5 de outubro de 2008

Letras

Amor e sexo

Esta famosa crônica de Arnaldo Jabor inspirou uma música igualmente famosa de Rita Lee e Roberto Carvalho. Aqui vai; primeiro a crónica, depois a música...

Amor é propriedade. Sexo é posse. Amor é a lei; sexo é invasão.
O amor é uma construção do desejo. Sexo não depende de nosso desejo; nosso desejo é que é tomado por ele. Ninguém se masturba por amor. Ninguém sofre com tesão. Amor e sexo, são como a palavra farmakon em grego: remédio ou veneno - depende da quantidade ingerida.
O sexo vem antes. O amor vem depois. No amor, perdemos a cabeça, deliberadamente. No sexo, a cabeça nos perde. O amor precisa do pensamento. No sexo, o pensamento atrapalha.
O amor sonha com uma grande redenção. O sexo sonha com proibições; não há fantasias permitidas. O amor é o desejo de atingir a plenitude. Sexo é a vontade de se satisfazer com a finitude. O amor vive da impossibilidade - nunca é totalmente satisfatório. O sexo pode ser, dependendo da posição adotada. O amor pode atrapalhar o sexo. Já o contrário não acontece. Existe amor com sexo, claro, mas nunca gozam juntos.
O amor é mais narcisista, mesmo entrega, na 'doação'. Sexo é mais democrático, mesmo vivendo do egoísmo. Amor é um texto. Sexo é um esporte. Amor não exige a presença do 'outro'. O sexo, mesmo solitário, precisa de uma 'mãozinha'. Certos amores nem precisam de parceiro; florescem até na maior solidão e na saudade. Sexo, não - é mais realista. Nesse sentido, amor é uma busca de ilusão. Sexo é uma bruta vontade de verdade. O amor vem de dentro, o sexo vem de fora. O amor vem de nós. O sexo vem dos outros. 'O sexo é uma selva de epilépticos' (N. Rodrigues). O amor inventou a alma, a moral. O sexo inventou a moral também, mas do lado de fora de sua jaula, onde ele ruge.
O amor tem algo de ridículo, de patético, principalmente nas grandes paixões. O sexo é mais quieto, como um caubói - quando acaba a valentia, ele vem e come. Eles dizem: 'Faça amor, não faça a guerra'. Sexo quer guerra. O ódio mata o amor, mas o ódio pode acender o sexo. Amor é egoísta; sexo é altruísta. O amor quer superar a morte. No sexo, a morte está ali, nas bocas. O amor fala muito. O sexo grita, geme, ruge, mas não se explica.
O sexo sempre existiu - das cavernas do paraíso até as 'saunas relax for men'. Por outro lado, o amor foi inventado pelos poetas provençais do século XII e, depois, relançado pelo cinema americano da moral cristã.
Amor é literatura. Sexo é cinema. Amor é prosa; sexo é poesia. Amor é mulher; sexo é homem - o casamento perfeito é do travesti consigo mesmo. O amor domado protege a produção; sexo selvagem é uma ameaça ao bom funcionamento do mercado. Por isso, a única maneira de controlá-lo é programá-lo, como faz a indústria da sacanagem. O mercado programa nossas fantasias.
Não há 'saunas relax' para o amor, onde o sujeito entre e se apaixone. No entanto, em todo bordel, finge-se um 'amorzinho' para iniciar. O amor virou um estímulo para o sexo.
O problema do amor é que dura muito, já o sexo dura pouco. Amor busca uma certa 'grandeza'. O sexo é mais embaixo. O perigo do sexo é que você pode se apaixonar. O perigo do amor é virar amizade. Com camisinha, há 'sexo seguro', mas não há camisinha para o amor.
O amor sonha com a pureza. Sexo precisa do pecado. Amor é a lei. Sexo é a transgressão. Amor é o sonho dos solteiros. Sexo, o sonho dos casados.
Amor precisa do medo, do desassossego. Sexo precisa da novidade, da surpresa. O grande amor só se sente na perda. O grande sexo sente-se na tomada de poder. Amor é de direita. Sexo, de esquerda - ou não, dependendo do momento político. Atualmente, sexo é de direita. Nos anos 60, era o contrário. Sexo era revolucionário e o amor era careta.



Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte

Amor é pensamento, teorema
Amor é novela
Sexo é cinema

Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia

O amor nos torna patéticos
Sexo é uma selva de epiléticos

Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval

Amor é para sempre
Sexo também
Sexo é do bom...
Amor é do bem...

