Estudo mostrou que é melhor para a saúde praticar exercícios físicos moderados, como ficar em pé e caminhar, por um tempo prolongado
Para especialista, aumentar o gasto calórico e reduzir o tempo de inatividade são dois fatores independentes para a manutenção da saúde (Thinkstock) |
Não adianta praticar atividade física intensa se a maior parte do dia você é sedentário. Segundo um estudo da Universidade de Maastricht, na Holanda, publicado nessa quarta-feira no periódico Plos One, é mais benéfico para a saúde fazer exercícios físicos moderados, como ficar em pé e caminhar, por um tempo prolongado, do que praticar uma atividade intensa por pouco tempo, desde que a quantidade de calorias gastas em ambas as atividades seja semelhante.
Participaram do estudo 18 jovens de 19 a 24 anos, de peso considerado normal, que seguiram três rotinas distintas, cada uma durante quatro dias. Na primeira, os participantes deviam ficar sentados por 14 horas diárias e não praticar nenhum tipo de atividade física. A segunda exigia que eles ficassem sentados por 13 horas e realizassem uma hora de exercícios intensos. Na terceira, por fim, eles deveriam substituir 6 horas sentados por quatro horas caminhando e duas horas em pé. Ao término do período de cada rotina, os pesquisadores mediam a sensibilidade à insulina e níveis de lipídios no sangue de cada participante. Esses dois fatores estão relacionados a síndromes metabólicas, como diabetes e obesidade.
Quando seguiram a rotina mais sedentária, os participantes gastaram cerca de 500 calorias (kcal) por dia a menos do que com as outras duas rotinas, que proporcionaram um gasto calórico semelhante entre si.
Os níveis de colesterol e lipídios no sangue apresentaram uma pequena melhora quando os participantes praticaram exercícios intensos durante uma hora por dia, mas a melhora significativa ocorreu quando eles se mantiveram ativos por períodos maiores, em atividades de baixa intensidade. Os melhores níveis de insulina também foram encontrados no período em que os participantes seguiam a rotina de exercícios de baixa intensidade.
Os autores concluem que uma hora diária de atividade física, ainda que intensa, não é capaz de reverter os efeitos prejudiciais à saúde provocados por passar muito tempo sentado, ou inativo.
"Não é preciso sair andando por 6 horas todo dia"
Hans Savelberg
Professor da Universidade de Maastricht
Qual o impacto desse estudo na vida das pessoas?
Nosso estudo buscou evidências de que apenas o fato de ficar sentado [inativo], independentemente do gasto calorico reduzido que é consequência disso, provoca efeitos negativos para a saúde. Nós conseguimos provar que gastar uma quantidade suficiente de calorias e reduzir o tempo que se passa sentado são duas coisas independents para a manutenção da saúde. Isso significa que uma hora de exercícios intensos não compensa os efeitos negativos de ficar sentado durante o resto do dia.
Para atingir esses beneficios, seria preciso fazer atividades leves por cinco a seis horas diárias, como no estudo?
Nesse estudo nós mostramos que ficar sentado por menos tempo e passar esse tempo fazendo atividades de baixa intensidade é mais benéfico para alguns fatores de risco à saúde do que fazer uma hora de exercício e passar o resto do dia sentado. O conhecimento existente sobre a quantidade minima de tempo 'não sentado' ainda é escasso. Alguns estudos sugerem um intervalo de 2 a 5 minutos a cada meia hora sentado, mas isso ainda não foi demonstrado em estudos controlados. Mesmo assim, isso sugere que não é preciso sair andando por seis horas diárias. Algumas opções podem ser: ir trabalhar de bicicleta, usar escadas em vez do elevador, levantar da cadeira toda vez que fizer uma ligação...
Conheça a pesquisa
TÍTULO ORIGINAL: Minimal Intensity Physical Activity (Standing and Walking) of Longer Duration Improves Insulin Action and Plasma Lipids More than Shorter Periods of Moderate to
Vigorous Exercise (Cycling) in Sedentary Subjects When Energy Expenditure Is Comparable
ONDE FOI DIVULGADA: periódico Plos One
(via: Veja)
QUEM FEZ: Bernard M. F. M. Duvivier, Nicolaas C. Schaper, Michelle A. Bremers, Glenn van Crombrugge, Paul P. C. A. Menheere, Marleen Kars e Hans H. C. M. Savelberg
INSTITUIÇÃO: Universidade de Maastricht, na Holanda
RESULTADO: Os níveis de colesterol e lipídios no sangue apresentaram uma pequena melhora quando os participantes praticaram exercícios intensos durante uma hora por dia, mas a melhora significativa ocorreu quando eles se mantiveram ativos por períodos maiores, em atividades de baixa intensidade. Os melhores níveis de insulina também foram encontrados no período em que os participantes seguiam a rotina de exercícios de baixa intensidade.
