18 de abril de 2023

Colégio Estadual do Paraná, campeão do Metropolitano Estudantil de Curitiba - 1978 [handebol]

O texto abaixo já foi publicado anteriormente aqui no Baú, mas sem a foto do time campeão, que agora resgatamos graças ao arquivo do professor William e que foi compartilhada, via Facebook, pelo Armando Kolbe Junior.  

Colégio Estadual do Paraná - 1978
Em pé (da esq. para a direita): Prof. William Sebastião Rodrigues Filho, ..., ..., Dagoberto Lüdek, Gabriel Carazzai Jr, Irineu Luiz "Luizinho" Ferreira Lima e Rudolf
agachados: Ney Kloster, Carlinhos, Mitsuashi, Ricardo Alípio Costa e Armando Kolbe Jr. 

1978. Ricardo Alípio Costa, Dagoberto Lüdek, Neyzinho Kloster e eu fazíamos cursinho em Curitiba. Quando soubemos da realização dos Jogos Metropolitanos Estudantis de Curitiba procuramos nossos colégios para saber como participar na modalidade de handebol. No Positivo, onde estudava junto com o Ney, fui preterido pelo treinador da equipe e esnobado pelo melhor atleta do colégio, que por sinal estudava na mesma sala do Terceirão comigo.  No Dom Bosco, Ricardo, o Bruca, e Dagoberto foram informados que o colégio não teria equipe no handebol masculino.

Fomos então convidados para treinar com o Colégio Estadual do Paraná. O treino era feito em quadra descoberta e piso de asfalto. O primeiro jogo-treino foi contra o Colégio Barddal na quadra deles. Foi um passeio, fizemos gols de todos os jeitos, resultando no convite para representarmos o Estadual na competição.

Como não pertencíamos ao Colégio Estadual eles nos matricularam em cursos noturnos. De sacanagem, fui inscrito no curso de Técnicas Culinárias, ou algo assim. Sofri na mão dos amigos por causa do ‘curso escolhido’.

Na verdade o time era uma verdadeira seleção, com os quatro mourãoenses ao lado de craques como Gabriel Carazzai, Carlinhos, Armando Kolbe Júnior, Mitsuashi. O goleiro Armando e o armador Gabriel anos depois representaram Campo Mourão em competições de alto nível.

Os comentaristas esportivos da época diziam que era um torneio feito para duas equipes disputarem a final: Positivo x CEFET, este último treinado pelo falecido professor Mauro Rodinski, então técnico da Seleção Brasileira. Estas duas equipes contavam com atletas de ponta e técnicos renomados e estudiosos, enquanto nossa equipe, reunida a poucas semanas da competição, era treinada por técnico iniciante, mas muito apaixonado pela modalidade. 

Na primeira rodada jogamos contra o poderoso CEFET no Ginásio do Tarumã em noite inspirada do nosso time. Nós, os quatro mourãoenses, não sentimos o peso da partida nem da rivalidade entre os curitibanos do CEFET e do nosso time. Jogamos como se estivéssemos treinando no ginasinho JK. Para irritação do professor Mauro Rodinski, vencemos com certa facilidade, estando à frente do placar o jogo inteiro.

Na rodada seguinte, também no Ginásio do Tarumã perdemos para o Colégio Positivo por um escore apertado lançando a sorte das três equipes para o último jogo entre o CEFET e o Positivo no Ginásio da Praça Oswaldo Cruz.

O jogo teve cobertura da TV Iguaçu e as torcidas das duas escolas rivais (CEFET e Positivo) lotaram o ginásio. O CEFET deveria vencer o Positivo por uma diferença de seis gols e ao Positivo bastava uma vitória simples para sagrar-se campeão. O CEFET venceu, mas por uma diferença de quatro gols consagrando o Colégio Estadual do Paraná como o grande vencedor do torneio. Nossa equipe foi assistir ao jogo como se estivesse indo ao cinema, de calça jeans, camiseta e tênis.

No pódium as três equipes perfiladas. Nós ao centro de calça jeans e camiseta (medalha de ouro), ao lado de duas equipes que pareciam ter saído de uma guerra (detonadas), medalha de prata para o CEFET e medalha de bronze para o Positivo. 

Fomos muito elogiados em uma mesa redonda promovida pela TV Iguaçu, especialmente pelo Professor Rodinski que acreditava que tínhamos nos preparado muitos meses antes da competição contemporizando os palpites em sua equipe do CEFET.

Eu me diverti muito, por mais de uma semana, quando chegava de manhã no Positivo e praticamente esfregava a medalha na cara do craque do colégio que me esnobou. Sentávamos na mesma fila, ele na ponta e eu no meio, e como sempre eu sempre chegava  atrasado ele era obrigado a ‘me engolir’. Mas ele tirava de letra, principalmente depois que nos encontramos, meses depois, nos Jogos Abertos do Paraná, ele representando Nova Esperança e eu e Ricardo as cores mourãoense, e demos um ‘chocolate’ no time dele.

2 comentários:

Gabriel Carazzai Jr disse...

Meus parabéns meu amigo pela narrativa, expressou tudo com detalhes e na verdade na época demos uma aula de handebol e equipe aos adversários. Abraco

irineu luiz disse...

Obrigado!
Texto foi produzido a quatro mãos, com o amigo Ricardo Alípio Costa, o Bruca, que também participou da conquista. Abraços!