24 de março de 2009

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Um corinthiano em Corinto
Por Carlos Moraes

Diz que o corinthiano aproveitou as Olimpíadas da Grécia para ir até Corinto pedir aos deuses pelo seu time que só com São Jorge a coisa estava difícil. Porque, como se sabe, foi em Corinto que tudo começou. Corinthians são, em inglês, os habitantes dessa cidade grega e o nome do time britânico que, no começo do século 20 passou pelo Brasil e sem querer batizou o novo clube. De forma que o Corinthians Paulista tido como um time de berço popular, tem na verdade sangue britânico e remotas origens gregas. (Hoje o tal Corinthians inglês está amargando uma Segunda ou Terceira Divisão, mas disso neste momento, é melhor não falar).
Assim que lá foi o corinthiano a Corinto rezar e, mal viu um padre barbudo na rua, foi logo perguntando:
- Reverendo: vim aqui rezar pelo meu time que lá não ta fácil.
- Se assim é, meu filho, o melhor que o senhor faz é rezar diretamente para o maior santo desta cidade.
- Ué, que santo é esse?
- Então o senhor não sabe? Não leu a Bíblia? O santo que aqui viveu, aqui pregou e aqui escreveu as famosas Epístolas aos Corintos?
- Puxa. Então pra quem que eu tenho que rezar?
- Pro São Paulo.
À noite no hotel, em Atenas, ele se queixava com a mulher:
- E isso que me disseram que lá só tinha corintiano.
Dizem que a mulher, pessoa religiosa, tentou consolá-lo com aquele que os teólogos consideram unanimemente o mais corinthiano dos salmos: “Os que semeiam entre lágrimas, cantando colherão”.

(Publicado na Ícaro Brasil, revista de bordo da Varig, em agosto de 2004. Carlos Moraes é palmeirense. Enviada pelo corinthiano Levi de Oliveira, da Rural AM)

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