30 de julho de 2010

Baú

Bizoto's e Luciano - Carnaval Clube 10 de Outubro

Do álbum do Nelson Bizoto, foto mostra ele e comadre Cida ao lado do folião Luciano Ayres.
Gosto muito dessas fotos do carnaval do Clube 10 de Outubro, por que, além de mostrar bons amigos, elas mostram como eram animados e prestigiados os bailes de Momo nos anos oitenta e noventa.
Aproveito a presença do Luciano para repostar um resenha que publiquei no ano passado. Clique na imagem para ampliar!

Da esquerda para a direita: Nelson e Cida Bizoto e Luciano Andrade Ayres

Os mecânicos do Luciano Ayres e a excursão para a praia
Nos anos setenta, a oficina de meu pai era ao lado da Retificadora Mourão, onde hoje está a Nipomaq, bem em frente da Riva Center. O Luciano Ayres era o sócio-gerente  da Retificadora e, uma vez por ano, presenteava seus funcionários com uma excursão para a praia. 
Eu, ainda adolescente, morria de vontade de ir juntos com meus amigos da retificadora, mas meu pai nunca deixava, até por que era exclusivo para os mecânicos.
Numa dessas vezes fui lá me despedir deles e percebi que a primeira fileira de bancos  do ônibus era retirada para caber um enorme freezer para bebidas, cervejas claro. Um dos funcionários, evangélico, garantiu que, como não bebia, ia contar quantas cervejas cada um beberia e um outro novato, deslumbrado com a primeira vez que veria o mar, falava para todos que ia trazer água salgada para mostrar para a família.
Segunda-feira de manhã fui conferir como tinha sido a viagem e encontrei todos numa ressaca daquelas, até meu amigo que não bebia estava com cara de quem tinha tomado todas, mas a ressaca dele era por causa do barulho que os outros fizeram durante toda a viagem, principalmente o novato.
Quando perguntei se tinha conseguido controlar quanto tinham bebido e se o menino tinha trazido água do mar, ele respondeu:
- Luizinho, não deu pra contar por que o ônibus demorou um pouco para sair e já no Restaurante Tio Patinhas, na saída de Campo Mourão, tivemos que parar para abastecer o freezer... e o novato bebeu tanto que entrou em coma alcoólico, ainda na viagem, e tivemos que interná-lo num hospital assim que chegamos na praia e de lá ele só saiu para voltar para casa. Hoje nem veio trabalhar!

Rural FM e a música do dia


The Raspberries era um grupo de pop rock americano (Ohio, Cleveland), que conseguiram destaque no começo dos anos setenta. A crítica o considerava brega, mas o público os amava. As imagens do vídeo não são da música Don't Say Goodbye.

Casablanca: os filmes mais locados de julho















Vexame no litoral

Defendendo as cores do futsal mourãoense apenas em uma oportunidade sofremos uma derrota por azar. Na decisão dos Jogos Abertos do Paraná (Jap´s), em 1987, aqui mesmo em Campo Mourão, quando perdemos por um a zero para Palotina.
Todas as outras derrotas, por mais que tentássemos achar uma desculpa, aconteceram por mérito dos adversários e algumas vezes por incompetência nossa.
Nos Jap´s de Paranaguá, em 1986, depois de classificarmos na primeira fase com certa facilidade, começamos a segunda com derrota para Palotina e enfrentaríamos a seguir a equipe de Londrina que já havia vencido os palotinenses. Para classificarmos para as semifinais seria preciso que ganhássemos com dois gols de diferença.
Entre nós, os atletas, como motivação, a conversa era sempre que Londrina era muito forte, mas a diferença de gols não era difícil de conseguir. E não era mesmo! Mas o jogo começou e quem abriu uma diferença de dois gols foram os londrinenses, deixando-nos com uma missão, daí sim, praticamente impossível de alcançar. Perdemos o jogo (exatamente pela diferença que deveríamos fazer) e acabamos proporcionando um momento muito engraçado para o público que lotava o Ginásio para assistir um dos principais clássicos do futsal paranaense: falta contra nós, estou ao lado do árbitro orientando a armação de nossa barreira quando ouço o barulho de algo quebrando, me viro e vejo nosso banco de reservas se quebrando deixando todos de pernas para o ar, com exceção do Itamar Tagliari (foto) que foi rápido e se levantou antes que o Ticão e companheiros se estatelassem no chão.
Só não fiquei com mais vergonha porque já tinha sido obrigado a acompanhar nosso goleiro Tostão (Flávio, de Araruna), na sua primeira visita ao mar, estreando seu conjunto de bermuda preta com coqueirinhos brancos e camiseta regata branca com coqueiros pretos. É Mole?

