Todo mundo conhece as raças de cães consideradas perigosas, como rottweilers e pit bulls – “cães de combate” cuja origem remete a um animal que foi especialmente criado para brigar – que são sempre tema de proibições, banimentos, sacrifícios.
No Brasil, muitas leis estaduais estudam e discriminam raças consideradas perigosas (no mundo inteiro, as duas infames raças acima são as mais alvejadas), inclusive, há pouco tempo, a “lei da focinheira” para cães agressivos deu o que falar.
O governo português também possui leis que visam limitar a importação, reprodução e mesmo a criação de cães de raças consideradas perigosas, dentre elas, o dogue argentino, o staffordshire terrier americano, o staffordshire bull terrier, o tosa inu e o fila brasileiro, que nem sequer aparecem frequentemente nas listas de cães mais perigosos do mundo – que geralmente contam com huskys, dogues canários, dobermanns.
O que muitos não sabem, entretanto, é que todas essas raças nem sempre são as mais agressivas.
Cães de grande porte muitas vezes ganham uma fama injusta. Muitos cães pequenos mordem muito mais do que os grandes, só que suas mordidas não são tão graves e raramente requerem atenção médica, o que certamente distorce as estatísticas. Mas nós pretendemos igualar o jogo. Então conheça 10 raças de cães que, mesmo que não sejam consideradas perigosas, podem exigir mais cuidado do que um boxer ou um pastor alemão.
10 – Dachshund
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Ah, o ridicularizado “cão salsichinha”. Meu bem, de Salsicha esse cão
não tem nada. O oposto da covardia, o “cão texugo” (significado do seu
nome em alemão) foi criado para lidar com um dos animais mais ferozes do
planeta, o texugo. E, para tanto, teria que ser feroz também.
Intencional e mordaz, esse cão é mais propenso a violência contra
pessoas e animais do que muitos rottweilers e pit bulls, sendo um dos
cães mais agressivos existentes. |
9 – Chow Chow
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Pesando até 30 quilos, o Chow foi criado para proteger e caçar na sua
nativa China, tendo, portanto, uma natureza agressiva e imprevisível. O
fato de eles serem muitas vezes comidos lá também pode ser responsável
pelo comportamento.
Sua anatomia (seus olhos profundos com visão
limitada) também ajudam no que diz respeito ao cão se assustar e reagir a
qualquer coisa. É um animal muito leal ao seu dono e desconfiado para
com estranhos – bom cão de guarda. E não se deixe enganar pela sua
aparência fofa, mas sim leve mais a sério sua semelhança com um leão ou
urso. |
8 – Jack Russell Terrier
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“Terrier” já diz tudo, já que é um grupo de cães produzidos inicialmente
para caça e matança. Mesmo pequenos, estes cães são corajosos e
resistentes. Jack Russell fofinho? Não. Mais para cão robusto criado
para caçar raposas e perseguir vermes subterrâneos. Sua socialização em
grande número é recente, por isso os Russells são um pouco antissociais e
podem ser muito perigosos. Com um temperamento tenaz e maxilares
pequenos, mas poderosos, eles nunca recuam de uma luta,
independentemente do adversário. |
7 – Dálmata
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O filme infantil “101 dálmatas” contribuiu muito para a popularização
dessa raça, mas ela com certeza não é a melhor escolha de animal para se
ter numa casa com crianças. Cão que pode chegar a 30 quilos, o dálmata
da Iugoslávia foi criado para acompanhar e vigiar carruagens. Muitas
vezes escoltavam bombeiros, e possui afinidade com cavalos. É um cão de
proteção com resposta intuitiva que, se não for exercitado
eficientemente, pode se tornar destrutivo. |
6 – Cocker Spaniels
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Ah, não! Até o cão fofo da Disney? Sim. É difícil imaginar um cão menos
intimidador que um Cocker Spaniel, mas, infelizmente, quem tem um sabe
que essa é uma raça extremamente sensível, totalmente neurótica. Eles
até são sociais, mas nenhum dono ou treinamento pode livrá-los da
síndrome genética da raiva pela qual são conhecidos. Spaniels com
síndrome de raiva atacam ferozmente, sem qualquer provocação. Momentos
depois, eles voltam ao normal, parecendo não ter nenhuma lembrança do
ataque. Não há “cura” para a síndrome da raiva, embora medicamentos
antiepilépticos possam ser eficazes. |
5 – Bull Terrier
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Essa foto faz as pessoas quererem chorar de tão incrivelmente
fofíssimo que o cachorro é. Mas um cão com “touro” (bull, no termo em
inglês) e terrier no nome não pode ser coisa boa, né? Na realidade, esse
coitado tem a mesma história triste do pit bull, pois foi um cão criado
para combate e lutas sangrentas. Eles eram particularmente usados em
jogos nos quais eram lançados em um buraco cheio de roedores.
