Com cerca de 27 mil habitantes, a pequena cidade de Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul, é grandiosa quando o assunto é bebida. Considerada a maior produtora de vinhos do Brasil, chega a ter mais de 80 milhões de quilos de uva numa só safra, 1.280 propriedades dedicadas ao cultivo e até 70 mil visitantes no período da Vindima.
Também chamada de “Terra do Galo”, a região a 150 km de Porto Alegre fica movimentada durante os meses de janeiro e fevereiro, quando as 190 vinícolas se unem para oferecer uma vasta programação dedicada ao licor dos deuses. Indo além das visitas aos vinhedos e parreirais, o público participa de cursos, saboreia a deliciosa comida gaúcha, embarca em passeios de carretão e curte festas ao por do sol na Serra.
Fazendo até 120 milhões de litros da bebida por ano, Flores da Cunha concentra 43% da produção no Estado e chega a arrecadar mais de R$ 100 milhões só neste setor. Mesmo com essa relevância toda, o município ainda não se destaca no mapa brasileiro como destino cobiçado. Mas atrativos não faltam.
É interessante conhecer os roteiros regionais. No Compassos da Mérica Mérica estão reunidos nove empreendimentos de turismo rural, que fundem tradição italiana e lazer, entre vinícolas, restaurante e agroindústria familiar.
Para mergulhar em vinho, vale a pena incluir o roteiro Vinhos dos Altos Montes, composto por 11 vinícolas, como a Casa Venturini, Monte Reale, Panizzon, Terrasul e Luiz Argenta, que possui um wine bar num casarão de 1929 com vista para as videiras.
Outra opção é percorrer os 35 km de chão batido dos Caminhos da Colônia. Com início em Caxias do Sul, segue rumo a Sta. Justina, Otávio Rocha e Flores da Cunha. Pelo caminho estão muitas atrações, como museus, igrejas, vinícolas, parques naturais, propriedades rurais produtivas, cantinas, orquidário, parque de aventura, fábrica de jóias, produtos coloniais e até mesmo um ônibus de 1957.
Para quem gosta de contato com a natureza, o Mirante Gaio, dentro da vinícola homônima, oferece vistas de tirar o fôlego, como o encontro do Rio Caxias (Tega) com o Rio das Antas, e grande parte dos vales, chegando aos vizinhos Nova Roma do Sul e Nova Pádua.
Para se manter nas alturas, siga rumo ao Mirante Gelain, que tem uma plataforma de observação para o Rio das Antas, a Cascata Bodin e pontos para a prática de rapel. O Parque da Gruta, onde funcionava a antiga hidrelétrica do município, também oferece uma paisagem muito bonita.
A herança da imigração italiana é o principal marco do Casarão dos Veronese, edifício restaurado aberto para visitação. Erguido em 1898, foi construído em pedra aparente por Felice Veronese, que já foi o maior produtor de vinho da região. Hoje funciona como museu, centro cultural e exemplo da arquitetura italiana.
Como chegar: a maneira mais prática para chegar na cidade é via Caxias do Sul, a apenas 20 km de distância. O trajeto utiliza as vias Rodovia Synval Guazzelli e ERS-122, a mesma para quem vai a partir de Porto Alegre. Existem linhas de ônibus em ambas as cidades, pela viação Expresso Caxiense e Une Sul.
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