"Tiradas"

Jayminho Bernardelli me enviou e-mail com frases ótimas e ilustrações melhores ainda. Como são muitas, publico-as aos pouco..








29 de julho de 2010

Baú

Casa Tapi Futsal - 1981/83

Com essa turminha ai de baixo, conquistamos quase todos os campeonatos de futsal que foram realizados em Campo Mourão durante um bom período. Acho que de 1981 até 1983 só deu "nóis na fita". 
Lembro que a hegemonia foi quebrada pelo timaço do Escritório São José.
Naquela época, a cidade tinha uns quatro ou mais campeonatos por ano (Citadino, Olímpiadas Comerciária...) e contava com muitas equipes boas.
David no gol, Carlão, Itamar e Eu éramos os "fominhas" que participaram sempre das conquistas. O time tinha poucos jogadores para que ficássemos mais em quadra. hehehe
Conosco, sempre estavam as crianças Flavinho Bisol,  Itamarzinho e Carlinhos Tagliari. 
Engraçado como sempre que falo do Carlinhos, hoje Juiz de Direito, atuando no interior de São Paulo, lembro do dia em que ele nasceu. Talvez por que naquele mesmo dia, atuando pelo Beccari, marquei um gol em um Campeonato Paranaense de Futsal Juvenil, em Maringá, que nos classificou para as finais, e saímos direto do ginásio e viemos visitá-los, a saudosa Maria José Fuzeto Tagliari e ele, no Hospital Anchieta. 
Na foto, tirada no ginásio JK, aparece também outra criança, o Carlos Eduardo Bernini Neto, que faleceu muito novinho, anos depois, em acidente de carro, que também vitimou o Celsinho Staniszewski e o Júninho Zagoto.
Walfrido Tokarski, já falecido, era o secretário de esportes da cidade naquela época e até que jogava bem
Casa Tapi, como todos sabem, é a loja de material esportivo do Carlão Tagliari, fundada anos antes em sociedade com o professor Vicente Piazza. Clique na imagem para ampliar!



em pé (da esquerda para a direita): José Luiz "Zé Coelho" da Silva (in memorian), Walfrido Tokarski (in memorian), Ivanor "Sodinha" Sartor, David Miguel Cardoso, José Luiz Moreira e Mauro Rubens (com o Itamarzinho Tagliari)
agachados: Luiz Carlos Tagliari, Itamar Tagliari, Carlos Alvaro Tagliari e Luizinho Ferreira Lima (com as crianças Flavinho Tagliari Bisol, Carlinhos Tagliari e Carlos Eduardo Bernini Neto [in memorian]).

Rural FM e a música do dia

The Doobie Brothers - "Long Train Running"



The Doobie Brothers é uma banda americana de rock and roll formada em 1970 por Johnston, John Hartman e o baixista Greg Murph, logo substituído por Dave Shogren, todos da Califórnia. No ano seguinte lançaram o primeiro LP, já transformado em quinteto (com Trian Porter e o percussionista Mike Hossack) e chamando-se Doobie Brothers. O som que faziam era um country rock, com leve tendência para o gospel e com utilização de instrumentos de sopro. Em 1972, o LP Tolouse Street (que trazia o sucesso "Listen To The Music") ganhou o primeiro disco de ouro, que seria uma constante na carreira do conjunto daí em diante.
Long Train Runnin é a faixa dois do álbum Captain and Me, lançado em 1973.


Saulo Laranjeira no Programa do Jô

Charge

Por Thiago Rechia.


Enviado pelo Toninho de Matos

Filhos e Mães

Texto de humor, enviado pelo Edson "Lubi" Cardoso, mostra também muito de nosso comportamento real.  Ele foi escrito de forma a apresentar o comportamento das mães, mas serve para nós também, os pais.
Foto mostra minhas três filhas, Sarah, Larissa e Marina, todas casadas, duas delas já me deram lindas netas. Segundo o texto, a mais nova só aparece por que passou em frente do fotógrafo. hehehe... 

Os filhos:
O 1º filho é de vidro...
O 2º é de borracha...
O 3º é de ferro...

