4 de junho de 2020

Olho biônico imita retina e pode devolver visão a milhões de cegos


Um artigo da revista Nature mostra testes de um olho biônico, desenvolvido por uma equipe de engenheiros de robótica, que poderia restaurar a visão de 285 milhões de pessoas cegas no mundo.

O EC-EYE – abreviação de ElectroChemical EYE – é inspirado na retina humana, que é um dos tecidos mais sensíveis que possuímos.

A prótese visual foi desenvolvida por engenheiros de Hong Kong e EUA. Ela oferece esperança às centenas de milhões de pessoas em todo o mundo que perderam a capacidade de ver devido a degeneração macular, relacionada à idade e acidentes com armas de fogo.


“Ele tem o potencial de elevar nossa capacidade visual a um nível muito mais alto”, disse o autor e engenheiro Zhiyong Fan, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong.

Retina Humana

O olho biônico imita a forma abaulada da retina humana, que aprimora o foco e reduz a propagação da luz à medida que passa por dez milhões de células fotorreceptoras por centímetro quadrado.

Até agora, essas características naturais eram impossíveis de replicar com materiais artificiais. 

Zhiyong Fan e seus colegas desenvolveram uma série de fotorreceptores de alta densidade colocados dentro dos poros do óxido de alumínio, um mineral quase tão duro quanto os diamantes. Eles funcionariam para imitar a retina.

Imitando a biologia, fios elétricos nervosos formados a partir de metal líquido são selados dentro de tubos de borracha, que correm para o circuito externo para processar a imagem.

O globo ocular é feito de silício, no qual a tecnologia da retina é colocada. O espaço intermediário é ocupado pelo líquido iônico que simula o gel biológico que forma um amortecedor entre a lente e a retina atrás dela.

Super olho

O professor Fan e seus colegas prevêem que a tecnologia se tornará prática para ser fabricada e implantada dentro de cinco anos.

O EC-EYE poderia superar a capacidade do olho humano normal, aumentando a densidade dos sensores de detecção de luz.

“Esperamos melhorar ainda mais nosso dispositivo em termos de biocompatibilidade, estabilidade e desempenho”, disse o professor Fan.

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