Por Osvaldo Broza
No ano de 2006, tive um sério problema de saúde: trombose, acompanhada de embolia pulmonar. Sobrevivi, lógico, mas um médico amigo meu disse que só não morri porque tinha muita conta pra pagar por aqui. No dia seguinte, saí agradecendo aos meus credores. Quase que acendi uma vela em frente à Caixa Econômica Federal.
Neste começo de julho de 2009, o problema se repetiu. Só que, desta vez, a trombose aconteceu na perna esquerda, ao contrário da primeira vez, que foi na perna direita. E, felizmente, não teve a temida embolia pulmonar e nenhuma outra consequência mais grave. Por enquanto! (toc.toc.toc).
Quem não sabe o que é isso, é bom saber. Palavra de especialista.
Alguns amigos meus tem a sua própria definição:
- Isso é problema de veia, disse um que me visitou. E complementou: veiera (de velho).
- É certidão de nascimento, disse um outro engraçadinho.
É engraçado mesmo! Como gostam de usar essas palavras que, convenhamos, não tem nada de engraçadas.
Teve um que disse que era coisa da melhor idade. Fiquei pensando! O que me espera, então, lá na frente? Credo, figa!
Perguntei ao meu irmão Aylton, mais velho que eu, quem poderia ter inventado essa história de melhor idade. – Foi algum político, respondeu de pronto.
Mas teve um amigo que inovou na brincadeira:
- Pior se fosse na perna do meio!
Hehehe (sorrizinho amerelo). O meu.
A Malu, minha esposa, estava viajando a trabalho e só retornou na manhã seguinte a minha alta do hospital.
Ela chegou de madrugada e, para sua surpresa, eu mesmo fui buscá-la na rodoviária, até para demonstrar que estava ótimo e plenamente recuperado.
Mas não estava! Ao chegar à rodoviária, senti uma canseira danada, um leve enjoo e um pouco de tontura. Achei até que, desta vez, eu viajaria, “desta para pior”.
Que romântico seria, né, esperar a Malu chegar pra morrer nos braços dela!
Enquanto a aguardava – sentado em um banco do lado de fora da rodoviária – eu conversava com uma senhora que vinha de São Paulo e que esperava a circular para ir ao Lar Paraná.
Pausadamente, porque a minha própria fala me cansava, contei-lhe o que havia acontecido comigo e o que estava sentindo naquele momento.
Claro, eu precisava e esperava dela alguma atitude de ajuda, até um “se Deus quiser não vai ser nada”, quem sabe; ou uma palavra de ânimo, de conforto. E ela veio. E de uma forma bem sutil:
- Cuidado! Um tio meu de quarenta e dois anos morreu disso aí!
A canseira aumentou. Não consegui ajudar a Malu a carregar as malas e nem dirigir na volta pra casa. E nem senti que sentara numa cadeira molhada.
É difícil agradecer a todos que contribuíram para que eu continuasse pagando minhas contas, até pelo fato de não cometer injustiças. Mas não posso deixar de homenagear o meu amigo cardiologista Arturzinho (Dr. Artur Andrade) que me atendeu na primeira vez; e nesta segunda vez (tomara que seja a última), o ortopedista, amigo da família e grande ser humano, Osvaldo Mauro Filho; o meu filho Alessandro e o seu amigo (meu também) Moacir de Melo Porciúnculla – o Moa -, cirurgião vascular em São Paulo; o ótimo atendimento do Hospital Policlínica; e, finalmente, as minhas irmãs, Sissi, Romilda e Vilma. E, claro, todas as pessoas que torceram e oraram por mim e as que me visitaram no hospital.
Uma delas foi o Paulo Jorge Reigota, o culpado por esta crônica, que me perguntou:
-Você está com trombroza?
Osvaldo Broza é membro da Academia Mourãoense de Letras osvaldobroza@hotmail.com
No ano de 2006, tive um sério problema de saúde: trombose, acompanhada de embolia pulmonar. Sobrevivi, lógico, mas um médico amigo meu disse que só não morri porque tinha muita conta pra pagar por aqui. No dia seguinte, saí agradecendo aos meus credores. Quase que acendi uma vela em frente à Caixa Econômica Federal.
Neste começo de julho de 2009, o problema se repetiu. Só que, desta vez, a trombose aconteceu na perna esquerda, ao contrário da primeira vez, que foi na perna direita. E, felizmente, não teve a temida embolia pulmonar e nenhuma outra consequência mais grave. Por enquanto! (toc.toc.toc).
Quem não sabe o que é isso, é bom saber. Palavra de especialista.
Alguns amigos meus tem a sua própria definição:
- Isso é problema de veia, disse um que me visitou. E complementou: veiera (de velho).
- É certidão de nascimento, disse um outro engraçadinho.
É engraçado mesmo! Como gostam de usar essas palavras que, convenhamos, não tem nada de engraçadas.
Teve um que disse que era coisa da melhor idade. Fiquei pensando! O que me espera, então, lá na frente? Credo, figa!
Perguntei ao meu irmão Aylton, mais velho que eu, quem poderia ter inventado essa história de melhor idade. – Foi algum político, respondeu de pronto.
Mas teve um amigo que inovou na brincadeira:
- Pior se fosse na perna do meio!
Hehehe (sorrizinho amerelo). O meu.
A Malu, minha esposa, estava viajando a trabalho e só retornou na manhã seguinte a minha alta do hospital.
Ela chegou de madrugada e, para sua surpresa, eu mesmo fui buscá-la na rodoviária, até para demonstrar que estava ótimo e plenamente recuperado.
Mas não estava! Ao chegar à rodoviária, senti uma canseira danada, um leve enjoo e um pouco de tontura. Achei até que, desta vez, eu viajaria, “desta para pior”.
Que romântico seria, né, esperar a Malu chegar pra morrer nos braços dela!
Enquanto a aguardava – sentado em um banco do lado de fora da rodoviária – eu conversava com uma senhora que vinha de São Paulo e que esperava a circular para ir ao Lar Paraná.
Pausadamente, porque a minha própria fala me cansava, contei-lhe o que havia acontecido comigo e o que estava sentindo naquele momento.
Claro, eu precisava e esperava dela alguma atitude de ajuda, até um “se Deus quiser não vai ser nada”, quem sabe; ou uma palavra de ânimo, de conforto. E ela veio. E de uma forma bem sutil:
- Cuidado! Um tio meu de quarenta e dois anos morreu disso aí!
A canseira aumentou. Não consegui ajudar a Malu a carregar as malas e nem dirigir na volta pra casa. E nem senti que sentara numa cadeira molhada.
É difícil agradecer a todos que contribuíram para que eu continuasse pagando minhas contas, até pelo fato de não cometer injustiças. Mas não posso deixar de homenagear o meu amigo cardiologista Arturzinho (Dr. Artur Andrade) que me atendeu na primeira vez; e nesta segunda vez (tomara que seja a última), o ortopedista, amigo da família e grande ser humano, Osvaldo Mauro Filho; o meu filho Alessandro e o seu amigo (meu também) Moacir de Melo Porciúnculla – o Moa -, cirurgião vascular em São Paulo; o ótimo atendimento do Hospital Policlínica; e, finalmente, as minhas irmãs, Sissi, Romilda e Vilma. E, claro, todas as pessoas que torceram e oraram por mim e as que me visitaram no hospital.
Uma delas foi o Paulo Jorge Reigota, o culpado por esta crônica, que me perguntou:
-Você está com trombroza?
Osvaldo Broza é membro da Academia Mourãoense de Letras osvaldobroza@hotmail.com