22 de fevereiro de 2019

Botafogo (num campeonato interno do Country Clube de Campo Mourão)

Foto dos anos 1980 mostra a equipe do Botafogo que disputou um campeonato interno no Country Clube de Campo Mourão

Infelizmente dois dos personagens já são falecidos: o pioneiro farmacêutico Osvaldo Wronski, que faleceu recentemente e o odontólogo Gerson Klank, que se foi muito novinho, vencido por um câncer.

Desde sua fundação, nos anos 1960, até o final dos anos 2000 o Country foi o clube dos grandes eventos esportivos de nossa cidade. Esses campeonatos internos de futebol suíço eram sempre disputados por dezenas de equipes. Na maioria das vezes lá estava o seu Osvaldo na organização.


em pé (da esq. para a direita): Ademar Ribeiro, Neilor Naumann, Juraci Andrade e Gerson Klank (in memorian)
agachados: Fritz, Moacir Gozer e Osvaldo Wronski

Wister - C)asa


C)asa é faixa e título de terceiro disco do cantor e compositor paraibano Wister.

Empresário descobre que funcionário é irmão desaparecido há 31 anos

Antonio (à esquerda) e Maicon Antonio (à esquerda) e Maicon Foto: Arquivo Pessoal
As voltas da vida… Um empresário de Blumenau, no sul do país, contratou um funcionário e depois descobriu que ele era o irmão perdido há mais de 30 anos.

Antonio Nunes tem uma revenda de gás no bairro da Velha chamada Tonho Gás. Durante uma entrega ele conheceu Maicon Luciani, conferente de uma empresa cliente.

Após quase uma década se encontrando regularmente, os dois viraram amigos.

No fim de 2018, Tonho abriu o Facebook e viu que Maicon estava procurando emprego. Entrou em contato e ofereceu uma vaga na empresa. O amigo virou funcionário em janeiro deste ano.

Na semana passada, Antonio precisou viajar a Araucária (PR) para buscar um funcionário. Convidou Maicon para ir junto e conhecer toda a operação do engarrafamento e carregamento de gás, como costuma fazer com os empregados novos.

Durante a viagem, Tonho reparou que Maicon tinha um cacoete parecido com o de um tio. Ele pegava no sono sem perceber. Ao ouvir a história do amigo, Maicon chegou a brincar dizendo que eles poderiam ser parentes distantes.

Na viagem de volta, na quinta-feira, 14, os dois amigos e o funcionário que estava no Paraná, Fábio Riffel, conversavam sobre o passado dos três. Tonho não havia mencionado que procurava um irmão, porém, Maicon comentou que o sobrenome de sua família biológica era Nunes.

Tonho olhou para Fábio, que já conhecia a história, e ambos chegaram à mesma conclusão. Sem perceber o que estava acontecendo, Maicon começou a contar detalhes de sua trajetória. Inclusive que a adoção havia sido intermediada por uma cabeleireira que trabalhava na antiga rodoviária.

“Nesse momento eu olhei pra ele e falei: ‘Gordo, tu és meu irmão, cara’. E ele achou que eu estava louco. Eu perguntei: ‘O nome do teu pai não era João? Tu não conheceu a cabeleireira no Cedup no dia das eleições?’ E a história fechou”, conta Tonho.

Segundo Maicon, só quando o irmão deu todos os detalhes ele acreditou na possibilidade. Porém, só compreendeu de verdade o que havia acontecido no dia seguinte.

Mais um irmão
Antonio Nunes, 35, cresceu sabendo que tinha dois irmãos mais novos perdidos em Blumenau. A mãe entregou os filhos para adoção logo após o nascimento, nos anos 1980, porque não tinha condição de criá-los. Por ser o mais velho, Antonio ficou com a avó.

Foi ela que contou a história da família a Tonho, como é conhecido. Porém, a única informação que o empresário tinha era a data de nascimento dos rapazes. Nem os nomes dos irmãos ele sabia. Embora sempre tenha mantido contato com a mãe biológica, a relação nunca foi de proximidade.

Há três anos, Tonho conheceu Jefferson Greueli, o irmão do meio, atualmente com 34. Após o falecimento do pai de Jefferson, a mãe adotiva contou os detalhes sobre a família biológica e ele conseguiu encontrar Tonho facilmente.

