31 de março de 2011

Baú: o acadêmico Ademir "Billy" Basso

Foto enviada pelo Jaiminho Bernardelli mostra colegas do Ademir Basso, o professor Billy, no curso de educação física, em Santos (SP), lá no começo dos anos 70.
Entre eles identificamos duas personalidades, o centroavante do Palmeiras, Fedato e o rei do Futebol, Pelé que o Billy conta que era muito simpático e atencioso com todos.
Com eles também estudavam o goleiro Claudio, do Santos FC, e Leão, do Palmeiras. Para esse os adjetivos eram totalmente contrários aos do maior jogador de futebol de todos os tempos.
Billy, campeoníssimo treinador de basquete em Campo Mourão e em Peabiru, mora atualmente em Balneário Camboriu (SC), onde curte merecida aposentadoria e se recupera de um transplante de fígado. Clique na imagem para ampliar.

1- Ademir "Billy" Basso, 2- Fedato e 10- Pelé

Música do dia: Fleetwood Mac - "Big Love"



Fleetwood Mac é um grupo britânico de rock, formado em 1967, quando o guitarrista e compositor Peter Green e o baixista John McVie deixaram o John Mayall's Bluesbreaker para formar seu próprio grupo. A formação completou-se com o vocalista e guitarrista Jeremy Spencer e o baterista Mick Fleetwood.

Fleetwood Mac - 2009

Baseado na Califórnia desde os anos 70, o 'Mac' já teve diversas formações, a mais famosa delas depois da entrada de Stevie Nicks e Lindsey Buckingham em 1974, mas sua seção rítmica, com Mick Fleetwood na bateria e John Mcvie no contrabaixo, permanece a mesma desde a sua criação, há mais de quarenta anos.

Tem maluco pra tudo

Japão reconstrói rodovia em apenas seis dias

Uma rodovia destruída pelo terremoto do dia 11 de março em Naka, na província de Ibaraki, no norte do Japão, foi reconstruída em apenas seis dias pela empresa responsável. Foi recuperado um trecho de 150 metros que faz ligação com a capital Tóquio. (fonte: G1)

Imagem tirada no dia 11 de março mostra rodovia destruída por terremoto em Naka. (Foto: AP)

Imagem feita no dia 17 de março mostra a rodovia já restaurada. (Foto: AP)


Enquanto isso em Campo Mourão...
Há quase um ano, a Justiça Federal quer instalar uma segunda Vara na cidade e não consegue um local para tanto. O Posto de Saúde 24 Horas, do Lar Paraná, o principal da cidade, está fechado a mais de um ano para se realizar uma reforma de pouco mais de duzentos mil reais (já devem ter gasto esse valor só com o aluguel do prédio onde o Posto funciona provisoriamente). Tem mais coisas, mas esse espaço é para curiosidades e diversão, mas foi inevitável relacionar uma notícia à outra. 

Cidades Fantasmas

O acidente na usina nuclear de Fukushima me fez lembrar desse email, que faz tempo que circula pela internet e mostra cidades que foram muito prósperas e que, motivadas por acidente ou interesse econômicos, hoje estão às moscas.

30 de março de 2011

Baú: Edenilson Franco, o Pateta

Edenilson Franco, o Pateta, é companheiro nas peladas de futebol suíço no Clube dos Trinta. Acho que de todos os ex-jogadores que vi jogando, ele é, sem sombra de dúvidas, o mais habilidoso. Além disso, é ótima companhia e agora, atuando como empresário, é o grande responsável pela vinda de grupo empresarial de São Paulo, que viabilizou a participação do Sport Clube Campo Mourão no Campeonato Paranaense de Futebol 2a Divisão. Tomara que tenham sucesso e que no ano que vem a cidade tenha uma time na primeira divisão.
O texto abaixo, do site oficial do União Bandeirantes, conta um pouco da carreira do Pateta e a foto, mais abaixo, mostra ele com os companheiros de Cruzeiro, Dida e Beletti, durante a Copa do Mundo de 2002, realizada no Japão e na Coréia.

