20 de setembro de 2016

A elegância mais do que justificada do Gonzaguinha

Calor de derreter camelo e, em plena três horas da tarde, encontro o advogado Luiz Gonzaga de Oliveira Aguiar entrando numa panificadora vestido com terno completo, inclusive a gravata. Saí pensando no calor que ele deve passar para andar sempre tão elegante e acabei me lembrando da história que ele próprio me contou e que mais do que justifica o terno como um uniforme do doutor:

Luiz Gonzaga Aguiar, o Gonzaguinha
Recém formado, começando a família, numa época em que ainda não trajava ternos e a grana nem dava muito para ‘esses luxos’, ele foi convocado por um cliente de uma cidade vizinha para acompanhá-lo numa audiência em uma delegacia. 

– O delegado afirma que preciso me apresentar e ficar na delegacia à disposição da Justiça, dizia o cliente, que o Gonzaguinha só conhecia por telefone.

Na cidade, ele conhece o cliente (um loiro alto, elegante e muito forte) e se dirigem para a conversa com delegado. 

Com o firme propósito de livrar o cliente e mostrar um pouco mais de sua competência, ele argumenta de todas as formas, mas o delegado afirmou que era preciso cumprir a ordem do Juiz e que o ‘Polaco’ teria mesmo que ficar preso aguardando decisão da Justiça.

- Lamento doutor, mas o mandato de prisão é claro e não tenho alternativa que não seja prender o seu cliente. Nisso, o delegado interfona e chama o carcereiro. O subalterno entra na sala e recebe a ordem do delegado para conduzir o preso para o xilindró. O carcereiro, sem vacilar, agarra no braço do Gonzaguinha antes de dar tempo do delegado gritar:

- Não, esse é o advogado, o preso é o polaco... 

Nenhum comentário: