Sempre me diverti contando que uma vez fomos em Peabiru para uma amistoso de basquete e perdemos pelo incrível placar de 5 a 4, em um jogo que, claro!, terminou em briga por que a rivalidade entre as cidades era (acho que não é mais) absurda.
Lembro que Marcelo Silveira, Paulão Ferreira (primo do saudoso Fernando Dlugosz) e Ney Piacentini, entre outros, participaram dessa 'aventura esportiva'.
Me impressionava o placar baixíssimo do confronto daquele nosso jogo de meados dos anos 1970 até que li uma crônica do Osvaldo Broza, que terminou com um placar ainda mais baixo. Confira (só acho que ele confundiu pontos com cestas. As imagens são por minha conta):
O Basquete
Por Osvaldo Broza
Carmo de Souza, o Rosa Branca, bicampeão mundial (1959 e 1963) |
Contam os mais vividos que nos anos cinquenta e sessenta havia uma rivalidade muito grande entre as cidades de Campo Mourão e Peabiru, principalmente no futebol. Tipo Brasil e Argentina, nos dias de hoje.
– Jogo de bola entre Campo Mourão e Peabiru que não tinha briga não era jogo, diz o saudosista Bruno Pusch.
- Nos bailes, então, tanto lá como aqui, a coisa pegava fogo – era briga na certa, complementa Elson Paggi.
Fui a um baile em Peabiru no final da década de sessenta, com show da vedete Virgínia Lane. Não teve briga, mas interferi para que o meu amigo Iran Albuquerque não brigasse e eu também apanhasse.
A exemplo do futebol (Brasil Campeão do Mundo em 1958), o basquete brasileiro também estava em alta no final dos anos cinquenta com a conquista do campeonato mundial masculino de 1959. Realizado no Chile, o Brasil jogou a final contra os poderosos Estados Unidos e ganhou de 81 a 67.
Empolgados com a conquista brasileira, alguns jovens de Campo Mourão começaram a praticar basquete e já formaram uma seleção para representar a cidade. E Peabiru, lógico, também montou a sua. E já marcaram um confronto.
O jogo aconteceu em Peabiru, em 1960, na sede da ACERP, com grande público e grande expectativa, porque, além da rivalidade, existia uma certa curiosidade sobre esse esporte, praticamente inexistente na região.
Não se sabe o tempo de jogo, se a bola (de couro) era muito grande ou se a cesta (feita sob encomenda por um ferreiro da cidade) era muito justa, mas o placar foi, quem sabe, o único do mundo que se tem notícia até o presente momento: zero a zero. Isso mesmo, zero a zero.
E resolveram fazer o tira-teima, duas semanas depois, em Campo Mourão, no Ginásio do Professor Ephigênio José Carneiro, no Lar Paraná.
Aí, apoiado pela torcida, Campo Mourão “goleou” Peabiru pelo placar de quatro cestas a duas.
Mas esse não foi o maior placar até então, envolvendo a equipe mourãoense. Antes dos jogos contra Peabiru, Campo Mourão já havia ganhado de Terra Boa por seis cestas a quatro.
Se hoje os brasileiros reverenciam seus campeões mundiais de 1959, como Carmo de Souza – o popular Rosa Branca -, Amaury Pasos e Wlamir Marques, entre outros, Campo Mourão – hoje participando de campeonatos nacionais - também reverencia seus atletas de 1960, que de forma extraoficial formaram a primeira seleção de basquete masculino da cidade, como Valdomiro Matos (idealizador e capitão da equipe), Pedro Rogoski Neto, João Claudino (o Touro), Celso Poli e Newton Fernandes, entre outros. Bruno Pusch não fazia parte, mas foi quem me contou a história.
O Brasil voltou a ser campeão mundial em 1963, aqui no Brasil, vencendo a Iugoslávia na final pelo placar de 90 a 71.
E Campo Mourão e Peabiru voltaram a se enfrentar ainda por diversas vezes no decorrer dos anos, mas nunca mais repetiram a façanha do primeiro encontro.
*De Nov/2008, está no livro Campo Mourão em Crônica II
Nenhum comentário:
Postar um comentário