Foto do álbum do Jair Grasso, mostra uma formação da Seleção de Handebol de Campo Mourão que disputou o Paranaense Juvenil de 1977.
Lembro que foi com essa formação que levamos um susto enorme por causa de um acidente em quadra com o João Silvio. Ele levou uma joelhada no abdome durante um jogo contra Maringá e, no dia seguinte, precisou extirpar o baço (ler resenha abaixo).
Eu, Jair, Walmir, João Silvio, Beto Wilhian e Tuco continuamos residindo em Campo Mourão.
João Barbosa mora em Guarapuava, Ted e Neyzinho em Curitiba, Uhdre em Santa Catarina, Amarildo na Cidade Maravilhosa e o Idê se divide entre nossa cidade e São José dos Campos, onde reside um de seus filhos.
Infelizmente não conseguimos identificar dois dos personagens na foto. Meu saudoso pai sempre alertava para anotarmos os nomes para não esquecermos de ninguém. Esqueci!
João Potranca
João Potranca era o apelido do João Silvio Persegona, porque sempre teve uma saúde de ferro e uma energia contagiante.
Durante anos defendemos a seleção mourãoense de handebol. Nossos primeiros treinamentos foram feitos na quadra de asfalto bruto do Colégio Prof. João D´Oliveira Gomes. Nosso treinador, Idevalci “Ide” Maia, sabia explorar o máximo de cada um de seus atletas, e com o Potranca ele sempre foi um pouco além do que me parecia normal: exigia sempre que ele, João Silvio, em todo os treinos, executasse por várias vezes uma entrada pela ala direita, que nós chamávamos de queda porque terminava sempre com o João caído após arremessar a gol. Quanto mais o Idê exigia, mais o João correspondia. A ponto de eu nunca ter visto ninguém executar aquele movimento com tamanha perfeição.
Em 1977, durante a fase final do Campeonato Paranaense juvenil, em Campo Mourão, fazíamos um jogo muito equilibrado contra Maringá, quando o João levou uma joelhada na barriga e caiu sem condições de voltar para o jogo – achei que ele fazia cena e gritei várias vezes para ele levantar. Para o jogo ele não voltou, mas saiu do ginásio andando e se dizendo pronto para o jogo da manhã seguinte que decidiria a competição. Nosso goleiro, João Barbosa, foi dormir na casa dele, já que os familiares do João Silvio estavam no sítio da família.
Ele passou a noite inteira com muita dor e, sem poder levantar, chamava pelo Barbosa, que não acordava de jeito algum. Pela manhã, Helena, a irmã do João Silvio, foi acordá-los e o encontrou agonizando e o Barbosa dormindo como nunca. Levado ao hospital, foi operado e extirparam-lhe o baço, que havia rompido com a pancada do adversário. Correu sério risco de morte!
Sorte é que sempre teve uma saúde de ferro, por que se dependesse do sono do João Barbosa ou do meu entendimento sobre o que é encenação ou não ele estaria perdido.
Levanta João! Vamos pro pau, vamos ganhar desses caras...!!!
Publicado originalmente no semanário mourãoense Entre Rios, em dezembro de 2005.
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