Pateta
Edenilson Franco, o "Pateta", foi o primeiro companheiro de ataque de Ronaldo, o Fenômeno. Isso aconteceu no Cruzeiro, em 1993. Ronaldo havia chegado do São Cristóvão, do Rio de Janeiro, para a Raposa. E Pateta vinha também do Rio, mas do América. Desde o início, Ronaldo já demonstrava as qualidades do atacante que ano no seguinte ganharia a sua primeira Copa do Mundo. A dupla, Ronaldo e Pateta, ganhou o Campeonato Mineiro daquele ano. "A gente já via que ele tinha um grande potencial. O menino era fora-de-série ia ser Seleção Brasileira mesmo. Ronaldo era muito esperto", lembra Edenílson.
O ex-atacante não esquece a partida contra o Bahia, em que Ronaldo roubou a bola das mãos do goleiro uruguaio Rodolfo Rodrigues e marcou um gol, na cara do atônito arqueiro que parecia não acreditar no que estava acontecendo. "Aquele jogo gerou uma a polêmica enorme. Porque algumas semanas antes um árbitro tinha anulado um gol em situação parecida," afirma.
Bem antes de conhecer Ronaldo, o Fenômeno, Edenílson foi descoberto jogando um amistoso por uma equipe que representava a sua cidade natal, Jacarezinho (PR), contra o Matsubara, no início dos anos 80. Daí foi para Cambará jogar nos juniores do Matsubara. Foi lá que nasceu o apelido de Pateta. Ele tinha catorze anos foi pedir para o roupeiro uma chuteira do seu tamanho, 37. Como não havia, jogou com uma de número 44. Quando entrou em campo, um amigo disse que ele parecia o Pateta, personagem de desenhos animados de Walt Disney, que usava sapatos gigantes. Edenílson nunca mais conseguiu se livrar do apelido.
Jogo marcante
Em 1995, depois de rodar por Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, Edenilson Franco voltava ao Paraná para, desta vez, defender a camisa do Atlético no estadual. Era um campeonato difícil em que se iniciava a revolução atleticana. Foi neste campeonato que o Furacão perdeu por 5 x 1 para o Coritiba e o empresário Mário Celso Petraglia assumiu o clube.
Desta época, um jogo marcou Pateta. Era um Atletiba. O Atlético não vencia há três anos o Coritiba e tinha há pouco tempo sofrido a goleada histórica. Como se não bastasse havia também perdido para o Paraná, com gol de calcanhar do Mirandinha. Eram dois clássicos e duas derrotas humilhantes.
O jogo era no Pinheirão e mais de 11 mil pessoas compareceram. As provocações da torcida coxa-branca eram insuportáveis. Era um domingo à tarde, com aquele tradicional vento gelado, que só o Pinheirão sabe proporcionar. O técnico Zequinha lançou em seu ataque Edenílson, o "Pateta", para fazer dupla com Carlinhos "Pé-de-vento", ex-atacante do Grêmio. E foi Edenílson que recebeu uma bola, em posição duvidosa, partiu para cima da zaga coxa-branca e abriu o placar no 1º tempo. Até hoje Pateta é reverenciado pela torcida devido a este gol que quebrou um tabu de três anos. "Foi um gol que marcou. Saiu em todas as televisões e jornais", conta o "salvador da pátria" atleticana.
De atacante a empresário
Do Atlético, Pateta foi para Portugal, onde jogou três anos em três clubes diferentes. Pelo Belenenses, ganhou a Taça de Portugal, um torneio nos mesmos moldes da Copa do Brasil. Lá, sofreu uma contusão seríssima: rompeu os ligamentos e ficou oito meses de molho. "Eu estava muito bem. Fui dar um carrinho, chovia muito. Acabei com os ligamentos rompidos e o perônio fraturado."
Depois de Portugal, Edenilson foi ao outro lado do mundo encerrar a carreira no Shichuan da China e voltou para o Brasil. Em 2001, na cidade natal de Jacarezinho, ele fundou a Patsports, empresa de assessoria esportiva. 

