23 de abril de 2019

Na Coluna do José Eugênio Maciel, na iTribuna: Caxinha, só podia ser dele, belo!

Replico abaixo bela homenagem que advogado, professor e sociólogo mourãoense José Eugênio Maciel prestou ao meu pai em sua coluna na Tribuna do Interior, que foi publicada nesta segunda-feira, dia 22. Emocionado e honrado, agradeço ao amigo.

“Todo narrador de futebol dá destaque quando um craque ‘mata’ a bola no peito, baixa na coxa e coloca na grama, com classe. Alguns narravam: bela matada na ‘caixa’… amansou a redonda, chutouu eeee gooolllllllll!
Wille Bathke Jr.

Do meu arquivo, meus pais Sallime e Irineu (sempre na memória) e lá atrás, da esquerda para a direita, Walmir, Wilhiam, Walcir "Dula", Irineu Luiz e Wander
Aplausos dos jogadores e das arquibancadas. Sempre a sorrir, vibrar com a vida. Ele acena para todos, abraça antes de descer as escadas do túnel e vestiário. Não irá mais regressar. A homenagem se estende, no turno oposto, campo, arquibancada e coração vazios. Fim da partida. A partida para o fim. Último jogo, 20 de março. Apito final.

Moacyr Franco compôs e lindamente interpreta música em homenagem ao Mané Garrincha (Balada nº7), “… O velho atleta recorda as jogadas felizes. Ainda na rede balança seu último gol” (…). Apelidado de Caixinha devido a forma peculiar de dominar a bola, encaixá-la no peito, dando a ela destino certo, passe preciso, o gol com categoria ou simplicidade, “onde tem futebol, faça chuva ou sol, estou dentro, é só me chamar”, frisava ele. Essencial na biografia de Irineu Ferreira Lima é o futebol, paulista nascido em Mirassol, 1937, 20 de novembro. Aportou em Campo Mourão em 1958, pioneiro notável. À época e até 2010 laborou na Auto Elétrica e Auto Peças Paulista, uma das mais antigas e tradicionais empresas, proprietário e dinâmico trabalhador, sempre assegurando a família dignidade repleta de ensinanças como o caráter e o respeito. Desde cedo e frequentemente até tarde, trabalhava arduamente para atender a numerosa clientela, mesmo fôlego para o futebol.

As grandes jogadas do craque tão bem espelhadas no sorriso, abraço fraternal, bom humor e simpatia, a enorme torcida orgulhosa dele foi sempre a família, da saudosa esposa Sallime, os filhos Luizinho, Walmir, Wander, Walcir e Willian, desportistas que herdaram dos pais a lealdade dentro do campo, quadras, profissão, na vida em todos os seus papéis.

Sempre lembrado com carinho nesta terra amada por ele, da linda família, amigos, lugar ajudou a crescer, desde só barro ou poeira vermelha. Homem íntegro, humilde. Rumou ao azul infinito do céu, a abraçar a saudosa companheira de sempre e jogar, espetáculo.

Um comentário:

Unknown disse...

...Linda e justa homenagem ao "Seu" Irineu, o caixinha, tiver a sorte e o prazer de jogar (a convite dele, para minha alegria) ao seu lado, a categoria ao dominar a bola, cabeça em pé, antevisão do lance, tentei aprender com o mestre "caixa" mas ele estava furos acima, pude aprender com ele - com mais facilidade que o futebol - o respeito, a humildade e a dignidade...valeu seu Irineu, o time do céu ganhou um reforço e dona Salma voltou a ter seu grande parceiro de tranca!! Saudades, sempre!!