12 de setembro de 2019

Osvaldo Broza: A esperta

Gosto de observar as pessoas quando vou à lotérica.

Osvaldo Broza
Como assíduo frequentador – duas ou três vezes por semana – já conheço um pouco do perfil de algumas delas. Têm as conversadeiras, as caladas, as irritadas e as que gostam de levar vantagem. As que dão a vez e as que fazem de tudo para tomar a vez dos outros.

Muitas dessas pessoas pegam mais que uma senha (preferencial e jogos, por exemplo), usam a que for chamada primeiro e a outra, ingenuamente, achando que estão fazendo o bem, deixam naquele balcãozinho onde se preenchem as cartelas. Onde fica, também, a maquininha de senhas.

E os espertos, antes de acionar a máquina, procuram por essas senhas, sem se importar com quem há tempo aguarda ser chamado.

Têm aquelas, ainda, pasmem, que ficam perto da entrada dos caixas esperando que alguém da senha chamada já tenha ido embora. Esperam uns segundos, veem que ninguém se levanta e vão para o caixa com a maior cara de pau do mundo. Conheço, pelo menos, um respeitável (?) cidadão que costuma praticar esse “golpe”.

Hoje, fiquei com raiva. Com certa pressa, e cerca de 20 minutos aguardando, chega uma moça, pega uma dessas senhas e já foi chamada. Não deu tempo nem de se sentar.

Uns cinco minutos depois chegou a minha vez. Mas não pude pagar minhas contas. O sistema saiu do ar.

Perdi duas vezes para a esperta.

Osvaldo Broza
   Amigo querido, o marido da Malu é jornalista e escritor, daqueles que sabe como poucos contar detalhes do nosso cotidiano. 
   Ele gosta de falar que é natural de Herveira, distrito de Campina da Lagoa. Desde os anos sessenta residindo em Campo Mourão ele já é mourãoense nato.  

Um comentário:

Joaquim A S Maia disse...

Belo texto do meu caro amigo Osvaldo Broza, figura que aprendi a admirar quando morei em Campo Mourão, no período 1982/1991.A ele meu grande e fraterno abraço.

Joaquim A S Maia.
Curitiba