16 de maio de 2012

Como navegar na web sem deixar rastros

A internet não combina com privacidade, 
                              mas há maneiras de navegar de maneira mais anônima


A atriz Carolina Dieckmann foi a última de muitas que ainda estão por vir: pessoas que vão se deparar com seus vídeos ou fotos íntimas circulando pelos monitores alheios. A lista dos que “caem na net” só aumenta. Um caso recente e simbólico no Brasil foi a úl­­tima edição do Big Brother Brasil. Dias após o início do programa, circulavam pela web vídeos comprometedores de dois dos participantes. Há quem veja nesse comportamento apenas o “novo normal”: mais uma maneira como a tecnologia está impactando e moldando nossas vidas.

Sempre há uma maneira simples e eficaz de evitar o incoveniente: não tirar fotos que você não gostaria que chegassem às mãos de sua família ou de seus colegas de trabalho. Mas essa é uma opção que ignora o comportamento humano. Seja qual for o motivo – exibicionismo, narcisismo ou pura bebedeira –, muita gente ainda ficará pelado na internet. E as fotos nus são apenas um extremo de como a internet está invadindo a privacidade dos usuá­­rios. Na web, praticamente tudo o que fazemos é rastreável. Todas as buscas, o conteúdo dos emails, o número do cartão de crédito – alguém, em algum lugar, pode ter acesso a eles.

Da mesma maneira que cria problemas, a internet também os resolve. Nos últimos anos, apareceram dezenas de softwares preocupados em manter o anonimato dos usuários e permitir que eles naveguem sem deixar rastros. Nesta matéria, vamos mostras algumas opções. O grau de anonimidade varia de acordo com a intenção do usuário, e de quanto ele está sujeito a mudar seu estilo de navegação.

Um bom começo é a utilização de clientes de email que prometem não xeretar o conteúdo das mensagens. Como se sabe, o Gmail, o serviço mais popular de e-mails, utiliza o conteúdo, por leitura de robôs, para refinar os anúncios que serão exibidos aos usuários. Há serviços que prometem total inviolabilidade do conteúdo, como o S-Mail (http://s-mail.com/), Hushmail (http://www.hushmail.com/) e Stealthmessage (http://www.stealthmessage.com/). Este último tem uma opção para a “autodestruição” de qualquer e-mail enviado. Emails descartáveis também são boas opções para cadastros em sites poucos confiáveis. O 10MinuteMail (http://10minutemail.com), como diz o próprio nome, tem vida útil de apenas 10 minutos.

Ainda que o e-mail esteja protegido, todo o computador possui uma identificação, o IP, que pode ser rastreado pelos servidores. Para fugir desse controle, a melhor opção é utilizar serviços que alteram o IP da máquina, como o BeHidden (http://behidden.com), ou usar as chamadas redes privadas virtuais (VPN´s, na sigla em inglês), que tornam a sua localização confidencial. Há várias opções, como Vyprvpn e o PrivateVPN – alguns são pagos.

Novos programas
Uma das mais empolgantes promessas da área de privacidade é o Privly, um serviço que recebeu fundos do Kickstarter e agora se prepara para ser lançado ao público. O desenvolvedor por trás do projeto, Sean McGregor, explica o conceito num vídeo postado no site. “Empresas como Twitter, Google e Facebook nos forçam a optar entre a tecnologia moderna e a privacidade. Mas os desenvolvedores do Privly sabem que essa é uma falsa escolha”, afirma. “Você pode se comunicar pelo site que bem entender sem dar acesso aos prestadores de serviços ao seu conteúdo”, garante. O Privly é uma extensão para ser instalada em qualquer navegador. Ao mandar uma mensagem pelo Facebook ou pelo Twitter, o programa encripta o texto e o transforma em um link, que passa a ser a única parte visível na rede social. Ao clicar no link, o navegador então finalmente revela o texto, desde que a pessoa que está tentando ler a mensagem também tenha o Privly instalado.

Uma coleção grande de programas para garantir a privacidade está listada no site da EPIC, a Electronic Privacy Information Center, organização americana voltada para a privacidade na web. A lista pode ser acessada no link http://epic.org/privacy/tools.html. (as informações são da coluna Tecnologia, do Jornal Gazeta do Povo)

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