18 de novembro de 2011

Se 'metidando' na Comcam


Associação Tagliari - Bicampeã Paranaense 1979/1980
em pé (da esq. para a direita): Seu Értile, Itamar Tagliari, Gastão, Ivando "Rancho" Capato, Ione Paulo Sartor e Pedro Ivo Szapak
agachados: João Miguel Baitala, Paulo Gilmar Fuzeto com o Carlinhos Tagliari, Luizinho Ferreira Lima, Carlão Tagliari com o sobrinho Flavinho e Álvaro "Careca".
Na primeira vez que disputei um campeonato adulto de futebol de salão, pela Associação Tagliari, tive a felicidade de ser campeão paranaense.   

Conquistamos, de forma invicta, a Taça de Paraná, jogando contra as seis principais equipes do estado, em Paranavaí, em 1979. Eu era o mais novo da turma e, por isso mesmo, era protegido por todos. Jogar ao lado do Carlão, Ione, Rancho, Beline e Gilmar fazia com que as difíceis vitórias não parecessem tão difíceis assim. E, isso, inflava ainda mais o meu ego, que não era pequeno!  

Já era difícil me aturar pelo simples fato de jogar pelo Tagliari, imaginem campeão paranaense, então! Amigos me diziam que eu jogava bem (confirmando o que eu também pensava! Sentiram a metidez?).

Logo após nossa conquista, um torneio foi realizado em Araruna, aberto à participação de municípios da Comcam (Para quem tinha vencido a Demafra de Paranavaí, a Valmar de Maringá, o Clube dos Oficiais de Curitiba seria fácil ganhar das pequenas cidades vizinhas, assim pensei, e seria boa oportunidade para mostrar toda a minha qualidade).

Na verdade, o evento era para mostrar ainda mais o Tagliari para região. Seria realizado de forma eliminatório para que um número maior de equipes enfrentasse-nos.

Na quadra descoberta do único Clube de Araruna enfrentaríamos, na estreia, o time de Quinta do Sol. Quando entro no vestiário, mais metido que ganso novo, observo que alguns adversários usam tênis inapropriados para o futsal e, absurdo e engraçado, amarram o cadarço na canela. Lógico que não gozei deles, mas no nosso vestiário não parava de ironizá-los.

A torcida, que se espremia em volta da quadra, era toda para o adversário, que de cara abriram o placar. Com muito esforço, empatamos. Eles desempataram, nós empatamos. E foi assim até o final do jogo. Eles passavam na frente – sempre com gol daqueles que amarravam o cadarço na canela – e nós sofríamos para empatar. No final, vitória deles, por quatro a três, para delírio da maioria.

Nunca mais julguei ninguém pela maneira de se trajar.

No final daquele ano, 1980, nos sagramos bicampeões paranaenses invictos.

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