Antonio e os dois irmãos foram separados ainda bebês, mas se reuniram por um acaso da vida

“Eu sabia que tinha dois irmãos e uma mãe, mas nunca fui atrás. Descobrir que meu chefe é meu irmão foi um susto muito grande”, relembra.

A primeira pessoa para quem Tonho ligou foi Jefferson. A mãe adotiva de Maicon logo encontrou a certidão de nascimento do filho para confirmar o que os irmãos já sabiam: a família finalmente estava completa.

Entre muitas conversas, eles descobriram ter vários amigos em comum. Tonho sempre viveu na Vila Nova, enquanto Maicon estava bem ao lado, na Escola Agrícola. Jefferson cresceu no Testo Salto. No fim de semana, a família fez o primeiro churrasco.

“Agora é uma vida nova. Estamos nos adaptando, pois ainda é tudo muito recente. A vida é uma caixinha de surpresas”, celebra Tonho.

Tonho e Jefferson, o irmão do meio Foto: Arquivo Pessoal

Comunidade indonésia mantém cadáveres de familiares morando com os vivos

Indonésios cuidam do cadáver da mãe, com o qual moram Foto: Reprodução/claudiosieberphotography.com
A comunidade toraja, que vive em região montanhosa de Sulawesi do Sul (Indonésia), tem um peculiaridade que a faz ser um caso único no planeta: os mortos convivem com os vivos.

De acordo com a crença local, após a morte a alma permanece na casa em que a pessoa viveu. Assim, os cadáveres são alimentados, bebem água, têm as suas roupas trocadas e fumam como se estivessem vivos.

Avós e bebê 'posam' para foto com familiares na Indonésia Avós e bebê 'posam' para foto com familiares na Indonésia Foto: Reprodução/claudiosieberphotography.com
Alguns deles estão mortos há décadas. Caso de Songa, cujo hábito de fumar é mantido mesmo após 40 anos da morte.

Alguns corpos estão em avançado estado de decomposição e o cheiro desagradável exala longe. Mas nada impede que eles dividam o espaço das residências com outros moradores.

Indonésio da comunidade torja divide a casa com os cadáveres de dois familiares Foto: Reprodução/Facebook(Claudio Sieber Photography)
Para atenuar os males odores dos defuntos, familiares costumam estocar grande quantidade de ervas. Em alguns casos, o uso de máscaras é inevitável.

Membro da comunidade torja troca a roupa de defunto em avançado estado de decomposição Foto: Reprodução/claudiosieberphotography.com

Os torajas acreditam que, quanto mais o corpo do morto é preservado, mais sorte a família obtém.

Muitos dos mortos passam o dia em camas em algum aposento das casas das famílias mais abastadas. Os mortos que são, finalmente, enterrados, não alcançam o "descanso eterno". Parentes costumam abrir os túmulos em datas específicas para ter encontros com os falecidos.

Palavras gostosas de falar e a gente deveria usar mais vezes (ou: do dicionário do Getulinho)

"Comi uma brusqueta, tive um revertério ontem na Conchinchina, tô só o pó da rabiola". 

Copiei do BuzzFedd , mas poderia muito bem ser do dicionário do Getulinho Ferrari, aquele que um dia foi expulso de quadra por mandar o juiz "tomar no fióte". 


1. "Passar mal" não tá com nada, o melhor é ter um...

2. Quando você desaparecer, diga que vai para esse lugar.

3. Nós precisamos falar mais e comer mais.

4. Uma coisa muito velha ganha essa palavra gostosa de falar.

5. Toda criança é muito.

6. Se não gosta de falar "Diabo", use essa.

7. Uma alternativa boa para a tradicional gambiarra.

8. Como é bom mandar as pessoas insuportáveis para esse lugar.

9. Para aqueles dias que você não acorda muito bem.

10. Sabe aquele sujeitinho que se mete onde não é chamado?

11. Quando a asneira é grande, ela é um...

12. Sabe quem vai piar hoje? Sim, a...

13. Quando a arrogância passa dos limites, é uma...
Siga a famosa frase: "Percebe, Ivair, a petulância do cavalo!".

14. Um lugar para você frequentar mais.

15. Para quando a pessoa tonta aparecer por perto.

16. Bagunça não tá com nada, é muito mais divertido falar em...

17. Para variar no absurdo, encha a boca pra falar.
Há quem também diga "cachorra" com o mesmo sentido, só pra dar uma variada.

