Mostrando postagens com marcador Planeta Sustentável. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Planeta Sustentável. Mostrar todas as postagens

13 de janeiro de 2014

Pitohui: 1º pássaro venenoso descoberto pela ciência

Em expedição às florestas da Nova Guiné, o pesquisador Jack Dumbacher, da Academia de Ciências da Califórnia, foi arranhado por um Pitohui. Foi assim, sem querer, que descobriu o primeiro pássaro venenoso reconhecido pela ciência

Jack Dumbacher, atual pesquisador da Academia de Ciência da Califórnia, ainda era um jovem recém-formado quando participou de expedição às florestas tropicais da Nova Guiné. Durante uma de suas aventuras pela mata, foi arranhado por uma ave que, por conta de sua coloração diferente na cabeça e pescoço, parecia estar usando capuz. 

Tratava-se de uma das espécies do gênero Pitohui, primeiro pássaro venenoso a ser cientificamente documentado. A descoberta foi feita pelo próprio Dumbacher, que sentiu na pele os efeitos da toxina do Pitohui. Ao ser arranhado na mão, o pesquisador sentiu dor e, por reflexo, chupou o dedo. Foi quando começou a perceber a boca formigar e queimar e foi avisado por nativos da região de que se tratava de uma ave venenosa - desconhecida pela ciência. Isso é que é transformar azar em sorte, não?! 

Segundo os cientistas, o veneno do Pitohui está localizado em sua pele e penas. Trata-se de uma toxina chamada de homobatracotoxina, que tem a capacidade de provocar paralisia no corpo dos seres vivos - inclusive nos músculos do coração, podendo causar a morte. 

O Pitohui usa a substância para se defender de predadores ou, então, para caçar. O envenenamento acontece quando a toxina entra em contato com a boca, os olhos, as mucosas nasais ou a pele machucada da vítima - que, quase instantaneamente, começa a sentir dormência e paralisia no local. 

O mais curioso é que essa característica incomum do pássaro, provavelmente, é resultado da sua alimentação. Os Pitohuis se alimentam, principalmente, de besouros da família Melyridae, que são uma poderosa fonte da toxina homobatracotoxina. O mesmo fenômeno acontece com os sapos Dendrobatidae que comem o inseto - mas sapos venenosos são bem mais comuns, não é mesmo? 

Os cientistas avisam que nem todas as espécies de Pitohuis são venenosas - normalmente, as que tem cores mais escuras são mais perigosas. Mas, na dúvida, se encontrar um pássaro desses em uma aventura por Nova Guiné, mantenha distância. (via: Planeta Sustentável)

19 de novembro de 2013

Para viver de vento

Gerar energia eólica em casa, injetar na rede pública e até ganhar créditos na conta de luz já é possível. Conheça os detalhes e o custo dos aerogeradores domésticos

Até o ano passado, uma família brasileira tinha apenas duas motivações para produzir energia com a força do vento: a falta de abastecimento público (ou as falhas crônicas no serviço) e o desejo de trilhar caminhos mais sustentáveis. Desde abril, porém, uma mudança na legislação - a Resolução nº 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) - dá um incentivo a mais ao permitir a micro e a minigeração distribuída. Traduzindo: dá sinal verde para que sistemas alternativos de geração de energia limpa injetem sua produção na rede da distribuidora local. 

Com isso, além de suprir parte da demanda da casa e pagar menos pela conta mensal, o cliente ganha créditos para descontar nas próximas faturas toda vez que a geração de energia for maior do que o consumo. "É um primeiro passo importantíssimo", diz Elbia Melo, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).

Diversos estudos comprovam o enorme potencial do Brasil para explorar a energia do vento, especialmente na faixa litorânea e no sul do país. Fazer o setor crescer e disseminar o acesso aos equipamentos, no entanto, requer um conjunto de incentivos. "O governo é o principal agente, porque pode criar benefícios fiscais e ainda se tornar o melhor cliente, instalando sistemas eólicos em prédios públicos, por exemplo", afirma Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech Engenharia, consultoria em projetos sustentáveis. 

"Nos Estados Unidos, quando o governo ofereceu 30% de desconto no imposto de renda para quem investisse em energia eólica, houve um crescimento de 78% em um ano", lembra Luiz Cesar Pereira, diretor da Enersud, fabricante nacional de aerogeradores. 

Aqui, a novidade quanto à micro e à minigeração distribuída segue a mesma tendência. "Ainda não é como na Europa, onde se ganha dinheiro vendendo energia limpa. Por enquanto, trata-se de uma maneira de economizar na conta e impulsionar o segmento", diz Elbia Melo. 

Na prática, a mudança favorece quem consome mais energia, como prédios comerciais, condomínios residenciais e indústrias, que têm a chance de obter o retorno do investimento em prazos mais razoáveis. Mas há quem enxergue além, como o aposentado Ari Lund, dono de uma casa no litoral catarinense. "Os ventos em Garopaba são abundantes e temos que aproveitar essa energia limpa. É preciso baratear os custos, incentivando outras pessoas a apostar nisso", defende. 

Ele desembolsou R$ 50 mil na instalação de um sistema eólico doméstico, poucos meses antes de a rede de distribuição passar a atender sua região. "Apesar do preço alto, fiquei satisfeito com o resultado porque consegui suprir boa parte do abastecimento de energia", completa ele, que agora prepara projeto para se conectar à rede pública. 

Situação semelhante viveu Edison Eduardo Weissinger, aposentado, morador de Itaipuaçu, no Rio de Janeiro. "Aqui o fornecimento não era confiável, faltava luz com frequência, e resolvi gastar R$ 4 mil na compra de um pequeno sistema com aerogerador, torre, baterias e outros equipamentos", justifica. "Hoje tenho autonomia e pago menos pela conta sem agredir o meio ambiente. (via: Planeta Sustentável)