1) Desempenho econômico na era PT foi medíocre
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Comunidade Pavãozinho, no Rio de Janeiro: barracos | |
É comum grupos favoráveis ao ex-presidente, hoje presidiário, Luiz Inácio Lula da Silva, alardearem que “nunca antes na história desse país” o Brasil havia tido tanto sucesso. O discurso ufanista, no entanto, não se sustenta diante dos fatos.
Segundo
estudo que analisou o crescimento real do PIB por mandato presidencial,
Lula não passa da 19ª colocação dentre 30 presidentes brasileiros no tocante ao desempenho econômico. Dilma, então, teve a 3ª pior performance, vencendo apenas Fernando Collor e Floriano Peixoto. Trabalho publicado pelo Instituto de Economia da UFRJ concluiu ainda que 90% da brutal queda do PIB per capita no governo petista de Dilma Rousseff deveu-se a falhas de governo.
É claro que o Brasil até cresceu no período aqui analisado. Porém, de modo medíocre.
Uma série de outros estudos recentes, produzidos pela PUC-Rio, chamada de “Panorama”, elaborou um
artigo intitulado “Renda e Produtividade nas últimas décadas“. O material, que já foi objeto de
editorial da Gazeta do Povo, demonstra de modo insofismável que
“o Brasil é um país de renda que cresce pouco, atrasado em relação mesmo aos mercados emergentes. No centro deste atraso relativo está a estagnação da produtividade, drenada pela má qualidade de educação, infraestrutura, ambiente de negócios e pelo protecionismo comercial.”
Agora vejam
a brutal mediocridade do crescimento brasileiro na comparação com o panorama internacional:
“Entre 1994 e 2016, o Brasil foi o que menos cresceu entre os países e grupos comparados. O Produto Interno Bruto (PIB) per capita – a soma das riquezas produzidas em um ano dividida pela população – cresceu 31,4%“.
Isso nos deixou muito longe da média dos mercados emergentes, quase 5 vezes maior: 152,2%. Não conseguimos sequer acompanhar o crescimento da América Latina: de 37,4% no mesmo período. Ou dos países da OCDE: 42,3%.
O estudo “Renda e Produtividade nas últimas décadas” ainda deixa claro que mesmo levando em conta apenas o período de 2004 a 2011 nos limitamos a acompanhar a média de crescimento do PIB per capita da região. E de 2012 em diante passamos a nos descolar negativamente dos vizinhos.
Um outro estudo de análise comparativa do Brasil com outros países semelhantes entre 2003 e 2012 chega também a conclusões desalentadoras. Ele foi realizado pelos economistas João Manoel Pinho de Mello (professor do Insper, Ph.D pela Stanford University), Vinicius Carrasco (professor da PUC Rio e Ph.D pela Stanford University) e Isabela Duarte (mestre pela PUC Rio), intitulado: “A Década Perdida: 2003 – 2012”, onde compararam o Brasil com outras nações emergentes.
Constatam eles:
“o Brasil, em relação ao melhor grupo de comparação: 1) cresceu, investiu e poupou menos; 2) recebeu menos investimento estrangeiro direto e adicionou menos valor na indústria; 3) teve mais inflação; 4) perdeu competitividade e produtividade, avançou menos em Pesquisa e Desenvolvimento e piorou a qualidade regulatória; 5) foi pior ou igual em quase todos os setores importantes (…).”
O desfecho do trabalho é dramático: “a década foi perdida“.
2) O Brasil ficou abaixo da média dos países emergentes no combate à miséria
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Foto: "MAURO PIMENTEL/AFP" |
A primeira coisa que você deve saber sobre a redução da miséria e da fome: ela acontece no mundo todo há várias décadas. É próprio do processo de avanço do livre mercado a redução da pobreza e da miséria, movimento que se fortaleceu muito após a Revolução Industrial
Veja o seguinte gráfico que mostra a involução da miséria no mundo nos últimos dois séculos:
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Disponível em: https://ourworldindata.org/extreme-poverty |
Com a redução da miséria, também houve forte queda no número de pessoas submetidas à fome.
Veja no seguinte gráfico:
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Disponível em: https://ourworldindata.org/hunger-and-undernourishment |
Percebe-se da imagem que a queda na fome foi um fenômeno global (cuja média mundial é representada pela linha roxa) e
generalizado, beneficiando todas as regiões do mundo (com única exceção do Oriente Médio, representado pela linha em verde).
Diante de um quadro mundial tão favorável, é claro que a miséria e a fome também caíram no Brasil durante as últimas décadas.
Aí vem
a segunda coisa que você tem de saber sobre a miséria e a fome especificamente para o caso brasileiro: elas já tinha trajetória decadente bem antes do PT.
Veja este gráfico do histórico da pobreza extrema no Brasil:
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Disponível em: https://ourworldindata.org/extreme-poverty |
A partir dele, percebe-se de modo muito claro que a linha de tendência da pobreza extrema é de queda rápida desde o início da década de 80, movimento brevemente interrompido entre 86-88, em grande medida pela brutal crise fiscal e hiperinflacionária que atingiu o país.
Essa trajetória de queda continuou durante os anos do petismo.
Mas aqui entra a terceira coisa que você precisa saber sobre miséria e fome: nesse período, o Brasil reduziu o número de pessoas em percentuais menores do que os demais países emergentes.