Planejamento
O 1º filho é (em geral) desejado
O 2º é planejado
O 3º é escorregado...

A ordem de nascimento das crianças
1º- O irmão mais velho tem um álbum de fotografia completo, um relato minucioso do dia que vieram ao mundo, fios de cabelo e dentes de leite guardados.
2º - O segundo mal consegue achar fotos do primeiro aniversário.
3º- Os terceiros, não fazem idéia das circunstâncias em que chegaram à família

O que vestir
1º bebê - Você começa a usar roupas de grávidas assim que o exame dá positivo.
2º bebê - Você usa as roupas normais o máximo que puder.
3º bebê - As roupas para grávidas são suas roupas normais, porque que você já deixou de ter um corpinho de sereia e passou a ter um de baleia.

Preparação para o nascimento
1º bebê - Você faz exercícios de respiração religiosamente.
2º bebê - Você não se preocupa com os exercícios de respiração, afinal lembra que, na última vez, eles não funcionaram.
3º bebê - Você pede para a tomar a peridural no 8º mês porque se lembra que dói demais.

O guarda roupas
1º bebê - Você lava as roupas que ganha para o bebê, arruma de acordo com as cores e dobra delicadamente dentro da gaveta.
2º bebê - Você vê se as roupas estão limpas e só descarta aquelas com manchas escuras.
3º bebê - Meninos podem usar rosa, né? Afinal o seu marido é liberal e tem certeza que o filho vai ser macho igual ao pai!

Preocupações
1º bebê - Ao menor resmungo do bebê, você corre para pegá-lo no colo.
2º bebê - Você pega o bebê no colo quando seus gritos ameaçam acordar o irmão mais velho.
3º bebê - Você ensina o mais velho a dar corda no móbile do berço ou manda o marido ir até o quarto das crianças.

A chupeta
1º bebê - Se a chupeta cair no chão, você guarda até que possa chegar a casa e fervê-la.
2º bebê - Se a chupeta cair no chão, você a lava com o suco do bebê.
3º bebê - Se a chupeta cair no chão, você passa na sua camiseta, dá uma lambida, passa na sua camisa, desta vez para dar uma secadinha, pra não pegar sapinho no nenê, e dá novamente ao bebê, porque que não mata, fortalece (vitamina B, de Bicho, off course!)

Troca de fraldas
1º bebê - Você troca as fraldas a cada hora, mesmo se elas estiverem limpas
2º bebê - Você troca as fraldas a cada duas ou três horas, se necessário.
3º bebê - Você tenta trocar a fralda somente quando as outras crianças começam a reclamar do mau cheiro.

Banho
1º bebê - A água é filtrada e fervida e sua temperatura medida por termômetro.
2º bebê - A água é da torneira e a temperatura é fresquinha.
3º bebê - É enfiado diretamente embaixo do chuveiro na temperatura que vier, porque você, seu marido e seus pais foram criados assim, e ninguém morreu de frio.

Unhas
1º bebê - A enfermeira é quem corta as unhas.
2º bebê - Você corta toda semana...
3º bebê - Quando você se lembra já roeu...

Fotos
1º bebê - Uma foto a cada unha cortada
2º bebê - Todo aniversário, toda festinha, no batizado, na primeira comunhão...
3º bebê - Só em que passa correndo na frente do fotógrafo...

Atividades
1º bebê - Você leva seu filho para as aulas de musica para bebês, teatro, contação de história, natação, judô, etc...
2º bebê - Você leva seu filho para a escola e olhe lá...
3º bebê - Você leva seu filho para o supermercado, padaria, manicure, e o seu marido que se vire para levá-lo à escola e ao campo de futebol...

Saídas
1º bebê - A primeira vez que sai sem o seu filho, liga cinco vezes para casa da sua mãe (sua sogra não pode ficar com a criança porque na sua cabeça, ela nunca foi mãe), para saber se ele está bem.
2º bebê - Quando você está abrindo a porta para sair, lembra de deixar o número de telefone pra empregada.
3º bebê - Você manda a empregada ligar só se ver sangue.

Em casa
1º bebê - Você passa boa parte do dia só olhando para o bebê.
2º bebê - Você passa um tempo olhando as crianças só para ter certeza que o mais velho não está apertando, mordendo, beliscando, batendo ou brincando de Superman com o bebê, amarrando uma sacola do Carrefour no pescoço dele e jogando ele de cima do beliche.
3º bebê - Você passa todo o tempo se escondendo das crianças.

