Para contar um episódio que me fez deixar de ser fiel a um supermercado mourãoense, procurei, mas não achei, um vídeo do palestrante Daniel Godri, em que ele conta que, cansado de tomar café gelado em sua seminova garrafa térmica, foi sem a nota fiscal até um grande supermercado da capital paulista, pronto para brigar com o gerente que não iria querer trocar o produto pela falta do comprovante de compras, mas volta para casa surpreendido positivamente pela troca imediata, sem nem mesmo precisar preencher nenhum documento. O gerente, sem nem mesmo olhar direito pra ele ou pra garrafa, simplesmente mandou eu pegar outra na prateleira e boa... Em casa, ele disse pra esposa: "Você não vai acreditar, eles trocaram sem nenhum questionamento e na hora". Ela respondeu: "Você que não vai acreditar, achei a Nota Fiscal e não foi lá que a compramos".
Há poucos dias, em Curitiba, comprei um calçado e no dia seguinte resolvi troca-lo por outro, motivado por ele me apertar o pé direito (um pé é maior que outro). Fui até a loja localizada em um grande shopping da capital, num domingo, e esqueci de levar a nota fiscal de compra. O vendedor, que nunca tinha me visto na vida, a não ser no dia anterior, me atendeu muito bem, disse que não tinha problema (estar sem o comprovante da compra) e trocou o sapato sem maiores exigências. Virei freguês para sempre.
Em Campo Mourão, saio quase todos os dias de casa, aqui no Jardim Albuquerque, bem ao lado de um grande e novo supermercado, para fazer compras em tradicional mercado mourãoense que fica próximo do estádio municipal. Na semana passada fui até lá para trocar um coador de metal, irmão menor desse da foto, que apresentou defeito (a haste descolou do corpo principal no primeiro dia de uso). Dessa vez, fui ciente de que estava sem o comprovante de compra, que devo ter jogado no lixo. Pensei: sou cliente fiel, há anos que dou uma carreira até lá para nossas compras diárias e o produto a ser trocado custa pouco mais de dez reais, irão trocar numa boa. Não trocaram, alegando que era necessário a apresentação da Nota Fiscal para tanto. Se desonesto fosse, entraria no mercado, comprava mais um coadorzinho e iria lá trocar o defeituoso com a NF daquele dia. Preferi deixar o coador de presente para o intransigente senhor que me atendeu e passei a ser fiel a outro mercado.
Conto com muito cuidado, primeiro por que sei que é necessária a nota fiscal para troca e segundo por que atuo num ramo que precisa muito do comércio local. Mas vivi a ilusão de quer ser cliente, estar lá quase todos os dias, seria o suficiente para ser atendido em meu pedido.
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