Campeã paranaense de futsal de 1979, a Associação Tagliari foi convidada para alguns amistosos no Paraguai. A primeira partida seria em Cidade de Leste (naquela época, Ciudad Porto Strossner) contra a seleção de Alto Paraná, nome do estado paraguaio que abrange aquela região fronteriça com o Brasil.
Com dezenove anos, campeão paranaense e tendo a honra de jogar pelo Tagliari, me achava o melhor dos melhores e, de cara, reclamei que jogaríamos numa quadra aberta, num clube local. Estranhei muito quando vi os jogadores paraguaios fazendo um forte preparo físico momentos antes da partida e caí na real após jogarmos e perdermos por 5 a 3 para o excelente time que tinha entre eles essa figura aí embaixo: Ubiraney Gudeiky. Ele se destacava num grupo que em seguida se sagrou campeão paraguaio e serviu de base para a seleção que seria vice campeã mundial de futsal (naquela época, futebol de salão) em 1982.
Depois disso, o enfrentei muitas vezes, ora ele defendia a seleção de Pérola ou a de Moreira Sales. Quando morou em Campo Mourão, defendeu as equipes da Mecânica Marcos, Fertimourão, Retificadora Cometa entre outras. Na eleição dos melhores do ano, ele era "figurinha carimbada", não tinha como não escolhê-lo.
Em 1987, quando os Jogos Abertos do Paraná foi realizado em Campo Mourão, ele fazia parte da seleção mourãoense, mas, há poucos dias do evento, ele abandonou o grupo e desfalcou a seleção que acabou com o vice campeonato da competição. Fez falta!
Anos depois, ele, junto com o Corró (Luiz Carlos Adamo) e o Fernandão, conseguiram a proeza de nos derrotar na final de um regional dos Jogos Abertos do Paraná que classificava o campeão para a fase final do evento. Eu achava aquela equipe, com Flavinho Tagliari, Tanaka, Robson, Dirlei, Sandro Davanço como uma das mais fortes montadas em anos em Campo Mourão, mas depois de os golearmos na primeira fase, acabamos surpreendidos no jogo final pela equipe de Moreira Sales comandada pela genial habilidade do Bira.
Bira foi o jogador mais habilidoso que tive o prazer de jogar. Acho que ele foi o Falcão (da Malwee) daqueles tempos. Se jogasse hoje, com os investimentos atuais no esporte, ele seria milionário com certeza.
A foto abaixo, junto com outras mais, me foi enviada pelo Diego dos Reis Pereira, que conta que um parente dele, Diegão, o encontrou em São José dos Pinhais, onde ele tem um comércio.
Numa das fotos tinha a fachada da empresa com o número do telefone e, graças a isso, consegui localizá-lo e acabamos batendo um longo papo, que só fez aumentar a saudade ao relembrarmos dos nossos bons tempos em quadra. Ficamos de nos encontrar em breve. Tomara!