Engolindo moedas
1º bebê - Quando o primeiro filho engole uma moeda, você corre para o hospital e pede um Raios-X.
2º bebê - Quando o segundo filho engole uma moeda, você fica de olho até ela sair.
3º bebê - Quando o terceiro filho engole uma moeda, você desconta da mesada dele

28 de julho de 2010

Baú

(da esquerda para a direita): Roseli Sozzo, Carlinhos Bertoli, Rose Bertoli Maluf, Foad Maluf Neto e Rejane Sonja

Do álbum da Rejane Sonja, mostro ela ao lado de amigos no final dos anos 70.
A bela Rejane, que encontrei graças ao Orkut, morou em Campo Mourão de 1977 a 1981. Mãe de três filhos, João Pedro, 21 anos, Luisa, 17, e Betina, 4, ela mora atualmente em Curitiba, onde trabalha na Justiça Federal.
A última notícia que tive do Carlinhos Bertoli foi de que ele trabalhava no Restaurante Madalosso, também na capital dos paranaenses.
Rose, irmã do Carlinhos e esposa do Neto, faleceu precocemente, deixando todos nós muitos saudosos da sua alegria contagiante.
Roseli Sozzo, minha namoradinha de adolescente, mora no Mato Grosso do Sul.
Foad Maluf Neto, foi meu colega de escola desde o primário no então Grupo Escolar Marechal Rondon até os primeiros anos de ginasial no Colégio Estadual de Campo Mourão, sempre na mesma sala, reside em Campo Mourão e, de vez em quando, "nos trombanos" nas ruas da cidade. 

Rural FM e a música do dia

Manu Chao - "Mr Bobby"



Manu Chao (Paris, 21/06/1961), cujo nome completo é Jose-Manuel Thomas Arthur Chao é um músico francês. Para saber mais, clique aqui

Mágica

Só o Mister M para explicar como ele faz isso...

No metrô



Essa é a semana para mostrar como os machões se dão mal. Esse, levou uma lição desmoralizante, sem violência...

Dínamo de Kiev: O time que preferiu morrer a entregar o jogo...

Na Ucrânia, os jogadores do FC Start (nome clandestino do Dínamo de Kiev), hoje, são heróis da pátria e o seu exemplo de coragem é ensinado nos colégios. Os possuidores de entradas daquela fatídica partida têm direito a assento gratuito no estádio do Dínamo de Kiev.


A história do futebol mundial inclui milhares de episódios emocionantes e comoventes, mas seguramente nenhum seja tão terrível como o protagonizado pelos jogadores do Dinamo de Kiev nos anos 40.

Os jogadores jogaram um partida sabendo que se ganhassem seriam assassinados e, no entanto, decidiram ganhar. Na morte deram uma lição de coragem, de vida e honra, que não encontra, pelo seu dramatismo, outro caso similar no mundo.

Para compreender a sua decisão, é necessário conhecer como chegaram a jogar aquela decisiva partida, e porque um simples encontro de futebol apresentou para eles o momento crucial das suas vidas.


Tudo começou em 19 de setembro de 1941, quando a cidade de Kiev (capital ucraniana) foi ocupada pelo exército nazista, e os homens de Hitler aplicaram um regime de castigo impiedoso e arrasaram tudo.

A cidade converteu-se num inferno controlado pelos nazistas, e durante os meses seguintes chegaram centenas de prisioneiros de guerra, que não tinham permissão para trabalhar nem viver nas casas, assim todos vagavam pelas ruas na mais absoluta indigência. Entre aqueles soldados doentes e desnutridos, estava Nikolai Trusevich, que tinha sido goleiro do Dinamo.

Josef Kordik, um padeiro alemão a quem os nazistas não perseguiam, precisamente pela sua origem, era torcedor fanático do Dinamo. Um dia caminhava pela rua quando, surpreso, olhou para um mendigo e de imediato se deu conta de que era o seu ídolo: o gigante Trusevich.

Ainda que fosse ilegal, mediante artimanhas, o comerciante alemão enganou aos nazistas e contratou o goleiro para que trabalhasse na sua padaria. A sua ânsia por ajudá-lo foi valorizado pelo jogador, que agradecia a possibilidade de se alimentar e dormir debaixo de um teto. Ao mesmo tempo, Kordik emocionava-se por ter feito amizade com a estrela da sua equipe.