Beletti, Pateta e Dida - Copa de Mundo 2002 - Japão/Coréia

Música do dia: Emilie Simon - "Desert"



Émilie Simon é uma cantora e compositora francesa. Nasceu em 1978 em Montpellier.
Ela é a compositora da trilha sonora original do documentário francês A Marcha dos Pingüins (La Marche de l'Empereur). Com esse trabalho ganhou o prêmio César de melhor Trilha Sonora Original de 2006 e o prémio Victoires de La Musique.
O seu primeiro álbum, intitulado somente Émilie Simon, também ganhou o Victoires de La Musique, em 2004, por melhor álbum de música eletrônica.

Os museus do mundo em sua casa

O Google lançou um novo serviço chamado Google Art Project. A idéia é a mesma do Google Street View, só que em museus. Podemos ver as obras expostas em uma série de museus pelo mundo, como se lá estivessemos


(via: Buzina Diário)

Voto Distrital, eu apoio




O Voto Distrital é um sistema eleitoral que permite fiscalizar de perto o político eleito e assim podemos realizar as mudanças que desejamos ver no Brasil. É o cidadão com mais poder de decisão. Conheça. Assine. Mobilize.

Para assinar a petição, CLIQUE AQUI!

Não provoque os inteligentes

Na Câmara, ainda no Rio, quando seu presidente Ranieri Mazzini deu a palavra a Carlos Lacerda, representante do Distrito Federal, o deputado Bocaiuva Cunha foi rápido e gritou ao microfone, sob os risos do plenário:
- Lá vem o purgante !
Lacerda, num piscar de olhos, respondeu:
- Os senhores acabaram de ouvir o efeito !


(enviada pelo Antonio Kiwel)

29 de março de 2011

Baú: em Salto del Guayrá

Idelmar da Rosa, o Babá, Osvaldo Broza, e Nelci Fabiano têm fortes laços de amizade com comerciantes da cidade paraguaia de Salto Del Guayrá. Amizade solidificada graças a muitos jogos amistosos de futebol suíço realizados, aqui ou lá, em Salto.
Ótimas oportunidades para se divertir, ouvindo as lindas guarânias – parece que todo paraguaio sabe tocar um instrumento musical – e disputar ótimos jogos, sem falar das compras e das cervejas consumidas.
Nesta edição mostro a primeira vez que lá estive, 1988 ou 89, e destaco, especialmente, a presença do Zinho, ex-funcionário do DER, ex-zagueiro profissional da Mourãoense, infelizmente já falecido. Clique na imagem para ampliar.

em pé (da esq. para a direita): João Miguel Baitala (in memorian), Osvaldo Broza, Zinho (in memorian), Luizinho Ferreira Lima, Wilson de Pádua Santana, Pedro Ivo Szapak e José Carlos "Jacaré"
 agachados: Ildemar "Babá" da Rosa, Oceano "Tostão" Vieira, Jáder Libório Ávila, Aldevino "Vininho" da Silva e Neuci Fabiano.

(Publicada no Semanário Entre Rios, em 06/08/2005)

Música do dia: Gonzagão - "Sala de Reboco"


Luiz Gonzaga do Nascimento (Exu, 13/12/1912 — Recife, 2/08/1989) foi um compositor popular brasileiro, conhecido como o Rei do Baião.
Foi uma das mais completas e inventivas figuras da música popular brasileira. Cantando acompanhado de acordeão, zabumba e triângulo, levou a alegria das festas juninas e dos forrós pé-de-serra, bem como a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino, para o resto do país, numa época em que a maioria das pessoas desconhecia o baião, o xote e o xaxado. Admirado por grandes músicos, como Dorival Caymmi, Gilberto Gil e Caetano Veloso, entre outros, o genial instrumentista e sofisticado inventor de melodia e harmonias, ganhou notoriedade com as antológicas canções Baião (1946), Asa Branca (1947), Siridó (1948), Juazeiro (1948), Qui Nem Giló (1949) e Baião de Dois (1950). (fonte: Wikipedia)

Nunca transe na casa de uma família espanhola


enviado pela Marina Helena "Manena" Loydi

Pixlr: o Photoshop online e gratuito!

