O Urutau da Urupês

Olha só o que estava nos esperando na entrada da Escola Municipal Urupês, aqui em Campo Mourão, hoje pela manhã, quando levei minha neta Fernanda para estudar.

Isso mesmo, um raro Urutau. Uma ave muito difícil de se encontrar até mesmo nas raras matas do Paraná, mas lá estava ele imitando um pedaço de pau, mais estático que o Kiwel em nossas peladas no Clube dos Trinta. Tirei as fotos com meu celular e voltei depois para filmá-lo com minha câmera, mas ele já tinha ido embora.

URUTAU

Os urutaus são aves noturnas restritas às regiões mais quentes do Novo Mundo, que pertencem ao género Nyctibius e à família Nyctibiidae. Também é chamado de Mãe-da-lua e Emenda-toco. Conhece-se um fóssil de Nyctibius griseus do Pleistoceno de Lapa da Escrivaninha, Lagoa Santa, Minas Gerais.

O urutau é uma ave de hábitos noturnos. Sua alimentação é constituída basicamente de insetos que apanha em pleno voo, principalmente os grandes, porém pode comer outros animais de pequeno porte, como morcegos, lagartos e pequenos pássaros.

É uma ave que utiliza muito bem sua plumagem para se camuflar. Normalmente se passa por um pedaço de madeira, um galho de árvore ou mesmo troncos partidos ou em pé. Costuma ficar estático, não se assustando facilmente. Alcança até 37 cm fora a cauda. Não é uma espécie acostumada ao convívio urbano.

O Canto do Urutau

por Vanessa Ferrari, quinta, 15 de setembro de 2011 às 00:34
 

Vanessa Ferrari

Segunda-feira, sentada na rede do quintal de casa, mais ou menos 20:15 horas, escuto um canto que parecia mais um berro, vindo lá do fundo, do fundo da pequena mata ciliar que cerca a represa, do lado de baixo de casa... levei um susto, um canto com eco e tristonho... não sei se é por causa do mês de setembro, mês muito triste para mim, mas este canto me fez lembrar minha mãe... de um passarinho que um dia ela me mostrou e contou-me histórias sobre ele... e lá vai eu, chamei meu filho Davi e vamos ouvir o canto do passarinho lá da rede... 

- Mamãe, vamos entrar. vamos mamãe... disse ele depois de ouvir o som assustador... falei que era um passarinho e ele perguntou-me se era um nenem passarinho e se estava chamando a mamãe dele... Que coisa, que sabedoria infantil... foi como me senti quando o ouvi a primeira vez, lembrei de como me sinto frágil e sozinha com falta de minha mãe.
Para disfarçar a tristeza, contei para ele como este passarinho fazia para se alimentar... que ele ficava quietinho com a boca aberta, esperando enchê-la de insetos para depois fechar e devorá-los todos de uma só vez, ai ele cantava de tristeza por ter engolido uma comidinha ruim... rsrsr, foi esta historia que ouvi uma vez sobre o passaro Urutau, mas na verdade eu nunca tinha ouvido ele cantar. 

Eu vi uma única vez um pássaro desta espécie ao vivo, na casa da mãe em Águas de Jurema, sentado num tronco lá no alto, disfarçado entre as cores cinza da árvore, feio que dá dó, mas nunca tinho ouvido ele cantar, mas a primeira vez que escutei seu canto, acho que já sabia que era o canto dele, triste e sozinho...  o Urutau mora no rio que passa em baixo da minha casa...
...ele ainda canta... só e triste...

Antonieta Frossard Ferrari (in memorian)

A agrônoma Vanessa Ferrari mora em Juranda (PR), na Fazenda Betel.

Antonieta faleceu muito nova, junto com a irmã Elizabel, em acidente de automóvel há poucos anos.

Para ver e ouvir o Urutau, CLIQUE AQUI