26 de fevereiro de 2019

Tendência fitness: os 10 exercícios que estarão em alta em 2019


Confira a lista com atividades mapeadas pelo American College of Sports Medicine que vão se destacar ao longo deste ano


Há 13 anos, o Health & Fitness Journal, do American College of Sports Medicine (ACSM) lança sua lista de exercícios que serão tendências fitness que devem estar em alta pelos 12 meses seguintes em todo o mundo. O estudo se destaca pelo alto nível de especificidade de cada tendência apresentada.

Todas as tendências apresentadas são baseadas em identificações feitas por milhares de profissionais habilitados em todo o mundo que receberam a pesquisa eletrônica, e não endossadas pela publicidade ou celebridades. Um dos pontos importantes é que todos os participantes são convidados a fazer uma distinção entre aquilo que é moda passageira e o que realmente representa uma tendência – algumas previamente identificadas são apenas confirmadas, enquanto outras são reconhecidas como emergentes.

Confira aqui, entre as 20 tendências fitness — que envolvem também condutas e movimentos na área —, os dez tipos de atividades que estão em alta em 2019.

Treinamento em grupo
Instrutores de exercício em grupo ensinam, lideram e motivam alunos em aulas em grupo planejadas para serem sessões motivacionais e eficazes para diferentes níveis de condicionamento físico. Há muitos tipos de classes e equipamentos – de aulas que trabalham a parte cardiovascular principalmente, passando por ciclismo indoor, dança e step. Esses programas existem há tempo, mas apenas em 2017 se classificou entre os 20 melhores. Nesta lista o exercício ficou em 2.º lugar entre as 20 atividades, movimentos e condutas.

Treino Intervalado de Alta Intensidade (HIIT)
O HIIT normalmente envolve episódios curtos de exercícios de alta intensidade, seguidos de um curto período de descanso e recuperação. Foi a tendência número 1 nas pesquisas de 2014 e 2018, e está no top cinco todos os anos desde 2014. Este exercício ficou em 3.º lugar entre as 20 atividades assinaladas. Apesar das advertências de alguns profissionais de condicionamento físico para o aumento das taxas de lesões entre quem pratica o HIIT, essa forma de exercício tem sido popular em academias em todo o mundo.

A professora Caroline Urso, de 35 anos, é praticante de HIIT há um ano, desde que conheceu a modalidade. “Pratico fielmente, uma vez por semana. Sou muito agitada e, por ser um treino dinâmico e muito intenso, combina com o meu perfil. São treinos curtos, divididos em aquecimento, treino principal e alongamento, que me fazem chegar ao limite 100%, como se tivesse feito mais de uma hora de exercício normal. Comecei para emagrecer, pois sempre tive problemas com a balança e, apesar do cansaço, gosto muito, pois sinto que realmente deu resultado”, conta ela. Outra grande vantagem, segundo Caroline, é poder adaptar qualquer atividade à metodologia HIIT, como aulas de corrida e spinning. “É uma boa possibilidade de variação de treinos normais, com estímulo muito alto, o que também ajuda a combater a monotonia”, avalia a professora.

Programas fitness para idosos
Com pessoas trabalhando cada vez mais e permanecendo saudáveis e ativas por muito mais tempo, essa tendência retorna com força após ficar entre as dez primeiras desde 2007, antes de cair para o 11º lugar em 2017. No ano passado, os programas de fitness para adultos mais velhos foram a tendência número 9 e, nesta, ficou em 4º.

A academia paulistana Bio Ritmo, uma das maiores do país, foi uma das que enxergou o potencial dessa tendência há 16 anos. Segundo Carolina Santos, professora e coordenadora do programa Bio Master, desenvolvido exclusivamente para alunos da terceira idade, cada dia mais os idosos buscam iniciar programas específicos. “Em sua maioria pela segurança, por não se verem inclusos em um programa aberto a todos e pela oportunidade de socialização com os demais idosos, que compartilham histórias parecidas. É a sensação de pertencimento”, diz ela.

Apesar de o programa existir há tempos, Carolina percebeu uma maior procura nos últimos quatro anos, algo que ela acredita estar diretamente ligado à divulgação da mídia, à recomendação médica e ao incentivo da família para que os idosos busquem a atividade física como recurso para uma vida mais ativa e longeva. Por lá, são aceitos alunos a partir de 60 anos, sem limite de idade.