Amor sem sexo,
É amizade
Sexo sem amor,
É vontade

Amor é um
Sexo é dois
Sexo antes,
Amor depois

Sexo vem dos outros,
E vai embora
Amor vem de nós,
E demora

Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval

Amor é isso,
Sexo é aquilo
E coisa e tal...
E tal e coisa...
Fonte: Obvious

4 de outubro de 2008

Instantâneos













Sabedoria

A Maior Necessidade do Homem
Se a maior necessidade do homem fosse conhecimento,
Deus nos teria enviado um professor.
Se a maior necessidade do homem fosse saúde física,
Deus nos teria enviado um médico.
Se a maior necessidade do homem fosse dinheiro,
Deus nos teria enviado um financista.
Se a maior necessidade do homem fosse divertimento,
Deus nos teria enviado um humorista.
Mas a maior necessidade do homem era perdão,
E foi por isso que Deus nos enviou um salvador.
Roy Lessin

3 de outubro de 2008

Letras

Manuel Bandeira - Porquinho-da-Índia

Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas . . .
— O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.

Manuel Bandeira nasceu em 19/04/1886, no Recife e morreu em 13/10/68, no Rio de Janeiro. Poeta que provavelmente foi a principal figura do Modernismo brasileiro, embora tenha se recusado a participar da Semana da Arte Moderna de 1922, em São Paulo.

Artes Belas

August Bradley (link)

Vale a pena acessar

Play with spider (http://www.onemotion.com/flash/spider/)



Não sei para que serve, acho que apenas para distrair.
Você clica com a barra de espaço e insere insetos que servirão de alimento para a aranha... Com a 'bolinha' do mouse pode-se mudar o ângulo para observá-la.

(Dica do Ângelo Marcotti)

Música da Semana

Coldplay - Viva La Vida






Baú

Rádio Colméia - 50 Anos
A Rádio Colméia sempre esteve presente nos principais eventos esportivos. Pelos 850 Khz da Colméia passaram grandes comentaristas e narradores: Willie Bathke Jr., Anísio Morais, Sandro Santos, Antonio Miguel "Formigão", Ilivaldo Duarte, Levi de Oliveira, João Nereu, Prof. Idê, Gerson Maciel...
Mostro, nesta postagem, fotos do Gerson Maciel, atualmente na Rádio Rural AM, da inauguração do Centro de Futebol Zico, em 1997, quando Maciel teve a oportunidade de posar ao lado de seus ídolos do Mengão, e uma outra dos Jogos Abertos do Paraná, o último realizado em Campo Mourão, em 1996.
Zico ao lado do saudoso Bruno Faiani, na inauguração do centro de Futebol Zico.


Afifi Piacentini, Shirley Saavedra, Bernardinho, Gerson Maciel e Nestor "Gringo


Gerson Maciel e o "cracaço" Andrade


Gerson Maciel e o craque Adílio
Gerson Maciel, o campeão olímpico Paulão e Professor Idevalci "Idê"Maia.

Da Net

Pleonasmo

Vídeo-Dicas - Casablanca Vídeolocadora

Os Lançamentos da Semana
Horton e o Mundo dos Quem! (Horton Hears a Who!) ... Animação
Sinopse: Um elefante com muita imaginação ouve um pedido de socorro vindo de uma partícula de poeira que flutua no ar. Suspeitando haver vida naquele grãozinho de pó, e apesar de seus conhecidos acharem que ele enlouqueceu, Horton está decidido a ajudar. (Trailer abaixo)



Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal ... Aventura
Sinopse: A mais nova aventura de Indiana Jones tem início no ermo sudoeste dos EUA em 1957 – auge da Guerra Fria –, quando Indy e seu aliado Mac escapam por pouco de uma complicação com perversos agentes soviéticos em uma remota base aérea.
Com: Harrison Ford, Shia Labeouf, Cate Blanchet e John Hurt.

A Outra ... Drama
Sinopse: Na Inglaterra do século 16, duas irmãs, Mary (Scarlett Johansson) e Anne Boleyn (Natalie Portman), lutam ferozmente pelo posto de esposa do Rei Henrique VIII (Eric Bana).
Os Mais Locados
- O Homem de Ferro ... Ação
- O Efeito Dominó ... Suspense
- Quebrando a Banca ... Suspense
- Speed Racer ... Aventura