Hoje,
é um cão muito mais gentil, mas mantém alguns de seus genes
gladiadores. Se não for devidamente treinado por um proprietário
dominante, o Bull Terrier pode tornar-se mandão e agressivo contra
outros cães. Eles também são propensos a certas condições, incluindo
surdez e transtorno obsessivo-compulsivo. |
4 – Shar Pei
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Goze o quanto quiser da aparência de toalha enrugada do Shar Pei, mas
ela é na verdade sua arma mais secreta. Sua pele permite que ele se
torça e morda outro cão numa briga, mesmo que esteja sendo agarrado (faz
sentido, não?).
Esse chinês de 2 mil anos pode possuir um
ancestral em comum com o Chow Chow, pois ambos possuem a distintiva
língua roxa, e são antiquados e desconfiados. Sua popularidade como cão
de combate diminuiu conforme a raça ficou mais rara e raças Bull se
espalharam, mas ele mantém um mau temperamento e instinto de guarda. |
3 – Pequinês
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É o fim do mundo! Sim, o ridículo pequinês, com pedigree real, é uma
criatura extremamente antissocial e desconfiada. Raça muito antiga antes
exclusiva de imperiais chineses, eles não foram levados para fora do
seu país natal até 1860, quando tropas britânicas e francesas invadiram a
China durante a Segunda Guerra do Ópio e levaram alguns para casa.
São
pequenos, de fato, mas leve mais a sério a sua semelhança com os
gremlins. Com temperamento mimado, eles não gostam de estranhos ou
crianças, e apesar de ser relativamente indefesos, são perfeitamente
capazes de entrar numa briga. |
2 – Beagle
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Até tu, Snoopy? Esse cão de pequeno e médio porte é desobediente. Como
muitos dos outros cães nesta lista, sua criação pode o tornar muitas
vezes incontrolável. Este temperamento excitável e impetuoso torna o
beagle muito difícil treinar e ele pode agir muitas vezes de forma
inadequada, incluindo morder. Se um cheiro o atrai, o beagle torna-se
completamente indiferente ao seu mestre. Com uma criação adequada, eles
são conhecidos por serem animais de estimação maravilhosos, mas sofrem
muito com qualquer indulgência. |
1 – Chihuahuas
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O número um da nossa lista tem toda a razão de ser. Você pode
argumentar: como um dos menores cães do mundo é o mais agressivo? Meu
bem, quem conhece ou tem um Chihuahua sabe que eles têm uma necessidade
constante de compensar pelo seu tamanho, e adoram morder.
Essas
pequenas bolas são especialmente inadequadas para casas com crianças.
Eles se apegam demais aos seus donos, ao ponto da obsessão, atacando
violentamente qualquer outra pessoa que se aproxima, incluindo cães
maiores.
Mais do que isso: Chihuahuas são vítimas de seus donos,
que permitem e até incentivam comportamentos que nunca seriam tolerados
em um cão maior. Chamado de “síndrome do cão pequeno”, a atitude só pode
ser superada se o proprietário estiver disposto a exigir respeito.
Chihuahuas
sofrem de uma série de problemas de saúde, provavelmente devido a uma
certa quantidade de endogamia no início de sua história, necessária para
atingir seu tamanho minúsculo |
(Por
Natasha Romanzoti/Revoada)
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