Disputei a primeira Taça Brasil de Clubes Campeões em 1980, na cidade de Currais Novos, interior do Rio Grande do Norte. Infelizmente não passamos da primeira fase numa chave que classificou o Álvares Cabral do Espírito Santo e contava ainda com uma equipe da Bahia e outra da Paraíba.
Carlão Tagliari com a esposa Lori e a filha Carla |
Perdemos, mas aprendemos muita coisa que acabaria nos auxiliando na conquista do bicampeonato paranaense naquele mesmo ano e na ótima classificação na Taça Brasil do ano seguinte, quando acabamos entre os seis primeiros colocados do país.
O que mais aprendi, nessa minha estréia em eventos nacionais, não foi dentro da quadra e sim fora dela.
Lisliane, Marilda (in memorian) e Itamar Tagliari |
Como chegamos com alguns dias de antecedência, acabamos conhecendo bem a pequena e simpática Currais Novos, onde éramos a atração principal por sermos do sul do país. Numa pequena lanchonete nos deliciávamos com água de coco e um saboroso doce de leite caseiro. Era sagrado, após as refeições e os treinos lá estávamos nós, sempre puxados pelos irmãos Carlão e Itamar Tagliari, tão amantes de doce como eu.
Na estréia, o Itamar machucou o joelho, impossibilitando-o de andar. De volta ao hotel, jantamos e nos preparamos para ir saborear as delicias da lanchonete, para afogar as dores da derrota contra os capixabas, quando o Itamar pede para o Carlão trazer uma água de coco e um doce de leite porque ele ficaria se tratando no hotel. O marido da Lori Pasinato não aceita de forma alguma e insiste para que ele nos acompanhe. Com muita dor, o pai da Lisliaine, diz que é melhor descansar. O enorme joelho, inchado como nunca tinha visto, para mim era argumento suficiente para deixá-lo sozinho, mas não para o Carlão, que o carregou no colo na ida na volta da lanchonete para nosso espanto e de todos que passavam.
Sempre que conto esta passagem, brinco que se fosse comigo, além de não ter força para carregar nenhum dos meus irmãos, ainda seria capaz de esquecer de comprar as guloseimas para eles. Lógico que é apenas brincadeira. Amo meus irmãos, assim como os Tagliari se amam!
Tenho enorme respeito e admiração por todos daquela família, da mesma forma que demonstra meu pai quando conta alguma coisa do seu Itachir Tagliari e sua família.
Publicada originalmente no semanário Entre Rios, em outubro de 2005.
Um comentário:
Obrigado Luizinho, por recordar momentos tão importantes que passamos juntos, na história do futsal da Associação Tagliari.
Lembro que na chegada em Currais Novos, tinha uma comitiva esperando por nós, que o seu Luiz Gonçalves aqui de Campo Mourão por intermédio do Rádio Amador, preparou essa surpresa com seus amigos que moravam lá.
Um grande abraço da Família Carlos, Lori e Carla Tagliari
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