9 de janeiro de 2018

"Se metidando" com a Associação Tagliari na Comcam

Associação Tagliari - Campeão Paranaense (1979)
em pé (da esq. para a direita): Seu Értile (in memorian), Itamar Tagliari, Gastão, Ivando "Rancho Capato, Ione Paulo Sartor e Pedro Ivo Szapak
agachados: João Miguel Baitala (in memorian), Paulo Gilmar Baitala, Luizinho Ferreira Lima, Carlos Álvaro Tagliari e Álvaro "Careca"

Na primeira vez que disputei um campeonato adulto de futebol de salão, pela Associação Tagliari, tive a felicidade de ser campeão paranaense.  

Conquistamos, de forma invicta, a Taça de Paraná, jogando contra as seis principais equipes do estado, em Paranavaí, em 1979. Eu era o mais novo da turma e, por isso mesmo, era protegido por todos. Jogar ao lado do Carlão Tagliari, Ione Sartor, Ivando “Rancho” Capato, Beline e Gilmar Fuzeto fazia com que as difíceis vitórias daquele campeonato não parecessem tão difíceis assim. E, isso, inflava ainda mais o meu ego, que não era pequeno!   

Já era difícil me aturar pelo simples fato de jogar pelo Tagliari, imaginem campeão paranaense, então! Amigos me diziam que eu jogava bem, confirmando o que eu também pensava! (Sentiram a metidez?).

Logo após nossa conquista, um torneio foi realizado em Araruna, aberto à participação de municípios da Comcam. Para quem tinha vencido a Demafra de Paranavaí, a Valmar de Maringá, o Clube dos Oficiais de Curitiba seria fácil ganhar das pequenas cidades vizinhas, assim pensei, e seria boa oportunidade para mostrar toda a minha qualidade. 

Na verdade, o evento era para mostrar ainda mais o Tagliari para região. Seria realizado de forma eliminatório para que um número maior de equipes jogasse contra nós. 

Na quadra descoberta do único Clube de Araruna enfrentaríamos, na estréia, o time de Quinta do Sol. Quando entro no vestiário, mais metido que ganso novo, observo que alguns adversários usam tênis inapropriados para o futsal e, absurdo e engraçado, amarram o cadarço na canela.

Lógico que não gozei deles, mas no nosso vestiário não parava de ironizá-los. 

A torcida, que se espremia em volta da quadra, era toda para o adversário, que de cara abriram o placar. Com muito esforço, empatamos. Eles desempataram, nós empatamos. E foi assim até o final do jogo. Eles passavam na frente – sempre com gol daqueles que amarravam o cadarço na canela – e nós sofríamos para empatar. No final, vitória deles, por quatro a três, para delírio da maioria. 

Nunca mais julguei ninguém pela maneira de se trajar.

No final daquele ano, 1980, nos sagramos bicampeões paranaenses invictos.

Associação Tagliari - Bicampeão Paranaense (1980)
em pé (da esq. para a direita): Itamar Tagliari, Augustinho Vecchi, Paulo Gilmar Fuzeto, Severo Zavadaniak, Rauilei Pereira, Silvio Carvalho Cintra, João Miguel Baitala (in memorian) e Itachir Tagliari (in memorian)
agachados: Antonio Admir "Beline" Fuzeto, Luizinho Ferreira Lima, Pedro Ivo Szapak, Ione Paulo Sartor e Carlos Álvaro Tagliari 
Publicado originalmente no semanário mourãoense Entre Rios, em outubro de 2005

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