre Palotina. Carlão não estava lá, mas sabe muito bem que aquela conquista também foi dele. 

(da esq. para a direita) João Miguel Baitala (in memorian), Carlão Tagliari, Louri da Silva, Itamar Tagliari,
Gordinho e Antonio Admir "Beline" Fuzeto
Cancha Tagliari - Campo Mourão/PR - 1975 

2 comentários:

danilo kravchychyn disse...

Luizinho,
Só para variar, acompanhei aqueles Jogos Abertos. E lembro bem da campanha de ponta-grossenses e mourãoenses, que fizeram uma semifinal emocionante. O Carlão é um exemplo de atleta, que merecia uma estátua pelo que fez nas quadras, ao lado do mano Itamar. Meu ídolo!!!

amarildo fuzeto disse...

Da mesma forma que o Danilo afirma, desde de muito pequeno acompanhei a saga da Associação Tagliari, por ser cunhado do Itamar e irmão do Beline e do Gilmar, vi muita arte, muito dom, mas testemunhei o esforço hercúleo do Itamar e do Carlão para manterem a equipe que foi a base, para as maiores conquistas do Futsal mourãoense e, por amor, todos se doavam para equipe. Parabéns aos nosso heróis, bons tempos.