18. O ansioso que mora em você vive com isso.

19. Para quando você estiver bem elegante.

20. Gente esperta é cheia de...

21. Dos mesmos criadores da pachorra.

Nos comentários do BuzzFedd vi alguém reclamando da falta do BOROCOXÔ... Medonha e tropicão são duas palavras que gosto muito... 

21 de fevereiro de 2019

Capitão Índio Bandeira, anos 1970

Foto de meados dos anos 1970 mostra a avenida Capitão Índio Bandeira, entre as ruas Brasil e a Harrison José Borges, bem no centro de Campo Mourão. Percebe-se que fuscas, kombis e Ford Rural eram os carros preferidos da época, que o Clube Mourãoense animava os finais de semana da cidade e que a Casa Tapi já era a fornecedora de materiais esportivos preferida de todos. Além, é claro, que nossas vias eram marrom poeira, nossa marca registrada até hoje.

Se me lembro bem, a Casa Branca era uma loja do Afum (será que é assim que se escreve?), irmão do falecido Paulão "Brimo". Não me recordo se a Morifarma era do saudoso seu Osvaldo Wronski. 

Carne Doce - Comida Amarga


Carne Doce é uma banda goiana formada por Salma Jô, Macloys Aquino (guitarra), João Victor Santana (guitarra e sintetizadores), Ricardo Machado (bateria) e Aderson Maia (baixo).


Comida Amarga é faixa do álbum Tônus, lançado em 2018.

Fábio Rabin e o escritório do crime


Fábio Rabin é um humorista paulista, que não perde a chance de zoar com os acontecimentos absurdos de nosso dia-a-dia. Aqui ele brinca com o termo 'escritório do crime'. Assista.



Hotel mais velho do mundo opera a mais de 1000 anos


Há pelo menos um comércio de família entre todas as grandes redes de sua cidade, e todos conhecem os donos. No entanto, as empresas familiares que foram passadas através das gerações não são nada, quando comparadas com a do Nishiyama Onsen Keiunkan, do Japão. Este é o hotel mais antigo do mundo e tem estado com a mesma família por mais de um milênio.


Qual é a idade exata deste hotel?
Cerca de 1.300 anos atrás, o hotel foi fundado e desde então os descendentes de Fujiwara Mahito têm tocado o estabelecimento, que foi fundado em 705 dC, cerca de 300 anos antes dos viquingues chegarem à América e 225 anos antes da fundação do reino da Inglaterra. Esse foi o segundo ano da era Keiun, que acredita-se ser o fator que levou ao nome “Keiunkan” do hotel. O hotel foi repassado, cuidado e administrado por 52 gerações desde 705 dC. Não é de surpreender que o Guinness Book of World Records o tenha concedido o título de hotel mais antigo do mundo.


Como o hotel ficou aberto há tanto tempo?
Todos os tipos de pessoas já se hospedaram no hotel. O hotel relata hóspedes de todas as esferas da vida, desde políticos até samurais. Todos vieram e continuam vindo para a atração principal do hotel, que os proprietários sabem como comercializar – as fontes termais. Esta água morna tem fluido desde o início do hotel e atrai pessoas do mundo inteiro.

Além disso, eles contam com outras atrações próximas, como o Monte Fuji e o Parque de Jigokudani de macacos, ambos a apenas 3-4 horas de distância. Há também muita experiência da família na condução de um negócio tão bem sucedido por tanto tempo, e que é passado de geração para geração. Quase todos os comentários do hotel no Trip Advisor são classificados nas categorias excelentes ou muito boas.


Como é a hospedagem por lá?
Não é um hotel particularmente grande, e só foi renovado pela última vez em 1997. O Nishiyama Onsen Keiunkan tem apenas 37 quartos, alguns dos quais possuem banhos ao ar livre e outros com uma plataforma de observação da Lua, o que é um toque agradável. Eles também têm um bar de karaokê e um restaurante que serve carne japonesa local, koshu. Os quartos começam com a diária de 52.000 ienes, o que equivale a aproximadamente R$1.600,00 ou US$439.00.