Memória

Cem anos sem Machado de Assis
No O Globo
Morte de Machado de Assis completa 100 anos. Escritor deixou uma visão irônica, pessimista e perspicaz da vida carioca. E criou Capitu, uma das personagens mais enigmáticas da literatura.
A mulher dos olhos de ressaca ou o morto que escreve as memórias da vida que passou – em comum eles trazem a origem. São personagens que nasceram da genialidade de um escritor de muita imaginação: Machado de Assis. Há exatos 100 anos, o mais elegante dos nossos autores morria no Rio de Janeiro.
Machado de Assis deixou uma visão irônica, pessimista e perspicaz da vida carioca no fim do Império e começo da República. O Rio era uma cidade pobre, mas enfeitada. Provinciana, mas pretensiosa.
Vista de cima, a cidade de Machado de Assis continua tão linda quanto era na época dele, no século 19. Mas naqueles tempos as ruas fediam. Havia assaltos à mão armada com navalha, os escravos eram maltratados por seus donos e mais de 84% da população eram analfabetos. O Rio de Janeiro que aparece nos romances, nos contos, nas crônicas e na poesia de Machado de Assis está longe de ser um Rio idealizado.
Capitu
“Era um Rio de Janeiro modesto, pobre, sujo, com belezas naturais extraordinárias, mas era uma cidade muito acanhada”, conta a escritora Nélida Piñon.
Um Rio de Janeiro de ruas por onde ele andava de bonde e passeava sob a luz de lampiões, elementos que inspiravam Machado de Assis a criar personagens que até hoje são a cara do Brasil. Quem não se lembra de Capitu?
“Capitu, de uma certa forma, somos todos nós que sobrevivemos”, afirma a atriz Fernanda Montenegro.
“Dificilmente a obra de Machado de Assis seria a mesma se não tivesse o Rio de Janeiro como cenário”, comenta a pesquisadora Martha de Senna.
“Ele, então, faz dessa cidade um feudo da criação”, comenta Nélida.
O Rio era a capital do Império brasileiro quando ele nasceu em 1839, no Morro do Livramento. Machado era filho de uma lavadeira e de um operário e neto de escravos.
Joaquim Maria Machado de Assis só freqüentou a escola primária, mas os pais de Machado de Assis sabiam ler, o que era raro na época tanto em famílias de pretos quanto de brancos.
Como um menino gago, epilético, pobre e mulato conseguiu superar todos esses limites e se tornar um dos maiores escritores de nossa língua?
“Pela capacidade de adquirir conhecimento que ele cresce”, afirma o presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Cícero Sandroni.
Carreira
Machado aprendeu a ser tipógrafo e começou a escrever. Aos 15 anos, publicou o primeiro poema. Começou a escrever artigos para jornais. Aprendeu sozinho francês. Depois, inglês. Ele ainda contestava os poderosos da época.
“Se você pensar, Machado, com 20 anos, escreveu sobre economia, atacando o ministro da Fazenda da época, Torres Homem. Machado defendeu o crédito, como um direito fundamental do homem”, acrescenta o presidente da ABL, Cícero Sandroni.
Quando morreu, aos 69 anos, deixou obras primas como “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Quincas Borba”, “Memorial de Aires”, “Esaú e Jacó” e “Dom Casmurro”. Uma obra criada há mais de um século e, entretanto, moderna até hoje. Por quê?
‘Dom Casmurro’: muitas interpretações
O livro dele que provoca mais interpretações é “Dom Casmurro”. Nele está a personagem feminina mais enigmática da literatura brasileira: Capitu, a “morena de olhos de ressaca” que teria traído o marido, Bentinho, com o melhor amigo dele, Escobar.
Bentinho e Capitu viviam na Rua Mata-Cavalos, hoje Rua do Riachuelo. A Rua do Ouvidor, por onde circulavam as elegantes daquela época, hoje não tem espaço para qualquer um circular. Uma curiosidade: o bairro do Cosme Velho, onde Machado de Assis viveu o fim da vida, aparece pouquíssimo em sua obra. A casa dele foi demolida.
Viúvo e solitário, ele encontrava alívio e alegria na Academia Brasileira de Letras, do qual foi um fundadores. E na palavra escrita, na qual deixou registrada a sua paixão pelo cidade que lhe deu régua, compasso e glória.

Separados no Nascimento

Nestor Bisi, contador e presidente da Associação Comercial de Campo Mourão, e o técnico do Atlético Paranaense, Geninho.

2 de outubro de 2008

Mourãoenses pelo Mundo

Douglas Rorato

Filho de Nilse e Deonildo Rorato, com apenas 20 anos (26/09/88), o mourãoense Douglas é modelo da agência Elite Model.


Já desfilou para grandes grifes nas principais cidades do circuíto da moda no mundo. Agora mesmo está em Nova Iorque para um novo trabalho, depois de uma breve estadia na casa dos pais, onde matou a saudade da família e amigos.


Abaixo, três trabalhos dele que foram destaques em capa de diferentes revistas revistas especializadas em moda, do Japão e Itália.

Do Blog

No Ancelmo.com (http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/), publicado com o título "Poucas Palavras".

Artes Belas

Clint Eastwood, por Wouter Tulp

1 de outubro de 2008

Fato

Aconteceu num dos discursos de Churchill em que estava uma deputada oposicionista que pediu um aparte. Todos sabiam que Churchill não gostava que interrompessem os seus discursos. Mas foi dada a palavra à deputada. E ela disse em alto e bom tom:
- Sr. Ministro, se Vossa Excelência fosse o meu marido, eu colocava veneno em seu café!
Churchill, com muita calma, tirou os óculos e, naquele silêncio em que todos estavam aguardando a resposta, exclamou:
- Se eu fosse o seu marido, eu tomava!


(enviada pelos amigos Isabel e Ivanor Sartor)