“Temos alunos de até 92 anos e que são ativos. No programa estão treinos como cardio, esteira, bicicleta ou outro ergométrico dentro da limitação e individualidade de cada um, treino resistido (musculação) em aparelhos ou exercícios livres com peso, a fim de proporcionar força e resistência muscular, e aulas diversas, com o objetivo de melhorar e manter todas as capacidades, como jogos, alongamentos, pilates, yoga, circuitos, exercícios funcionais, entre outros.”

Treinamento de peso corporal
Este treino geralmente usa equipamento mínimo, o que o torna uma maneira funcional e barata de se exercitar de forma eficaz. Esse tipo de treino apareceu pela primeira vez na pesquisa de tendências em 2013, na posição número 3, e ficou na segunda posição em 2017 e na quarta em 2018. Neste ano, ficou em 5º lugar.

A advogada Mirela Miró Ziliotto, de 23 anos, é adepta aos esportes desde pequena. Aos sete anos, começou a praticar ginástica rítmica por hobby, mas logo integrou uma equipe profissional, com a qual disputou campeonatos. Anos mais tarde, a rotina de treino intensa, em época de vestibular, a fez trocar a ginástica pela musculação e por aulas de step. “Adorava o step, mas sempre achei a musculação muito chata, especialmente porque vim de um esporte super dinâmico. Com o tempo, estudando e trabalhando, não tive mais como conciliar essa rotina com as aulas de step. Então, gradativamente, passei a trocar a musculação com aparelhos por aulas de funcional. A troca definitiva aconteceu quando minha irmã abriu uma academia da modalidade de crosstraining, que oferece diferentes tipos de exercícios, entre eles aqueles realizados com o peso do próprio corpo”, conta.

Mirela assume que nunca mais voltou a uma academia tradicional ou a correr em uma esteira. “Se não estou na academia, estou no parque fazendo exercícios sem uso de qualquer aparelho. São treinos diferentes e movimentos que usamos no dia a dia. Meu corpo também mudou muito. Recuperei os músculos que perdi quando saí da ginástica e, de um corpo só magro, passei a ter um corpo delineado. Me encontrei nesses treinos e fico triste quando preciso faltar às aulas, mas uma vantagem é poder realizá-los em qualquer lugar, até mesmo em um quarto de hotel, com as devidas adaptações, claro”.

Ioga
A ioga assumiu uma variedade de formas na lista da ACSM no ano passado (como power yoga, yogilates, yoga em ambientes quentes e outros). A atividade apareceu pela primeira vez no top 10 da pesquisa em 2008, saiu do top 20 em 2009, mas retornou em 2010, de onde não mais saiu, ainda que oscilando posições e em 2019 ocupando o 7º lugar entre todas as atividades, condutas e movimentos. A modalidade proporciona inúmeros benefícios, como aumento da concentração e capacidade de oxigenação do corpo, prevenção de lesões e alívio do estresse e da ansiedade. “Quem pratica ioga normalmente são pessoas que procuram uma atividade física mais completa, que não visa só trabalhar os músculos, mas também a respiração e o autoconhecimento. O principal objetivo é diminuir o estresse, acalmar a mente e trazer mais foco, além, é claro, dos benefícios físicos de fortalecimento e flexibilidade”, diz o professor de ioga da academia paulistana Bio Ritmo, Isaias Leme.

Treinamento funcional
Trata-se de uma atividade que usa a força e outros movimentos para melhorar o equilíbrio, a coordenação, a força e a resistência nas atividades da vida diária. A tendência apareceu pela primeira vez na pesquisa na quarta posição em 2007 e nunca deixou de contemplar o top 20, alcançando a 9ª posição este ano. Uma das razões que explica o sucesso da modalidade é que ela pode ser usada em programas realizados em casa.

Atividades ao ar livre
Caminhadas e passeios em grupo, excursões planejadas, encontros em parques locais e trilhas de bicicleta são alguns exemplos citados na pesquisa para que profissionais da área coloquem em prática com seus alunos.

Treinamento para grupos pequenos
Amplia o papel do personal trainer de um treinamento individual para pequenos grupos. O profissional trabalha com duas ou mais pessoas (nunca mais do que cinco) e oferece descontos para o grupo.

Aulas de pós-reabilitação
Programas de exercícios projetados especificamente para pacientes com condições crônicas de saúde, como câncer, doenças cardiovasculares, doença de Parkinson e recuperação de AVC. Nos Estados Unidos, também pode incluir distúrbios pós-traumáticos observados em soldados que retornam do combate militar.

Exercício para a perda de peso
Criação de programas sensatos para a diminuição da gordura corporal, para inclusão na rotina diária.

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