8 de setembro de 2017

Floresta renasce em área onde foram jogadas cascas de laranja

Veja o poder fertilizante que têm as cascas de laranja. Ecologistas pediram a uma empresa de sucos para depositarem suas cascas em um pedaço de terra completamente desmatado no parque nacional da Costa Rica.


A fábrica de suco de laranja Del Oro, da Costa Rica, concordou porque aquele era um ótimo negócio para se livrar daquele “lixo”.

Isso aconteceu em 1997. Em 1 ano, 12 mil toneladas métricas de cascas de laranja e restos da fruta foram despejados no local, que acumulou uma montanha de “lixo” da empresa. 16 anos depois veio a grande e boa surpresa.

Um estudante de pós-graduação chamado Timothy Treuer foi inspecionar o local e viu que lá havia nascido uma nova floresta. Nem parecia mais o mesmo lugar.

A floresta que nasceu – Foto: Tim Treuer
“Era difícil acreditar que a única diferença entre as duas áreas era um monte de cascas de laranja. Eles pareciam ecossistemas completamente diferentes”, disse o estudante.

A vegetação daquele lugar, um dia desmatado, estava agora incrivelmente espessa.

Timothy Treuer contou a descoberta aos ecologistas Daniel Janzen e Winnie Hallwachs, que em 1997 apresentaram a proposta à fábrica de suco.

Motivo
Treuer e sua equipe da University of Pennsylvania estudaram aquela área nos três anos seguintes. Eles ficaram absolutamente impressionados com os resultados.

No terreno ao lado, onde não foram depositadas cascas de laranja, havia apenas uma espécie de árvore dominante.

Já a área fertilizada pelos resíduos de laranja tinha solo mais rico, mais biomassa de árvores, maior riqueza de espécies de árvores e maior fechamento de cobertura de floresta.

O solo havia ficado melhor, tanto que criou árvores fortes e saudáveis.

Área fertilizada com cascas de laranja (dir) Foto: Tim Treuer
Eles descobriram que o crescimento de uma floresta secundária, aquela que cresce após a primeira ser derrubada, é crucial para abrandar as mudanças climáticas e as cascas de laranjas tiveram papel fundamental nessa transformação da natureza.

É que elas absorvem e armazenam carbono 11 vezes mais rápido que uma floresta “antiga”.

“Estou confiante de que vamos encontrar muitas outras oportunidades para usar os “restos” da produção industrial de alimentos para trazer as florestas tropicais. Isso é a reciclagem no seu melhor estilo.” Palavras do estudioso e co-autor David Wilcove, professor de ecologia e biologia evolutiva e assuntos públicos do Princeton Environmental Institute.

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