O site é inteiramente em português e você só precisa ter o Adobe Flash Player 10 ou superior instalado no seu computador para acessá-lo.



Leia a matéria na integra
Você já pensou em uma ferramenta de edição de imagens tão completa como o Photoshop, mas com a vantagem de não precisar de nenhuma instalação, ser online e completamente de graça? Então conheça o Pixlr. Não tem segredo: para começar a usar o Pixlr basta entrar no site e clicar nesse link em azul, o “Open Image Editor”. O site é inteiramente em português e você só precisa ter o Adobe Flash Player 10 ou superior instalado no seu computador para acessá-lo. Logo de cara, o site te dá quatro opções para começar a edição: criar uma imagem nova, abrir algum documento do seu computador, abrir uma imagem da internet através da URL ou escolher um documento salvo na sua biblioteca. Para quem sabe mexer no Photoshop, por exemplo, o Pixlr não apresenta nenhum mistério. O serviço é bem completo e possui quase todas as opções de outros softwares de edição disponíveis no mercado. Aqui no menu de cima você tem opções para ajustar o tamanho da imagem, aumentar e diminuir o brilho e contraste, mexer nas cores ou aplicar filtros. Na lateral esquerda estão todas as opções mais simples que servem para cortar, pintar, além de outras ferramentas como o carimbo. Já na direita, estão as janelas com histórico, camadas e o navegador da imagem. Apesar de não precisar de nenhum tipo de cadastro, você pode clicar aqui em “inscrição” para criar uma conta própria no Pixlr. Você só precisa digitar seu nome, e-mail, senha e pronto! A principal vantagem de criar sua conta é ter acesso à sua própria biblioteca de imagens. Assim você pode arquivar tudo que editar no Pixlr e acessar de onde quiser sempre que precisar. Gostou da dica?! Então é só clicar no link logo embaixo deste vídeo e começar a editar suas imagens. Bom proveito!

Links da Matéria
Pixlr: Acesse!

Casa dos Flintstones


A casa do penedo ou a casa dos “Flintstones” como é conhecida, foi construída há 36 anos no meio de quatro grandes rochas nas montanhas da cidade de Fafe em Portugal. A casa que não tem água, nem luz, é apenas um abrigo no meio das montanhas e com vista para a Serra do Marão. (fonte: Things)

28 de março de 2011

Baú: Cine Plaza, por Dilmércio Daleffe

"Viajei" nessa matéria, que mostro abaixo, do jornalista Dilmércio Daleffe para a Tribuna do Interior, publicada no final de semana.
Quantas vezes fui à matinée do Cine Plaza curtir filmes de faroeste, daqueles que quando chegava a cavalaria para salvar o mocinho e a gente, de alegria e alívio, batia o pé no chão que parecia que ia cair o prédio, dos filmes de lutas com Hércules, Sansão ou Maciste, filmes do Mazzaropi, do Teixerinha. Quantos gibis troquei antes de começar a sessão de domingo à tarde - isso mesmo, com quinze, dezesseis anos e meus pais me deixavam ir apenas nas matinées. 
Quando uma menina deixava sentar ao lado dela era motivo para contar durante o mês e se deixasse pegar na mão nem conto o que acontecia, acho que era melhor que um gol do Rogério Ceni contra o Corinthians.
E a luta para tentar burlar a vigilância do porteiro e assistir filmes impróprios para menores de 18 anos. Assisti alguns deles e hoje eles passam na sessão da tarde da televisão. Não vou contar que uma vez, faltando poucos dias para completar a maioridade, fui ao cinema com a Elvira e o porteiro deixou apenas ela entrar e eu não...
Curtam a matéria do ótimo Dilmércio.

