Até quando vão permitir que presos de alta periculosidade saiam da cadeia sem passar por uma triagem, um estudo se podem viver junto aos normais?
Até quando vamos ficar nos encontrando em enterros de parentes/amigos/conhecidos sem tomarmos uma atitude contra a impunidade que assola o país? Impunidade que incentiva o marginal a andar armado e cometer crimes à luz do dia e ao ser preso dar risadas para as câmeras.
Até quando vamos achar normal que o jovem, menor de 16 anos, não trabalhe? que o aluno não seja reprovado? que o professor não possa reeprender um aluno mal educado?
Até quando vamos tolerar que se conceda bolsa-família, vale-gás e todos os outros benefícios que a classe mais baixa recebe no Brasil, sem exigir uma contra partida? Absurdo dos absurdos, o cidadão perde o benefício se começar a trabalhar! Deveria ser o contrário, trabalhe, mantenha os filhos na escola ou faça cursos profissionalizantes e lhe daremos mais benefícios ainda. Entendo que esses benefícios vieram na hora certa, tinha gente no Brasil que primeiro precisava comer para só então, se sobrevivesse, dar um rumo na vida. Mas isso foi lá no início do Plano Real (1993/94). O que ocorre hoje é um estelionato eleitoral: lhe daremos todos os benefícios durante quatro anos, você vota em nós novamente e continuaremos bancando sua vida. Aqui em Campo Mourão, nas eleições municipais recente, cansei de ouvir isso, de que não poderiam votar contra candidato por que lhe tomariam a casa própria. Casa própria que o pobrezinho paga mensalmente, ou seja, ninguém lhe deu, é um direito adquirido e que se deixar de pagar, daí sim, perde.
Até quando vamos conviver com essa insegurança no trânsito, no trabalho, na escola, nos clubes?
Até quando vamos tolerar que banqueiros e seus bancos nos tratem como gado, deixando-nos em fila, aguardando horas para sermos atendidos?
Até quando vamos tolerar jovens bebendo explicitamente em via pública? Muitos deles saem dirigindo carros ou pilotando suas motos. 42 mil pessoas morreram em 2011 vítimas de acidentes de trânsito no Brasil, muitos deles ocasionados por bêbados ao volante.
Até quando vamos achar que o problema das drogas é exclusividade de quem usa? Levante a mão aquele que não teve um parente vitimado por essa arma que mata mais do que bomba atômica. Pior do que matar é desintegrar uma família, um lar.
Trabalho como editor de notícias do site CRN1 e ontem tive que publicar a notícia do assassinato do Policial Militar Luiz Carlos de Cristo, o soldado Cristo. Para nós ele era o Cristo, parceiro de peladas de futebol suíço, jogo de truco em seis e de agradáveis bate-papos lá nos Clube dos Trinta. Não só ele, Krisley, o Cristinho, filho único dele, também frequenta o Clube.
Foi duro trabalhar ontem, postar foto do assassino, ler mensagens de indignação e já de saudade do militar, que nasceu aqui em Campo Mourão, foi amigo de escola de meus irmãos, que vivia nas arquibancadas do ginasinho JK assistindo nossos jogos de futsal.
Mais difícil ainda foi dar um abraço no Krisley e ver a falta que o pai já faz a ele. Mas será fácil estar disponível sempre que precisar, saiba disso Krisley.
Pior é saber que os criminosos, já presos, são frutos dessa falha de nossa constituição, que desobriga-os de estudar e trabalhar quando novos, crescendo achando que tomar dos outros é o correto, sabendo que na cadeia ficam pouco tempo e quando estão lá recebem alimentação três vezes ao dia -- falta de carne é motivo de rebelião --. Da visita íntima que os presos têm direito me nego a comentar. Pela internet circula uma mensagem dizendo que existe no País um salário para quem está preso, prefiro acreditar que seja uma lenda. (Por e-mail, o advogado Ivan Sérgio Bonfim, mourãoense radicado em Curitiba, esclarece: "... informo-lhe que o presidiário (a família deste), tem direito ao auxílio-reclusão. É mais um gasto assumido pelo governo que poderia aplicar tais recursos em benefícios úteis à população, criando e melhorando creches e escolas, por exemplo).
Até quando?
Luiz Carlos de Cristo - 1969 * 2012 |
Um comentário:
A sua indignação também é a de muitos outros mourãoenses, paranenses e brasileiros.
E eu também pergunto: Até quando?
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