Embora possa parecer caro, é uma grande experiência e uma honra ficar no hotel mais antigo do mundo. Você também terá o excelente serviço da família, bem como o benefício de poder banhar nas fontes termais que são tão famosas…

Halterofilista levanta carro de 2 T e salva homem que estava preso; vídeo


Um halterofilista de Michigan, EUA, está sendo chamado herói. Ele levantou um carro de 2 toneladas e ajudou a salvar um homem que estava preso embaixo do veículo.

Ryan Belcher, 29 anos, estava se preparando para deixar o trabalho na semana passada, quando ouviu um barulho alto fora do lado de fora do prédio. Ele viu um SUV capotado e correu em direção ao acidente. Lá ele encontrou um homem preso sob o veículo implorando por ajuda.

O levantador de pesos tem 150 quilos e consegue levantar mais de 360 quilos, mas o jipe Cherokee pesava quase duas toneladas.

“Eu vi uma janela que foi quebrada na parte de trás do veículo e eu sabia que se eu pudesse balançar o carro em uma certa direção eu poderia libertá-lo daquele. Então, eu enfiei meus braços, peguei, levantei e comecei a empurrar”, contou Belcher à Fox News.

Vivos
O homem que Belcher salvou e outra mulher sofreram ferimentos graves no acidente.

No domingo, Belcher foi ao hospital para visitar o homem que ajudou a resgatar e escreveu no Facebook:

“Eu conheci Montrell hoje à noite !! Ele é a pessoa mais positiva, considerando suas circunstâncias. Infelizmente ele está paralisado da cintura pra baixo”. disse.

A boa notícia positiva é que eu estava lá para ajudar… [sem a ajuda] médicos e enfermeiras dissessem que ele não estaria aqui. Eu chorei quando me disseram isso. Eu nunca pensei que iria impactar a vida de alguém como fiz. Ele só não sabe ainda o quanto ele realmente mudou a minha [vida]!”, concluiu.

Herói
O filho de Belcher chama o pai de Hulk, mas ele disse estar desconfortável com comparações de heróis desde o incidente.

“Dizer que sou um herói, não sei. Mas estou feliz por ter estado lá e fui colocado lá por uma razão”, concluiu Belcher.

Assista:




18 de fevereiro de 2019

Em 1991, no casamento do casal Rosângela e Ilivaldo Duarte

Foto de dezembro de 1991 mostra eu e a Elvira como padrinhos do casamento do casal Rosângela e Ilivaldo Duarte. Ou seja, recentemente, o casal completou 27 anos de matrimônio. Eles têm um casal de filhos, Ilana e Ricardo. Ali ao lado o Gerson Maciel, que (acho) que também foi padrinho. 

Eu, Ilivaldo e Gerson fomos colegas na Rádio Colmeia de Campo Mourão nos anos 1980/90 e a amizade continua como sempre, apesar de nos vermos muito pouco.  

Elvira Schen Lima, Irineu Luiz Ferreira Lima, Rosângela Galicki, Ilivaldo Duarte e Gerson Maciel
Campo Mourão/PR - 1991



Vitor Kley - O Sol


Vitor Kley (Porto Alegre - 18/08/1994) é um compositor e cantor nascido gaúcho. 

O Sol faz parte da trilha sonora da novela O Espelho da Vida, da Rede Globo de Televisão.

O que atrapalha o Brasil...


Maior superlua do ano será esta semana. Próxima só em 2026

Superlua - Foto: reprodução / WhatsOn
A maior superlua de 2019 será vista nesta terça-feira, 19 de fevereiro. Só em 2026 o satélite vai aparecer tão grande novamente.

A Lua vai parecer 14% maior e 30% mais brilhante do que de costume. Torça pra fazer tempo bom onde você mora!

Ela estará na fase cheia e no perigeu — ponto mais próximo da Terra — a 356.761 quilômetros de distância do nosso planeta.

É tão perto que alguns astrônomos o chamam de perigeu extra-próximo.

Embora atinja o perigeu às 7h09 no horário de Brasília, ela só estará completamente cheia a partir das 13h54, o que ajuda a aumentar o efeito do fenômeno.

O termo superlua não é um nome astronômico oficial.

Surgiu em 1979, pelo astrólogo americano Richard Nolle, que a definiu como “uma Lua nova ou cheia que ocorre quando a Lua está na ou próxima a pelo menos 90%, de sua maior proximidade da Terra”.