Os tarados e outras lembranças do Cine Plaza
Tribuna do Interior/Dilmércio Daleffe

Fechado definitivamente em maio de 94, o antigo Cine Plaza não deixou apenas as lembranças de uma época de ouro. Ficaram também os rastros de histórias e estórias, ainda contadas por pessoas que vivenciaram a sua tela. Brigas, paqueras e até tarados. Enfim, fatos que o tempo jamais apagará. Na verdade, trata-se de um prédio, o qual por três décadas, colaborou na consolidação da cultura da cidade. O Cine Plaza, inaugurado em 64, possuía 1,6 mil lugares. Passou por um incêndio em 66, mas foi reformado. Hoje, depois de extinto, deu lugar a uma igreja. Sorte que as paredes não falam.
Aos 52 anos, Neuza Machado se lembra da época que trabalhava na bilheteria do antigo cinema. Foram 12 anos no local e muitas histórias por contar. Ela lembra que diariamente, a última sessão era destinada ao público adulto. Numa única vez, após a reprodução do filme pornô, um casal foi contratado para desenvolver sexo explícito, tudo ao vivo. Foi uma atração sem igual, disse. Naquele dia, Neuza foi com a irmã dar uma espionada. Ficaram de pé num cantinho, encostadas na parede. Mas de repente, eis que surge um tarado e agarra a irmã por trás. “Gritamos tanto que o homem foi tirado na hora. Segundo ela, enquanto os atores faziam o show, muitas pessoas, não acreditando no que viam, subiram ao palco para verificar de perto o inimaginável. “Subiu muita gente. Tanto é que o show acabou”, disse ela.
Neuza também lembra quando teve que trabalhar de lanterninha – função a qual o objetivo é identificar os arruaceiros durante a escuridão do cinema. Numa dessas vezes, ela observou que um indivíduo se mexia muito na poltrona. Quando virou a lanterna até ele, o homem já estava com a “lanterna” pra fora. “O dono do cinema não conseguia contratar um lanterninha. Então, depois que fechávamos a bilheteria, eu fazia esta função. Confesso que não gostei”, disse.
Engraçado foi a vez que um homem adentrou as roletas do Cine Plaza com um dos primeiros travestis da cidade. Neuza estava na bilheteria com outra funcionária. As duas chegaram a apostar que o cidadão não permaneceria na poltrona depois que descobrisse o inusitado. E assim aconteceu. Depois de 15 minutos, o homem saiu em disparada. Não olhou para os lados e, muito menos para trás. Também não foi mais visto no cinema. Foi cômico para elas. Trágico para o rapaz.
As paqueras também ocorriam fora do prédio. Na década de 70, por exemplo, os boyzinhos da cidade desfilavam seus Mavericks envenenados em frente ao Cine Plaza. Jorair Fernandes de Moraes viveu o momento. Hoje, morando em Cuiabá, ele se recorda que era ali, na Rua Brasil, onde a moçada se reunia, principalmente, nas tardes de domingo. “O point era ali. E não havia violência. Ninguém brigava, não jogavam garrafas na rua e não se vias armas nas mãos de ninguém. Era mesmo uma época de ouro”, lembra.


