Você já parou pra pensar como e por que as trilhas sonoras dos filmes de terror – o “score” – faz brotar aquele pânico que você achava que conseguiria controlar?
O Update Or Die topou com essa matéria do programa CBS Sunday Morning, didática, bem montada e cheia de exemplos da história do cinema. Apesar da embalagem jornalística, achei que os leitores daqui do Update Or Die se divertiriam e aprenderiam um pouco mais sobre a arte de meter medo usando a música.
Você vai ver como o compositor Michael Abels – dos recentes “Corra!” (2017) e “Nós” (2019), ambos do diretor Jordan Peele – usou um coral cantando no dialeto sul-africano swahili para transformar uma paisagem florestal bucólica em um prenúncio de pesadelo.
A professora e compositora Michelle DiBucci da Juilliard School aparece mostrando no piano como usar certo intervalos musicais (“intervalo” é a distância entre duas notas) para gerar desconforto. O mais famoso desses intervalos é o trítono (a distância por exemplo da nota dó até o fá sustenido), que leva esse nome por ser um intervalo de três tons inteiros (tri-tono). Essas duas notas juntas são tão incômodas que, na Idade Média, era vedado aos músicos tocarem-nas juntas, pois se temia que poderiam chamar o Coisa Ruim, o Cão, o Capiroto. Michelle também mostra como uma melodia secular de uma missa fúnebre (“Dies Irae”) foi usada inúmeras vezes tanto na abertura de “O Iluminado” como em ”Sexta Feira 13″ e vários outros filmes.
Tem também um neurocientista que explica porque certos sons causam estranhamento e despertam nosso sentido de alerta e perigo. É o caso das frequências mais agudas (como nos violinos da cena da banheira de Psicose” de Alfred Hitchcock de 1960). Ou das notas graves que ficam soando, paradas (e que na linguagem musical cinemática são chamadas de “drones”).
Podem assistir sem medo (ou não):
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