15 de maio de 2017

Alguns não se incomodam com falta de caráter, covardia e oportunismo

Esse blog foi criado para minha diversão e, principalmente, para mostrar amigos e familiares que ajudaram na história de nossa Campo Mourão, mas hoje fujo um pouco desses temas indignado que estou em ver tanta coisa errada acontecendo em nosso Brasil. O tema é político, mas são situações que retratam um pouco a falta de caráter de muitos de nós, brasileiros.   

Interessante como algumas pessoas conseguem captar situações e, em seguida, repassar adiante o verdadeiro sentido do ocorrido, o que não é o meu caso, pois demoro a chegar em uma conclusão, apesar da indignação ser imediata. 

Replico matéria do Portal Terra com o posicionamento do novelista Aguinaldo Silva (na foto, à esquerda) frente a atitude do ex-presidente Lula de jogar a culpa na aquisição (no caso, aceitar o presente da OAS) do triplex. E a indignação do artista é pessoal, sem nenhuma conotação política, e mostra como o Lula foi cruel, oportunista e covarde. Da mesma forma como o foram a campanha da loja Marisa e a revista Veja na escolha da capa da edição dessa semana. 

A indignação é minha também. Tem algo muito errado no Brasil no momento: gente torcendo por corruptos e corruptores é assustador. Da mesma forma que assusta ver um jogador de futebol condenado por assassinato (matou, esquartejou e sumiu com o corpo de uma mulher) ser recebido com aplausos e pedido de autógrafos, enquanto que outro atleta é recebido com xingamentos e ameaças apenas por sua opção sexual. 

Sou daqueles que acreditam que o Brasil está sendo passado a limpo, que sabem que o processo é demorado, mas que querem muito que saibamos interpretar melhor as artimanhas dessa limpeza. Vamos deixar de lado o ''clubismo' e pensar no coletivo, num país melhor logo. Cadeia para os culpados -- mesmo que seja cadeia em casa, com uma tornozeleira da vergonha -- e, claro, que os cofres públicos sejam ressarcidos o mais rápido possível (incrível como tem gente que não se espanta com os valores envolvidos nos desvios. Quando um envolvido concorda em devolver R$ 100 milhões, é por que roubou muito, muito mais, penso eu. E cem milhões de reais, ou apenas um milhão, é muito dinheiro em qualquer lugar do mundo. Um real roubado já é crime! )  

Leiam abaixo a íntegra da matéria do Blog Sala de TV com o posicionamento de Aguinaldo Silva (os destaques são meus).

Novelista critica uso de Dona Marisa como “bode expiatório”     

Aguinaldo Silva protestou contra a responsabilização de Dona Marisa no depoimento de Lula
Foto: TV Globo/Divulgação, Veja/Reprodução e Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro, na quarta-feira (10), o fez usar o Twitter para criticar a maneira como a ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em decorrência de um AVC, em fevereiro, foi citada pelo líder petista.

“Pelo que pude entender, os crimes foram reconhecidos, mas foram todos atribuídos a quem já morreu e não pode se defender nem ser punido”, escreveu Silva no microblog.

A respeito da sororidade – movimento de união entre mulheres –, o novelista fez um questionamento: “Mexeu com uma, mexeu com todas. Mas transformar dona Marisa Letícia em bode expiatório depois de morta, pode, não é?”

Em outro tweet, ele se explicou melhor para não ser acusado de partidarismo: “Não tem a ver com política, e sim com caráter e vergonha na cara. Por isso não consigo parar de pensar no que fizeram com dona Marisa Letícia”.

A opinião de Aguinaldo Silva vai ao encontro dos críticos de uma rede de varejo que, num senso de oportunidade (ou seria oportunismo?) publicitário, lançou uma campanha com alusão à ex-mulher de Lula.

“Se sua mãe ficar sem presente, a culpa não é da Marisa”, diz o anúncio de Dia das Mães veiculado na internet, em referência à citação da ex-primeira dama, no depoimento de Lula, como responsável pelo imbróglio do tríplex do Guarujá, na acusação de corrupção envolvendo o petista e a construtora OAS.

Dona Marisa, que sempre guardou distância dos holofotes para evitar a superexposição na mídia, também virou capa da edição desta semana da ‘Veja’.

O título ‘A Morte Dupla’, escrito sob um porta-retrato com a foto da ex-primeira-dama, também gerou protestos, inclusive do departamento de jornalismo da PUC-SP, uma das mais respeitadas faculdades de comunicação do País.

“A exposição de sua foto, na capa, cumpre a função de punir exemplarmente, a exemplo dos rituais da Sagrada Inquisição”, diz um trecho da nota divulgada pela universidade. 

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