Esta semana recebi e-mail do professor Idê querendo ajuda para contar a história do handebol de nossa cidade e, por isso, nesta edição, rememorei algumas passagens pelo esporte, que hoje é o mais praticado nas escolas brasileiras.
Faço parte dos primeiros praticantes da modalidade em nossa cidade, juntamente com os irmãos Arnaud e Marcelo Silveira, Jair Grasso (foto), João Silvio Persegona, Marcão Alcântara, Ricardo Grabowski, Fernando Duglosz, Marquinhos Pelizer, João Barbosa, David Miguel Cardoso...
Muitas foram as nossas conquistas, tanto no masculino como no feminino. Mas, não sei por que, o que me vem mais na memória, nesse momento, foram “bolas foras” que proporcionamos justamente na época em que nosso handebol era o mais forte do Paraná.
Em 1976, na primeira vez que Campo Mourão sediava um Jogos Abertos (Jap´s), nossos dirigentes optaram por importar atletas de fora em detrimento de muitos atletas locais (prática comum até hoje, infelizmente) e conquistaram a medalha de prata.
No ano seguinte, em Arapongas, contando apenas com atletas radicados em nossa cidade conquistamos a mesma posição do ano anterior. A bola fora aqui foi proporcionada principalmente por nós atletas que, no jogo final, contra uma equipe de basqueteiros, isso mesmo, basqueteiros de Cornélio Procópio, perdemos um sem número de pênaltis (no handebol, sete metros). Isso sem falar de um passeio debaixo de chuva, na manhã da decisão, por um clube de campo, que nos obrigou a "cair da cama" bem cedinho depois de uma semifinal barra pesada na noite anterior contra Goioerê.
Em 1978, nos Jap´s em Maringá, éramos disparados os melhores, e depois de passar por vários adversários, na semifinal enfrentaríamos a equipe da casa, no jogo mais esperado do evento. Tudo bem, tudo bom, se alguém não se queixasse de dor muscular e, então, resolveram que nós, com idade média de 18 anos, deveríamos tomar alguma coisa para tirar as dores. Numa farmácia, sem nenhuma orientação médica, aplicaram um relaxante muscular que tirou todo nosso reflexo e fez com que perdêssemos de maneira ridícula um jogo que não era garantido que ganharíamos - Maringá sempre foi muito forte nessa modalidade -, mas que poderia ser muito mais disputado, poderia.
Lembro sempre do Zé Luiz, o Zé Cuié, ala direita maringaense, passando por mim e eu só reagindo quando ele voltava comemorando o gol.
Publicada no semanário "Entre Rios", em 26/11/2005)