Na convivência, as conversas sempre giravam em torno do futebol e do Dinamo, até que o padeiro teve uma ideia genial: encomendou a Trusevich que em lugar de trabalhar como ele, amassando pães, se dedicasse a buscar o resto dos seus colegas. Não só continuaria pagando-lhe, como juntos podiam salvar os outros jogadores.

Percorreu o que restara da cidade devastada dia e noite, e entre feridos e mendigos foi descobrindo, um a um, os seus amigos do Dinamo. Kordik deu trabalho a todos, esforçando-se para que ninguém descobrisse a manobra. Trusevich encontrou também alguns rivais do campeonato russo, três jogadores da Lokomotiv, e também os resgatou. Em poucas semanas, a padaria escondia entre os seus empregados uma equipe completa.

Reunidos pelo padeiro, os jogadores não demoraram em dar o seguinte passo, e decidiram, alentados pelo seu protetor, voltar a jogar. Era, além de escapar dos nazistas, a única que bem sabiam fazer. Muitos tinham perdido as suas famílias nas mãos do exército de Hitler, e o futebol era a última sombra mantida das suas vidas anteriores.

Como o Dinamo estava enclausurado e proibido, deram um novo nome para aquela equipe. Assim nasceu o FC Start, que através de contactos alemães começou a desafiar a equipes de soldados inimigos e seleções formadas no III Reich.

Em 7 de junho de 1942, jogaram a sua primeira partida. Apesar de estarem famintos e cansados por terem trabalhado toda a noite, venceram por 7 a 2. O seu rival seguinte foi a equipa de uma guarnição húngara, ganharam de 6 a 2. Depois meteram 11 gols em uma equipa romena.

A coisa ficou séria quando em 17 de julho enfrentaram uma equipe do exército alemão e golearam por 6 a 2. Muitos nazistas começaram a ficar chateados pela crescente fama do grupo de empregados da padaria e buscaram uma equipe melhor para ganhar a eles. Trouxeram da Hungria o MSG com a missão de derrotá-los, mas o FC Start goleou mais uma vez por 5 a 1, e mais tarde, ganhou de 3 a 2 na revanche.

Em 6 de agosto, convencidos da sua superioridade, os alemães prepararam uma equipe com membros da Luftwaffe, o Flakelf, que era uma grande equipe, utilizado como instrumento de propaganda de Hitler.

Os nazistas tinham resolvido buscar o melhor rival possível para acabar com o FC Start, que já gozava de enorme popularidade entre o sofrido povo refém dos nazistas. A surpresa foi grande, porque apesar da violência e falta de desportivismo dos alemães, o Start venceu por 5 a 1.

Depois desta escandalosa queda da equipe de Hitler, os alemães descobriram a manobra do padeiro. Assim, de Berlim chegou uma ordem de acabar com todos eles, inclusive com o padeiro, mas os hierarcas nazistas locais não se contentaram com isso. Não queriam que a última imagem dos russos fosse uma vitória, porque acreditavam que se fossem simplesmente assassinados não fariam nada mais que perpetuar a derrota alemã.

A superioridade da raça ariana, em particular no desporto, era uma obsessão para Hitler e os altos comandos. Por essa razão, antes de fuzilá-los, queriam derrotar a equipe num jogo.

Com um clima tremendo de pressão e ameaças por todas as partes, anunciou-se a revanche para 9 de agosto, no repleto estádio Zenit. Antes do jogo, um oficial da SS entrou no vestiário e disse em russo: -"Vou ser o juiz do jogo, respeitem as regras e saudem com o braço levantado", exigindo que eles fizessem a saudação nazista.

Já no campo, os jogadores do Start (camisa vermelha e calção branco) levantaram o braço, mas no momento da saudação, levaram a mão ao peito e no lugar de dizer: -"Heil Hitler !", gritaram - "Fizculthura !", uma expressão soviética que proclamava a cultura física.


Os alemães (camisa branca e calção negro) marcaram o primeiro gol, mas o Start chegou ao intervalo do segundo tempo ganhando por 2 a 1. Receberam novas visitas ao vestiário, desta vez com armas e advertências claras e concretas:

-"Se vocês ganharem, não sai ninguém vivo". Ameaçou um outro oficial da SS. Os jogadores ficaram com muito medo e até propuseram-se a não voltar para o segundo tempo. Mas pensaram nas suas famílias, nos crimes que foram cometidos, na gente sofrida que nas arquibancadas gritava desesperadamente por eles e decidiram, sim, jogar.