Neuza trabalhou na bilheteria do cinema durante 12 anos, foi até lanterninha


Não querendo ser identificado, Eusébio – nome fictício de um morador de Campo Mourão – ainda se lembra da vez que foi ao Cine Plaza com um de seus amigos. Ainda moleques, foram atrás das paqueras. Cada um sentou-se ao lado de uma moça. E deu certo. Depois de beijos e abraços decidiram sair do cinema de mãos dadas com as “namoradinhas”. Lá fora, já no clarão das luzes, ele notou que sua “futura mulher” usava um Kixute (antigo tênis preto masculino, quase todo em borracha, com travas para jogar bola). Não bastasse a cena de repúdio do conquistador, os cadarços ainda estavam amarrados na canela da moça. “Aquilo pra mim foi um broxante. Larguei a mão dela na hora e nunca mais a vi”, diz. Ele lembra que antigamente as poltronas do Cine Plaza eram cenário de conquista. Mesmo que isso trouxesse um pouco de surpresas mais tarde.
Neuza não confirmou, mas alguns antigos freqüentadores se lembram das peripécias de um verdadeiro artista do escuro. Assim que as luzes se apagavam, durante as sessões pornôs, o indivíduo tirava o membro para fora e se dirigia a uma fileira de cadeiras. Entre as poltronas, andava rapidinho, de costas aos que estavam sentados e, ao mesmo tempo, esfregando a sua “lanterna”, na cabeça e pescoço dos que estavam sentados a sua frente. Já no final da fileira, depois de uma esfregação contínua, o último era torturado. Imagine só a cena.
Ronivon Rodrigues, hoje aos 44 anos, mantém boas recordações do tempo em que trabalhou no Cine Plaza. Primeiro atuou pintando cartazes de filmes. Sim, naquela época, os cartazes para chamar a atenção do público eram pintados. Parte do sucesso de bilheteria se dava a criatividade dos pintores. Depois, Roni foi promovido para projetar filmes. Nos dez anos em que permaneceu no local, a máquina era a carvão. “Também presenciei cenas estranhas”, disse. Certa vez flagrou um homem de quase dois metros de altura com as partes de fora, atrás das cortinas. “Tivemos que tirá-lo do local”, afirmou. Apaixonado pela sétima arte, Roni tem muitas saudades daquele tempo. “Eu lembro que o filme “Stalone Cobra” recebeu mais de 50 mil pessoas. Foram mais de 30 dias com a sala lotada”, afirma. Parte dos cartazes pintados naquela época ainda existe. Ele os guardou na casa de seu filho, em Santa Catarina.


Foto histórica dos fundadores do Cine Plaza


Como tudo teve início
De família tradicional e pioneira na cidade, o empresário Getúlio Ferrari apostou e construiu na década de 60, uma das maiores e modernas salas de exibição cinematográfica do país: o Cine Plaza. Com capacidade para 1650 pessoas sentadas, o cine serviu para grandes exibições. Na época, filmes chegavam a ficar mais de 30 dias em cartaz e com várias sessões com lotação de até 1800 pessoas. Dois anos após sua inauguração, houve um grande incêndio que destruiu totalmente o cinema. Ele foi reconstruído em apenas quatro meses.
De acordo com Arno Ferrari, filho do saudoso Getúlio, o Cine Plaza também serviu para abrigar grandes shows, formaturas e as assembléias gerais da Coamo. “A Viação Mourãoense, por exemplo, chegava a colocar mais de dez ônibus no domingo à noite, na saída da sessão das 20h. Tudo para transportar o grande número de espectadores que vinham à sessão”, lembrou Arno. Segundo ele, naquele tempo, o prédio foi por muitos anos a única fonte de entretenimento na cidade.
Outra lembrança. Nas sessões de matine era comum a troca de gibis pelas crianças que freqüentavam o cinema. Um gibi novo equivalia a vários usados. Algumas crianças traziam mais de 20 gibis para serem cambiados entre os freqüentadores. Foi também nestas ocasiões, quando alguns pais iam ao cinema, no domingo a tarde, e solicitavam ao lanterninha que os ajudassem a procurar as filhas. “Eles queriam ver se elas não estavam namorando ao invés de assistir ao filme”, comentou. Em alguns casos, chegavam até mesmo retirar as filhas na base do safanão, quando as flagravam com os namoradinhos.
Na década de 80 houve a imposição do Concine - Conselho Nacional de Cinema que atuou como gestor do cinema nacional - para que fosse exibido um limite mínimo de filmes nacionais. Como os grandes filmes (Mazaropi, Xuxa e Trapalhões) eram lançados esporadicamente, existia a necessidade de passar os filmes chamados de pornochanchada (mistura de pornô com palhaçada). Isso era feito na sessão das 22h. O público se resumia em grande parte a viajantes, homens solteiros e algumas personalidades da terceira idade.
No entanto, com o surgimento do vídeo cassete, do acesso fácil a televisão aberta e da liberação dos costumes, a freqüência de público nas sessões começou a declinar, culminando com o fechamento do cinema no dia 15 de maio de 1994, com o filme “O Anjo Malvado”. O prédio então deu lugar a uma igreja. Este foi o adeus do famoso Cine Plaza.