Melhora
da postura, alívio de dores lombares, aumento da flexibilidade e força
abdominal são alguns dos benefícios mais conhecidos do Pilates, método
desenvolvido por Joseph Pilates na década de 1920. Mas pouco se tem
notícia sobre os efeitos dessa prática para o desempenho das atividades
sexuais da mulher. Pensando nisso, a instrutora Thaís Jacomeli explica como é possível
melhorar o prazer durante o ato sexual, proporcionando o mesmo ao
parceiro, e quais técnicas podem ser usadas para isso.
A maior pesquisa já feita sobre sexo e afetividade no País,
conduzida pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da USP e encomendada pelo laboratório Pfizer,
revelou que a média nacional de insatisfação com a qualidade geral da
vida sexual chega a 20,5% entre os homens e 23,6% entre as mulheres. O
estudo ainda mostrou dados relevantes sobre a consolidação da
importância do sexo na vida do brasileiro e a maior facilidade com que
ele fala sobre o assunto, já que 95% afirmaram, em 2008, que o sexo é
importante ou muito importante para a vida.
Segundo a profissional, durante a aula de Pilates
trabalha-se muito a musculatura do assoalho pélvico, responsável pela
sustentação dos órgãos pélvicos. Alguns exercícios nesta região auxiliam
diretamente no desempenho sexual da mulher, já que a irrigação
sanguínea é estimulada, favorecendo as condições que levam ao orgasmo e
melhoram a sensibilidade local.
"As técnicas são simples e podem ser feitas em casa. O mais
importante é entender o movimento e a contração desejada, até conseguir,
com muito treinamento, reproduzir essa contração do assoalho pélvico no
dia a dia e durante o ato sexual", afirma Thaís. O Pilates é muito
eficaz para incentivar a consciência corporal, mas entender o próprio
corpo e saber contrair um determinado grupo muscular exige dedicação e
concentração. Os resultados podem ser observados em pouco tempo.
"Toda mulher tem o direito de falar sobre sexo, já passamos da
época de submissão e constrangimento para falar sobre o assunto.
Liberdade sexual também é importante para a autoestima, portanto não
podemos ter medo nem preguiça de investir no prazer e na saúde", conclui
a fisioterapeuta.
Confira alguns exercícios indicados pela instrutora e que podem ser feitos em casa:
Deite
de costas, com joelhos flexionados e pés ligeiramente afastados. Se
concentre na posição do quadril e sinta que esteja numa posição
confortável, sem dor. Contraia o abdômen, sem mexer o tronco, levando o
umbigo em direção ao chão e encolhendo a barriga. Mantenha essa
contração por 3 segundos e solte. Repita o movimento 4 vezes.
Agora
cole um joelho no outro, ainda flexionados. Empurre um contra o outro
durante 3 segundos e solte. Repita essa contração 4 vezes para estimular
a musculatura pélvica.
É
muito importante entender a contração que queremos aqui: mantenha a
posição número 1 e se imagine prendendo o xixi. Pode parecer estranho,
mas para a contração efetiva da musculatura genital, precisamos desse
comando. Expire contraindo os músculos da vagina, conte até 30 e relaxe
inspirando. Repita esse exercício 4 vezes.
Partindo da posição número 1, articule o quadril (encostando a lombar
completamente no chão), contraia glúteos e eleve o quadril devagar,
desencostando as vértebras do chão até a altura dos ombros. Nessa
posição ‘de ponte’, inspire abrindo os joelhos e expire fechando. Repita
o movimento 4 vezes, partindo do chão para a posição de ponte.
Para
avançar o exercício anterior, coloque uma bola de plástico ou almofada
entre os joelhos e aperte por 30 segundos. Repita 4 vezes. Se sentir dor
ou desconforto, não repita mais o movimento.
Além
dos exercícios básicos de fortalecimento pélvico, é possível estimular a
flexibilidade da seguinte maneira: deite de costas, sola dos pés unidas
com joelhos abertos. Mantenha-se nesta posição por 30 segundos,
inspirando e expirando lentamente. (reportagem: Bonde)