A partir da gravação de "Apesar de você", interpretada pelas autoridades da ditatura militar como uma ofensa ao general Emílio Garrastazu Médici (presidente brasileiro à época), os censores do Serviço de Censura de Diversões Públicas tornaram-se bastante rígidos com o compositor. Todas as letras assinadas por Buarque recebiam o carimbo "interditada". Para escapar das limitações, especialmente após as proibições impostas ao álbum "Calabar", Chico Buarque criou o heterônimo Julinho da Adelaide. A estratégia funcionou, e músicas como "Acorda amor", "Milagre brasileiro" e "Jorge Maravilha".
Em 1975, uma reportagem sobre censura publicada no Jornal do Brasil revelaria que Julinho da Adelaide e Chico Buarque eram a mesma pessoa. Por causa dessa revelação, o serviço de censura da ditatura militar passou a exigir cópias do RG e do CPF dos compositores.
A partir daí, passou-se a suspeitar que a letra de "Jorge Maravilha" tinha sido feita para o general e então presidente Ernesto Geisel, cuja filha Amália Lucy havia declarado ser grande fã da obra de Buarque.
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