Participaram do estudo 18 jovens de 19 a 24 anos, de peso considerado normal, que seguiram três rotinas distintas, cada uma durante quatro dias. Na primeira, os participantes deviam ficar sentados por 14 horas diárias e não praticar nenhum tipo de atividade física. A segunda exigia que eles ficassem sentados por 13 horas e realizassem uma hora de exercícios intensos. Na terceira, por fim, eles deveriam substituir 6 horas sentados por quatro horas caminhando e duas horas em pé. Ao término do período de cada rotina, os pesquisadores mediam a sensibilidade à insulina e níveis de lipídios no sangue de cada participante. Esses dois fatores estão relacionados a síndromes metabólicas, como diabetes e obesidade.
Quando seguiram a rotina mais sedentária, os participantes gastaram cerca de 500 calorias (kcal) por dia a menos do que com as outras duas rotinas, que proporcionaram um gasto calórico semelhante entre si.
Os níveis de colesterol e lipídios no sangue apresentaram uma pequena melhora quando os participantes praticaram exercícios intensos durante uma hora por dia, mas a melhora significativa ocorreu quando eles se mantiveram ativos por períodos maiores, em atividades de baixa intensidade. Os melhores níveis de insulina também foram encontrados no período em que os participantes seguiam a rotina de exercícios de baixa intensidade.
Os autores concluem que uma hora diária de atividade física, ainda que intensa, não é capaz de reverter os efeitos prejudiciais à saúde provocados por passar muito tempo sentado, ou inativo.
"Não é preciso sair andando por 6 horas todo dia"
Hans Savelberg
Professor da Universidade de Maastricht
Qual o impacto desse estudo na vida das pessoas?
Nosso estudo buscou evidências de que apenas o fato de ficar sentado [inativo], independentemente do gasto calorico reduzido que é consequência disso, provoca efeitos negativos para a saúde. Nós conseguimos provar que gastar uma quantidade suficiente de calorias e reduzir o tempo que se passa sentado são duas coisas independents para a manutenção da saúde. Isso significa que uma hora de exercícios intensos não compensa os efeitos negativos de ficar sentado durante o resto do dia.
Para atingir esses beneficios, seria preciso fazer atividades leves por cinco a seis horas diárias, como no estudo?
Nesse estudo nós mostramos que ficar sentado por menos tempo e passar esse tempo fazendo atividades de baixa intensidade é mais benéfico para alguns fatores de risco à saúde do que fazer uma hora de exercício e passar o resto do dia sentado. O conhecimento existente sobre a quantidade minima de tempo 'não sentado' ainda é escasso. Alguns estudos sugerem um intervalo de 2 a 5 minutos a cada meia hora sentado, mas isso ainda não foi demonstrado em estudos controlados. Mesmo assim, isso sugere que não é preciso sair andando por seis horas diárias. Algumas opções podem ser: ir trabalhar de bicicleta, usar escadas em vez do elevador, levantar da cadeira toda vez que fizer uma ligação...
Conheça a pesquisa
TÍTULO ORIGINAL: Minimal Intensity Physical Activity (Standing and Walking) of Longer Duration Improves Insulin Action and Plasma Lipids More than Shorter Periods of Moderate to
Vigorous Exercise (Cycling) in Sedentary Subjects When Energy Expenditure Is Comparable
ONDE FOI DIVULGADA: periódico Plos One
(via: Veja)
QUEM FEZ: Bernard M. F. M. Duvivier, Nicolaas C. Schaper, Michelle A. Bremers, Glenn van Crombrugge, Paul P. C. A. Menheere, Marleen Kars e Hans H. C. M. Savelberg
INSTITUIÇÃO: Universidade de Maastricht, na Holanda
RESULTADO: Os níveis de colesterol e lipídios no sangue apresentaram uma pequena melhora quando os participantes praticaram exercícios intensos durante uma hora por dia, mas a melhora significativa ocorreu quando eles se mantiveram ativos por períodos maiores, em atividades de baixa intensidade. Os melhores níveis de insulina também foram encontrados no período em que os participantes seguiam a rotina de exercícios de baixa intensidade.