Valdeci "Miquinha" Carvalho de França (in memorian) |
Jogamos já no dia que cheguei e, talvez pela “fome de bola” e pela boa vitória, achei tudo uma maravilha e fiquei querendo mais. No dia seguinte, semifinal contra o time do Jardim Bandeirantes.
Elvira e Marina, minha esposa e filha mais nova, respectivamente, foram assistir ao jogo.
Logo no começo do jogo, subo para dividir uma bola e bato a cabeça com o zagueirão adversário, um tal de Miquinha.
Fico no chão por alguns segundos, assustando a todos. Continua o jogo e eu, ao invés de jogar, encho o zagueirão de perguntas impertinentes, e ele, perdendo o jogo para os “pózinho" da cidade, só fazia me olhar feio. Getulinho (Ferrari), então, manda me tirarem do jogo.
Sentado ao lado do Pedrinho (Staniszewski), faço-lhe sempre as mesmas perguntas. Enchi tanto o saco dele que ele deu um ultimato para a turma:
- Ou vocês me colocam para jogar ou tiram o Luizinho daqui.
Puseram-no para jogar e passei então a perturbar todos que vinham para o banco. Alguns ficavam mais para o lado do banco adversário para não ter que responder sempre as mesmas questões. Ganhamos o jogo e, no dia seguinte, o campeonato!
Não participei da decisão, pois havia sofrido uma concussão que me deixou com amnésia temporária. Depois de passar pelo hospital, fui para casa com a orientação de que a Elvira não me deixasse dormir mais do que vinte minutos seguidos. Todas as vezes que me acordava, lá vinham as mesmas perguntas: Quanto tá o jogo? Marquei gol? Bati a cabeça? Cadê a Marina? O Miquinha está bem?
Amanhecendo o dia é que voltei ao normal – sei! – e tomei conhecimento de que tinha passado por um acidente sério.
Com a ajuda da Elvira, dos amigos do Clube 10 e do próprio Miquinha (Valdeci Carvalho de França, infelizmente já falecido), meu amigo desde então, é possível contar o ocorrido, já que a pancada deletou tudo daquela noite.
Publicado originalmente no semanário mourãoense Entre Rios, em novembro de 2005
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