Deram um verdadeiro baile nos nazistas. E no final da partida, quando ganhavam por 5 a 3, o atacante Klimenko ficou cara a cara com o arqueiro alemão. Deu-lhe um drible deixando o coitado estatelado no chão e ao ficar em frente a trave, quando todos esperavam o gol, deu meia volta e chutou a bola para o centro do campo. Foi um gesto de desprezo, de deboche, de superioridade total. O estádio veio abaixo.

Como toda Kiev poderia a vir falar da façanha, os nazistas deixaram que saíssem do campo como se nada tivesse ocorrido. Inclusive o Start jogou dias depois e goleou o Rukh por 8 a 0. Mas o final já estava traçado: depois desta última partida, a Gestapo visitou a padaria.

O primeiro a morrer torturado em frente a todos os outros foi Kordik, o padeiro. Os demais presos foram enviados para os campos de concentração de Siretz. Ali mataram brutalmente a Kuzmenko, Klimenko e o Trusevich, que morreu vestido com a camiseta do FC Start. Goncharenko e Sviridovsky, que não estavam na padaria naquele dia, foram os únicos que sobreviveram, escondidos, até a libertação de Kiev em novembro de 1943. O resto da equipa foi torturado até a morte.

Ainda hoje, os possuidores de entradas daquela partida têm direito a um assento gratuito no estádio do Dinamo de Kiev. Nas escadarias do clube, custodiado em forma permanente, conserva-se atualmente um monumento que saúda e recorda aqueles heróis do FC Start, os indomáveis prisioneiros de guerra do Exército Vermelho aos quais ninguém pôde derrotar durante uma dezena de históricas partidas, entre 1941 e 1942.

Foram todos mortos entre torturas e fuzilamentos, mas há uma lembrança, uma fotografia que, para os torcedores do Dinamo, vale mais que todas as jóias em conjunto do Kremlin. Ali figuram os nomes dos jogadores. 

Abaixo, a única foto que se conserva da heróica equipa do Dinamo e o nome dos seus jogadores. Goncharenko e Sviridovsky, os únicos sobreviventes, junto ao monumento que recorda os seus colegas.


Na Ucrânia, os jogadores do FC Start hoje são heróis da pátria e o seu exemplo de coragem é ensinado nos colégios.

No estádio Zenit uma placa diz "Aos jogadores que morreram com a cabeça levantada ante o invasor nazista".

Enviada pelo Luiz Pequito

27 de julho de 2010

Baú

Fertimourão Futsal e São Paulo FC - 1985

Coloquei a data como 1985, mas não tenho certeza. Sei que o período é esse mesmo, entre 84 e 89.
Nessa época fazíamos muitos amistosos contra as boas equipes do futsal brasileiro. O São Paulo era uma das melhores do país. 
Além do tricolor jogamos contra a Seleção Brasileira, Corinthians (mostradas aqui, em postagens anteriores). Claro que sempre perdíamos para eles, mas esses jogos nos preparava para as disputas dos Jogos Abertos e da Taça Paraná (atual Chave Ouro).
A Fertimourão, copiando o que fazia a Associação Tagliari anos antes, investia muito nesse intercâmbio e quem lucrava era o futsal mourãoense. 
Alguns anos antes, Ione, Rancho e Eu, conquistamos pela Associação Tagliari o bicampeonato da Taça Paraná (Paranavai em 1979 e Guarapuava em 1980).
Com o Getulinho Ferrari, Marcelo Silveira, Tião Mauro, David Cardoso e o Renan Salvadori conquistamos, com a Seleção de Campo Mourão, o título dos Jogos Abertos do Paraná em 1988, novamente em Guarapuava. 
Não sei o nome dos atletas do São Paulo, por isso, claro, relacionei apenas os nomes dos craques da Fertimourão. Clique na foto para ampliar.

em pé (da esquerda para a direita): Sebastião Mauro, Gerson Turazzi, David Cardoso, Marcelo Silveira, Renan Salvadori e Ivando "Rancho" Capato.
agachados: Ione Sartor, Getulinho Ferrari e Luizinho Ferreira Lima