Wayne Gretzky |
Em 1999, Wayne Gretzky, o maior jogador de hóquei de todos os tempos, disse adeus ao gelo após ter conseguido o incrível recorde de 894 gols. É comum, nos Estados Unidos, os times aposentarem as camisas com o número dos jogadores que as imortalizaram. Só que com Gretzky a coisa foi mais radical: sua camiseta, a de número 99, foi aposentada em todos os times da liga – e não apenas no seu. De hoje até a consumação dos tempos ninguém poderá jogar hóquei nos Estados Unidos ou no Canadá com uma camisa de número 99. Isso se chama respeito.
Barry Bonds |
Em San Francisco, Barry Bonds, ainda em atividade aos 41 anos, continua firme como um dos maiores ídolos do beisebol. Seu time, o Giants, chegou a construir um estádio novo, com a área de rebatida mais curta do que a do anterior, só para que ele continuasse fazendo home runs e pudesse quebrar o recorde histórico, estabelecido por Hank Aaron nos anos 70. Faltam 47 rebatidas – e Bonds perdeu praticamente toda a temporada de 2005 se recuperando de uma lesão. Mas ninguém permitirá que ele, mesmo velhinho, pare de jogar antes de superar a marca de 755 rebatidas. Isso se chama gratidão.
O tratamento dispensado às legendas do esporte diz mais sobre o estágio de desenvolvimento de um país do que qualquer indicador do Banco Mundial.
Marcos Caetano |
O texto acima foi escrito pelo jornalista Marcos Caetano em 2005, na época ele estava na ESPN Brasil, não sei se ainda está por lá. Escreveu para pedir respeito ao centroavante Romário, que, aos 40 anos, se empenhava para marcar seu milésimo gol (ele alcançou a marca em maio de 2007). As duas histórias com ídolos americanos retratam muito bem como se deve tratar um ídolo. No Brasil, o sãopaulino torce para o jogador corintiano ser preso com travestis, o flamenguista deseja que o ídolo do fluminense seja preso como integrante de uma milícia, e assim por diante. Não adianta a história construída pelo atleta. Não joga no meu time, dane-se!
Lembro de presenciar um diálogo entre dois amigos, um corintiano e outro palmeirense, isso lá em 2003, comentando a venda do então jovem, e já craque, Kaká ao Milan. Depois de desancarem com o sãopaulino, ambos concordaram numa coisa: ele nem joga isso tudo!!! Em 2007, Kaká foi eleito o melhor do mundo pela Fifa. Isso é falta de cultura esportiva e de respeito pelos seus. Ou seria despeito e falta de educação mesmo?
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