De fato, conforme registrou a Gazeta do Povo em editorial de 6 de maio deste ano de 2018: “Entre 1994 e 2015,
o Brasil reduziu de 16,5% para 4,3% a quantidade de brasileiros abaixo da linha da pobreza, seguindo de perto a tendência da América Latina. Ocorre que
os demais emergentes, puxados pela China, reduziram essa mesma cifra em seus territórios de 33% em 1997 para 3,4% em 2013.” Ou seja,
os demais emergentes tiveram uma redução muito maior em menos tempo.
O seguinte gráfico extraído do trabalho mencionado acima,
“Renda e Produtividade nas últimas décadas“, demonstra a superior velocidade da queda da pobreza nos demais países emergentes em comparação com o Brasil, e como o país ficou meramente em linha com a América Latina em todo o período de 1997 a 2013:
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Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A81881F6364D8370163D66F011B5D8B |
Ante todos esses dados podemos concluir com segurança: o Brasil foi medíocre, e até um pouco abaixo do medíocre, no combate à miséria durante os governos do PT.
3) Durante os anos do petismo o Brasil foi medíocre no combate à desigualdade
Segundo um estudo feito pelo Wealth and Income Database, a desigualdade não caiu no Brasil entre os anos de 2001 e 2015.
Segundo a pesquisa, no período analisado, os 10% mais ricos aumentaram sua participação na riqueza nacional de 54% para 55%. E abocanharam 61% da expansão econômica dos anos compreendidos pelo estudo. Enquanto isso, os 50% mais pobres ficaram com apenas 12% da riqueza em 2015, enquanto tinham 11% 2001, um aumento pífio de apenas 1%. Essa metade mais pobre da população se apropriou de apenas 18% do crescimento econômico daqueles anos.
Conforme análise do mesmo instituto,
consoante dados colhidos entre 2001 e 2015, o Brasil foi o país com maior concentração de renda no topo da pirâmide.
Ainda, estudo do IPEA mencionado em postagem do escritor Rodrigo Constantino em seu blog “mostra que a concentração de renda aumentou no Brasil entre 2006 e 2012. Dados do Imposto de Renda dos brasileiros coletados por pesquisadores do Instituto mostram que os 5% mais ricos do país detinham, em 2012, 44% da renda. Em 2006, esse porcentual era de 40%. Os brasileiros que fazem parte da seleta parcela do 1% mais rico também viram sua fatia aumentar: passou de 22,5% da renda em 2006 para 25% em 2012. O mesmo ocorreu para o porcentual de 0,1% da população mais rica, que se apropriava de 9% da renda total do país em 2006 e, em 2012, de 11%.”.
Outro estudo do IPEA, de 2013,
concluiu que um terço da desigualdade era promovida pelas ações do próprio governo.
É bem verdade que, pelo exame do coeficiente GINI, um dos mais usados para averiguar a desigualdade nos países, o Brasil apresentou melhora no período dos governos do PT. Mas é aí que entra a necessidade de um exame em perspectiva. Ele revela o que segue.
Primeiramente,
a desigualdade caiu na América Latina toda, não sendo um fenômeno propriamente brasileiro.
Veja o seguinte gráfico, apontando a queda da desigualdade, abrangendo vários países do continente, deixando clara uma linha de tendência decrescente:
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Disponível em: https://ourworldindata.org/income-inequality |
Outro dado importante:
especificamente no Brasil, a desigualdade já vinha caindo bem antes do PT.
Veja no gráfico com a linha isolada representando os dados nacionais:
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Disponível em: https://ourworldindata.org/income-inequality |
Perceba que após subir entre 85 e 88, a desigualdade inicia um movimento de queda que só foi interrompido pela crise do Governo Dilma Rousseff em 2015.
E ao final do governo do PT,
nosso índice GINI de desigualdade ainda estava incrivelmente alto, bem acima da média dos países emergentes ou do bloco de América Latina e Caribe.
Assim, também nos é permitido arrematar que no tocante à desigualdade o Brasil foi medíocre durante os anos do petismo.
4) Mesmo os resultados medíocres se revelaram insustentáveis: a Grande Recessão Brasileira
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LULA MARQUES/Agência PT |
A partir de 2014 o Brasil ingressou na pior recessão da história do país, fato que jogou mais de 8 milhões de pessoas para baixo da linha da pobreza e destruiu milhões de empregos.
A ex-presidente Dilma Rousseff acabou julgada impedida pelo cometimento de crimes de responsabilidade consistentes em
fraudes fiscais na
ordem de 60 bilhões de reais. Prática essa que ajudou a agravar o cenário brasileiro.
A crise ainda teve como trágico desfecho um lamentável aumento
nos índices de mortalidade infantil.
Durante o período nos descolamos do cenário mundial que seguiu trajetória de alta.
5) Durante o petismo o Brasil se tornou um dos 10 lugares mais perigosos do planeta
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Foto: Mauro Pimentel - AFP |
Relatório da OMS, utilizando dados do ano de 2016, colocou o Brasil como
o nono país do mundo em número de homicídios, com 31,1 pessoas assassinadas por ano a cada 100 mil habitantes.
No relatório com os dados de 2015, estávamos na mesma posição, com 30,5 homicídios a cada 100 mil habitantes.
Abaixo, segue gráfico da evolução do número de homicídios no país entre 2007 e 2016:
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Fonte: IPEA - http://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/dados-series/17 |
Abaixo o gráfico da evolução da proporção de homicídios no país a cada 100 mil habitantes no mesmo período:
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Fonte: IPEA - http://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/dados-series/20 |
Conclusão