16 de julho de 2020

Se 'metidando e quebrando a cara' com a Associação Tagliari na Comcam

Na primeira vez que disputei um campeonato adulto de futebol de salão (futsal), pela Associação Tagliari, tive a felicidade de ser campeão paranaense.  

Conquistamos, de forma invicta, a Taça de Paraná, jogando contra as seis principais equipes do estado, em Paranavaí, em 1979. 

Eu era o mais novo da turma e, por isso mesmo, era protegido por todos. Jogar ao lado do Carlão Tagliari, Ione Sartor, Ivando “Rancho” Capato, Beline e Gilmar Fuzeto fazia com que as difíceis vitórias daquele campeonato não parecessem tão difíceis assim. E, isso, inflava ainda mais o meu ego, que não era pequeno!   

Já era difícil me aturar pelo simples fato de jogar pelo Tagliari, imaginem campeão paranaense! 

Amigos me diziam que eu jogava bem (confirmando o que eu também pensava! Sentiram a metidez?).

Logo após nossa conquista, um torneio foi realizado em Araruna, aberto à participação de municípios da Comcam. 

Para quem tinha vencido a Demafra de Paranavaí, a Valmar de Maringá, o Clube dos Oficiais de Curitiba seria fácil ganhar das pequenas cidades vizinhas, assim pensei, e seria boa oportunidade para mostrar toda a minha qualidade. 

Na verdade, o evento era para mostrar ainda mais o Tagliari para região. Seria realizado de forma eliminatório para que um número maior de equipes jogasse contra nós. 

Na quadra descoberta do único Clube de Araruna enfrentaríamos, na estreia, o time de Quinta do Sol. 

Entro no vestirário errado e noto que alguns adversários usam tênis inapropriados para o futsal e, absurdo e engraçado, amarram o cadarço na canela.

Lógico que não gozei deles, mas no nosso vestiário não parava de ironizá-los. 

A torcida, que se espremia em volta da quadra, era toda para o adversário, que de cara abriu o placar. Com muito esforço, empatamos. Eles desempataram, nós empatamos. E foi assim até o final do jogo. Eles passavam na frente – sempre com gol daqueles que amarravam o cadarço na canela – e nós sofríamos para empatar. No final, vitória deles, por quatro a três, para delírio da maioria. 

Nunca mais julguei ninguém pela maneira de se trajar.

No final daquele ano, 1980, nos sagramos bicampeões paranaenses invictos.

Associação Tagliari - Campeão Taça Paraná 1979 - Em Paranavaí
em pé (da esq. para a direita): Seu Értile (in memorian), Itamar Tagliari, Alceni "Gastão" Brandt, Ivando "Rancho" Capato, Ione Paulo Sartor e Pedro Ivo Szapak
agachados: João Miguel Baitala (in memorian), Paulo Gilmar Fuzeto (com Carlinhos Tagliari), Irineu Luiz "Luizinho" Ferreira Lima, Carlos Álvaro Tagliari (com Flavinho Tagliari) e Álvaro "Careca".


Publicado originalmente no semanário Entre Rios, em outubro de 2005

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