Foto: EarthSky
Planetas visíveis
Além do fenômeno astronômico principal da semana, na segunda-feira, 18, será possível observar alguns planetas a olho nu.

Antes do nascer do Sol, haverá uma conjunção entre Vênus e Saturno a sudeste, na constelação de Sagitário.

Após o pôr do sol, Mercúrio ficará visível no horizonte ocidental.

Saúde: 'Fiquei paraplégica por causa de um piercing'

Layane Dias usa cadeira de rodas desde que contraiu uma infecção durante a colocação de um piercing
No início de julho do ano passado, Layane Dias comemorava o estágio que acabara de conquistar e planejava uma viagem em família no mês seguinte. Para a jovem, na época com 20 anos, era o início de uma nova fase.

Ela afirma que jamais imaginaria que estava prestes a passar pelo período que considera o mais complicado de sua vida.

Dias antes de iniciar o estágio, Layane começou a sentir dores frequentes pelo corpo. Para ter forças para trabalhar, a jovem teve de recorrer a medicamentos. No entanto, cada vez mais debilitada, teve de abandonar o estágio.

O quadro de saúde dela foi piorando até que, semanas depois, a estudante perdeu os movimentos da perna. A situação tornou-se ainda mais difícil e a jovem deixou de sentir parte do próprio corpo. "Dos seios para baixo, não conseguia sentir mais nada", diz à BBC News Brasil.

Segundo Layane, o neurocirurgião que a acompanhou apontou que a bactéria Staphylococcus aureus - que pode causar mazelas em diferentes níveis ao atingir a corrente sanguínea - entrou no organismo da jovem por meio de uma infecção no nariz e a deixou paraplégica.

"O médico me perguntou se eu tive alguma espinha na região do nariz ou algo assim, porque essa bactéria, comumente, é desenvolvida nas fossas nasais. Foi então que contei que havia colocado um piercing no lado esquerdo do nariz, no mês anterior", relata a jovem.

"Quando contei isso, ele me disse: o piercing foi a entrada da bactéria em seu corpo. Ouvir isso me deixou em choque", conta.

Layane Dias começou a sentir dores logo depois de colocar um piercing no nariz, no ano passado
O piercing
Layane sempre se considerou uma jovem vaidosa. Além de estudante de Recursos Humanos, também fazia alguns trabalhos como modelo fotográfica.

Ela revela que sempre gostou de piercings. "Já tinha colocado na parte direita do nariz por três vezes", comenta. Em junho passado, a estudante mudou o lado do piercing. "Foi a primeira vez em que coloquei na parte esquerda do nariz. Também foi a primeira vez em que saiu sangue durante o procedimento para colocar o piercing."

No início de julho, segundo Layane, surgiu uma bola vermelha na ponta do nariz, semelhante a uma espinha. "Eu achava que era apenas uma espinha, mas ela me causou febre. Como pensei que não fosse nada relevante, cuidei em casa mesmo, com pomadas. Em uma semana, ela sumiu."

Um dos primeiros sintomas da
infecção sofrida por Layane Dias
foi uma 'bola vermelha' no nariz
A dermatologista Alessandra Romiti ressalta que as complicações decorrentes do piercing, comumente, acontecem apenas na área do corpo em que o objeto é colocado. "Há casos como inflamações ou infecções locais. Por isso, é fundamental que o estabelecimento obedeça às normas de higiene adequadas. O material utilizado tem que estar esterilizado, o piercing tem que estar limpo e a pele precisa ser muito bem higienizada", diz.

"Depois, o paciente precisa manter o lugar limpo para evitar o risco de haver qualquer tipo de contaminação", acrescenta. Segundo a médica, complicações graves são consideradas extremamente raras.

Na sexta-feira que antecedeu o início do estágio da estudante, ela foi a uma festa com as amigas, em Brasília, onde mora. "Dançamos muito. Foi uma noite muito legal", relata. No dia seguinte, a jovem acordou com intensa dor nas costas. "Não dei muita atenção, porque achei que fosse uma dor muscular normal, por conta da noite anterior."

"Tomei um remédio, mas a dor não passou. Continuou intensa. No dia seguinte, um domingo, as dores continuaram e estavam ainda mais fortes. A minha mãe me levou a uma farmácia, onde tomei um coquetel de injeções e a dor sumiu. Fiquei aliviada", narra.

