Ataque cardíaco mata músico Paco de Lucía
O violonista espanhol Paco de Lucía, uma das referências do flamenco em nível mundial, morreu na madrugada desta quarta-feira (26) no México, aos 66 anos, em decorrência de um ataque cardíaco.
O artista, que segundo amigos passava férias com a família no México, é considerado um dos grandes violonistas do mundo e um renovador do flamenco, embora também tenha feito incursões por outros gêneros musicais.
"Faleceu nesta manhã de um ataque cardíaco, e vamos decretar dois ou três dias de luto", disse à Reuters um porta-voz da Prefeitura de Algeciras, na província de Cádiz, onde o músico nasceu.
O músico passou pelo Brasil por três vezes - a mais recente, em novembro de 2013. Paco de Lucía fez shows emocionantes em Porto Alegre, São Paulo e no Rio de Janeiro.
Paco de Lucía, cujo nome real era Francisco Sánchez Gómez, é autor de uma ampla discografia em que se destaca "Fuente y Caudal", de 1973, "Entre Dos Aguas" (1981) - nome também de uma das suas músicas mais conhecidas - e "Almoraima".
"(Estamos) muito entristecidos pelo falecimento do grande mestre Paco de Lucía. O flamenco perde uma referência, um mago, um inovador", disse a Sociedade Geral de Autores da Espanha em sua conta do Twitter.
Ao longo da sua trajetória, o músico recebeu numerosos reconhecimentos, como o Prêmio Nacional de Violão de Arte Flamenca, o Príncipe do Astúrias das Artes (2004) e a Medalha de Ouro ao Mérito nas Belas Artes (1992).
Foi nomeado doutor "honoris causa" pela Universidade de Cádiz e pelo Berklee College of Music.
Paco de Lucía começou a trabalhar ainda adolescente em uma companhia de dança, fazendo acompanhamento com seu violão. Depois de conhecer Camarón de la Isla, seu artista mais admirado, começou a colaborar com ele e a participar de turnês.
No começo dos anos 1970, já havia forjado um estilo pessoal e inovador, que fez dele uma figura mundial da música flamenca e do violão em geral.
"Foi embora o melhor violão dos séculos 20 e 21. Paco foi o grande músico por antonomásia, toda a sua vida lutou pelo flamenco", disse o cantor de flamenco José Mercé em declarações à rádio Cadena SER.
Nas décadas de 1970 e 1980, tocou com o pianista de jazz Chick Corea e com o violonista de fusion Al Di Meola, entre outros.
"Ao vê-lo, entendi que não sei tocar violão", disse Mark Knoffer, guitarrista do Dire Straits, a respeito dele.
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