Existem muitos animais com aparência esquisita por aí. Com cerca de 4.800 espécies de rãs pelo mundo todo, é fácil chegar a conclusão de que os sapos, especialmente, possuem uma grande diversidade. Vivendo em diferentes ambientes, eles vêm em todo o tipo de cor, forma e tamanho, muitas vezes com habilidades bizarras fascinantes também. Confira:
10. Sapo-intanha ou sapo-boi
Este sapo é encontrado na Amazônia da América do Sul. Com o nome científico de Ceratophrys aurita, tem uma aparência distinta em comparação com outros anfíbios. A evolução tem escondido essa criatura bem, disfarçando-a como uma folha que se mistura ao seu entorno. O sapo pode atingir um comprimento de 20 centímetros. Se enterrando em folhas com somente a cabeça de fora, ele é capaz de abocanhar presas inocentes. É um animal muito agressivo e moradores locais costumam usar botas de couro grandes para proteger os pés de suas mordidas poderosas. Apesar disso, algumas pessoas o mantêm como animal de estimação.
9. “Perereca-voadora”
Esta rã recém-descoberta foi documentada pela primeira vez em janeiro deste ano, por isso há pouca informação sobre ela. No entanto, sabemos que pode “voar” usando seus enormes pés. Ela desliza através das copas de florestas do Vietnã para escapar de predadores. Espécimes do sexo feminino têm “abas” de pele em seus braços para ajudar no voo. Rhacophorus helenae é muito grande, chegando a 10 centímetros de comprimento. O cientista australiano que a descobriu a nomeou em homenagem a sua mãe (Helen).
8. Rã-arlequim
A rã-arlequim (Atelopus varius) é nativa da Costa Rica e, ao longo dos últimos anos, devido à propagação de um fungo nocivo e as mudanças no clima, seus números têm diminuído rapidamente a uma única população isolada. A espécie está agora perigosamente perto da extinção. Suas cores vivas (que podem ser roxas, pretas ou amarelas) avisam os predadores para ficar longe, pois ela tem um poderoso veneno tóxico, 100 vezes mais forte que o cianeto de potássio. A única criatura que representa uma ameaça para o sapo arlequim (além dos humanos) é uma mosca parasita que põe seus ovos nas pernas da rã, permitindo-lhe acesso ao interior do animal, onde come seus órgãos, matando-o.
7. Rã Golias
O sapo Golias (Conraua goliath) é o maior da Terra. Pode crescer até 33 centímetros de comprimento e pesar até três quilos. A criatura é nativa da África ocidental. Come caranguejos, pequenas cobras e até mesmo outros sapos. Não faz nenhum som, devido à falta de um saco vocal. Tem pernas enormes poderosas que lhe permitem saltar uma distância grande de até três metros. Infelizmente, como muitas outras espécies de sapo, a rã Golias é vulnerável a atividades humanas como desmatamento, caça e tráfico de animais. Esses fatores o tornaram uma espécie em extinção.
6. Sapo de Morogoro
Endêmico das florestas tropicais e savanas da Tanzânia, o sapo Nectophrynoides viviparus tem grandes glândulas em seu corpo perto dos olhos e dos membros. Estas glândulas podem ter uma variedade de cores, incluindo laranja, cinza, verde, vermelho e branco. A cor das glândulas geralmente contrasta com o restante da rã. Seus ovos eclodem enquanto no interior da fêmea e são liberados como pequenos, mas totalmente formados sapos. Este tipo de gestação é raro entre os anfíbios.
5. Sapo “rolador” da Venezuela
Normalmente encontrado em regiões montanhosas com muitas encostas íngremes, o sapo venezuelano Oreophrynella negra tem um mecanismo de defesa engraçado quando confrontado com o perigo: se avista uma tarântula, por exemplo, um dos principais predadores do sapo, enfia a cabeça e os membros para “dentro” de seu corpo, tenciona os músculos e adquire uma forma de bola, rolando no morro mais próximo e pousando em uma poça ou fenda. Eles não se machucam com esse movimento, porque são muito leves e seus músculos são muito fortes. O sapo usa esse mecanismo porque rolar é muito mais rápido do que saltar, e ele não pode saltar muito longe.
4. Rã musgo vietnamita
O sapo Theloderma corticale é encontrado nas florestas tropicais e pântanos do norte do Vietnã. Seu nome vem da sua forma distinta de camuflagem, que se assemelha a musgos e liquens. Quando predadores se aproximam, a rã enrola suas pernas, deixando apenas seu corpo “de musgo” visível. É capaz de “grudar” em árvores e sua dieta consiste inteiramente de insetos. As rãs põem ovos nas paredes das cavernas e os girinos caem na água abaixo, onde passam o resto de suas vidas. A rã musgo é um animal de estimação popular na Ásia.
3. Sapo-tartaruga
O sapo-tartaruga (Myobatrachus gouldii) é encontrado em regiões semiáridas da Austrália Ocidental. Tem uma aparência muito incomum, e se parece com uma tartaruga sem casca com um corpo rosa amarronzado, uma cabeça pequena e pernas curtas. Seus membros são musculosos, o que lhe permite escavar areia e abrir cupinzeiros, que são sua principal fonte de alimento. Esse animal pula a fase de girino e sai dos ovos totalmente formado. Por conta disso, possuem os maiores ovos de rã na Austrália, medindo 5 a 7 milímetros de comprimento.
2. Sapo transparente
Esta rã de aparência bizarra (Centrolenidae) é nativa da bacia amazônica. Elas são verdes, mas tem a pele transparente na parte inferior de seus corpos. Isto permite que o seu coração, fígado e intestinos sejam claramente observados. Em fêmeas grávidas, é possível ver até mesmo os ovos. Pensa-se que a pele transparente serve como proteção para esses animais, permitindo que a luz refletida em folhas brilhe através do sapo. Isso torna mais difícil para os predadores detectá-los. As rãs vivem em árvores de áreas úmidas e montanhosas e colocam seus ovos nas folhas. Os girinos caem na água abaixo.
1. Sapo-do-surinã ou sapo-pipa
Esse sapo do Suriname é encontrado nas florestas tropicais da Amazônia. É um sapo grande, e pode crescer até 20 centímetros. Comparado a outras espécies, tem olhos pequenos e um corpo extremamente plano. Possui geralmente cor marrom e não tem língua ou dentes. Ao procurar um companheiro, o sapo não coaxa como os outros, mas sim bate em dois ossos em sua garganta para produzir um estalo alto. Ainda mais bizarra é a desova deste sapo, e suas técnicas de reprodução. Na água, o macho se liga a fêmea, formando o que é conhecido como amplexo. Em seguida, o par salta para fora da água diversas vezes. A fêmea libera alguns ovos após cada salto, e estes implantam na parte de trás da criatura, através da pele. Em seguida, se desenvolvem em sapos totalmente formados dentro de bolsos na pele do animal, até explodirem durante o nascimento.
Bônus: sapo roxo
Encontrado nas montanhas do sul da Índia, o sapo Nasikabatrachus sahyadrensis é considerado um fóssil vivo. Único membro da família Nasikabatrachidae, tem a pele lisa e um corpo grande, redondo e roxo. Sua cabeça é pequena, e tem um nariz parecido com o de um porco. O sapo passa a maior parte de sua vida no subsolo, e só sai de seu túnel durante duas semanas a cada ano. Esta espécie tem evoluído de forma independente durante 130 milhões de anos e seus parentes vivos mais próximos são os sapos Sooglossidae das Seychelles.
(via: Revoada)