Na segunda-feira, ela iniciou o estágio. "Fui muito animada, mas no período da noite as dores voltaram. Tomei medicamentos e elas diminuíram. Na terça, a situação foi igual. Na quarta, as dores ficaram ainda mais fortes", diz. As dores eram nas costas e no pescoço.

Como as dores não cessavam, a jovem foi ao médico. "Fizeram um raio-X, que não apontou nada. O médico me disse que não havia nada nas minhas costas. Mas mesmo assim, aquelas dores não passavam de jeito nenhum."

A estudante conta que na quinta-feira foi a um posto de saúde, após o estágio, e foi avaliada por uma médica. "Ela me atendeu e disse que os músculos das minhas costas estavam inchados. Ela fez uma massagem em mim, me passou uma injeção e voltei pra casa. Consegui dormir."

Ainda não se sabe se a jovem Layane Dias voltará a andar um dia
Na manhã seguinte, a jovem passou a sentir que as pernas estavam enfraquecidas. "Tive que tomar banho com a ajuda da minha mãe", diz. Naquele dia, ela foi com a mãe em uma igreja. "Quando voltei, a dor estava insuportável. Deitei e dormi. Quando acordei, naquela tarde, não senti mais as minhas pernas."

A paraplegia
Ainda naquela sexta-feira, Layane foi carregada às pressas ao hospital. "O médico pediu exames de sangue e de urina. Eu já não conseguia fazer minhas necessidades e tive de colocar uma sonda. Quando saiu o resultado do exame, apontou que eu estava com uma infecção no sangue."

"O médico começou a furar a minha perna e eu, realmente, não estava sentindo nada. Como era um caso grave, fui transferida para o Instituto Hospital de Base, aqui em Brasília", relata.

Ela narra que as dores se intensificaram. "Os médicos não conseguiam ter um diagnóstico exato. Suspeitaram de câncer ou síndrome de Guillain-Barré", diz.

Na madrugada daquele domingo, 22 de julho, ela se recorda que as dores ficaram insuportáveis. "Eu estava deitada em uma maca, sem me mexer, cheia de furos, tomando soro e várias medicações. Minha mãe estava sentada em uma cadeira ao lado. Eu pedi pra ela: 'desculpa, mas aplica alguma coisa, porque eu preciso morrer. Não aguento mais'. E a minha mãe respondeu que não aplicaria nada, porque eu iria aguentar aquilo tudo", relembra.

"Para aliviar as dores, começaram a me dar morfina por um período. Isso me alucinava muito e um médico pediu para suspender", conta.

Layane passou por uma ressonância magnética, que apontou que havia 500 mililitros de pus comprimindo três vértebras da medula espinhal dela. Ela teve de passar por uma cirurgia de urgência, para a retirada do líquido.

Responsável pela cirurgia da jovem, o neurocirurgião Oswaldo Ribeiro Marquez explica que, apesar de raro, é possível que um piercing deixe uma pessoa paraplégica. "Essa situação pode acontecer quando há alguma complicação em decorrência do piercing", pontua o profissional, que afirma nunca ter visto situação parecida desde que iniciou a carreira na medicina, há cerca de 15 anos.

Segundo o médico, as complicações com o piercing ocorrem quando o objeto abre caminho para infecções. "A disseminação de qualquer infecção cutânea costuma ser hematogênica - quando é transmitida pela corrente sanguínea. Por exemplo, se a bactéria está na ponta do nariz, ela pode evoluir, pegar o nariz inteiro, cair na corrente sanguínea e parar em outro canto do corpo", esclarece.

"A paciente fez um procedimento cutâneo, que gerou uma infecção, que pode ter feito a disseminação da bactéria para a corrente sanguínea. Como ela não tinha infecção na coluna anteriormente, é muito provável que tenha sido causada por uma bactéria que estava em seu sangue", acrescenta.

Marquez avalia que é "bem provável e plausível" que Layane tenha ficado paraplégica em decorrência do piercing. Porém, ressalta que somente estudos genéticos podem garantir que a paraplegia da jovem foi motivada unicamente por complicações oriundas da inserção do objeto no nariz.

'Espero que ele se preocupe mais com os clientes'

A cirurgia de Layane teve o objetivo de retirar o pus que comprimia a medula da jovem. "Esse procedimento evitou a progressão da paraplegia, que poderia subir. O pus poderia causar uma infecção que poderia até levar à morte. Com a retirada do líquido, a medula dela foi descomprimida e evitou que o quadro da paciente piorasse", explica Marquez.

Um dos maiores sonhos de Layane Dias é voltar a andar.
"Acredito que conseguirei, em algum momento", diz
"O procedimento foi um sucesso. Voltei para a Unidade de Tratamento Intensivo de recuperação e estava tudo tranquilo. Já não sentia mais aquela dor insuportável", comenta Layane.

A estudante conta que somente depois do procedimento cirúrgico descobriu sobre a causa dos problemas de saúde que a afetaram. "O médico que me acompanhou desde o início me explicou sobre a bactéria e como o piercing pode ter me afetado. Isso tudo foi desenvolvido por uma perfuração errada. Por isso sangrou quando coloquei o piercing. Outro fator que complicou foi a má higienização do objeto", diz.

A estudante não planeja tomar nenhuma medida contra o profissional responsável por colocar o piercing. "Eu optei por não falar sobre ele, porque isso não me fará voltar a andar. Espero que a minha situação faça com que ele se preocupe mais com a saúde dos clientes a partir de agora", declara a jovem, que revela que já havia colocado um piercing com o mesmo profissional anteriormente. "No de antes, não tive nenhum problema."

A vida na cadeira de rodas
Por dois meses, Layane permaneceu internada para se recuperar. No hospital, soube que é incerta a possibilidade de voltar a andar. "Dois dias depois da cirurgia, o médico me disse que eu continuaria sem sentir as minhas pernas", relata. Hoje, ela faz acompanhamento com uma psicóloga e sessões de fisioterapia.

A descoberta de que permaneceria na cadeira de rodas foi um dos momentos mais difíceis para a jovem. "Eu fiquei arrasada. A princípio, foi uma situação muito triste", conta.

Para Marquez, há possibilidade de Layane retomar os movimentos das pernas. Porém, segundo o neurocirurgião, ainda é prematuro fazer uma avaliação. "A medicina tem avançado nesse aspecto e há estudos que apontam sobre essa possibilidade. Por isso, não podemos negar que ela retomará os movimentos das pernas, assim como não podemos garantir isso", pondera.

Apesar do choque inicial, Layane aprendeu a lidar com a atual fase da vida. "Conheci outros jovens cadeirantes e vi que posso ser feliz assim. Hoje faço exercícios e até jogo basquete e handebol", conta.

Em setembro, ela voltou para casa, onde vive com a mãe e a avó. "Minha vida se tornou completamente diferente. Mas fiquei feliz, porque já não estava no hospital. Consegui ver todos os amigos que não puderam ir ao hospital. Recebi muitas visitas e isso me fez muito bem."

Um dos momentos mais importantes para a jovem, na nova fase da vida, foi o aniversário, em novembro. "Comecei a organizar a festa, mas dois dias antes, quase desisti, porque pensei que não me sentiria bonita para a comemoração", relembra.

"Essa festa foi muito importante para mim. Depois de quase desistir dela, decidi comemorar, apesar de tudo. Na data, consegui me sentir linda pela primeira vez, depois de tudo o que aconteceu. Recuperei a minha autoestima. Foi um dia muito feliz."

No fim de janeiro, Layane relatou a sua história em seu perfil no Instagram. "Foi a primeira vez em que contei abertamente que um piercing me deixou paraplégica", diz. Ela publicou as fotos que tirou desde a data em que colocou o objeto.

"Eu registrei tudo, porque minha mãe enviava aquelas imagens para a minha avó", explica. A publicação da jovem viralizou e ela conseguiu mais de 20 mil seguidores em poucos dias. "Muitas pessoas ficaram assustadas com a minha história e vieram me procurar para prestar solidariedade."

Ela ressalta que não quer que sua história desestimule as pessoas que queiram colocar um piercing. "O que quero é que tenham mais cuidado. As pessoas precisam conhecer muito bem o local onde vão fazer. Além disso, os profissionais precisam ser extremamente cuidadosos e ter muito cuidado na higienização dos itens", diz.
[ BBC Brasil ]